sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo

Esperemos 2012 com um taco de baseball nas mãos: se ele for tão mau como dizem, espancamo-lo sem piedade!
Feliz Ano Novo!!!

Um desejo chamado eléctrico

Aqui fica um artigo que saiu hoje no Público, de que sou um dos subscritores:

UM DESEJO CHAMADO ELÉCTRICO

Um erro estratégico. Não temos outra forma de qualificar a decisão que, se vier a ser tomada, implicará consequências graves para a cidade: a extinção da carreira de eléctrico E-18, que faz a ligação entre a Baixa e a Ajuda.

E, como não seria a primeira vez, no que respeita às carreiras de eléctricos, que se decidiria pela extinção de percursos que hoje se mostram importantes ou mesmo imprescindíveis, e como podemos estar a assistir ao fim definitivo daquilo que já foi uma verdadeira rede de transporte colectivo, equilibrada e abrangente, exporemos de seguida, por “A+B”, o erro estratégico em que se incorrerá.

“A”. Uma decisão destas será tomada em contraciclo.

Não são hoje os transportes públicos não poluentes, ou quase, um must em termos de economia desejavelmente sustentável? Num país que não consegue cumprir os mínimos no que toca à Agenda 21? Um desiderato das economias dos países civilizados, com as quais Portugal se gosta de comparar? Fará sentido extinguir-se uma carreira de eléctrico, promovendo inelutavelmente o caos automóvel da cidade e em consequência a ineficiência do autocarro? Fará sentido extinguir-se uma carreira que liga a uma zona sempre ignorada pelo metropolitano de Lisboa?

Um dos argumentos próextinção do E-18 terá sido o de que há autocarros que fazem ou farão o mesmo percurso que aquele eléctrico faz, e que, portanto, quem o frequenta passará a frequentar o autocarro. Sem problema, ponto.

Ora este argumento é falacioso: em primeiro lugar, há relatórios internacionais que demonstram que o passageiro-tipo do metro não é o mesmo que utiliza transportes à superfície, pelo que não há redundância. Em segundo lugar, se assim não fosse, já se teriam encerrado carreiras de autocarro que passam pelas avenidas servidas pelo metro e, em terceiro lugar, com as características dos arruamentos em causa, um autocarro dificilmente será tão eficaz e eficiente quanto um eléctrico.
Ignorou-se – e pelos vistos continua a ignorar-se – o que tínhamos de bom e encerraram-se linhas e mais linhas de eléctrico.

Curiosamente, e uma vez chegados à inevitável insustentabilidade do primado do automóvel sobre tudo o que mexe, desde logo sobre o peão, o lisboeta é bombardeado em cada véspera de eleições autárquicas com um abrangente pacto de promessas sobre mobilidade sustentável do qual faz parte, como é da praxe, o “anúncio” da criação de um sem- número de linhas de… eléctrico, muitas delas decalcadas de linhas encerradas nas últimas décadas.

“B”. Do ponto de vista da Economia, propositadamente com “E”, não estará a tal recomendação que aponta para a extinção do E-18 manca, porque falha de externalidades positivas? Não é o eléctrico um símbolo de Lisboa? Não vai o E-18 da Baixa à Ajuda, percorrendo assim um eixo vital do ponto de vista turístico, que culmina no tão apregoado vector estratégico BelémAjuda, e para o qual, e bem, se pretende desenvolver uma série de investimentos de reabilitação urbana, recuperação e valorização de espaços e percursos ( jardins das Damas e Botânico, loteamento a sul do Palácio da Ajuda, Teatro Camões, pólo universitário)?

Em “economicês”, portanto, o E-18 garante uma série de externalidades positivas importantes que duvidamos que os autocarros garantam, pelo contrário!

Em conclusão, o fecho do E-18 (tal como a não reabertura – designadamente – do E-24, do Cais do Sodré-carmo/campolide), numa cidade em que a mobilidade é um exemplo de puro casuísmo, representa não só uma decisão em contraciclo, afastando-nos dos países mais avançados, como uma oportunidade perdida de, face à crise que atravessamos, fazer dela uma “janela de oportunidade” para dar um salto em frente na suavização da mobilidade, no combate ao estacionamento selvagem e nas ligações entre os bairros da cidade.

Por fim, uma atenção desassombrada à iniciativa privada permitiria a partilha de recursos e a diversificação de soluções no que toca à exploração das carreiras. Cruze-se isso com o turismo e com a cultura, e talvez seja mais fácil e saudável viver em Lisboa.

Estamos ainda a tempo de evitar um erro estratégico. Basta que haja a coragem de tomar a decisão certa: a da manutenção deste eléctrico que a cidade deseja.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ora cá estou eu a trabalhar uma vez mais...

...e tu?

Férias dos deputados

Assunção Esteves explicou que a Assembleia da República suspendeu a actividade entre 22 de Dezembro e 3 de Janeiro para "compensar o tempo que não teve no Verão".

Terá Assunção Esteves esquecido que os deputados tomaram posse no fim de Junho?

Definitivamente, esta pensionista-aos-42-anos-de-idade-depois-de-10-anos-como-juiz-constitucional-função-que-assumiu-aos-32-aninhos-sabe-se-lá-como é mesmo melhor que o outro senhor da AMI de que agora não me recordo o nome?

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Perguntas para um novo ano - políticas e pessoas

É difícil discernir as melhores opções políticas com mundos de terabytes de dados e saberes diversos e divergentes, quase tanto, quanto o de gerir pessoas. Daí que muito mais árdua seja numa dimensão nacional, no qual habitualmente existem milhões de pessoas e de saberes sobre as pessoas e as políticas. Mas há conhecimento experimentado já do domínio comum que deveria já ter sido implementado nas políticas públicas nacionais, embora a elite política pareça não a prioritizar ou sequer considerar no seu discurso ou acção políticas. Um desses conhecimentos é a gestão do conhecimento: grosso modo, significa colocar as pessoas disponíveis em funções pela ordem preferencial de competências (skills) e de paixão ou vocação interiores (que frequentemente andam associadas). Há nuances importantes para e na sua operacionalização, mas basicamente é afectar os recursos mais valiosos de uma entidade ─ os recursos humanos (este facto é já uma evidência científica do domínio comum, embora pareça tardar à programação de políticas políticas pelas elites governamentais), em função da estratégia da instituição e considerando o capital humano das pessoas. Parece básico, não é? Quase algo que nos distingue dos primitivos, certo? Errado, porque esta assunção que deveria constar no catálogo renovado dos direitos fundamentais não está nem majorado, nem universalizado, nem no direito, nem na gestão!

Logo, a ordem de perguntas que emerge é somente esta: por que razão é tão difícil encontrar uma instituição assim?! E porquê de difícil achado nas nossas lideranças políticas? E qual a razão de muitos contrariados ficarem calados e/ou quietos? Para quando uma mudança neste sentido e de um sentido nesta mudança nas nossas políticas, no nosso país? Por quanto tempo temos de esperar por uma política em que os políticos reflictam o conhecimento já evidenciado e que constitui uma alternativa da fonte financeira de criar riqueza? Para quando uma liderança política reflectora daquilo que as pessoas mais valorizam e melhor tratam, associada ao valor e ao amor necessários para sustentar riqueza (sobretudo intangível) para o futuro e o presente do país e das suas pessoas? Quando prevalecerá a nova ordem das ideias das jovens gerações mais qualificadas e já com “muito mundo” sobre aquelas que são autoras das políticas públicas que os vão sustentar num curto-prazo? E, abraçando o pragmatismo, como acrescentar à boa diversidade das elites político-partidárias, pessoas que pensam e conseguem traduzir e conciliar criticamente (com intuição e cognição) as melhores políticas para Portugal e os maiores saberes dos portugueses?

n músicas cxxv



Get More: Beyoncé

Tal como ontem hoje estou a trabalhar...

...e tu?

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Isto só tem um nome: proxenetismo

Infame!

A balda ao trabalho dos senhores deputados até ao próximo dia 3 de Janeiro é uma insolência absoluta e não pode passar em claro.

Sempre fui daqueles que me bati contra os que não perdem uma oportunidade para dizer que os políticos “são todos iguais, uma cambada de chulos”.

Mas a classe política insiste em não me dar razão. Aliás, começa a ser claro que a existir um enorme culpado pelo lamentável estado a que este bananal chamado Portugal chegou, esse culpado é a impreparada, irresponsável, imbecil classe política.

Num momento em que diariamente são pedidos esforços hercúleos a todos os portugueses, num momento em que tantos procuram (alguns desesperadamente) trabalho e não encontram, num momento em que o primeiro-ministro “manda” emigrar…, o que é que estes senhores fazem? Gazeta ao trabalho parlamentar durante mais de uma semana – enquanto os demais servidores públicos nem meio-dia de folga puderam gozar.

Um exemplo triste, lamentável, infame. Depois admirem-se que vos assobiem, insultem e, bem pior, não vos passem cartão quando pedem o nosso voto. Numa palavra: vergonhoso!



PS: No vídeo…, porque será que as palavras do Presidente da Republica necessitam de legendas?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Musiquinhas de Natal (V)

A mais bela das musiquinhas de Natal…, continuação de Boas Festas!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

É aproveitar este Natal de 2011, que em 2012 o Pai Natal vai ter medo de passar por cá...
Feliz Natal!

Feliz Natal


Este camarada encontrou o melhor sítio para Ser e estar por estes e por todos os outros dias do ano.

Por falar nisso…, este ano o Menino Jesus parece que se aliou ao Pai Natal e cheira-me que não vão faltar muitas e boas ondas para serem amadas durante (e depois) a época natalícia.

É aproveitar…, que “isto” não dura sempre. Santo e Feliz Natal para todos os que pelo Arcádia vão passando. E, já agora: memento mori.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Musiquinhas de Natal (IV)

E agora…, um magnifico clássico.
A Wikipédia qualifica-o como “the best-selling single of all time” com vendas estimadas em cinquenta milhões de cópias em todo o mundo (link).
Qualquer colectânea de Natal não pode viver sem esta lindíssima canção.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

(De)Crescimento económico

O crescimento económico é uma grandeza da direcção de políticas que considero ser indispensável para a sustentabilidade da economia e bem-estar de Portugal e dos portugueses, mas julgo que é insuficiente, porque as bases de medição do crescimento económico (PIB, PNB, paridade do poder de compra, taxa cambial) são desadequadas e reflectem não totalmente meros valores quantitativos, indicativos e parciais, não obstante serem ainda importantes no presente. E este é o problema, pois deveríamos estar já a antecipar o novo paradigma que já chegou da sustentabilidade das pessoas, poderes e das nações, que me parece ter mais que ver com aquilo que as pessoas valem, como criam riqueza nas suas conexões e facilitam e resolvem problemas nos seus relacionamentos e como atraem riqueza pelos valores que o país e os portugueses possuem, individual ou colectivamente. O que vai valer no futuro próximo não me parece que seja a moeda ou a quantidade de dinheiro 8como aliás já acontece hoje com o crédito), nem o produto nacional é a melhor medição para a nossa razão de ser (não é a felicidade ou bem-estar?!), sobretudo com a actual crise do euro, bem como dos dogmas ocidentais de quem governa e detém o poder.

A "pobreza" financeira europeia é inevitável, por isso terá que ser compensada por uma "riqueza" imaterial, relacional e renascida e maximizada do que a europa melhor tem para oferecer: saber, prestígio e mediação, em nome de uma nova forma de criar riqueza que julgo ser a melhor forma de sairmos de uma crise: saber criar valor acrescentado à sua paixão e ao seu talento, cabendo ao estado fornecer e facilitar as condições de possibilidade dessa realização. Se está provado que somos felizes e mais produtivos a fazer o que gostamos, e se aprendemos mais facilmente aquilo que adoramos, logo, porque não se fazem políticas públicas (normativa-organizatório-funcionais das estruturas, do o ensino às profissões, das regulação à prestação de serviços) à séria com este desígnio?


É um caminho árduo, pois não é fácil sabermos como ser felizes (normalmente sabemos o quê), consigo e os outros, nacional e internacionalmente, mas é a melhor alternativa que conheço à austeridade económica e, consequentemente, democrática. E este desígnio só se pode fazer com o PS e o PSD, e se eles não o protagonizarem, teremos que ser nós, cidadãos a defendê-lo, como aliás já acontece em algumas partes do globo. Por isso, não se trata do PS, antes do país.

It's a bird... It's a plane??

Nem uma coisa nem outra.
Este OVNI vem do nova-iorquino Harlem e ainda não se sabe onde aterrou.., se é que já terá aterrado. O britânico The Guardian (link) considera-a a segunda melhor música do ano, logo atrás de “Vídeo Games” da menina Lana Del Rey (link).
Groove não lhe falta…, arrojo muito menos. Dois mil e doze começa, seriamente, a prometer.

Há Liberdade (CLI)

Regresso [em movimento]..., desta minha velhinha rubrica.



Pipe Dreams from Damien robertson on Vimeo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Musiquinhas de Natal (III)

Neve e arvores despidas. Uma casa quentinha de lareira acesa. Um Pai Natal idiota – como todos os Pais Natal. O coelhinho (da Páscoa) e a pombinha (da paz). Presentes numa arvore enfeitada. Sininhos, guizinhos e as mamocas da Mariah Carey.

Será esta a derradeira musiquinha de Natal?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aprendam

Gonçalo Ribeiro Telles conta quase noventa anos. Qualquer um de nós só pode desejar chegar à sua idade com a mesma presença e clarividência. Ler ou ouvir Gonçalo Ribeiro Telles é sempre sinónimo de aprendizagem. Deixo aqui um curto excerto da magnífica entrevista que concede ao i no passado fim-de-semana (link).

Para aprender…, se assim desejarem e se tal conseguirem.

(…) a nossa história é uma construção através de um regime monárquico e essa ligação à história e à continuidade perdeu-se. E nesse sentido há de facto um recuo enorme, que permitiu depois uma visão diferente do futuro. Quando a monarquia existia havia sempre um futuro na sequência da dinastia.
É essa a vantagem que vê na monarquia?
É essa a grande vantagem. Isso dá um somatório de uma cultura que é muito difícil de arrancar. Só à força é que se arranca. É o que está a suceder. Há a saudade dessa continuidade.
Os portugueses têm saudades da monarquia. Acha isso?
Dessa continuidade com certeza, porque isto é um país inventado e construído. Construído com as condições que tinha de mar, de terra, de solos e inventado pelo género português.
O caminho teria sido outro com uma monarquia?
Tínhamos seguido um caminho mais paralelo dos países escandinavos.
Os reis não são eleitos. Não é um bom argumento a favor da República?
Os reis são eleitos todos os dias.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Da verdade

Ao fim da tarde vi dois comentadores na SICN dizerem qualquer coisa como…, Passos Coelho não podia ter dito o que disse (link) e mesmo que o fizesse não o podia ter dito daquela forma, ainda assim o que disse é verdade. Sublinho, disseram tais comentadores.

Mesmo que muito procurássemos não conseguíamos encontrar melhor imagem do Portugal contemporâneo. Dois conhecidos e reconhecidos “fazedores de opinião” admitem que o facto expresso pelo primeiro-ministro apesar de ser verdadeiro não pode ser dito.

É este o país que temos actualmente. O país que cresceu e engordou à conta do dinheiro alheio. O país das “novas oportunidades”, dos licenciados que administrativamente passam a Mestres. O país das auto-estradas desertas. O país pejado de pontos de abastecimento de carros eléctricos mas que não tem carros eléctricos.

Teria muita piada se tivesse graça este país da mentira. O país onde dizer a verdade merece castigo.

Twitter

Agora, também no Twitter: @ncrolo

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Estão bêbados ou estão malucos?

“Não pagamos, não pagamos, não pagamos, não pagamos”

Lembram-se quando os alunos universitários passaram a ser confrontados com o pagamento de propinas?

Assim parece o povo socialista por estes dias que correm. Foi só querido líder dar o mote (link) para que todos começassem a gritar o refrão.

O discurso e os argumentos apresentados são tão patéticos que apetece com tal gente descer à infra-cave do palavreado e questionar: estarão bêbados (link) ou apenas malucos (link). Ou…, “ambas as duas”?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mas alguém está preocupado com o país?

A questão não é minha mas sim do Camilo Lourenço que aqui (link) por um lado, traduz por miúdos a falácia do défice que vai ficar abaixo de 4,5%, por outro, coloca a nu de forma simples e objectiva a demagogia daqueles que defendem a desnecessidade de tributar extraordinariamente o subsidio de natal deste ano.
Um texto claro, precioso e conciso.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

2011: os discos

Olha.., o ano a chegar ao fim; isto passa depressa…, demasiadamente depressa…, cada vez mais e mais depressa. Bela merda.

Apetece-me repetir o exercício do ano passado (link). E volto a chegar à mesma conclusão do ano transacto…, tenho de prestar mais atenção à boa musica.

Coisinhas boas de 2011 são – sem qualquer ordem específica:

Anna Calvi - Anna Calvi;
Metronomy - The English Riviera;
The Black Keys - El Camino, que conseguem a proeza de figurar nesta “diz que é uma espécie de lista” dois anos consecutivos.

Mais. O premio “mais vale tarde que nunca por isso Pedro continua a ouvi-los em 2011” vai, ex aequo, para:
Destroyer – Kaputt;
St Vincent - Strange Mercy;
Fleet Foxes - Helplessness Blues

E já agora tomem lá mais três.

Prémio “fraquinho…, estava à espera de muito melhor”: Komba - Buraka Som Sistema
Prémio “…e 2012 começa aqui”: Lana Del Rey.
Prémio “demora muito?”: o novo dos The XX, anunciado para a primavera.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Musiquinhas de Natal (II)

E este tesourinho…? Belo achado. Provavelmente, este Senhor continua, ainda hoje, a ser o Rei. Esta é bem mais do que uma simples musiquinha.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Musiquinhas de Natal (I)

Despachemo-nos. Que nada nem ninguém espera por nós. Muito menos o Natal.

A “nave do tempo” voltou a partir rumo aos anos oitenta e trouxe de lá este clássico natalício. Clássico…, para os felizardos que por essa época obtinham a sua iniciação a um “mundo sempre pop”.

Adam Clayton (U2), Phil Collins (Genesis), Bob Geldof, Steve Norman (Spandau Ballet), Chris Cross (Ultravox), John Taylor (Duran Duran), Paul Young, Simon Le Bon (Duran Duran), Bono (U2), George Michael (Wham!), Midge Ure (Ultravox), Bananarama, David Bowie, Boy George (Culture Club), Holly Johnson (Frankie Goes to Hollywood) e mais muito mais – como se diz sempre nestas ocasiões. Todos tão novos…

É apenas uma boa canção, simples. Uma musiquinha…, mas foi, sobretudo, um grande momento.


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Assim de repente...

Tal como disse o Nuno Galopim (link) no twitter…, “há muito que não ouvia a voz de Jimmy Sommerville numa canção decente”.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Deixem-nos em paz



É isto o Socialismo, a esquerda democrática, dizem eles…
Com que então pagar as suas próprias dividas é uma “ideia de criança”. Pagar a quem nos fiou é uma “ideia de criança”. Está tudo dito, bravo!

Foi pois esta cavalgadura (link) que alguns de vocês elegeram primeiro-ministro de Portugal; duas vezes.
Os mesmos que agora nos querem impingir mais do mesmo. Seja com Seguro, Costa ou outro lunático qualquer.

Tenham paciência. Dêem-nos um pouco de paz. Por favor!

Gostaste do sabor a água salgada?

Cory and Alana from Blake Kueny on Vimeo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Não, isto não vem n'O Avante

«Agora não é tempo para o exercício de democracias directas ou indirectas. (...) Portugal não tem tempo a perder com formalismos próprios de gente rica».

Fragmentos de felicidade

"Megastoked".

"Hoje cometi mais uma vez a loucura de acordar as 6h da manhã e ir entrar em Carcavelos ainda de noite, por volta das 7h".

"Esquerdas e direitas, era só escolher, e sem ninguém dentro de água!".

"Vou começar a fazer isto mais vezes (...) e depois, sejamos sinceros: ver o sol nascer no mar, especialmente ali em Carcavelos, junto ao forte, com o mar a reflectir aqueles tons dourados e no horizonte aquela neblina maritima é algo que o dinheiro não paga!".

Não sou muito de partilhar aqui no fórum onde entro ou deixo de entrar (...). Mas não posso deixar de comentar este post...

Hoje tal como ontem entrei no mesmo local pelas 8h15…, e não te querendo tirar o sorriso…, se gostaste hoje do mar ontem então..., põem lá mais meio metro em cima do que estava hoje e imagina mais glass ainda. Direitas limpas e perfeitas a partir desde (...). Eu e mais um ou outro apenas na água…, sim a perfeição existe e ainda é possível em Carcavelos, mais ou menos à porta das nossas casa.

E depois há esse amanhecer de gala que falas. Ontem e hoje vi e senti aqueles momentos mágicos em que o sol nasce a brincar às escondidas entre as nuvens e paira uma estranha cor lilás e doirada sobe o verde escuro da água. E por momentos pensamos..., será o paraíso é aqui?

Há dinheiro que pague isto? Claro que sim…, porque o preço a pagar – acordar cedo, o trânsito, o combustível e o altíssimo custo de oportunidade – é ridiculamente baixo. A esmagadora maioria das pessoas é que ainda não se deu conta…, felizmente.

"Devia de ser sempre assim!!"

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dos excedentes

Antes que crucifiquem Seguro, não se esqueçam que o vudu económico é rico em reviravoltas dogmáticas e que o açambarcamento de um bem tende a ser severamente punido em épocas de escassez desse mesmo bem.

Musiquinhas de Natal (0)

O ARCÁDIA irá fazer sete anos no próximo dia 15 de Janeiro. Parece impossível…
Pois, mas não é. Sete anos é obra…, somos uns decanos da blogocoisa.

Enquanto o chefe da quadrilha se mantém exilado em Paris a estudar filosofia – pausa para gargalhada… – por cá atribui-se a Gaspar e a Coelho o pobre Natal que se avizinha.

A “velhice” do blogue, ladrões vários e Natal. O que é que uma coisa têm a ver com outra. Nada? Resposta errada. Tudo.

Tristezas não pagam dividas e há falta de melhor é tempo de colorir este estupendo sobrevivente blogue com musiquinhas de Natal. E já não é nada mau…

E comecemos mais ou menos pelo fim. Não há volta a dar. Para quem cresceu nos anos 80 esta foi, é, e sempre será “the ultimate christmas song”. Que atire a primeira pedra o nabo que nunca abanou a anca ao som de “Last Christmas”.



domingo, 4 de dezembro de 2011

OH Senhor..., voltaste-te a enganar...


...não era este (link); era o palerma do estudante parisiense de filosofia.

sábado, 3 de dezembro de 2011

A reforma da administração local

Estive por estes dias no XIII Congresso da Associação Nacional de Freguesias, onde se debateu o Documento Verde da Reforma da Administração Local.

O ambiente era de rejeição do documento por o mesmo assentar em critérios demasiado rígidos e não atender às especificidades de cada local.

Em vez de se olhar para o exemplo do trabalho realizado em Lisboa (concordando-se ou não com o resultado, a verdade é que se procurou escutar toda a gente), optou o Governo por definir soluções automáticas, como se Freguesias com centenas de anos, continuadoras do primevo papel administrativo das Paróquias, fossem meros departamentos ministeriais, criados e extintos ao sabor das modas.

Por infelicidade, procurou-se defender a extinção de freguesias com o argumento de redução de despesa.

Pois bem: as Freguesias portuguesas pesam 0,1% no Orçamento de Estado, mas mesmo assim muitas Juntas de Freguesia funcionam como "postos avançados" dos Correios, dos Centros de Emprego, da Segurança Social, etc., além do facto de, em muitos e muitos locais do nosso país, ser a Freguesia a única presença da República.

Para memória futura, sublinhe-se que as Freguesias portuguesas não só não criaram dívida, como o impacto positivo de cada euro aplicado ao nível das freguesias é quatro vezes superior ao conseguido quando é gasto pelos municípios e pela administração central.

Por fim, lamento a violenta reacção de congressistas à intervenção de Miguel Relvas. Eu sou dos que ficaram sentados em silêncio para escutá-lo, porque acredito que em democracia impõe-se que nos ouçamos e respeitemos mutuamente.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Passos inseguros

Tenho sido comedido em relação a António José Seguro. Na verdade, desde que se tornou líder do PS, penso não lhe ter dedicado uma única linha.

Infelizmente, é cada vez mais claro o enorme vácuo em que Seguro transformou a liderança do maior partido da oposição. E não sou só eu que o digo…, muito pelo contrario. Quase todos os votantes socialistas com que vou falando são unânimes. “Com Seguro o PS não vai lá”, dizem-me…, enquanto suspiram por António Costa. Sorrio; duplamente.

No seu estilo vagamente caceteiro, hoje no i, António Ribeiro Ferreira (link)diz tudo com um arar economia verbal: para mal dos seus pecados, António José Seguro só teve direito a um estado de desgraça enquanto vê Passos Coelho avançar com políticas duras, orçamentos violentos e manter mesmo assim uma ampla base popular de apoio e um estado de graça pouco vulgar na sociedade portuguesa.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ainda o Derby

“Quem não esteve num peão não me fale em condições boas ou más”. E é bem certo…
A frase não é minha mas sim da Marta, que esteve no jogo do passado sábado à noite e pública aqui (link) e aqui (link) dois magníficos relatos (ainda por cima no feminino) do que viu e sentiu do “outro lado da barricada”.

A certa altura a Marta diz também…, “sempre houve inconsequentes, bem sei, mas antes havia quem pusesse mão nisto, havia os que a certa altura diriam “Já chega” agora os inconsequentes parecem-me em maior número”. Acho que este é o sentimento dominante que resulta, não apenas do pós-jogo, mas sim de toda a polémica estéril e desnecessária em redor do novo “sector visitante” do Estádio da Luz.

domingo, 27 de novembro de 2011

Benfica Sporting

Mais uma vez estive hoje no Estádio da Luz.
Pela primeira vez, no caminho de casa para o Estádio (moro a 15 minutos a pé do Estádio da Luz e do de Alvalade), fui abordado por elementos de uma claque de um clube rival, da Juventude Leonina.
Nós éramos dois e "eles" cinco. Implicaram com a minha camisola do Benfica e puxaram-na
(é bonita eu sei). Libertei-me e prossegui o meu caminho, interrogando-me por que razão os agentes da polícia que estavam a 50 metros de distância fizeram de conta que não tinham visto nada...

Quanto ao jogo, o costume: o Benfica a jogar e a marcar, o Sporting a levar duas bolas no barrote e em superioridade numérica.
No fim, uma grande vitória do Benfica e o sector onde estavam os dirigentes do Sporting incendiado...

Enfim...

Delicioso


Obrigado lagartos ridículos e imbecis por terem materializado hoje a velha expressão "INFERNO DA LUZ", tornando assim ainda mais inesquecível esta magnifica noite. "Con perdón de las damas, que la chupen y que la siguen chupando". VIVÓ BENFICA!!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um novo rumo

Este é o momento de mobilizar os cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático como forma de combater a crise.
Não podemos assistir impávidos à escalada da anarquia financeira internacional e ao desmantelamento dos estados que colocam em causa a sobrevivência da União Europeia.
A UE acordou tarde para a resolução da crise monetária, financeira e política em que está mergulhada. Porém, sem a resolução política dos problemas europeus, dificilmente Portugal e os outros Estados retomarão o caminho de progresso e coesão social. É preciso encontrar um novo paradigma para a UE.
As correntes trabalhistas, socialistas e sociais-democratas adeptas da 3ª via, bem como a democracia cristã, foram colonizadas na viragem do século pelo situacionismo neo-liberal.
Num momento tão grave como este, é decisivo promover a reconciliação dos cidadãos com a política, clarificar o papel dos poderes públicos e do Estado que deverá estar ao serviço exclusivo do interesse geral.
Os obscuros jogos do capital podem fazer desaparecer a própria democracia, como reconheceu a Igreja. Com efeito, a destruição e o caos que os mercados financeiros mundiais têm produzido nos últimos tempos são inquietantes para a liberdade e a democracia. O recente recurso a governos tecnocratas na Grécia e na Itália exemplifica os perigos que alguns regimes democráticos podem correr na actual emergência. Ora a UE só se pode fazer e refazer assente na legitimidade e na força da soberania popular e do regular funcionamento das instituições democráticas.
Não podemos saudar democraticamente a chamada “rua árabe” e temer as nossas próprias ruas e praças. Até porque há muita gente aflita entre nós: os desempregados desamparados, a velhice digna ameaçada, os trabalhadores cada vez mais precários, a juventude sem perspectivas e empurrada para emigrar. Toda essa multidão de aflitos e de indignados espera uma alternativa inovadora que só a esquerda democrática pode oferecer.
Em termos mais concretos, temos de denunciar a imposição da política de privatizações a efectuar num calendário adverso e que não percebe que certas empresas públicas têm uma importância estratégica fundamental para a soberania. Da mesma maneira, o recuo civilizacional na prestação de serviços públicos essenciais, em particular na saúde, educação, protecção social e dignidade no trabalho é inaceitável. Pugnamos ainda pela defesa do ambiente que tanto tem sido descurado.
Os signatários opõem-se a políticas de austeridade que acrescentem desemprego e recessão, sufocando a recuperação da economia.
Nesse sentido, apelamos à participação política e cívica dos cidadãos que se revêem nestes ideais, e à sua mobilização na construção de um novo paradigma.
Manifesto "Um novo Rumo"

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ali ao lado

«Mais uma vez um partido do socialismo democrático imolou-se no altar das medidas adversas e seguiu um guião que não era o seu à partida. Mesmo assim o PSOE não deixa a Espanha em pior situação europeia do que a Grécia da Nova Democracia, ou a Itália de Berlusconi.»

domingo, 20 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Convosco só mesmo a ignorância - 2ª parte

Educação. “O grande projecto do Governo” e “a grande batalha de Portugal”, para José Sócrates. A “paixão” de António Guterres.
É isto…

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Convosco só mesmo a ignorância

Mesmo descontado o que há a descontar nestes habituais números de “apanhados” o trabalho da Sábado (link) não se apresenta apenas como vergonhoso. Estas imagens vão para lá da vergonha. São ultrajantes.

Ando eu, indirectamente, com os meus impostos a financiar a educação desta gente. Andam os pais, directamente, sabe Deus com que sacrifícios, a trabalhar para “educar” estes imbecis. Esperam vocês que seja esta geração – não é rasca muito menos está à rasca, simplesmente estúpida – a pagar a nossa reforma?

Calma..., há mais culpados. Fica assim, ainda, à vista duas décadas de educação “socialista, laica e republicana”. A Educação era a Paixão de António Guterres, recordam-se? A Educação era a Prioridade de Sócrates, dos seus “Magalhães” e das suas tropelias de menino mimado.

É este o resultado…

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Onde está o funcionário público?...

…Onde está a austeridade! E é vê-los desesperados a fugirem deste policy virus como outrora se fugia da PIDE. Hoje, os militares dizem publica e convictamente que não são funcionários públicos, os juízes dizem que não são funcionários públicos, os funcionários parlamentares argumentam sempre que podem que têm um estatuto diferente dos funcionários públicos, os professores universitários não são funcionários públicos sempre que não há interesse, o próprio actual secretário de estado da administração pública, trabalhador do Banco de Portugal, num evento académico, apresentou-se desde logo como alguém que não pertencia à função pública… face ao exposto, é legítimo perguntarmo-nos onde, que raio, se pode encontrar um funcionário público?

A resposta pode ser simples: em lado nenhum! Porque a expressão “funcionário público” foi morta pela lei fundamental portuguesa na revisão constitucional de 1982, ao mudar a expressão ‘funcionários e agentes do Estado e das demais entidades públicas’, constante do primitivo artigo 270.º, n.º 1, para ‘trabalhadores da Administração Pública e demais agentes do Estado e outras entidades públicas’, do novo artigo 269.º. O objectivo era duplo: acabar com a redução do “funcionário público” a um mero elemento integrante do aparelho administrativo sem “igualdade laboral”, por um lado, e de abranger o sentido amplo da expressão material de “trabalhador”, substituindo-se assim o conformador critério orgânico-formal, pelo critério material-funcional, embora ambos tutelados por direitos e deveres, gerais e especiais, por outro.

A extrema-unção da expressão e significado de “funcionário público” foi dada em 2008, pela denominada LVCR (o Código do Trabalho do sector público), que veio matar de vez as réstias discursivas e interpretativas deste conceito jurídico (ainda avulso em algumas leis e regulamentos, embora sempre bem actualizados e assimilados há muito pela jurisprudência constitucional).

E o que mudou com a LVCR? Várias coisas, mas destaco estas: primeiro (abordagem jurídico-funcional), quem trabalha no Estado é “trabalhador que exerce funções públicas”, independentemente da modalidade de vinculação ou da relação jurídica de emprego público (nomeação, contrato, comissão de serviço tarefa, avença, etc); segundo (abordagem subjectiva), dentre estes trabalhadores há “funções” que têm leis especiais, mas mesmo estas estão sujeitas a certos princípios basilares da LVCR, incluindo os trabalhadores (as leis que lhe são aplicáveis) do sector empresarial do estado; terceiro (abordagem objectiva), todos os serviços e organismos da administração directa (por ex.: ministérios), indirecta (v.g., institutos públicos), regional, autárquica, serviços e órgãos de apoio aos demais órgãos de soberania (Presidente da República, Assembleia da República, tribunais, Ministério Público, autoridades independentes, etc.).

Ou seja, a dúvida instalada versa mais sobre a distinção entre função pública e funções públicas, do que propriamente sobre quem é “funcionário público”, pois estes extinguiram-se! A admitir-se a gíria da expressão, à força ou por simplificação, então “funcionário público” hoje é quem “exerce funções públicas”, que para além do suporte literal, tem apoio jurídico. Se se quiser abusar das interpretações do actual “conteúdo” da expressão outrora “funcionário público”, então os corpos profissionais que mais dela se aproximam são precisamente os militares, juízes, funcionários do Banco Portugal e afins, cujos estatutos laborais especiais são do que há mais próximo do regime do antigo “funcionalismo público”, maxime com a manutenção generalizada da vinculação de “nomeação definitiva”, não fazendo, pois, parte dos cerca de 400.000 “ex-funcionários” que passaram a “contratados” em 2009! Curioso, não?

Traduzindo, grosso modo, se se quiser encontrar regime de função pública à antiga, tem de se procurar nos tribunais, nas forças armadas, nas polícias ou inspecções, porque dois terços dos trabalhadores do Estado são trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas! Se se é tão “rigoroso” para as expressões antigas, então que não se perca o sentido actual, ou pelo menos o mais próximo. Aqueles que se dizem não ser “funcionários públicos”, já agora, que não se esqueçam de também referirem que não são “funcionários públicos” para efeitos de dependência orçamental, segurança no emprego, regime da duração semanal do trabalho, disciplina deontológica e dos deveres laborais, regime de protecção e benefícios sociais (ADSE, CGA), etc, pois não se pode fazer depender a submissão laboral ao regime das funções públicas dos interesses à la carte dos corpos “especiais” da função pública. A lei laboral não é uma lei do consumidor.

Concluindo, nas relações de trabalho do Estado, jurídico-formalmente, o conceito de funcionário público morreu, não existe. E o sentido actual de “função pública” (separado do originário função da administração pública) só é distinguível, em rigor, da expressão “função política”, dada a prevalência do critério material-funcional, com suporte jurídico-formal. E convém recordar que também já não se pode dizer que existe uma só administração pública, há várias, algo reconhecido pelo actual estado e por toda a União Europeia e demais instituições internacionais, sobretudo na área laboral pública. O Banco de Portugal sabe disto muito bem, pois está incluído nelas, como bem assume em todos os relatórios económicos que produz. Rejeitar a própria identidade para não sofrer as consequências da sua pertença, lembra-me certas personagens bíblicas, mas mesmo nos idos antigos austeridade não era necessariamente antónimo de seriedade ou de ilegalidade.

O que é isto?

It´s a bird...?





It´s a plane...?

domingo, 13 de novembro de 2011

Campo Contra Campo (CLXIII)

Sangue do meu Sangue, *****

Minha culpa, minha tão grande culpa…, onde terei eu andado para só agora ter tomado contacto com a obra de João Canijo? A ver filmezecos menores dos Woody Allen’s desta vidinha…, pois…

Era capaz de estar uma tarde inteira a escrever sobre este filme. E se calhar ainda era pouco.

O filme de Canijo é desde logo um fresco monumental sobre as condições de vida da maioria dos portugueses nos dias que correm. Cuidado…, o Bairro Padre Cruz onde o filme é levado a cabo não é um esconso arredor de Lisboa. Não, o Bairro Padre Cruz é Lisboa. Limítrofe é certo, mas ainda Lisboa. Como a Mouraria é Lisboa, a Graça, a Bica e a Madragoa. As Galinheiras, a Pontinha, a Encarnação, o Alto do Pina. Lisboa não são, apenas, as suas Avenidas Novas, Telheiras e a sua Alta. Lisboa é o filme de Canijo. Portugal é aquilo. E não é preciso ir muito longe, para o país real como nos áureos tempos do Cavaquismo se sublinhava, para nos encontrarmos com as zonas de pobreza. Hoje somos e seremos todos pobres. Uns mais outros menos, certamente, mas…, todos pobres.

Depois há a cinematografia. Canijo tem aquele dom – um deles – que define os grandes autores de Cinema. Filmar onde não há espaço, dizer muito em tão poucas frames. E aqui o trabalho do realizador português é surpreendentemente magnífico ao colocar amiúde dois planos de acção – não sei se será este o termo técnico adequado – numa espécie de “split de um plano só” – aqui comecei mesmo a inventar termos… Dois ou três planos? Três, não nos esqueçamos das paredes “de papel”, os velhos (abandonados?) vizinhos que nunca se calam…, até as badaladas do relógio da igreja local contam.

Há tanto, tanto cinema num só filme de Canijo. As personagens, as interpretações, a direcção artística. Porra…, que grande filme. Obra-prima, sem dúvida. Deve ser visto por todos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O “momento Madeleine McCann” do surf em Portugal

Um dia desapareceu uma criança no Algarve. Nunca sabendo muito bem porquê a Sky News decidiu colocar o facto em “Breaking News”. O deprimente espectáculo que se seguiu é por demais conhecido de todos. Entre outras coisas mais, nunca ficámos a compreender por que é raio foi aquela criancinha lançada às feras do “Breaking News”, e não outra qualquer das milhares que desaparecem todos os anos por esse mundo fora.

Um destes dias – ainda ninguém compreendeu muito bem quando – um surfista de ondas grandes que está de viagem a Portugal, surfou uma onda gigante na Nazaré. Ontem na longínqua redacção do canal norte-americano de deporto ESPN decidiram colocar as imagens do momento no ar acompanhadas da expressão “recorde”. À velocidade que a fibra permite a novidade espalhou-se por esse mundo fora, sendo transformada rapidamente, primeiro pela SIC e depois pela primeira página do DN de hoje, na “maior onda do mundo surfada”.



Estamos claramente perante o “momento Madeleine McCann” do surf em Portugal. Todos sabemos como é que (não) acabou tal filme de terror. Cada qual que retire daqui as suas conclusões.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Música dedicada ao Trancinhas

Da banda com a melhor música do mundo

O segundo filme-documentário vem aí:

SIGUR RÓS - INNI from Sigur Rós.

Um preto de merda é um preto de merda

Conheço pretos de merda e brancos de excelência; mas ao longo da vida também tenho conhecido o contrario: brancos de merda e pretos de excelência.

Nunca conheci nenhum preto que não tivesse orgulho nisso mesmo: ser preto. Um preto é um preto. Como eu sou branco e ali aquele é amarelo. Por isso sempre me fez alguma confusão um preto ficar chateado por lhe chamarem preto. Porra um preto é um preto não é um negro. Eu não sou claro, sou branco.

Tenho amigos brancos, pretos e até amarelos. Mas nenhum é de merda.

Como se reconhece então um preto de merda?

Simples. Um preto de merda reconhece-se, por exemplo, por servir os seus amos – que por sua vez têm outros amos ainda maiores – agachado, pois não tem espinha (coluna vertebral), dizer o que lhe mandam, inventar historia fantásticas e ser estúpido – Javi García arrisca multa e Alan três jogos de castigo (link).

…ah e, finalmente, pela cor da pele. Como é preto estamos perante um preto de merda, se fosse chinoca estaríamos perante um amarelo de merda, já se fosse branco, estaríamos, obviamente, perante um branco de merda.


Na imagem que acompanha este post estamos perante a ilustração do que acabou de ser dito. Um ser infra-humano, colega de profissão de um homem, a tentar partir a perna – o seu ganha pão – a este. Por outras palavras: um preto de merda caceteiro agride um branco de excelência. Podia ser ao contrário? Podia, mas não é!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Vai trabalhar malandro

Gente que nunca fez nada, rigorosamente, nada na vida.

Gente que passou uma existência inteira a mamar na teta dessa enormíssima vaca chamada Orçamento Geral do Estado.

Gente a que se deve, em muito, o ponto a que “isto” chegou.



Enquanto for dado o megafone para a mão de gente desta laia…, nada mais há a fazer.

Depois da Emigração a Fome

Depois do regresso da Emigração, trinta anos depois a Fome regressou a Portugal. Já só falta a suspensão da Democracia.

«Chegam sem a refeição da manhã, rondam sistematicamente o bar, mas nada compram. As escolas identificam assim cada vez mais alunos com carências alimentares, aos quais procuram dar resposta, apesar de os seus orçamentos também estarem em crise.» Correio da Manhã

domingo, 6 de novembro de 2011

Founding Fathers

Afinal Pedro Martins de Lima não é apenas o “pai do surf português”. É também “a mãe” do bodyboard em Portugal. Querem ver e ouvir?

“Os Pioneiros do Surf em Portugal” é uma interessante reportagem SIC inserida na rubrica “Perdidos e Achados”; carregadinha de imagens icónicas e momentos deliciosos.

sábado, 5 de novembro de 2011

Da soberba

O João Miranda do Blasfémias diz que «Há quem diga que existe um conflito entre a democracia e os mercados. Os gregos, coitados, querem fazer coisas mas os mercados não apostam na dívida grega. É uma opressão e uma chantagem. Mas não são só os mercados que oprimem a democracia. Experimentem referendar a gravidade. Vão ver que como a física oprime a democracia».

Pese embora seja surpreendente que já se diga em voz alta que a Democracia é um empecilho para o funcionamento "dos mercados", não é a primeira vez que pensamento como este domina a vida económica, em que uma corrente da Economia e as Finanças se torna Deus ex Machinna, e em que as pessoas deixam de ter voz: foi este um dos ingredientes que conduziu Hitler ao poder.

É que demonstra um estudo académico espanhol:

«Quanto mais corto nos benefícios sociais, mais agitação social tenho. O nível expectável de agitação aumenta maciçamente à medida que cai a despesa do Estado. (...)

Se tudo desabar na agitação social, haverá um segundo ciclo em que nos vamos deparar com menos crescimento e receitas fiscais ainda mais baixas. Depois tem que se cortar outra vez e vamos acabar numa espiral, vamos acabar por destruir grande parte do tecido social e político que mantém a estabilidade na Europa. (...)

É o que os alemães viveram no início da década de 1930. A cada ano, o governo tomava novas medidas orçamentais, reduzia os salários da função pública, tentava equilibrar o orçamento e sempre que fazia isto a economia contraía ainda mais, as receitas fiscais era ainda mais baixas, o governo tinha de cortar mais e, no final, destruiu a democracia alemã. Repetir este erro é completamente imperdoável, em 2011.»

E como hoje é 5 de Novembro, nada como olhar de frente para a soberba e dizer: "lembrem-se, lembrem-se", porque nós lembramo-nos!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CNN #fail

Ok. Tão cedo não me apanham a dizer mal da malta ignorante da “Casa dos Segredos”.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Kelly Slater, és o meu herói!....

Há quem diga que ele não é da nossa raça. Chamam-lhe extraterrestre, Alien. Discordo.

Perante Kelly Slater não estamos apenas face ao melhor desportista de todos os tempos. Perante Kelly Slater estamos perante um ser humano extraordinário que desafia diariamente os limites da condição humana.

Kelly Slater acaba de vencer o seu décimo primeiro título de campeão mundial de surf. Kelly Slater tem, tal como eu, trinta e nove anos. Kelly Slater é antes demais e depois de tudo um exemplo. Quando vejo Kelly Slater a surfar nunca deixo de pensar, “estás a ver Pedro, aqui tens um gajo da tua idade que num meio altamente competitivo não só olha de igual para igual para os mais novos, como os bate; e, mais importante de tudo, aprendendo com eles recicla-se diariamente, nunca se cansando de apontar o caminho a seguir”.

Kelly Slater, és o meu herói!


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Apoel comprou...

Pinto da Costa em entrevista à SIC 2007:

Jornalista SIC:
E gastaram menos de treze milhões em compras.

Pinto da Costa:
Sim, por aí.
De jogadores que eu não tenho a mínima dúvida.
Não compramos Manducas (...)

Mudam-se os tempos mantem-se o discurso

No Combustões (link) o Miguel chama-lhe a “pré-história da miséria”. Ou…, digo eu, como será possível que em quase quarenta anos alguns não tenham aprendido nada de nada?

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A nacionalização da banca portuguesa

Em cada um dos portugueses passou a haver um banqueiro. É verdade que sempre houve, por via da Caixa Geral de Depósitos. Mas agora alargou-se. Portugal, verdadeira república bancária portuguesa. Esperemos que tudo corra na perfeição. Porque, se assim não for, teremos longos anos de solidão.


Dia negro nas bolsas.., mais um.
Os magníficos textos de Ulisses Pereira no Negócios, são das poucas coisas a que ainda vai valendo a pena estar atento na imprensa portuguesa. Na integra aqui (link).

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A lenta agonia da Praia da Barra em Aveiro


Enquanto a comunicação social se entretém com assassínios de velhotas e políticos perdidos caídos em desgraça…

Enquanto o povinho se entretém em tentar salvar todos os cãezinhos e gatinhos por essas redes sociais virtuais fora…

Enquanto um povo inteiro se entretêm a contar os trocos…

A costa portuguesa, a maior riqueza desta Nação agora penhorada, continua a sofrer em silêncio; perante uma classe política que cada vez mais se assume como a maior desgraça que algum dia cruzou os séculos da gloriosa Historia de Portugal.

Basta fazer esta simples pesquisa (link) na Rede e nada. Nem uma única menção a este drama.

Também eu, em tempos, conheci a maravilhosa Praia da Barra com o magnifico areal que a foto (clicar para ampliar) documenta. Perante anos e anos de abandono é este, (como documenta a outra imagem) o actual estado calamitoso em que se encontra. O tardio inicio do Outono tem colocado a descoberto o momento débil das praias de Portugal. As tempestades da semana que passou levaram toneladas de areia, por exemplo, das praias da Caparica. Mas o fenómeno não é local. É nacional, afecta toda a nossa costa como as imagens deixam bem claro

Para esta semana espera-se, pelo menos, mais um temporal vindo de sudoeste. E as praias portuguesas lá vão ficar, uma vez mais, abandonas aos ditames da meteorologia; provavelmente..., até delas não restar grão de areia

domingo, 30 de outubro de 2011

Campo Contra Campo (CLXII)

“Midnight in Paris” – Meia-Noite em Paris, ***

Compreendo agora o porquê deste ter sido o maior sucesso de bilheteira de Woody Allen, na sua terra natal, nos últimos anos.

Ao contrário do que se foi escrevendo por ai no advento do filme, este é a mais fraca obra do decano realizador em muito tempo – não admira pois que os norte-americanos tenham gostado tanto dela.

“Dá que pensar”, “boas recordações”, “grande filme”…, escreve-se por essa Rede fora. Nada disso; cinematograficamente paupérrimo - há uma sequência em Versalhes que fica na memória, apenas – a viagem errante no tempo e no espaço que o argumento nos proporciona acaba por tornar-se entediante.

Basta isto para descrever “Meia-Noite em Paris”. Sem esquecer - atenção - que é de um Woody Allen que estamos a falar.

sábado, 29 de outubro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Campo Contra Campo (CLXI)

Três “ideias” – muito diferentes - de cinema para o fim-de-semana (alargado) que se avizinha. Uma já…, mais tarde as demais.

As Aventuras de Tintin: O Segredo do Licorne, *

Estou à vontade. Não sou fã da banda desenhada. Foi pois, quase, despido de preconceitos e expectativas que fui ver um filme que alguma comunicação social diz ter levado 30 anos a “conseguir fazer”. Irra!

Sejamos breves e claros. Este Tintin de Steven Spielberg e Peter Jackson não presta para nada. E não vale, rigorosamente, nada porque é uma amálgama de imagens em movimento, sem ponta por onde se lhe pegue, com putativas piadas sem graça, sem personagens, um argumento básico preenchido com lugares comuns velhos de mais de cem anos de sétima arte. É Tintin como podia ser “Zé do Telhado” ou outro “herói” qualquer.

Decepcionante mesmo para quem chega à sala vazio de expectativas. Bolas…, afinal é de Spielberg, o maior vendilhão de sonhos da nossa juventude, de que estamos a falar.

É então com alegria que vemos chegar o genérico final. Porque o filme acabou e porque vamos, enfim, poder ouvir em paz a sempre gloriosa musica de John Williams.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Isto é Rock and Roll..., baby!

Estes rapazes são claramente a melhor banda do momento.

No final do ano passado prometi a mim mesmo que não perderia concerto, ou mesmo festival, onde eles fossem cartaz ou, simplesmente, nota de rodapé. Não quero acreditar que o ano vai acabar e ninguém os trouxe a Portugal.

Ou seja, embora não pareça nestas (como em muitas outras) andanças continuamos bem periféricos.

Para ouvir, em repeat e chorar por mais.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Feriados

Anda a circular por ai…, já recebi e-mails com menos graça…

O primeiro feriado a ser anulado deve ser o 25 de Dezembro, pois sem o respectivo subsídio não faz sentido comemorar tristezas!
Depois o 1 de Maio, uma vez que estamos praticamente com a maioria dos trabalhadores no desemprego!
O 25 de Abril deve ser só considerado tolerância de ponto entre as 00H00 e as 6H00 da manhã!
O 10 de Junho deve ser eliminado, uma vez que quem manda nisto é a troika!
Devemos manter-nos inflexíveis na defesa do 1 de Novembro, pois é o dia dos mortos!

sábado, 22 de outubro de 2011

O Presidente que os portugueses merecem

Muito haveria a dizer sobre Cavaco e as suas últimas cavacas e cavaquices; mas tenho mais que fazer.

Ainda assim fica esta simples nota. Exigir a outros algo que não se tem é de facto uma característica muito tuguinha

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

n músicas cxxiii

"O Mar é que manda"

Ainda na ressaca do Rip Curl Pro Portugal, PAS (link) chama-nos à atenção para este magnifico, lindíssimo, “Sinais” de Fernando Alves na TSF (link).

Lentamente, muito lentamente, parece que o português em geral começa a olhar de forma diferente para o Mar. Com um olhar que já não será de naufrágio, ainda de descoberta, talvez “lá” chegaremos um dia. Demorará nunca menos de uma geração, mas, aparentemente, estamos no bom caminho.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

É verdade…

…então e os indignados?
Já foram todos para casa? Não vinham fazer uma revolução?
Quando é a próxima Assembleia Popular? Logo agora que eu até tinha arranjado um tempinho…

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Épico

Épico…, é assim que um pouco por esse mundo fora se adjectiva o que se passou durante dois dias e meio em Supertubos, praia de Peniche, Portugal.

Raramente, corrijam-me se estou enganado, vi tal unanimidade em torno de uma competição de surf.

Durante cerca de cinquenta horas, aquele pedaço de litoral português foi sistematicamente comparado à grande catedral dos desportos de ondas. E eles, todos os que esgrimam em tal arena, foram constantemente unânimes. Supertubos em pouco ou nada difere de Pipeline-Backdoor. Até aos mais atentos e críticos custa de certa forma acreditar. Mas é a mais pura das realidades.

Bem real é também a imagem que acompanha este texto. Uma daquelas que faz jus à máxima: “uma imagem, vale mais do que mil palavras”.

Ora fiquem lá com outro lugar comum: aloha!

ACTUALIZAÇÃO: Os ecos destes dois dias e meio não param de surgir em catadupa na Rede. Julio Alder (link), o Sr. Júlio Alder, não tem papas na língua e afirma sem complexos que "esse foi o melhor campeonato de surfe de toda história"; e prova-o, com números (link). Arrepiante.

Férias das férias

Há quanto tempo não rasuro meia dúzia de linhas arcadianas?

A resposta a esta simples questão constitui um belo barómetro do prazer. De facto, nestes anos todos, raramente tenho sido tão sucinto em palavras.

E, de certa forma, isso só pode ser bom. De férias desde o inicio do mês, e até ao fim do mesmo, tenho aproveitado da melhor forma o incrível tardio verão tropical que se instalou aqui no rectângulo.

Já nos últimos dias rumei a Oeste. E tive oportunidade de assistir àquele que devia ser um manifesto momento de puro orgulho nacional. À terceira vez que Peniche recebe uma prova do Campeonato Mundial de Surf já ninguém “no Circo” duvida. Portugal tem, efectivamente as melhores ondas da Europa. O Sudoeste francês é passado e…, o outrora afamado litoral do País Basco já nem sequer é mencionado.

Tugas…, querem emoção e orgulho no vosso cantinho? Esquecei o Ronaldo, o Mourinho e demais ricos bimbos (e bimbos ricos), Para o ano façam como algumas dezenas de milhar e em Outubro dêem um salto a Peniche – mas, por favor, deixem a vossa imundice em casa e limpem o lixo que fizeram na praia, ok?.

Tanta agitação (marítima) deixou-me particularmente enjoado. Que é como quem diz, estou engripado. E todos sabemos como são os homens, ainda que vagamente, doentes. Vi pois a “placa BOX”. Tempo de pôr correio e outras obrigações em dia. Mas primeiro vou ali comprar “A Bola”. Pois “é o Benfica que aqui vai, deixó passar, deixó passar… (…)”.

Volto já.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os sacrifícios não são para todos

Na mesma semana em que os funcionários públicos souberam que vão ter cortes adicionais nos seus vencimentos e em que os serviços públicos (escolas, hospitais, tribunais, etc.) souberam que vão ter cortes nos seus orçamentos, a aprovação do aumento do financiamento público a escolas privadas não pode ser senão uma provocação.

No meio do sacrifício popular, salvam-se as Instituições Particulares de Solidariedade Social e as escolas privadas. Não admira portanto que a Igreja Católica portuguesa esteja disponível para discutir os feriados religiosos...

Pensões e direitos adquiridos

Agora que os “direitos adquiridos” foram extintos em Portugal, talvez seja uma boa altura para reflectir nas pensões de reforma. É que o movimento geral vai no sentido de o valor das reformas ter como base a carreira contributiva completa dos trabalhadores, determinando – no futuro – que a taxa de substituição da pensão em relação ao último salário fique abaixo dos 50%.

Ora, fará sentido que neste momento haja pessoas a receber pensões de reforma elevadas e que não traduzem uma verdadeira carreira contributiva?

Fará sentido continuarmos a pagar pensões de 18 mil euros por 18 meses de trabalho?

Fará sentido continuarmos a pagar subvenções vitalícias aos ex-deputados, matéria aliás secreta?

Penso que estão criadas as condições sociais e políticas para que as pensões acima dos 1500 euros (suportadas por dinheiro público) sejam recalculadas em função do tempo efectivo de trabalho e de descontos.

O ajustamento não seria pleno, uma vez que essas pensões e subvenções não desceriam abaixo dos 1500 euros mensais, mas serviria de exemplo: aqueles que mais beneficiaram estariam também a contribuir para o bem comum.

Parece-me que tal é de elementar justiça: afinal, os sacrifícios devem ser repartidos, certo?

O IVA na restauração

Eu sei que generalizar pode ser injusto, mas a verdade é que o sector da restauração nunca ficou a perder com mexidas nos preços.

Com a introdução do euro os valores foram rapidamente arredondados para cima (por vezes muito para cima) e foram sofrendo aumentos superiores à inflação "para facilitar os trocos" (há 10 anos um café custava 50 escudos e agora é raro encontrar um sítio que cobre 50 cêntimos, 100 escudos, o dobro portanto), não esquecendo os aumentos do IVA que ocorreram, e que determinaram arredondamentos adicionais dos preços.

A acrescer a isto está a evasão fiscal: o sector da restauração é particularmente permeável a situações em que as transacções não são tituladas por qualquer documento fiscalmente relevante, sem prejuízo - claro - de se cobrar à mesma o IVA ao consumidor...

Dito isto, penso que, sendo este sector determinante para o turismo, o Governo poderia trabalhar mais para encontrar uma solução que não penalize este sector verdadeiramente "exportador".

sábado, 8 de outubro de 2011

UEFA

Fim-de-semana sem Sport Lisboa e Benfica é fim-de-semana sem sol. PQP a merdinha “das selecções”!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

1143






Há quase novecentos anos (novecentos anos, porra!) - link - nascia esta bela aventura chamada Portugal. Motivo mais do que suficiente para que hoje ninguém trabalhe e goze este clima verdadeiramente tropical.
O resto (link), são trocos.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Em Outubro, tem Carnaval

As férias inter-continentais encontram-se suspensas até “ordem em contrário”.

No entanto…, trinta graus à sombra. Outros vinte e um, pelo menos, dentro de água. Um areal dourado a perder de vista, praticamente deserto. Azul infinito no céu e no horizonte.

Caraíbas? Gold Coast Australiana? Nordeste Braisleiro?
Nada disso…, sem mosquitos, nem alforrecas venenosas e muito menos tubarões. Simplesmente, Costa da Caparica…, nesta altura do ano a pouco mais de quinze minutos do centro de uma das mais belas capitais europeias. Falta a aventura e os coqueiros. Sobra o tempo; sobram as boas leituras. E o perfeito “dolce fare niente”.

sábado, 1 de outubro de 2011

Fruta da época (VII)



Timbaland, Pitbull e Guetta. Trio de ataque. Fruta..., de final de época. Mau? Depende do ângulo…

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Campo Contra Campo (CLX)

“A Autobiografia de Nicolae Ceausescu” (***)

“Duas pernas não, quatro patas sim!”

Ontem à tarde virei-me para um colega de trabalho e disse-lhe que ia ver “A Autobiografia de Nicolae Ceausescu”. Ele encolheu os ombros. Perguntei-lhe se sabia quem era Nicolae Ceausescu. Ele franziu os lábios, dizendo-me que já não se lembrava bem.

“Duas pernas sim, quatro patas não!”

Não comungo do aplauso generalizado que a critica nacional atribui ao filme. “A Autobiografia de Nicolae Ceausescu” faz jus ao título. Desenvolve-se como se o próprio ditador tivesse sido o autor do filme. O resultado acaba por ser contraproducente. “Duas pernas não, quatro patas sim!”; uma visão totalmente acrítica e perfeitamente legitimadora de um regime obsceno, de um sistema político e económico demente. Aliás, às duas por três (horas de filme, ufff…) começamos a pensar se aquela gente não viveria (ou achava que vivia) num planeta que não o nosso. E pensamos também…, como é possível que hoje em dia cerca de vinte por cento do eleitorado português vota em partidos que sub-repticiamente – ou nem tanto - continuam a defender um sistema assim.

Assim, gente como o meu colega, que viveu o tempo suficiente para saber o que significa a pornografia do Socialismo Científico e do Comunismo, caso visse o filme, ficaria, absolutamente na mesma.

Fica todavia um árduo trabalho de pesquisa e selecção e um magnífico documento histórico – coisas que, no fim, abundam por esse mundo fora.