quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O Salário Mínimo (3)

Os integristas liberais, para se manterem coerentes na sua linha de pensamento, além da extinção do salário mínimo (a questão do aumento do mesmo é para eles um epifenómeno), defenderão concerteza:
  1. A abolição da idade mínima para trabalhar (o trabalho infantil);
  2. A abolição do horário de trabalho (se os chineses dormem na fábrica, para sermos competitivos, também temos de o fazer); e,
  3. A abolição dos subsídios de férias e de Natal (normalmente os integristas liberais dizem que o empregador paga um salário anual, dividido por 14 , pelo que vai dar ao mesmo. Já o Henrique Raposo, no Expresso, manifestou-se contra a próprio conceito de férias...);
  4. A qualificação do trabalho e do trabalhador como utility e commodity (ou seja, a servidão)...

O Salário Mínimo (2)

Espero que Augusto Morais, presidente da associação das PME, promova a publicação no respectivo site da lista das empresas que não renovem os contratos dos trabalhadores com salário mínimo. Só para saber quais os produtos que não comprarei.

O Salário Mínimo

Os liberais dizem que o salário mínimo causa desemprego.
Não sei se têm ou não razão (até porque esse axioma é mais um postulado de fé que uma constatação de factos), mas sei o seguinte:
são os mesmos que dizem que o mercado financeiro desregulado é promotor de riqueza...

Vamos assinar esta petição - um dever cívico!

«EXMO. SR. PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Web site: http://cidadanialx.blogspot.com

A ampliação da capacidade do terminal de contentores de Alcântara que o Governo inoportunamente se propõe levar por diante implicará a criação de uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com 12 a 15 metros de altura entre a Cidade de Lisboa e o Rio Tejo.

A zona de Alcântara estará sujeita a obras durante um período previsto de 6 anos, impossibilitando assim a população de aceder ao rio pelas “Docas”, levando ao fecho de toda a actividade lúdica desta zona, pondo em risco 700 postos de trabalho.

Os terminais de contentores existentes nos portos de Portugal no final de 2006 tinham o dobro da capacidade necessária para satisfazer a procura do mercado.

O Tribunal de Contas em relatório de Setembro de 2007 sublinhava que a Administração do Porto de Lisboa (APL) é líder no movimento de carga contentorizada em Portugal, e apresenta desafogadas capacidades instaladas e disponíveis, para fazer face a eventuais crescimentos do movimento de contentores.

A prorrogação da concessão do terminal de contentores de Alcântara até 2042 que o Governo pretende concretizar com o Decreto-Lei n.º 188/2008, de 23 de Setembro, e que prevê a triplicação da sua capacidade afigura-se assim completamente incompreensível, desnecessária, e inaceitável para mais sem concurso público.

Apesar da lei prever 30 anos para a duração máxima das concessões, com esta prorrogação a duração desta concessão será na prática, de 57 anos, o que, tal como o Tribunal de Contas sublinha, impede os benefícios da livre concorrência por encerrar o mercado por períodos de tempo excessivamente longos.

Com esta decisão do Governo perde a Cidade de Lisboa, perdem os cofres públicos, perde o sistema portuário nacional, no fundo perdem os portugueses.

Em face do exposto, os abaixo-assinados vêm pelo presente meio solicitar à Assembleia da República que sejam tomadas as medidas necessárias para impedir este atentado estético e económico contra o País, contra Lisboa e contra os seus cidadãos, revogando o DL n.º 188/2008, de 23 de Setembro.

Lisboa 27 de Outubro de 2008»

Proposta: listar, através de uma org. civil, quem comprovadamente abusou do poder e dos dinheiros públicos. Para memória futura...e prevenção

"Uma história típica-26.10.2008, PUBLICO -Vasco Pulido Valente

A Câmara de Lisboa tem uma empresa, a Gebalis, altamente deficitária, como qualquer empresa pública que se preza, encarregada de administrar os bairros sociais. Várias criaturas, que passaram pela direcção da Gebalis até 2007, foram agora acusadas pelo Ministério Público de peculato e gestão danosa. De que se trata? Alegadamente, um pequeno grupo de três "gestores" (como hoje se diz) gastou em poucos meses 64.000 euros da empresa em 620 "refeições" (calculo que em restaurantes que se recomendam) e nunca deu gorjetas de menos de 20 euros. Suponho que, a ser verdade a história, os gestores da Gebalis presumiram que a sua importância burocrática e política e mesmo, em última análise, a dignidade do Estado exigia esta despesa e esta pompa.
Mas parece que isto não bastava. A sra. dra. Clara Costa, vogal da direcção, andou, supostamente, à custa do contribuinte por Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha. Estas viagens, em que segundo o Ministério Público se fazia acompanhar pelo seu "namorado", custaram à Gebalis 34.000 euros. Como era de esperar, a sra. dra. Clara Costa não vê nada de impróprio neste arranjo. Nem na pequena quantia de 11.530 euros, que empregou, também ela, em "refeições", compatíveis com o seu estatuto. O Expresso declarou isto "falta de vergonha". Peço licença para não concordar. Se o Ministério Público tem razão, a dra. Clara Costa usou o Estado como milhares de outros funcionários, de que ninguém fala e com que ninguém se escandaliza.
Existem na Gebalis - cuja função, convém repetir, é administrar bairros sociais - cinco pelouros: de relações internacionais, de recursos humanos, de sistemas de informação, de comunicação e, compreensivelmente, um pelouro jurídico. Esta exuberância burocrática abre oportunidade a tudo: de "viagens de estudo" a Marraquexe a festejos na marisqueira Sete Mares. Principalmente, quando se dá a cada vogal da direcção um cartão de crédito da empresa. A Gebalis já esqueceu com certeza o fim para que foi criada. Como o resto da máquina do Estado, vive para justificar os seus pelouros, por inúteis que sejam, e anichar os "companheiros" do partido. E, quando chegam, os "companheiros do partido" querem muito humanamente tirar o ventre de misérias: ir a Marraquexe e à marisqueira - o ideal da classe média que a "democracia" lhe prometeu. Para alguma coisa "apoiaram" o sr. X ou sr. Y. "

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Os cantos reais de uma nação



Há algum tempo que desconfio que Obama terá o mesmo destino que os irmãos Kennedy. Na América, dinheiro e raça são duas das maiores causas prováveis de homicídio. Quando se juntam, são certezas detonadas. Esperemos que não.

VIII Seminário do Grupo de Gestão Pública da SEDES




O Procurador-Geral da Republica, Dr. Pinto Monteiro, será o orador principal do VIII Seminário do Grupo de Gestão Pública da SEDES, subordinado ao tema:

«Ministério Público: A função e os desafios de "Advogado da Comunidade"»

O evento tera lugar hoje, dia 29 de Outubro (4ª. feira) pelas 21h30, no Hotel Marquês de Pombal (esquina da Av. da Liberdade com a Rua Alexandre Herculano).

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Abanar a anca cinco minutos por dia nem sabe o bem que lhe fazia (XVI)

Já vos tinha dito que hoje é noite de CSS?

Cansei de Ser Sexy - "Acho Um Pouco Bom" (live@lux.lx.pt)


Há cerca de ano e meio foi assim (link) no acanhado, quente e muito intimista Lux. Como será hoje no clássico Coliseu?

Querias, não?

Via WAT (link) chego a este “programa” a não perder (não fora noite de CSS no Coliseu...).

domingo, 26 de outubro de 2008

N MÚSICAS LVIII

Outro para a Manushe Blacksmith Milk!

Para todos os pais que o querem ser...



A história aqui.

CRONOS XXVIII

"And She Was" (1985) - Talking Heads



Deveria ter para aí uns 15 anos, andava eu com o meu Sony Walkman para todo o lado, por entre paragens de autocarro, a rebobinar e a rebobinar as irritantes (mas veneradas) fitas magnéticas da cassete, pois todo o prazer dependia do seu bom enrolanço! Não havia teclas de repeat (e o auto-reverse só veio mais tarde) e só duravam 30 minutos de cada lado (conseguem imaginar?!), outra ginástica rotineira de quem ouvia estes aparelhos caros. A fita gastava-se incessantemente com a utilização; quanto mais se ouvia, pior a qualidade de som que provinha da fita magnética. Isto numa cassete de Cromo, porque as de Metal só chegaram mais tarde (e eram muito mais caras), já com Dolby Sound, mas sem comparação com o som de hoje dos CD ou mesmo os Mini-Disc que lhes sucederam.

Tudo isto fica já muito longíquo, mas foi uma realidade para alguns jovens que, pode generalizar-se, mesmo para esses, suavam as estopinhas para possuirem um brinquedo destes. Provavelmente, ao nível de uma PS3 de hoje, com a diferença de que hoje pode encontrar-se uma Playstation em muitas casas de família 'economicamente pobres'. Outros tempos, outras expectativas. And she was.

Abanar a anca cinco minutos por dia nem sabe o bem que lhe fazia (XV)

Há coisas engraçadas. À época estas guitarras melodiosas, esta orquestração fantástica soavam-me irritantemente mal. Hoje tudo me parece tão bem...
Não sei bem se este será o vídeo original. Mas o que conta é a intenção. Pelo menos é o que dizem…

The Smiths - "There is a light that never goes out"

sábado, 25 de outubro de 2008

Provas de vida

É certo que nem sempre o trapézio da vida off-line permite a queda na Rede on-line. Contudo o Arcádia está bem, de boa saúde e recomenda-se.
Esta última foi o que simpaticamente fez na passada quinta-feira Paulo Pinto Mascarenhas (link) no "Plano B" do Jornal de Negócios (edição cujo "primeiro objectivo é ligar os leitores do Negócios aos melhores textos publicados nos blogues nacionais") a par de decanos como a Gotinha (link) ou os Marretas (link) e de consagrados como o Paulo Gorjão (link). Obrigado Paulo.

Aproveitando o facto de estarmos a falar da bloga duas curtas notas; uma amarga, outra doce.
O Corta-fitas, provavelmente o meu blogue preferido, desde há uns dias que está manifestamente mais pobre; quero todavia crer que se encontra apenas numa clara crise de crescimento - acontece aos melhores. Pela sua importância impar no panorama blogosférico luso, ao Corta-fitas (passe o dramatismo) nada mais resta do que tratar dos vivos e enterrar os mortos. Um abraço a todos os Corta-fiteiros.
Reparo agora que temos o nosso primeiro seguidor (uma qualquer nova função do blogger que sinceramente desconhecia). Na verdade não é um seguidor mas sim uma seguidora: a Sofia; que sempre tem tido o bom gosto de ser a primeira em muitas coisas e loisas arcadianas.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Nexos de casualidade

Oiço e vejo a convicção de Diogo Freitas do Amaral quanto a “Camarate” ter sido um atentado. Não há novidade. Há muito que todos sabemos (bem…, todos, todos não; como bem nota o Rodrígo) que ”Camarate” foi um atentado. Resta (e basta!) demonstra-lo. Mas Diogo Freitas do Amaral sabe (e disse-o ontem na televisão do Estado) porque é que “Camarate” foi um atentado.
Diogo Freitas do Amaral tem a certeza que “Camarate” foi um atentado porque desapareceu um telegrama enviado de Londres pela Scotland Yard, em que o Governo português era alertado para a possibilidade de ter havido um atentado em Camarate.
A teoria do caos no seu melhor!

Sorte grande

É verdadeiramente incrível o tempo que se perde em conversas de café sempre que há jackpots no euromilhões. Como há tantas vezes jackpots do euromilhões e porque somos uma nação que tanto gosta da “amena cavaqueira”, a verdadeira sorte grande do povo é o simples facto do jogo existir.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

N PERGUNTAS XXXIX

«- Papáii, a professora disse hoje que quem não sabe economia, não vai longe! E muito menos sabe poupar!
- (O Pai fica abismado) Oh, filho! Não é bem assim. Mas não te preocupes, ainda só estás na 1.ª classe. Primeiro tens que aprender os números!
- Dahhh... é por isso que devía ter Economia! Para poupar nos trabalhos de casa!»

Diálogo moderno ou pós-moderno, na verdade, como é que é possível neste mundo tão 'quantizado', ainda não se terem lembrado de introduzir a disciplina de Economia na escola primária?!
De pequenino...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Nossa Senhora do Monte

Não sei bem se é assim que se chama; mas é assim que soa bem.
Mil vezes ali foi mirar mas nunca tal síntese soube fazer. Outras mil, provavelmente, virão. Não fosse também ali o meu local predilecto da Olissipo.
O post tem uma semana mas aquele olhar é eterno.

fundo de investimento imobiliário

Uma das medidas mais interessantes que constam do Orçamento de Estado para 2009 é a criação de um Fundo de Investimento imobiliário que, em traços largos, significa o seguinte:

  1. Um cidadão é proprietário de uma casa;
  2. Para adquiri-la, recorreu a crédito bancário;
  3. A sua casa está hipotecada como garantia de cumprimento do contrato;
  4. Em resultado da subida da Euribor, o cidadão está a pagar um valor mensal muito superior ao que pagava no início do seu contrato com o banco;
  5. O cidadão vende a casa ao Estado, paga antecipadamente o empréstimo e cancela a hipoteca com o Banco, que deixa de fazer parte da equação;
  6. O cidadão passa a pagar uma renda ao Estado;
  7. No fim do prazo convencionado (ou antes, se o pretender) o cidadão pode comprar a casa.
Reputo esta medida de "semi-positiva", pelas seguintes razões:
  1. Os cidadãos conseguirão pagar menos pelo mesmo bem;
  2. Os cidadãos terão a possibilidade de readquirir a sua casa até 2020;
  3. Os bancos verão injectada liquidez no curto, já que receberão de uma só vez aquilo que levaria mais umas dezenas de anos a ocorrer.
  4. Os cidadãos terão mais dinheiro nas mãos, o que possibilitará dinamizar a economia.
Esta medida aparenta algumas desvantagens:
  1. Apenas beneficia os cidadãos já em incumprimento, o que pode conduzir a incumprimentos forçados, para se beneficiar deste mecanismo;
  2. Desconhece-se se aos bancos será permitido aplicar penalizações por amortizações antecipadas (o que parecerá - no mínimo - imoral, já que esta é mais uma medida de injecção de liquidez...);
  3. Desconhece-se se o valor de venda no futuro será o remanescente ou se será o valor de mercado. Mas lá está... em 2020 o Governo Sócrates já "estará morto"...
No fim de contas, esta medida acaba por ser uma espécie de "leasing", que vem auxiliar os cidadãos com dificuldades em pagar os seus empréstimos e os bancos que, não só deixaram de receber as prestações mensais, como estariam em vias de ficar com ainda mais casas no regaço, recebendo assim liquidez "à pressão".
É por isto que julgo ser uma medida "semi-positiva": os grandes beneficiados são os bancos (recebem dinheiro fresco e livram-se das casas) e o problema de quem não tem dinheiro para pagar a prestação fica resolvido a curto prazo, mas adia-se para 2020.
Não chega para dizer que é uma medida má (como defende o Correio da Manhã), mas também não é verdadeiramente boa. Uma medida que resolveria, de modo mais justo, o problema da escalada dos juros seria a que já anteriormente referi, e que é defendida pelo membro do Conselho de Governadores, Lorenzo Bini Smaghi: «é necessário, por meios legais ou através de acordos privados, ligar a taxa dos empréstimos à taxa de referência do BCE em vez da Euribor»

À rasquinha também é bom e eu gosto

Vergonha é roubar. E ser apanhado.
Ah..., e convenhamos que nem todos podem ter a "vaca" de marcar um golo de gatas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

É tão giro ter um Megane...

Tenho um amigo que não perde uma oportunidade de me dizer que pior que um Renault só dois Renaults. Não concordo com ele, o que até é habitual – o jovem é um pequeno dinossauro marxista-leninista...

A Renault, desde o lançamento do modelo que veio substituir em 1995 os anacrónicos 9 e 11, sempre primou por campanhas publicitárias agressivas e até certo ponto inovadoras. O novo Megane não será excepção. Convido-vos a explorarem este sítio; vão por certo encontrar novos limites do marketing na Rede.

A pior crítica a Queiroz

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CRONOS XXVII

"Red Rain" (1986) - Peter Gabriel



Era das minhas favoritas de Peter Gabriel. Sendo os Genesis um dos meus grupos favoritos da altura (até à saída de Gabriel), facilmente entrei no mundo musical do Tio Gabriel (como era costume designá-lo no meu círculo de amigos). Esta canção transmite-me uma certa ideia de luta, de combate contra certas injustiças, intolerãncias, uma música como fonte de força e de inspiração para se estar acima da terra sem estar morto por dentro. Talvez a chuva vermelha seja a chuva dos deuses guerreiros. Talvez seja o grito desertor que desejamos dar sem nos envergonhar. Freud explicaria.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

E o burro sou eu? (2)

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Abanar a anca cinco minutos por dia nem sabe o bem que lhe fazia (XIV)

O que é que Camões a Euribor e o mago que dança no vídeo têm em comum?

Jamiroquai - "Virtual Insanity"


Eu sei mas não digo. Perguntem a esta rapariga, talvez ela saiba.


...digam lá que não tinham saudades d’anca abanar?

Isto é um Estado ou uma anedota permanente?

Trapalhada

Fosse Santana Lopes o Primeiro-Ministro e o lamentável episódio do orçamento de 2009 seria imediatamente qualificado de "trapalhada".

É assim a vida...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

N MÚSICAS LVII

A genialidade da simplicidade...

"Ára Bátur" (2008) - Sigur Rós



... esta banda ainda me vai fazer tocar piano... um dia... começo.

No pare, sigue sigue! (II)

A Euribor a 6 meses desce 6,9 pontos base para 5,298%. Não é suficiente, é muito pouco. Há um ano, estava em 4,653%. compreende-se: a banca gosta de cortes radicais quando paga, mas quando cobra, parece a Galp...
A intervenção dos Estados e do Banco Central Europeu não pode ficar pela atribuição de botes salva-vidas apenas aos banqueiros: urge alterar administrativamente a indexação das taxa de crédito à habitação e substituir a Euribor pela taxa de referência do Banco Central Europeu.
Liquidez para a economia real: precisa-se!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

N PUBLICIDADE XVI

Dos LCD TV Philips "Aurea", de Wong Kar Wai




There's only one sun,
but it travels the world every day.
This sun is all mine
and I won't give it away!


Marisa Tsvetaeva

melocádias actualizado

CRONOS XXVI

"Lanterna dos Afogados" (1989) - Os Paralamas do Sucesso





É daquelas músicas melodiosas e quase melodramáticas, tal como o acidente de Herbert Vianna (o líder e vocalista dos Paralamas que ficou em cadeira de rodas em resultado de um acidente, num ultraleve, em Angra dos Reis, onde morreu a mulher que o acompanhava no voo, em 2001). Mas é uma das músicas da minha juventude e, atrevo-me mesmo a dizer, da minha geração. Recordar é viver, seja por que meio for.

Adenda:

Viva o Novo Socialismo de Mercado!

domingo, 12 de outubro de 2008

De regresso...

...de uns curtos mas muito saborosos dias de férias; passados em puro dolce far niente, no que vai restando de um paraíso (brutalmente ameaçado pela mais estúpida e indecente especulação imobiliária) a escassas dezenas de quilómetros a Sul de Lisboa.

De regresso, pois. Podem então, os meus amigos, compreender melhor o trágico-cómico momento dos mercados financeiros. Era eu que estava a aguentar isto…., bastou uns dias longe e…, crashhh.
O que será em Dezembro, quando estiver quase um mês nos antípodas?

Um amigo meu que trabalha em Wall Street, até me enviou um e-mail rogando pelo meu rápido regresso. Diz-me ele que esta crise, para si, está a ser pior que um divorcio: já perdeu metade do que tinha mas ainda continua casado.

Já agora... pode o Estado pagar-me o empréstimo da casa?

Governo português disponibiliza até 20 mil milhões em garantias aos bancos. Ou seja, nós - os contribuintes - vamos ser fiadores dos mesmos bancos que nos secam os bolsos com as mais altas taxas de juro dos últimos anos...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Sensibilidade e bom senso

Já me tinha lembrado disto, mas ainda não tinha tido coragem de o escrever, não fosse ser tomado por estalinista. Mas, se a banca europeia está a ser financiada a a baixo custo, não é justo que beneficie da alta das taxas da Euribor.
Assim, como para grandes males, grandes remédios, há uma solução simples:
alterar administrativamente os contratos de crédito à habitação, indexando-os à taxa de referência do Banco Central Europeu e desligando-os da Euribor.
É uma violação dos contratos livremente assinados? É.
Apesar disso é uma medida justa? É.
Porquê? Uma vez que, para se salvar, a banca mandou às malvas o mercado, estendendo a mão para o contribuinte, é justo que este não seja ainda mais prejudicado, pagando duas vezes à banca: pagando mais juros e financiando-a via impostos.
E se até agora ainda não tinha tido coragem para manifestar este pensamento, sinto-me amparado pelo seguinte: ontem, o membro do Conselho de Governadores, Lorenzo Bini Smaghi, afirmou que «é necessário, por meios legais ou através de acordos privados, ligar a taxa dos empréstimos à taxa de referência do BCE em vez da Euribor».

No pare, sigue sigue!

Caaaalma... A Euribor a seis meses desceu hoje para os 5,431%... sim, cinco vírgula quatrocentos e trinta e um milésimos...

Pode ser cega, mas a Justiça tem cá um sentido de oportunidade...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

N PERGUNTAS XXXVIII

Todos os candidatos presidenciais tiveram comportamentos anti-éticos, todos pecaram aos olhos de algum ser humano, todos cometeram certas violações de algum código moral, social, administrativo ou mesmo criminal. É da natureza humana. Não pode, portanto, haver aqui qualquer discussão do tipo quem é o anjo e qual deles é o diabo. Todavia, e estou convicto que não é por me considerar um eleitor virtual de Obama, o que é impressionantemente triste verificar é o silêncio dos grandes meios de comunicação social quanto a dois aspectos da vida de McCain que, como se viu ainda durante a recente campanha presidencial, seriam motivo de retirada da candidatura presidencial, a saber:
- a relação extraconjugal com uma rapariga de 24 anos durante o seu primeiro casamento (para não falar da discutível atitude de se divorciar da mulher assim que ela ficou numa cadeira de rodas incapacitada e ter se casado passados meses, ao que me consta)
- o facto de receber uma pensão de veterania da guerra do Vietname por invalidez de 100%! (Imagine-se aqueles que ficaram numa cadeira de rodas ou mesmo tetraplégicos, qual será a percentagem!). Não se questiona a sua capacidade para governar e ser comandante chefe da mais poderosa força armada do mundo, o que é questionável é a sua conduta ética em a receber, quer na perspectiva de político, quer na perspectiva de cidadão.

Os "media" sabem, Obama sabe, as elites políticas sabem, mas o assunto é proibido. No recente debate presidencial havia 2 temas interditos (i.e., inegociáveis) pela comitiva de McCain: "women and 100% disability pension".

O que pode ser dito e não dito, o que é discutido e não é discutido, o que os meios de comunicação mostram e omitem, numa campanha presidencial com tamanha importância, o suficiente para a terminar mais cedo, é revelador do mundo de desinformação em que vivemos. Não nos basta impingir, ao que parece, o excesso de informação, a má informação e a pseudo-informação. Não admira que no ano passado jovens de todos os EUA tenham elegido o programa de Jon Stewart "Comedy Central News" (como o próprio indica, uma comédia!), como a principal fonte de informação e de actualização noticiosa! (refira-se que a resposta de Jon Stewart a este "prémio" de audiências, quando lhe perguntaram se não se sentia incomodado por ele, foi à Jon Stewart: "Does it bother you that some viewers mistake CNN for a news network?").


Não tenho qualquer estado de alma quanto ao adultério ou sou de todo defensor do puritanismo ético - neste último caso, para além de imbecil é utópico -, todavia, o ponto é que deve ser o cidadão a julgar se importa ou não para o seu juízo, se é relevante para votar na pessoa, e não ser os "media" a subsitutirem-se aos eleitores.

Apetece perguntar: por que se vêem tantas notícias se tudo é montado, desde a imagem à palavra? Que real valor têm para conhecermos melhor o mundo? Que mais-valias trazem que sejam superiores a outras fontes de conhecimento, comunicação, lazer, cultura e de aprendizagem? Haverá algo mais de que puro voyeurismo humano, e exibicionismo, na necessidade de a pessoa estar excessivamente noticiada?

A propósito: por que as pessoas elegem tanto a actualidade "noticiosa" informativa (a designada «small news») como um dos barómetros de elevação e consideração nas conversas de café com amigos e colegas de trabalho?! Ai de quem não souber diariamente qual a tendência matinal dos índices bolsistas, do preço do petróleo e das decisões 'percentuais' sobre a taxa da Euribor! A sociedade acaba de criar uma nova geração de excluídos sociais!:).

Tudo isto é, no mínimo, assaz paradoxal, não acham?

Nada de novo sob o céu...

Euribor agrava-se apesar do corte de taxas na Zona Euro
A taxa Euribor a seis meses, o indexante mais utilizado nos empréstimos à habitação, aumentou hoje para 5,448 por cento, um dia depois de o Banco Central Europeu ter reduzido a sua taxa directora em meio ponto percentual, para 3,75 por cento.

Ainda sobre a ganância...

  1. «O presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião, disse hoje que o relatório aprofundado ao mercado dos combustíveis e à falta de concorrência estará concluído apenas em Março do próximo ano. O desfasamento entre os preços internacionais e a sua repercussão no retalho nacional encurtou para um mês, segundo o regulador» (mais aqui).
  2. A Galp «justifica subida de um cêntimo na gasolina e no gasóleo com aumentos registados na semana passada na cotação do barril de petróleo» (mais aqui).

via "O Carvalhadas"

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Obrigadinho ó Trichet

Notícia em 8 de Outubro de 2008:
  1. O Banco Central Europeu, cortou em 0,5 pontos percentuais a taxa de juro de referência na Zona Euro, que baixou agora para os 3,75 por cento, para valores de Março de 2007 (TSF).
  2. Se a redução da taxa de referência se repercutir nas taxas de juro de mercado (as Euribor, na Europa), as pessoas podem sentir um alívio nas prestações das casas e noutros empréstimos que tenham (TSF).

Notícia em 6 de Junho de 2007:

  1. O Banco Central Europeu anunciou, tal como esperado, um aumento de juros para a Zona Euro de 25 pontos base para 4% (Jornal de Negócios).
  2. O mercado antecipou o movimento de subida de juros na reunião de Junho (subindo as taxas de juro da Euribor, por exemplo), o que se confirmou (Jornal de Negócios).
Hummm... Quando o BCE sobe a taxa de juro de referência, o "mercado" antecipa-se e sobe a Euribor, quando o BCE desce a taxa de juro de referência, o mercado ainda pensará se repercutirá o corte na Euribor... Querem ver que são os gajos da Galp que fixam a Euribor?

Wall Street meets Rabo de Peixe

Rabo de Peixe é a freguesia mais pobre do país: por mais dinheiro que se enfie lá, por mais subsídios eventuais, por mais rendimentos mínimos garantidos que lá se invistam, aquelas pessoas não quebram o ciclo de pobreza.
Se bem que o objectivo - por exemplo do rendimento social de inserção - é permitir que se quebre as razões da carência económica, sabemos que, sem fiscalização, no que é que isto dá:
Em Portugal o rendimento mínimo garantido serve para comprar playstations, nos EUA o rendimento mínimo garantido serve para comprar retiros de luxo em SPAs...

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Atracção pelo abismo

A banca europeia emula a americana e tende para o abismo: «as taxas de juro de mercado na Zona Euro voltaram esta terça-feira a atingir novos máximos históricos, quando a crise financeira leva os grandes bancos britânicos a reunir-se com o governo e a Islândia a nacionalizar mais um banco» in (Jornal de Notícias).
Hoje, 7 de Outubro de 2008, a Euribor a seis meses atingiu o máximo histórico de 5,43%.
Em 2 de Janeiro de 2008 estava em 4,703%.
Em 2 de Janeiro de 2007 estava em 3,857%.
Em 3 de Janeiro de 2006 estava em 2,643%.
Em 3 de Janeiro de 2005 estava em 2,209%.
Em 2 de Janeiro de 2004 estava em 2,151%.
Em 2 de Janeiro de 2003 estava em 2.794%.
Em 2 de Janeiro de 2002 estava em 3,228%.
Em 1 de janeiro de 2001, estava em 4,788%.
Em 3 de Janeiro de 2000 estava em 3,523%.
Em 1 de Janeiro de 1999, estava em 3,233.
Como vemos, de 2004 para cá a taxa de juro subiu 152%.
Cento e cinquenta e dois por cento.
Esgravatando as entranhas da galinha/ganso dos ovos de ouro, os bancos tentam obter o máximo de proveito para evitar a nacionalização, contribuindo - paradoxalmente - para a verificação dos factores que conduzem às nacionalizações: o exaurimento das economias familiares, o incumprimento bancário e o abrandamento económico.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

1001 Imagens

"A Time Inc. e o serviço Getty Images anunciaram o lançamento de um novo site, o Life.com, onde a partir do início do próximo ano irão colocar os arquivos fotográficos de ambas, e nomeadamente o espólio da popular revista norte-americana Life, encerrada em 2000 e actualmente detido pelo grupo Time Warner.

Ao que indicam, vão ser disponibilizadas milhões de fotos tiradas entre os anos 30 e 90, incluindo muitas que nunca chegaram a ser publicadas na edição em papel, com o editor do site, Bill Shapiro, a garantir que apenas três por cento do arquivo da Life foi visto pelo público.

O Life.com vai permitir a visualização e pesquisa de imagens gratuita, mas apenas para uso privado. Prevê-se igualmente a possibilidade de partilha de fotos, a criação de colecções e a aquisição de álbuns feitos online por outros utilizadores.

Andy Blau, presidente da revista Life, refere que o lançamento do site foi uma resposta à crescente proliferação da pesquisa por imagens na Internet e à popularidade dos serviços associados a esta área." (Revista TEK-Sapo)

Contenção Salarial

Quer seja em tempo de crescimento, quer seja em tempo de estagnação ou recessão, a receita dos economistas é sempre a mesma: contenção salarial ("realismo salarial" nas palavras do pardo Vítor Constâncio).
Quer-se aumentar as exportações? Contenha-se os salários.
Quer-se aumentar a competitividade? Contenha-se os salários.
Quer-se enfrentar a crise? Contenha-se os salários.
É fácil ser economista: basta arriscar uns oráculos olhando as entranhas dos eventos económicos e sociais e... dizer - com um ar grave e sério - que é necessário conter os salários...

domingo, 5 de outubro de 2008

À escuta...

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Hoje, a partir das 17:30, estarei no Rádio Clube Português a fazer o lançamento dos temas relacionados com a Justiça nesta semana.

A vida, o amor e as vacas

Mário Machado (3)

Esta é uma das questões racistas levantada pela revista "Afro", a revista para a mulher de origem africana. Algo me diz que, se se tratasse de uma revista "Euro", para a mulher de origem europeia, não faltaria a competente providência cautelar para impedir a sua circulação...

sábado, 4 de outubro de 2008

Quando o mar bate na rocha...

Já sabíamos que o capitalismo financeiro privatiza proveitos e socializa prejuízos, axioma demonstrado à saciedade pela realidade.
O que não sabíamos é que a culpa de isso ser assim, como afirmou Sarah Palin*, é dos pobres e das pessoas que querem ter a sua casa, gerando toda esta crise. Afinal, a Finança nunca quis ganhar dinheiro com o crédito à habitação: agia movida por uma sincera generosidade para com todos aqueles que buscavam o seu castelo...
* «A culpa é de nós todos, que vivemos acima das nossas possibilidades», disse a exorcista no debate com Biden...

Mário Machado (2)

Mário Machado, perante a Justiça, deveria ser um cidadão como outro qualquer. Mas não é. O racismo não passa de uma ideologia abjecta, mas - quando não se transforma em crime comum - não deve merecer mais do que uma censura social.
A criminalização do racismo e das doutrinas fascistas é um paradoxo que devia ser eliminado da lei: afinal, por que apenas o fascismo? Por que não também o comunismo, responsável por tantos milhões de mortes?
Por outro lado, a discriminação racial não tem manifestação pública apenas em Mário Machado e no seu grupo. Basta ler as letras de artistas, "imigrantes" de 2.ª geração que repudiam o "branco" e o "português" (quando até têm a nacionalidade portuguesa), para perceber que as autoridades actuam - "as usual" - ao sabor do vento. Basta ver a guerra étnica que deflagrou na Quinta da Fonte, que não teve qualquer consequência a nível criminal (no aspecto da discriminação racial), para perceber que, em Portugal, o próprio conceito de "racismo" é racista: é a discriminação racial promovida por um "branco" sobre alguém de qualquer outra cor ou tonalidade.
É por isto que, salvo no que respeita aos crimes comuns, Mário Machado não é - perante a Justiça - um cidadão qualquer, é um prisioneiro político na acepção técnica: defende uma ideologia criminalizada.
O racismo é uma imbecilidade, e Mário Machado é racista.
Mas os imbecis também têm o direito de pensar da forma que quiserem.

Pergunta inocente

Não há jornalistas ou articulistas do Expresso com uma casinha da Câmara Municipal de Lisboa?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Em estado de Glória

Há quanto tempo não nos empolgávamos assim com o nosso Benfica?, questiona já hoje o João no sitio do costume - deu sorte aquele breve abraço que trocámos ontem a caminho dos nosso lugares…

Vejamos, o meu velhinho pai dizia me o mesmo ontem à noite, Nuno.
Mas, permitam-me discordar de vós. Ontem e no passado sábado, não tivemos "uma noite das antigas" mas apenas noites que fizeram vagamente recordar gloriosos momentos passados.
Notem - agora mais a frio, lagartos e napolitanos foram miúdos esfarrapados cheios de manhas e medo do Grande Tribunal, agarrados ao nulo redentor.
Foram-no por medo próprio, mas também por culpa de uma equipa plena de mentalidade, trasbordante de solidariedade (colectiva) e esfuziante de pura classe (individual), e ainda por culpa de todos nós que apoiámos incansavelmente o nosso Benfica - o Terceiro Anel está de volta, o Inferno da Luz renasce; são factos, se no passado recente fui muito critico da nossa gente, depois destas duas loucas noites (quase) seguidas orgulho-me de todos os que souberam calar Juve´s e os diversos grupos de ultras napoli.

Estas não foram noites das antigas, mas sim noites novas. São noites de um clube onde o Presidente aprendeu a estar calado, de um clube que parece (sublinho, parece) ter ganho direcção desportiva, de um clube que aprendeu a comunicar, de um clube que tem uma equipa técnica de nível Europeu, de um clube, como aliás disse ontem Nuno Gomes, que tem melhores jogadores.
Sábado e ontem o Benfica não fez sonhar. Sábado e ontem o Benfica foi uma nova realidade; um Benfica novo, alegre, ambicioso, cultivado, global, cheio, concentrado. Um Benfica de sentido único: Vitória!

Mário Machado

Um gajo pronuncia meia dúzia de palavras contra a escumalha que rouba, viola, esfaqueia, agride, mata e é condenado a um par de anos na cadeia. Um gajo tem lá em casa umas armas (que não usa) para poder defender-se dessa mesma escumalha que infesta as nossas ruas e leva mais um par de anos a ver o sol nascer aos quadradinhos.

A escumalha continua à solta; diariamente gama, bate, agride, assassina e como prémio a sociedade ainda lhe oferece um rendimento certo pago à conta dos frutos do trabalho honesto de tantos como nós.
Estranho e perigoso este (irreconhecível!) Portugal contemporâneo.
A sociedade faz muito bem em arrecadar os ditos extremistas. A historia é como o algodão, não engana; é assim que se parem os lideres.

(…e o melhor é por aqui me ficar; estar caladinho. Por bem menos do que acabo de escrever já me chamaram Nazi meia dúzia de vezes e fui descriminado ouras tantas)

Boa cama faz, quem nela se vai deitar.

À antiga

Foi uma noite das antigas. Daquelas em que pela magia da equipa - e houve equipa! - o adversário foi esmagado pelo Inferno da Luz.
O estádio não se calou. Não parou de jogar. Antes da pressão de Yebda ou Katsouranis sobre o napolitano que tinha a bola, já o Inferno o fazia tremer.
O Benfica jogou com personalidade e com calma. Mas mais que tudo, com alma!
Mostra a tua raça, teu querer e ambição!
Nós só queremos o Benfica campeão!
Sport Lisboa e Benfica, o Campeão!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

TAP dá prejuízo de 133 milhões de euros

Ora, se quando a TAP - empresa pública - dá lucro, distribui parte desses lucros pelos trabalhadores, agora que deu prejuízo também lhes vai pedir dinheiro? Ou vamos ser todos os contribuintes (a revolta dos "tax payers"!...) a contribuir para o porquinho mealheiro?...

Zbigniew Preisner

Continua a minha senda de leigo pelo piano, esse instrumento que seria dos deuses se eles existissem. Como em outros posts, vou dando aqui conta das descobertas e dos gostos que marcam essa paixão.
A descoberta de Zbigniew Preisner (mais ou menos no final do ano passado), através da Antena 2, veio reforçar a minha paixão pela música erudita contemporânea. Na verdade, já o conhecia há muitos anos, pois ouvi-o através do filme "Blue" (Krzysztof Kieslowski), mas não fixei o seu nome ou procurei a sua música. Aqui fica um registo seu.

"Les Marionnettes"

melocádias actualizado

N MÚSICAS LVI

Não deixem de experimentar o som dos El Ten Eleven. Uma banda a seguir de muito perto, sobretudo para quem gosta das minhas músicas aqui no Arcádia (e de Explosions in the Sky, claro!:-).

"I Like Van Halen Because My Sister Says They Are Cool"



"Chino"

Marx em Marte

Eu e Marx temos muitas poucas coisas em comum. Destas, destacam-se duas: não somos marxistas, nem gostamos de dinheiro. Marx afirmou-o em livro e eu afirmo-o em blogue: não sou adepto do marxismo, nem gosto de dinheiro. E é, no mínimo, irritante e humanamente redutor pensar que, cada vez mais, os momentos de felicidade das pessoas passam pela posse do dito pilim e ser por causa dele que lutam todos os dias por mais um dia de trabalho para o não orginal Criador: o valor acrescentado, e de preferência com inovação.
Com a Nova Economia, ainda tive esperança de que o dinheiro fosse paulatinamente substituído pelo conhecimento, pelas competências, pelo intangível, pela mão invisível do mercado, mas, enfim... vem uma crise e avisa-nos de que o dinheiro ainda manda, é rei e senhor dos anéis, do cobre ao diamante, e que, quase tudo, é uma questão de "Quanto?", traduzido em divisas!

Marx começou por pensar bem: não gosto de dinheiro, logo, vamos acabar com o seu valor, quem é que tem o dinheiro? Os capitalistas?! Como? Pelo lucro?! Temos que 'desvalorizar' essa mais valia em benefício dos que mais "trabalham", os proletários explorados. A sua causa também é de salutar: acabar com a hegemonia do dinheiro sobre a condição (sub/desu) humana. Mas, como todas as boas intenções nesta selva social... prosseguiu mal e acabou ainda pior.

Para mim, só se regressa ao valor devido do dinheiro quando ninguém, repito: ninguém, o queira mais do que aquele que precisa para viver bem e feliz. Como isso é quase impossível, porque é contra a liberdade individual, a nova utopia está em descolar o dinheiro do valor e estatuto da liberdade de uma pessoa, como acontece há séculos. O problema é que, como há séculos, quanto mais dinheiro se tem, maior a preocupação em valorizá-lo. O que não significa ser mais livre. Felizmente.