segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Em Contagem decrescente...





PSL

A coitada e os bons

Popper tinha razão e as últimas eleições portuguesas confirmam-no: a democracia evita a derrocada da liberdade e derruba quem contribui para a manter, sem necessidade de uma revolução ou golpe de estado!

Afinal de contas, a democracia funciona, pobre coitada! É o pior regime político garantístico, mas é o único com essa característica. O povo tem pouco poder, mas tem o poder dos poderes. Um voto não elege ninguém, mas faz toda a diferença no sufrágio. Votar é pôr políticos no ‘poleiro’ e contribui para arranjar ‘tachos’ aos outros, mas qualquer cidadão tem igualdade de oportunidades para chegar a ‘tachista’. A Política é uma seca, mas sem ela vivíamos sob a lei da força humana, a lei da selva.

Era bom que Rousseau tivesse razão, mas não passaríamos de uns selvagens mesmo na ‘sua’ sociedade. Era bom que o mundo fosse outro, que tivéssemos tempo para tudo aquilo que gostamos, mas o ser humano não é tudo, nem todo, e muito menos perfeito. Por isso, os nossos defeitos e virtudes são o reflexo da nossa humanidade.

Curiosamente, a democracia é o sistema onde mais nos confrontamos com os nossos defeitos e as nossas limitações. É o sistema onde temos que dar mais que a nossa liberdade, o que é uma chatice porque obriga-nos a ser responsáveis por nós próprios. Nos regimes autoritários quase que não temos problemas, dadas as escassas expectativas que nos são impostas. E os ‘outros’, os políticos, são pessoas de bem e de grande moralidade, sobretudo porque pouco se sabe deles e o que se sabe é manipulado. Mas na democracia, frágil coitada, tudo se se sabe. E todos têm defeitos e excessos! Ninguém é perfeito ou excelente?! Os políticos são humanos?! Que maçada, este estúpido regime político que nos consciencializa do nosso pequeno valor individual, nos limita à nossa humanidade e nos exige constante responsabilidade pelos nossos actos!

De facto, a democracia, a coitada, nunca será perfeita, pelo menos enquanto formos nós, os bons, a idealizá-la.

NCR

Campo Contra Campo (III)

I love the Oscars

Passamos o ano a dizer mal da academia, mas chega o dia e é fatal.
Do que vi até o sono me trair fica uma brutal sequência inicial de samplers de vários filmes e…no final Shrek a contracenar com Chaplin. Ohhh viva o digital! Genial.
Depois apareceu um senhor com os dentes muito brancos a falar aos gritos. Não sei quem é nem percebi metade do que disse. Devia ser o apresentador, pois apareceu mais vezes…, sempre com os dentes muito brancos e aos gritos.
Ainda não vi Million Dollar Baby, mas o Oscar para Morgan Freeman deve ser justíssimo.
Depois, intervalo, e um oscar a ser atribuído na plateia. Ideia de jerico. Até porque o cenário deste ano é lindo e muito eficaz na televisão.
Bom, e até agora o Aviador já levou três em quatro.
Ah e ouve aquele outro momento muito bem animado, com a personagem dos The Incredibels a apresentar o Oscar de melhor guarda roupa com o Senhor 007.
Quanto ao Aviador eu queria dizer quatro em cinco.
Em suma, uma cerimonia muito dinâmica mas com algumas falhas, e ainda nem vai a meio. Vou dormir.

PSL

domingo, 27 de fevereiro de 2005

Campo Contra Campo (II)

Porque se escreverá sobre o que se vê.
Não em traveling, ou em grande plano. Nem, sequer em plano picado, mas sim em campo contra campo. Um dialogo que se deseja entre imagens e palavras. Aquelas lá, as segundas aqui.
E de preferencia a 70mm.
Como disse, gosto demais de cinema para não escrever sobre ele. E agora que escrevo num blogue, não posso deixar de o fazer quando o assunto é cinema. E este não pode estar longe.
Perguntas tu, mas como vou arranjar tempo?
Não sei, ou melhor sei, mais ou menos.
A primeira medida está aqui (link).
Se pago quase o dobro para me obrigar a ir duas vezes por mês sofrer pelo Benfica, também posso pagar aquilo para chorar, rir, assobiar e aplaudir. E me obrigar a não estar longe do grande espectáculo. Ver écrans que se tingem de vermelho com tanta facada ou tiro e ver écrans, que como as telas permanecem imóveis. Sentir!
A vida é algo demasiadamente importante para que não nos afastemos da sétima arte. Tal e qual.

PSL

sábado, 26 de fevereiro de 2005

Pura coincidência

Pois claro.
Há quem diga que coincidências são acasos felizes.
Pois. Devem ser.
Escreve assim José Pacheco Pereira na "Lagartixa e o Jacaré" desta semana na SÁBADO: ""Virança" [em titulo]. Na noite eleitoral, a candidata do BE Ana Drago enganou-se e inventou uma palavra nova: "virança"(…)".

Escrevi eu aqui (link) na noite do passado domingo eleitoral: " Hoje é um dia de "virança" [em titulo] As palavras não são minhas, mas sim da menina Ana Drago do BE que acabou de falar aos portugueses.(…)".
Tirando eu e JPP não vi mais ninguém a reparar no…curioso engano.
Sim, vou mandar um mail a JPP.
Coincidência. Gira não é?
Pois é!

PSL

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

N PERGUNTAS IV

Onde estão os surrealistas?

ARAGON, Louis (1897-1982)
ARP, Jean ou Hans (1887-1966)
ARTAUD, Antonin (1896-1948)
BELLMER, Hans (1902-1975)
BRAUNER, Victor (1902-1966)
BRETON, Andre (1896-1966)
BUNUEL, Luis (1900-1983)
CREVEL, Rene (1900-1935)
DALI, Salvador (1904-1989)
DE CHIRICO, Giorgio (1888-1978)
DESNOS, Robert (1900-1945)
DUCHAMP, Marcel (1887-1968)
ELUARD, Paul (1895-1952)
ERNST, Max (1891-1976)
GIACOMETTI, Alberto (1901-1966)
LAM, Wilfredo (1902-1982)
MAGRITTE, Rene (1898-1967)
MASSON, Andre (1896-1987)
MIRO Joan (1893-1983)
PICABIA, Francis (1879-1953)
PICASSO, Pablo (1881-1973)
RAY, Man (1890-1976)
SOUPAULT, Philippe (1897-1990)
TANGUY, Yves (1900-1955)
TZARA, Tristan (1896-1963)

E o legado português como o de António Dacosta, António Pedro, Fernando Lemos, Cândido Costa Pinto, Fernando Azevedo, Paulo Ferreira?
E o das mulheres pintoras, Lee Miller, Frida Kahlo, Meret Oppenheim, Dorothea Tanning, Leonor Fini, Valentine Hugo, Eileen Agar, Leonora Carrington, Ithell Colquhoun, entre outras?
Como gostava agora de falar com um/uma surrealista. O surrealismo vingou a criatividade, a rebeldia e a liberdade na arte contemporânea, desenhada nos inícios do século XX. O surrealista era necessariamente um original, um espontâneo. Na tela pintava a infância, a demência, o sonho, a insónia, a alucinação. O mundo para o surrealista era disforme, primitivo, imaginário de uma imagem final do ambiente mentalmente ilimitado e transcendentalmente maravilhoso.
Onde estão os novos “desenhos automáticos” e as novas “pinturas-areia” de André Masson, os “poemas-pintura” de Miro, as “pinturas-oníricas” de Breton, as justaposições irracionais de Dali ou Tanguy, as novas decalcomanias de Arp, as novas técnicas de pintura como a “frottage” e a “grattage” de Ernst, os novos “Un Chien Andalou” de Buñuel?
A subjectividade morreu ou renasceu com o pós-modernismo? Por onde se caminha na arte pós-século XX?


GIACOMETTI, Alberto

Onde pára o surrealismo hoje?

NCR

102.6

A questão é simples.
Não se trata de ser musica para respirar, mas sim de ser a única radio que se consegue ouvir.

PSL

Decisões difíceis

Ontem realizei uma decisão difícil. As decisões difíceis lembram-me sempre o fustigado dilema do prisioneiro que não deixava de o ser mesmo com a felicidade da fuga da prisão. Recordo-me também de Kant e das contradições do seu imperativo categórico que, a seguir à risca e no limite, imporia a reconhecer como justo as acções dos homens-bomba e como moral a entrega de um amigo meu a um hipotético regime nazi, por exemplo. No fundo, quer se decida bem ou mal (e o que é isso de bem e de mal numa decisão?!) decidiu-se. Decidir é escolher e, com angústia ou sem ela, é desenhar o caminho em percurso, um caminho que não tem nada de passeio e muitas vezes sem qualquer vestígio de precedência humana. Tomar o caminho nos nossos pés não é fácil, porque até a sorte pode ser orfã. O curioso, ou talvez não, é que quando se tomam decisões grandes e escolhemos a via mais difícil, acusa-se o visado de corajoso ou de ingénuo! É uma distância tão longa esta, que tamanha inconsciente passagem esta, entre o Homem e a Criança! Benditos aqueles que não sabem que é o medo que dá racionalidade ao decisor. O medo de não realizar, de não construir, o medo de continuar tudo na mesma, sem mapa, sem destino. A solidão suporta-se, o medo do vazio não. Portanto, desenganem-se aqueles que pensam que não saber aonde se vai chegar é o mesmo que não saber por onde se há-de ir.



NCR

Campo Contra Campo (I)

Este post devia ser sobre Saraband, a ultima obra prima de Bergman, mas aviso desde já que sobre o filme só tenho a dizer banalidades. O que não significa, necessariamente, que este post seja uma banalidade, muito pelo contrario.
Quanto ao filme a seu tempo lá iremos.
Porquê "Campo Contra Campo"?
Assim com letras grandes…
Porque gosto de mais de cinema para não escrever sobre ele.
Razões que não vêem ao caso afastam-me das salas escuras e dos écrans coloridos.
Antes ia muito ao cinema. Uma vez por semana ou mais, quando apareciam aqueles ciclos imperdiveis na cinemateca. De há três anos e meio para cá
divorciei-me. Ou quase.
Não posso mais, não aguento mais!
A minha relação com o cinema é demasiado complexa. Não me basta "ir ao cinema". Não me basto com a viagem e com o cómodo lugar na plateia. Tenho de ler sobre o que vejo, antes e depois da película. Tenho de me documentar. Tenho de saber o que vou ver, e interpretar o que foi visto. E retirar conclusões.
Gosto tanto de cinema, amo tanto o cinema que um dia até pensei em aprender verdadeiramente sobre o assunto. Cheguei a pensar fazer uma licenciatura, ou
algo do género, em cinema. Não para fazer filmes, simplesmente para os saber ver e interpretar.
Mas porquê "Campo Contra Campo"?
Hoje tomei algumas decisões importante quanto a minha relação com o cinema, e esta nova rubrica faz parte das mesmas
E Porquê "Campo Contra Campo"?
Rapidamente me explicarei. Como tentarei explicar o que para mim foi Saraband...

PSL

Só para ouvir...

...e relaxar. Só para sentir alguma nova música (clássica) contemporânea. Só para ficarem fãs de Craig Armstrong. Só para momentos sós:



NCR

MU-MENTO II


"The Runaway found"

Este é o álbum estreia da banda britânica The Veils, criada pelo compositor-intérprete Finn Andrews com a bonita idade de 18 anos. A banda caracteriza-se pela sua música pós grunge e pós folk, onde se pode ver (ouvir) diversas influências, inclusive em cada música, pois cada uma faz-nos recordar diversos grupos como Radiohead, Nick Cave & The Bad Seeds, Franz Ferdinand, Suede (o produtor do disco é Bernard Butler), The Smiths, The Verve, Mew ou mesmo Rufus Wainwright (aproveito para dizer que este norte-americano vem a Portugal fazer a primeira parte do concerto dos Keane, dia 10 de Março, e apresentar o seu terceiro álbum de originais “Want Two”).
Mais conhecidos, por enquanto, pela banda do anúncio da Optimus, julgo que é um álbum a não perder e assaz digno de se encontrar numa boa discografia caseira. Apesar de preferir as músicas The Tide That Left and Never Came Back, Lavinia e The Nowhere Man, talvez esta música seja o melhor cartão mediático de visita para este excelente grupo:

The Leavers Dance

«Berenice
My hands my feet are worn
As much as yours are
And though my head my hands my heart are forming
They still feel worlds apart

Berenice
Beneath it all you´re golden
And that´s all I´m feeding on
And though my head my hands are growing colder
We move circles now

Berenice there´s no release at all
That´s not worth dying for

Berenice
My hands my feet are worn
As much as yours are

Berenice there´s no release at all
That´s not worth dying for
And it´s not for our desires but our design that we all fall apart

Berenice there´s no release at all
It´s worthless crying for
And though my ............ ........´cause we all fall down»

NCR

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Vou ali...

...ver Saraband.
-Ai sim?
-Sim, não é todas as noites que temos a companhia de Ingmar Bergman, depois conto como foi!

PSL

A ler...

...como sempre JPP no Público:

"TRANSITÓRIA OU DEFINITIVA? - Será a próxima liderança do PSD condenada a ser transitória e de passagem? Penso que não e penso que é errado entende-la "a priori" com este destino. Tudo depende do que disse no ponto anterior: credibilizar o partido da sociedade para dentro. Se o conseguir, terá sucesso, mesmo no deserto dos anos sem poder."

Para o PSD esta é a grande questão: recuperar o credito. Rapidamente e em força.

PSL

De tão ilustre figura esperava mais...

Segundo Figueiredo Dias

"Nenhuma medida isolada resolve o problema da justiça, nem as soluções devem depender de um Governo. O próximo Executivo deveria propor, já, um plano concertado entre os principais partidos para que seja a Assembleia da República a envolver-se no aperfeiçomento do sistema.

Uma medida urgente seria rever a estrutura, composição e competências dos conselhos superiores da Magistratura e Ministério Público para que, de uma vez por todas, assumam responsabilidades perante a comunidade.

As instituições devem prestar contas. Os cidadãos desejam, sem prejuízo de uma independência e autonomia cada vez mais perfeitas, evitadas situações chocantes como a demasiada variabilidade de decisões sobre um mesmo assunto, a morosidade ou a prescrição dos processos.
"

PSL

Quatro notas sobre política externa

HIPOCRITAS: Tanta guerra verbal e agora beijam-se na boca. Chega a meter asco tanta palmadinha nas costas que o W. Bush tem recebido por essa Europa fora. Tudo o que é líder Europeu, nos últimos dias, não tem feito outra coisa que bajular o Sr. América. Depois das recentes desavenças sobre o Iraque, alguém entende o inchaço de Barroso, o cinismo de Chirac? Um passeio triunfal, qual Rei do Mundo…

IRÃO: Militarmente cercado, politicamente isolado. Teerão é claramente o próximo alvo a abater. Cercado a Oriente pelo Afeganistão, a sul pelo Qatar, a Ocidente pelo Iraque e a Norte pela Turquia e por ex-Republicas Socialistas Soviéticas como o Turquemenistão…, Teerão está cercado por tropas Norte Americanas. Muito mais do que o Afeganistão, o Irão é a grande plataforma giratória de oleodutos e gasodutos que fará o transito da energia entre a Russia é as hiper populosas cidades da Índia e do Paquistão. A este propósito valerá a pena ler ou reler "O Islão e o novo grande jogo na Ásia Central" de Ahmed Rashid. O Irão é uma peça chave nesse grande jogo, por isso a comunidade Ocidental não perderá tempo em retirar os Ayatholas do poder…

BRATISLAVA: Será hoje a capital mundial desse grande jogo que falámos supra. O que pensam que Putin e Bush têm para conversar? A este propósito a SIC entrevista o embaixador da Eslováquia em Lisboa. Diz o senhor que os dois paise são muito parecidos! Fiquei preocupado. Visitei Bratislava há cinco anos. Era uma terra de gente muito pobre, onde um jovem casal de Lisboa vivia "à grande". Um "Big Mac" era coisa de ricos para um eslovaco e coisa de pobres para um Português. Foi o único sitio do Mundo onde ainda pude ver Traban´s, muitos, a circular…Foi à cinco anos, senti me a viajar no tempo, do outro lado da cortina de ferro, e hoje Bratislava é igual a Lisboa? Estamos mal, muito mal…

COREIA DO NORTE: Quem quer saber dela, mesmo que pugne por armas nucleares? Totalmente isolada, do lado errado da historia. A dialéctica ideológica terminou à quase 15 anos, mas eles insistem. Pior, civilizacionalmente estão longe dos seus irmãos do Sul e dos seus primos Japoneses, mas são estes que se tem de preocupar. Washington quer lá saber. Bruxelas muito menos. Nós também não, apesar da ameaça! É a cultura, estúpido!

PSL

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

World Press Photo 2005


Spot News: 1st prize singles
Woman mourns relative killed in tsunami, Cuddalore, India, Tamil Nadu, 28 December
© Arko Datta, India, Reuters



Contemporary Issues: 1st prize stories
China, factory for the world
© Michael Wolf, Germany, Laif Photos & Reportagen for Stern Magazine



Sports Action: 1st prize singles
200m freestyle heats at Paralympic Games
© Bob Martin, United Kingdom, Sports Illustrated



People in the News: 2nd prize singles
Iranian immigrant in protest against proposed Dutch asylum laws
© Paul Vreeker, The Netherlands, Reuters



General News: 2nd prize singles
U.S. soldier in ambush, Iraq, 6 April

© David Robert Swanson, USA, The Philadelphia Inquirer



Spot News: 2nd prize singles
Young boy looting, Port-au-Prince, Haiti, 27 February
© Shaul Schwarz, Israel, Corbis



A Minha Preferida de 2004:


© Birgitta Lund, "In Transit (Times Square, New York)", 2003/2004.


É uma fotografia onde pode caber tudo, uma união dos mundos que nos assolam: o humano e o artificial, o seguro e o indefeso, o da noite e o da luz, o do sonho e o da rotina. O mundo meteorológico da vida e o da corrida do tempo. O das pessoas, o das pessoas que caminham e não se vêem. O das que são transportadas e não viajam. Um mundo gráfico e telegráfico.
Este é o nosso mundo, onde o conceito é cada vez mais feito de frases feitas e simples e de néons, e são estas que cada vez mais nos dão a alegria na escuridão, um mundo de aurora perdida, embora esperançada. Lá no fundo, no fundo do nosso mundo, uma luz, que do alto de uma torre ameaçadora nos guia nesta praça cosmopolita atravessada por uma bandeira americana. Como o mundo em que vivemos. Esta foto merecia um prémio do mundo da Press Photo.

NCR

Ressaca das legislativas



Começou a escalada, vislumbram-se os degraus e o caminho, por enquanto, não se faz caminhando. Mas nem tudo tem que ser aos saltos, nem tudo deve ser à portuguesa.

NCR

"Um Governo, uma Maioria, um Presidente"

Era o sonho de Sá Carneiro (materializado no seu discurso em 11 de Janeiro de 1980, na Assembleia da República, aquando da apresentação do Programa do VI Governo Constitucional) e realizou-se no tempo de um dos seus maiores admiradores, Pedro Santana Lopes. Acontece que o sonho não é, em linguagem de sigla partidária, social-democrata. Ainda por cima, muito por culpa do seu delfim. Sá Carneiro deve estar a dar voltas no túmulo, paz tenha a sua alma.

A direita sofre o seu pior resultado de sempre após o 25 de Abril de 76. Se Santana Lopes avançar para a sua manutenção na liderança do PSD, poderá ser o começo do declínio do Partido, se de seguida for criado um partido do centro-liberal, há muito desejado por diversas personalidades e anónimos. Poderá mesmo ser o produto da 'guerra civil' de que fala Pacheco Pereira. Sinceramente, julgo que Marques Mendes não tem força suficiente para ganhar a Santana Lopes, todavia, num sistema de partidos tudo pode acontecer, porque em democracia não ganha o melhor, apenas o vencedor.

E por falar em vencedores, nestas eleições houve sobretudo três: Sócrates, Sampaio e as Sondagens. Dos derrotados destaco três nomes: Santana Lopes, Paulo Portas e Morais Sarmento.

Será que este país vai deixar de andar aos 'esses'?

NCR

Para fim de festa...

...já repararam que caso PS, PCP, BE e PP se unam numa revisão constitucional, o PSD não tem voto na matéria?
Pouco provavel?
Não sei. Sei, sim, que a laranja sai espremida do dia de hoje!
Resultados (quase, quase) finais:

PS: 2573302 ( 45,05%) 120
PPD/PSD: 1638931 ( 28,69%) 72
PCP-PEV: 432139 ( 7,57%) 14
CDS-PP: 414855 ( 7,26%) 12
B.E.: 364296 ( 6,38%) 8
PCTP/MRPP: 47745 ( 0,84%) 0
PND: 39986 ( 0,70%) 0
PH: 16866 ( 0,30%) 0
PNR: 9365 ( 0,16%) 0
POUS: 5572 ( 0,10%) 0
PDA: 1604 ( 0,03%) 0


PSL

Afinal o que fica?

Fica Santana. Parece uma lapa colado ao poder. Que nojo.
Fica a grandeza de Portas na derrota. Mas não se pense, levianamente, que não fica no PP.
Fica um PCP que recupera força e energia.
Fica um Bloco ainda mais arrogante.
E fica um vácuo no poder. Um espectro. Um holograma, que trará consigo grande parte do lixo "Guterrico", que ainda há pouco, há pouquinho tínhamos mandado fora. Paupérrimo o discurso da gloria.
Nada de bom se augura.
Fica a esperança, que é a ultima a morrer!

PSL

domingo, 20 de fevereiro de 2005

Entretanto...

…porque é que Santana ainda não veio aceitar a derrota?
Tambem na derrota se vê a grandeza e a pobreza.

PSL

Esquerda unida

Quando a direita ganha eleições, as eleições são ganhas pela direita.
Quando a esquerda ganha eleições, a felicidade unanime é a derrota da direita.
Enfim, está tudo dito!

PSL

Hoje é um dia de "virança"

As palavras não são minhas, mas sim da menina Ana Drago do BE que acabou de falar aos portugueses.
É de facto um dia histórico, de mudança.
Com pouco mais de 600 freguesias por apurar arrisco os seguintes resultados finais:
PS 46%
PSD 28,5%
PCP 8%
CDS 7%
BE 6,5%.
A direita sai com uma pesada derrota. Inversamente proporcional à vitoria da esquerda.
Santana tem de sair de cena. Espero, sinceramente, que nem lhe passe pela cabeça reocupar o lugar de Presidente da Câmara de Lisboa.
Portas tem muito a repensar. Mas espero que não saia.
Jerónimo ganha claramente. E o BE…., perde. Sim o BE apesar de duplicar os mandatos na AR perde nestas eleições. E perde porque pediu uma vitoria do PS sem maioria absoluta. E perde, ainda, porque a sua vitoria se limita a ser a derrota da direita. As palavras não são minhas são deles.
Honra a Sócrates. Repito, para mim não haverá estado de graça que lhe valha, mais a mais com tamanha vitória.
À margem ou nem tanto: A arrogância de Vitorino a chegar ao Altis. Aquilo é o PS no seu melhor. Arrogância e falta de educação a rodos.
Como alguém me dizia à pouco; como é possível que ao fim de tão pouco tempo já estejam de volta ao poder?
Culpado há só um! Santana e mais nenhum.
Volto já…

PSL

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Neste fim de semana...

...não deixem de ir às urnas!

Votem bem....

...na esquerda...



...ou na direita.



Não fiquem é em branco!

PSL

A não perder...

...o novo blogue A MÂO INVISIVEL, um blogue com propriedade, que é também uma constelação de blogger´s.
Felicidades para este novo projecto blogosférico...
Ah,...e tem um layout fantástico.

PSL

ASFIC reclama vitória

"Recusa do trabalho extra na PJ com adesão maciça".

PSL

Já tem uns dias...

...este (link) post do Compadre Esteves no Incursões. Mas a sua leitura impõem-se.

PSL

Estado de (des)graça

Perante isto (link) pouco resta a fazer, para alem de votar, pois claro!
O que está em causa neste momento é aquilo que não vai haver.
O próximo governo, do PS, não tem tempo. Não tem tempo para períodos de estado de graça. Exige-se do PS que governe. Decida, avance desde logo.
E que não venha com a desculpa de que no primeiro ano estará a governar com um orçamento que não foi por si planeado. Um orçamento, alias, por eles chumbado. Quanto a isso queixe-se ao amigo Sampaio.
A tentativa para a vitimização e para a desculpabilização será mais que muita.
Mas se ter um blog já era fascinante, ter um blog com um governos socialista que se espera maioritário será absolutamente fascinante – estou a começar a gostar destas tiradas básicas à Louçã.
Em suma, Socrates e seus pares não tem estado de graça. Quiseram o poder governem. Quiseram maioria decidam. Afinal será para isso que serão eleitos no próximo Domingo.

PSL

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

ESPUMAS I



«Anda cá, não fujas, sempre tiveste a mania de fugir. E logo tu, que nunca fugiste! És como és, serás como quiseres ser, mas não me convences que és pessoa de fuga. Só as pessoas livres podem fugir. E a liberdade, a tua liberdade, onde a deixaste? Estás onde estás porque não a quiseste, jamais me digas o contrário. E eu sei muito bem aonde culminarás, ao cume da tua prisão, uma prisão feita de amarras invisíveis, sem cor ou pudor. Só de pensar que a maioria das pessoas deseja ter amarras invisíveis dá-me arrepios. E não é bem na espinha, são arrepios de alma. Não sei bem o que isso é, mas agora que falo disso, soa-me bem. Como podes aspirar a um lugar de alma e liberdade, sim, logo tu, de quem tantas amarras deste aos outros a conhecer. Não me vires as costas, os anjos já têm costas, senão aonde colocavam as asas?»

Miguel Pessoa Campomaior

Esclarecedor…

Se não fosse para rir até parecia que era fanatismo.
Prefiro pensar que é para rir. Prefiro rir.
Basta ler a esquerda para compreender. Vejam aqui (link) e aqui (link) como eu tenho razão quando digo que o Portas foi o melhor!

PSL

Debate a cinco, vitória (clara) à direita

Gostei do debate de hoje. Mais vivo e esclarecedor que o frente-a-frente Santana Vs Sócrates.
À esquerda: Pobre Jerónimo está como o partido. Aquela voz é o reflexo de um discurso velho e cansado de décadas sem renovação. Foi pena.
Sócrates perdido, errático, às voltas, sem credibilidade, sem ideias, sem plano, sem carisma para liderar. Um governo seu será mais uma oportunidade perdida. Um governo seu com maioria absoluta, será mais uma oportunidade absolutamente perdida.
Louça ranhoso, indigente, rasteiro, como sempre. Mesmo assim à esquerda foi claramente o melhor. Está cada vez mais arrogante. Queria ser o Mourinho da política mas falte-lhe charme, classe, educação. Para treinar um pais, nem do terceiro Mundo serve.
À direita: Santana na sua terra. É aquele o jogo de que gosta e sai-se (quase) sempre bem. Defendeu, atacou, por vezes atabalhoado, outras sem rasgo. Está cansado. Não serve.
Portas o grande vencedor. Claro, preciso e conciso como Montesquieu disse das leis. Eficaz, educado, cordial. Com ideias e ideais. Claramente o mais inteligente de todos. O rapaz tem queda, provavelmente não terá é onde cair. Mesmo assim gostei, foi claramente o melhor.
Era bom que aqueles senhores aparecessem mais vezes juntos na televisão. Ficaríamos todos um pouco mais esclarecidos acerca da sua natureza. Desta vez gostei.

PSL

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Sofreguidão legislativa

O Governo está em gestão, certo? Quem lê o Diário da República diz que não.
Em 45 dias de 'gestão', todos deste ano, o Governo emitiu 33 decretos-leis! É obra! Por curiosidade, o mesmo número de diplomas que o ano passado, com a diferença de que no início do ano passado o governo estava em exercício integral das suas funções. Aliás, começa a ser um mau costume constitucional (contra legem - contra-jurídico) o desrespeito pelo princípio constitucional da limitação de competências de um Governo de gestão. Para além dos Decretos-leis, o actual Governo emanou ainda 27 Resoluções e 185(!) Portarias.

Parece que as bandas da improbabilidade de responsabilização são cada vez maiores no sistema político. Como podemos verificar, um bom princípio não faz bons princípes.

NCR

N DIAGONAIS I (sobre blogs)

«Blogs reúnem visita de mais de 35% dos internautas portugueses em 2004

Os portugueses residentes no Continente que acedem à Internet a partir de suas casas passaram mais de 840 mil horas a navegar em páginas de blogs durante 2004, segundo revela o mais recente Netpanel da Marktest. Os chamados blogs atraíram às suas páginas 36,9 por cento da comunidade internauta com quatro e mais anos que na região de Portugal Continental possuía acesso doméstico à Web no ano passado, num total de 602 mil internautas.

Durante este período, foram visitadas mais de 57 milhões de páginas de blogs, uma média de 95 por utilizador. O tempo total de navegação ultrapassou as 842 mil horas, numa média de 1 hora e 24 minutos por utilizador.

Dezembro foi o mês mais activo de 2004 para este tipo de sites, com a visita de 220 mil utilizadores únicos. Depois de se terem registado valores próximos dos 195 mil visitantes diferentes nos primeiros dois meses do ano, o acesso aos blogs baixou nos meses seguintes. Em Setembro começou a evidenciar-se uma tendência de crescimento, que atingiu o seu pico no último mês do ano, refere a Marktest.

O Blogger.com, o Photoblog.be e o Gatofedorento foram, por esta ordem, os blogs que reuniram maior número de visitas em 2004, mediante o que indica o Netpanel da Marktest, com respectivamente 193 mil, 115 mil e 77 mil utilizadores únicos.

A análise do perfil dos visitantes de blogs aponta para o predomínio do sexo masculino (68,9% dos visitantes são homens e 31,1% são mulheres). Os escalões etários mais representados são entre os 15 e os 34 anos, que constituem 63,9 por cento do total de visitantes. Por classes sociais, predominam os indivíduos das classes alta e média alta, que representam 47,7 por cento dos "bloguistas", sendo a região da Grande Lisboa a mais representada, já que aí residem 32,1 por cento dos visitantes destes sites.» (Fonte)


«Diariamente surgem entre 8 a 17 mil novos blogs

Um relatório divulgado pela Technorati, empresa que monitoriza e oferece serviços de pesquisa a um universo de 3 milhões de weblogs, revela que o número de páginas deste tipo existente na Internet se multiplica a um ritmo de diário que varia entre os 8 e os 17 mil. Nas contas da empresa, isto significa que a cada 5,8 segundos é criado novo blog.

Deste universo em crescimento cerca de 36 por cento têm como principal propósito fazer comentários sobre amigos e família, enquanto 12 por cento escolhem como tema principal a actualidade e questões jurídicas.

O documento revela ainda que 45 por cento dos blogs identificados não são actualizados com qualquer informação ou comentário novo há pelo menos três meses. Os contributos individuais diários cifram-se nos 275 mil posts, refere a Technorati.

Já no ano passado um estudo do MIT se dedicou ao fenómeno dos blogs apurando que estes diários electrónicos são na maioria utilizados por pessoas que mantêm a sua identidade (55 por cento), contra uma percentagem de 20 por cento que optam por utilizar apenas um dos nomes ou um pseudónimo. Segundo o mesmo documento, anualmente 360 pessoas são intimadas para prestar declarações sobre as actividades desenvolvidas nos seus blogs.» (Fonte)


«Maioria dos blogs não são actualizados regularmente

Sessenta e seis por cento dos 4,12 milhões blogs disponíveis nos oito principais serviços de alojamento deste tipo de sites não são actualizados há pelo menos dois meses concluiu um estudo recente da Perseus Development. Ainda segundo dados da mesma firma, deste total, 1,09 milhões duraram apenas um dia.

Estas foram algumas das principais conclusões deste estudo realizado com o objectivo de fornecer indicações mais precisas sobre o funcionamento destes serviços que têm vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos.

Outra das revelações importantes deste relatório é que dos 4,12 milhões de blogs detectados, apenas cerca de 50 mil são actualizados diariamente. Quanto ao perfil mais comum dos bloggers, ao contrário do que se poderia pensar, estes são maioritariamente do sexo feminino, e com idades compreendidas entre os 13 e os 19 anos, que usam este meio como forma de comunicar com os seus amigos e manter o contacto com eles cerca de duas vezes por mês.

Este estudo mostra ainda que no ano passado existiam "apenas" 1,62 milhões de blogs activos contra 3,3 milhões até ao final de 2003. Para o ano que vem esse número deverá crescer ainda mais, chegando os blogs activos até aos 5,86 milhões.» (Fonte)

"Estou pronto a morrer pela liberdade"

Ficou conhecido como o "General Sem medo", foi um opositor ao regime autoritário de Oliveira Salazar, e enfrentou a entourage salazarista ao candidatar-se às eleições para Presidente da República de 1958, em representação da Oposição Democrática.

Estas eleições ficaram conhecidas como as eleições da liberdade (com o seu famoso Comboio da Liberdade).

Depois, perdeu as eleições, fruto da fraude eleitoral e foi perseguido, exilado (no Brasil) e acossado por uma polícia política, a PIDE, que o vigiava constantemente, através dos serviços secretos, e que desenhou vários planos para o matar.

Em 1965 regressa a Portugal, atraído a uma cilada nos "Correios" da cidade espanhola de Badajoz, julgando que ia ao encontro de 'oficiais portugueses' que pretendiam derrubar o regime.

Bem pertinho de Olivença (terra usurpada que nunca mais volta às nossas mãos), juntamente com a sua secretária Arajaryr Campos, a 13 de Fevereiro, é assassinado por uma brigada da referida polícia política do regime salazarista chefiada por Rosa Casaco.

O cadáver foi escondido na estrada de "Los Malos Pasos", a aproximadamente sete quilómetros da aldeia de Villanueva del Fresno. Em 1990, os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional, ano em que foi nomeado a título póstumo, marechal da Força Aérea.

Um crime português, humanamente português, mesquinhamente português, comezinhamente português, miudamente português, astutamente português. Fica, como sempre depois da morte, o Exemplo, a Lição, o Nome. Chamava-se Humberto Delgado.



NCR

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

The Gift ou como a electricidade pode soar tão bem

Ainda me lembro da primeira vez que ouvi The Gift.
Foi num programa de televisão da estação publica, apresentado por Miguel Angelo, que pretendia apresentar novas bandas Portuguesas.
Já foi há uns anos, e a paixão pela magica e enérgica voz de Sonia Tavares a entoar "Ok do you want something simple?", foi imediata.



A partir dai, tenho seguido com a máxima atenção a carreira do grupo de Alcobaça.
Normalmente ao terceiro álbum, diz se de uma banda que atingiu a maturidade. Dizer isso dos The Gift soa a anacrónico. Maturidade, musical e organizativa, é coisa que não falta aqueles meninos que parece que já nasceram a fazer musica, e para não se chatearem criaram a sua própria label e distribuíram eles próprios os seus primeiros discos, até que alguém desse conta que eles existiam…



Por isso AM/FM, não é o disco da "maturidade" ou da "afirmação". AM mais intimista, FM mais "audível" são monumentos à electricidade. Como ela pode ser bela e harmoniosa.
Não se pense com estas palavras que o disco é fácil de ouvir. Bem pelo contrario. Das primeiras vezes que o ouvi sou-me estranho e excessivamente produzido (se é que se pode dizer isso de um disco). Contudo, hoje, estou convencido que AM/FM figurará nos anais da musica moderna Portuguesa com o uma das obras primas dos The Gift.
E ainda é demasiado cedo para sabermos até onde chegarão os The Gift.
É curiosos como não sendo músicos de pauta, os The Gift conseguem escrever, compor e produzir das melhores canções que alguma vez ouvimos a bandas Nacionais.
Como se diz agora, estão muito à frente. E por muitos anos continuarão a estar a anos luz do que se possa produzir por cá.
Ah…, e o génio tem nome. Chama-se Nuno Gonçalves e ainda nem trinta tem.
Sigamos os The Gift.

PSL

Somos todos culpados!

Nunca gostei de culpas, nem de penitências. Talvez porque ninguém gosta de levar na cabeça. Mas Portugal é um país de culpados. Pelo menos é o que a maioria religiosa deste país pensa.
A culpa é típica do nosso legado judaico-católico-cristão. Há culpa para haver arrependimento. Há arrependimento para justificar a confissão. Há confissão para se pagar a penitência. Há penitência para se consumir o corpo de Cristo. Esta é a homilia da culpa. E a política, fica fora disto? Parece que o nosso primeiro-ministro acha que sim. Por isso, pergunto: qual é a homilia desta campanha eleitoral? Qual é o purgatório do futuro Governo? Onde está o missal deste país? O que podemos fazer para evitar o Apocalipse? Como entrar no Céu?...

Não quero parecer como aquele ateu que dá graças a Deus por não acreditar nele, mas bolas, porque a Política não é azul?

NCR

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

PALETA DE PALAVRAS I



Sea song

«The time has come
For me to leave this place
The light, the sound of the cars
Have left me broken

If you can't change your mind
If you can't change your mind
Going back to the sea

Your skin and the sky light
Are fading to the distance
The soul of the life I once had
Echoes through the building

If you won't call my name
If you won't call my name
Going back to the sea

If you won't change your mind
If you won't change your mind
I'm going back to the sea»
,

de Craig Armstrong, com voz de Wendy Stubbs.

Obrigatória...

...a leitura atenta do blog colectivo da redacção da SIC: Diário da Campanha (link).
Especial destaque para os post de Ricardo Costa e Anabela Neves, dois dos melhores jornalistas de política que Portugal conhece.
Despido do formalismo das noticias “pela TV” e carregado de pormenores deliciosos que não “devem” ser ditos em antena, é aproveitar a sua leitura, porque a campanha está quase a acabar.

PSL

Matar é Matar! (II) – Os Números

O 1.º país do mundo a abolir a pena de morte foi a Venezuela, em 1863. Portugal foi o primeiro país da Europa, em 1867, embora a última execução em solo português date de 1843.

Portugal é um dos estados-membros do Conselho da Europa, dos quais 800 milhões de habitantes de 45 Estados-Membros não aplicam a pena de morte, pois foi, na generalidade, definitivamente abolida em 1983 pelo Protocolo n.º 6 à Convenção Europeia dos Direitos do Homem, de 1950.

Segundo a Amnistia Internacional (www.amnesty.org). Das 1526 execuções em 2002, a China ocupa o 1.º lugar com 1060 (81%). Em 2.º lugar está o Irão, com 193 execuções, e em 3.º lugar estão a Arábia Saudita e os EUA com 71.

A execução da pena de morte nos EUA tem vindo a aumentar: de 1 execução em 1981 para 71 em 2002, e cerca de 4 000 condenados no designado «corredor da morte». Como se sabe, neste Estado federal, a pena de morte não se aplica à generalidade dos estados federados. A pena de morte não é uma pena federal. E só existe nalguns estados federados porque o Supremo Tribunal Federal (a mais alta instância jurisdicional norte-americana) decidiu em 1976 que a pena de morte não viola a Constituição. Assim, 38 dos 50 estados norte-americanos possuem a pena de morte e destes 38, 19 permitem a pena de morte contra menores.

O Estatuto do Tribunal Penal Internacional (1998) exclui a pena de morte do seu normativo e aplicação, assim como o faz a Convenção Europeia dos Direitos do Homem (1982) e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1989).

Com dados de 2003, restam 83 países no mundo a aplicar a pena de morte.

NCR

(continua)

E depois do adeus?

A leitura deste (link) post no bloguitica fez me lembrar uma coisa simples.
Neste momento nalguns sectores do PSD a questão já não é o resultado de dia 20, mas sim a sucessão de Santana Lopes.
E o problema adensa-se. Quem? Quem vai querer pegar nos cacos pós-Santana?
Quem terá coragem de pegar no Partido Social Democrata após o seu pior resultado de sempre?

PSL

Estar doente!

Só existe uma única coisa que verdadeiramente me aborrece.
Estar doente!
Uma simples dor de cabeça já é um desassossego. Uma má disposição uma chatice. Uma pequena dor acolá, é muito irritante. O que dizer então, quando o corpo todo dói, os pulmões parece que ardem (fumar um cigarrito está fora de questão), a cabeça lateja, o nariz pinga, a tosse é convulsa...e a febre é muita....É a tragédia.
Para quem se move na cidade de mota, tem de trabalhar, tem de estudar porque está em época de exames, e se diverte nas frias ondas do mar, quando algum tempo lhe resta..., estar com gripe é fim do mundo. A chegada do anti-cristo.
Até este post custa a escrever, parece que as teclas são tão pequenas...

PSL

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

N PERGUNTAS III



Leio no The Economist que Richard Laylard , professor de Economia na London School of Economics, no seu livro “Happiness: lessons from a new science” tenta responder à pergunta seguinte: se no último meio-século a média dos rendimentos duplicou, a esperança de vida cresceu consideravelmente e a qualidade de vida aumentou em todas as áreas, porque é que (e segundo as sondagens feitas) grande parte da população dos países mais desenvolvidos considera que não são mais felizes?!

A tese de Laylard é a de que nas sociedades desenvolvidas, por cada pessoa que ascende ‘materialmente’, é uma pessoa que se perde psiquicamente. A ascensão profissional ou social poderá ser uma queda pessoal.

Por outro lado, Laylard questiona a busca da grandeza da felicidade em preterição da da liberdade. E o que as pessoas preferem? É que se a felicidade depende mais de nós, a liberdade só pode ser vivida se a ‘sociedade’ for livre.
Será que «the pursuit of happiness is a private matter»?

Noutras leituras, noutra revista, acabo de ler um artigo que suscita reflexão sobre o mesmo fenómeno. Um artigo sobre a Roménia actual. A memória do povo tem tanto de fantástica como de impiedosa.

Nicolau Ceausescu, como se sabe, foi o ditador que presidiu aos destinos da Roménia durante 22 anos, tendo sido executado na noite de Natal de 1989, em plena Praça de Timisoara (se a memória não me falha). Encontra-se indigentemente sepultado numa campa onde o seu corpo está virado, literalmente, de pernas para o ar, ou seja, com o corpo ao contrário do que é normal estar numa campa (com os pés no lugar da cabeça e vice-versa) para que a sua entrada no Céu seja sempre um insulto a Deus.

O que descubro nesse artigo é que os romenos estão descontentes com o seu actual país:

"Yes, it was better under communism. You had a job, a house, a car, But you could not have your own thoughts."

«In Ceausescu’s Romania, there was nothing to buy, but we had money. Now, there’s everything to buy but we have no money”

Ora aqui está algo que nos faz parar: afinal de contas, o que é que as pessoas procuram?

NCR

E a EMEL, não?

No público de hoje diz Daniel Sanches: "Serviços de Informação Deviam Poder Fazer Escutas Sob Controlo Judicial"

E a EMEL?
Claro, com controlo judicial!

PSL

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

Matar é Matar! (I) – As Pessoas

Platão dizia que as boas leis são aquelas que os cidadãos amam mais do que a própria vida. A lei criminal da pena de morte é para mim criminosa. Costumo dizer aos meus alunos, em tom de brincadeira séria, que não ‘matava’ o Hitler se o prendesse. Podia desejar-lhe a morte, sim. Podia matá-lo em legítima defesa, sim. Podia ter que obrigá-lo coactivamente a imobilizar-se, com as necessárias violentações, sim. Mas isto não é mandar matar (de certa forma, cobardemente) alguém ou sentenciá-la à morte. E nem vivemos, sequer, em tempo de guerra. Pelo menos, com confrontos de mobilização populacional e territorial!

Portugal é um país, histórica e tradicionalmente, desfavorável à pena de morte. Todavia, tenho a maior das dúvidas que o Não à pena de morte vingasse se esta fosse a referendo nacional. Todos os anos faço uma espécie de sondagem/inquérito às minhas turmas de Ciência Política e Direito Constitucional e o resultado é aterrador, pois a maioria é a favor. Pior ainda, quando a argumentação do Sim à pena de morte toma forma (porque por vezes não toma substância, infelizmente), discute-se de baixo para cima (ler o meu post sobre Personalização da discussão de Sexta-Feira), ou seja, dos casos concretos («Viu aquele filme… como é possível matar tanta gente?», «E aquele caso da… ele merecia e muito mais!») e de situações pessoais («E se lhe acontecesse a si?» «E se fosse a sua filha?») para o ‘juízo genérico conclusivo’.

É muito importante pensar (e saber) os ‘casos práticos’, a ‘vida real’, as ‘imagens reais’ para a discussão teórica de qualquer matéria, e até o pragmatismo e a pessoalidade ou a personalização das questões, mas sobrepô-los à generalidade, à universalidade e aos valores que despersonalizam o indivíduo e fazem do Bem e do Mal como as duas únicas opções e escolhas de uma política pública criminal, começa-me a causar arrepios e pontadas na espinha.

Quando uma pessoa, um conjunto de pessoas, decide aplicar a pena de morte vira-se o feitiço contra o feiticeiro, porquanto o efeito criminógeno da aplicação de uma pena deste tipo numa sociedade é deveras galopante. Os EUA não desmentem esta afirmação, pois não se conhece um único exemplo de estado americano onde se comprove que a pena de morte faz baixar as taxas de criminalidade, mesmo quando falamos de criminalidade violenta.

Todavia, o debate deve centrar-se nas pessoas sim, as pessoas estão no centro da análise, pois a pena de morte é para elas!

NCR

(continua)

TMN



Parabéns à minha operadora de comunicação móvel. Apesar de ter a ideia de que não é a melhor gerida (escolho a Vodafone), nem anunciar os melhores spots de publicidade (prefiro a Optimus), não obstante tudo isso, tem os melhores preços tendo em conta que está mais perto, na generalidade, de quem é mais importante para mim, muita gente felizmente para eles!
Ser um em cinco milhões não é nada de especial. E muito menos ajuda a ter aspirações de me pagarem esta publicidade. Todavia, é digno de registo. Nunca uma empresa portuguesa teve 5 milhões de clientes. Pelo menos, é o que eles dizem. E eu a pensar que a PT tinha mais! De qualquer modo, joga-se em casa. Na empresa, e em .pt (Portugal). Por falar em jogo, e os 6 milhões do Benfica?:-)

NCR

sábado, 5 de fevereiro de 2005

Fuga para o adormecer



Esperança de uma manhã de mar, uma tarde luminosamente criativa e uma noite bonita de nuvens avulsas... Hoje, restou um dia produtivo e uma noite maravilhosa... Agora, fica o final do gasto das teclas que fotografo antes de dormir... As imagens só valem quando acordadas.

NCR

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Liberdade



Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

Será que Bush virou liberal?!



Um discurso, que quase parece ter sido escrito por um Democrata, onde defendeu a responsabilidade do Governo Federal em fornecer bens e serviços sociais essenciais a «todos os americanos», nomeadamente, assistência médica, ensino, segurança social, sistemas de protecção contra a pobreza, ajudas no patrocínio judiciário a pessoas carentes de meios económicos para pagar a um advogado! Atacou a poluição, o aumento do gasto das energias tradicionais, encorajou a utilização de energias alternativas, 'abriu' algumas portas à reforma do sistema de imigração, propôs-se criar milhões de empregos e conceber uma política geral de não-descida dos impostos!!

A política para a Segurança Social, e não me refiro a outras políticas sociais, ocupa duas páginas do discurso de Bush!

Há uma anedota americana que diz que os conservadores acreditam que a vida começa na concepção e termina com o nascimento! Agora, Bush vem dizer no seu discurso: «To build a culture of life, we must also ensure that scientific advances always serve human dignity, not take advantage of some lives for the benefit of others.».

Para ver e ouvir o discurso Estado da União, clique aqui.

NCR

MU-MENTO I

Music

«I’m doing it for music,
I’m doing it for love,
I’m doing it for everyone around me,
and I try to be the only one with this melody in my head,
but I think I hear this song somewhere.

Because I’m doing it for music and I’m doing this for love,
I guess I’m doing it for everyone around me.»

The Gift, "AM-FM" (Nov./2004)

A primeira música do momento neste blog. Uma música simples, melodiosa, aguerrida, que nos faz pensar, e viajar. A voz de Sónia é o meio de transporte, o talento do Nuno o seu construtor. A viagem não a vemos, é transparente. Os lugares passam, nós imaginamo-los, mas são demasiado claros. As notas musicais ficam reduzidas a pedaços de cristal, puro cristal. É uma música cristalina. A paisagem é invisível, e dá-se graças por isso. Porque os sonhos também o são. Seja um sonho de solidão, seja um sonho de amor. Estamos sempre sós em qualquer lado. Assim como o amor. Ele anda sempre sozinho, por todo o lado, mas é o mais desejado. E nem sempre fazemos o que ele nos diz. Nem sempre temos a sua música na nossa mente. Tentamos ser únicos, pensamos que somos únicos, acreditamos que o podemos ser, mas qualquer pessoa pode ouvir a música do amor. Qualquer pessoa, desde que a ouça pelo outro . O amor está no outro, apenas a música está em nós. Nós usamos os sentidos, o amor traz-nos a melodia. E assim nasce Música, a melodia dos sentidos...

NCR

Política à portuguesa


Mãozinhas cuidadas, mas destrutivas. Fruto bonito, mas para não consumir. Resta um, o da esperança.

NCR

Força e Direitos

Se alguma coisa a intervenção armada dos EUA no Iraque nos ensinou foi o facto, já quase histórico, de que as super-potências não são suficientes para dar segurança e estabilidade internacionais. O terrorismo veio para ficar e é um factor perturbador da paz e do desenvolvimento internacionais. Ou seja, a força do uso da força não protege por si só a manutenção e a construção da paz no mundo globalizado e é neste quadro, de incapacidade unilateral, que o Direito pode ter o seu campo de destaque na criação de espaços de união e de consenso. Os EUA já o sentiram. Por força dos acontecimentos do 11 de Setembro de 2001, o Congresso norte-americano aprovou o USA Patriot Act, de 24 de Outubro de 2001. Um acto legislativo muito contestado, pois veio alterar regras que dizem respeito com determinadas liberdades e direitos civis e políticos, relacionados com o sigilo nas telecomunicações, a utilização de computadores, o sigilo bancário, o respeito pela intimidade da vida privada, a imigração e nacionalidade norte-americanas, direitos da família, entre outros.

É um sinal dos novos tempos, bem indicativo da forma como o mundo está preocupado com a segurança e a nova ordem internacionais.

Um dos grandes desafios com que o mundo e, sobretudo, os EUA têm que enfrentar é o equilíbrio entre acabar com o terrorismo ou a insegurança nacional/internacional e salvaguardar os direitos, liberdades e garantias adquiridas.

Ronald Dworkin defende que os cidadãos têm direitos que existem independentemente do reconhecimento legal. A questão é que a actual situação jurídica norte-americana, no que respeita à legalidade dos direitos civis e políticos, sofreu um retrocesso no domínio qualitativo dos direitos e liberdades fundamentais, em nome da «segurança» e, até, da própria «liberdade da nação». Onde está, assim, o limite da tolerância e da preservação da segurança (e da própria sociedade) nas medidas de polícia e criminais de combate, tomadas pela maioria, contra quem as quer derrubar?

Naturalmente que Dworkin sustenta a moral fundamentada como critério essencial para as preferências das minorias não serem esmagadas pelas da maioria, o que aliás concordo, todavia, a praxis política não se esgota na tensão entre legalidade e moralidade, sendo o actual circunstancialismo bélico e inseguro provas disso, quando a legitimidade dos actos não é feita sob a tutela de organizações internacionais ou quando os conceitos como o uso da força e de legítima defesa são interpretados, cada vez mais, de forma extensiva, entendimento o qual, refira-se, não afastamos como ultima ratio.

O sistema de protecção constitucional das liberdades fundamentais não tolera ideias avançadas como a perda de direitos fundamentais pela sua utilização abusiva. Trata-se da possibilidade de um cidadão poder vir a ser privado de alguns direitos quando deles abusar para combater a ordem fundamental livre e democrática e dos direitos fundamentais. Subjacente, está a antiga ideia de que não «deve haver liberdade para os inimigos da liberdade», ou, em linguagem mais bushiana, «estão connosco ou estão contra nós».

Esta concepção da liberdade e dos direitos fundamentais é importante, pois é aonde a América de hoje, julgo, pretende chegar, ou seja, à funcionalização dos direitos fundamentais: os direitos devem ser exercidos de forma teleologicamente vinculada (por exemplo, em prol da ordem livre, da segurança nacional ou da democracia). Tal concepção não vê na perda de direitos fundamentais a «morte cívica» do cidadão, o que pode trazer abusos de poder, sobretudo nos direitos criminais e processuais dos suspeitos e arguidos.

Em resumo, a história recente dos Estados Unidos, no que concerne à restrição das liberdades e garantias dos cidadãos, demonstra, em síntese, várias tendências neste domínio:
- A liberdade dos cidadãos existe contra o Estado, a democracia constrói-se a favor do cidadão;
- Democracia não é o mesmo que liberalismo;
- A de que maior democratização não implica necessariamente maior liberdade, por vezes, bem pelo contrário;
- O exercício do poder político obriga a uma gestão constante entre o poder político e os direitos individuais;
- A intolerância da tolerância poderá levar ao incremento de radicalismos e de acções governamentais restritivas das liberdades;
- A funcionalização dos direitos fundamentais (que esvazia o conteúdo intrínseco e nuclear do direito, per si) leva ao populismo e demagogismo políticos, ainda que sob a anuência da maioria popular.

Não querendo ser Fukuyamista, poder-se-à dizer que volta-se sempre à História. Afinal de contas, a força da maioria nunca foi, nem será, sinónimo de vitória de benfeitores.

Tendo sido a favor duma intervenção armada no Iraque (infelizmente, não como ela foi efectivamente feita), posso dizer que me deu especial prazer, e emoção, ver os iraquianos a votar e a notícia do nível de participação dos mesmos. Apesar de ser banal para nós, serve bem de exemplo para a jovem juventude de hoje saber dar valor e o preço que alguns pagam pela democracia. Sobretudo a portuguesa, visto que a democracia em Portugal está tão barata!

NCR

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Uma data triste

Lembrada neste blog (link).

A 1 de Fevereiro de 1908, no regresso de mais uma estadia em Vila Viçosa, o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe, são assassinados em pleno Terreiro do Paço. De um só golpe, Costa e Buiça, decapitavam a monarquia portuguesa, deixando o trono nas mãos de um inexperiente D. Manuel, sem capacidade nem margem de manobra para gerir uma situação política explosiva que culminaria com a queda da monarquia e a implantação da República a 5 de Outubro de 1910.



A 21 de Maio de 1908, quase 4 meses após o regicídio, o já então rei D. Manuel II, descreveu a forma como viveu este trágico acontecimento, sob o título de "Notas absolutamente íntimas", de que podem ler um excerto aqui (link).

PSL

N PERGUNTAS II

Como é que se gere a posição de ter estado contra uma intervenção armada no Iraque e o sentimento de ter visto a coragem de milhões de iraquianos a irem votar?

Só suspeito o que Maquiavel responderia. Pai do realismo político, contra o idealismo ético, para quem a Política era amoral, expurgando-a de leis sociais e universalmente bondosas, talvez respondesse com a famosa frase do seu Príncipe que tornou o seu nome num adjectivo:

« (…)nas acções de todos os homens, em especial nas dos príncipes, onde não existe tribunal a quem recorrer, o que importa é o sucesso das mesmas. Procure, pois, o príncipe, vencer e manter o Estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos louvados, porque o vulgo sempre se deixa levar pelas aparências e pelos resultados, e no mundo não existe senão o vulgo»

Maquivel nunca escreveu a frase «os fins justificam os meios». Julgo que era Fernão Mendes Pinto que dizia que a História é feita pelos outros...

NCR