Gonçalo Ribeiro Telles conta quase noventa anos. Qualquer um de nós só pode desejar chegar à sua idade com a mesma presença e clarividência. Ler ou ouvir Gonçalo Ribeiro Telles é sempre sinónimo de aprendizagem. Deixo aqui um curto excerto da magnífica entrevista que concede ao i no passado fim-de-semana (link).
Para aprender…, se assim desejarem e se tal conseguirem.
(…) a nossa história é uma construção através de um regime monárquico e essa ligação à história e à continuidade perdeu-se. E nesse sentido há de facto um recuo enorme, que permitiu depois uma visão diferente do futuro. Quando a monarquia existia havia sempre um futuro na sequência da dinastia.
É essa a vantagem que vê na monarquia?
É essa a grande vantagem. Isso dá um somatório de uma cultura que é muito difícil de arrancar. Só à força é que se arranca. É o que está a suceder. Há a saudade dessa continuidade.
Os portugueses têm saudades da monarquia. Acha isso?
Dessa continuidade com certeza, porque isto é um país inventado e construído. Construído com as condições que tinha de mar, de terra, de solos e inventado pelo género português.
O caminho teria sido outro com uma monarquia?
Tínhamos seguido um caminho mais paralelo dos países escandinavos.
Os reis não são eleitos. Não é um bom argumento a favor da República?
Os reis são eleitos todos os dias.
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