quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Fado Carioca (I)

Como aqui se escreveu (link) “Fado Carioca” é uma curtíssima série de postais manuscritos na memória e em aleatórios pedaços de papel, que finalmente ganham vida com a luz do vosso écran.
Mas afinal o que é que o Rio de Janeiro tem?
O Rio de Janeiro tem o privilégio, concedido pelos Deuses, é certo, de fazer parte daquele punhado de cidades únicas no Mundo. Únicas, não pelo que são em si. Na sua essência podiam ser outras, diferentes do que são. Únicas, sim, pelo destino. Únicas porque não podiam ser noutro sitio qualquer. Porque o tempo assim o quis. O Tempo moldado pelos homens; a cultura, a historia. O Rio de Janeiro tal como Veneza ou Florença, por exemplo (ou Lisboa porque não?), é a cidade que é, porque está onde está. Proponho-vos um simples exercício: já imaginaram se Lisboa não fosse aqui, de onde escrevo, mas em Sines, ou em Setúbal, ou na Figueira da Foz ou em Viana do Castelo. Lisboa nunca seria esta Lisboa, seria, sim, outra coisa qualquer.
O Rio de Janeiro não é como a "a-característica" - que não incaracterística - Londres. Londres, tal como suspeito ser Paris, ou como é Madrid ou até Barcelona, poderiam ser mais a Norte ou a Sul ou para o interior ou Litoral. Sim, claro, Barcelona não poderia ser mais litoral. Ou não!

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Mas o Rio de Janeiro, tal como Sevilha ou mesmo Granada, foram o que foram e são o que são porque estão onde estão.
No esplendor, ao mesmo tempo tenebroso, da sua localização geográfica começou a desenhar-se o fado carioca. E assim será por todos os tempos.

PSL

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