segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Lx em Agosto (dia catorze)

Este é um postal sobre vinhos. Por muitas razões, maxime, porque há
muito tempo que não escrevo sobre tal.
O vinho tal como uma viagem encontra três grandes e destinos momentos.
Um primeiro que corresponde à sua escolha (na viagem é a preparação da
mesma); um segundo que é a sua degustação (na viagem corresponde à
propriamente dita); e, enfim, um terceiro que corresponde às notas
retiradas da experiência. Uma garrafa de vinho bem apreciada, com
amigos ou familiares, é de facto uma viagem. E, felizmente, viagens
destas é o que não tem faltado neste quente Agosto alfacinha. Sejamos
egoístas: Privilegiados têm sido os néctares frescos que nos tem
acompanhado. Sim, a brisa quente convidada a vinhos frescos, muito
frescos. A experiência do verde branco e do rosé.

Começando pelos primeiros. Dois mil e cinco não foi um ano fácil para
o vinho do verde Minho. Até aqui as nossas escolhas recaíram no Quinta
da Aveleda (notado com 16 na Revista de Vinhos de Junho) e no Muralhas
de Monção (15 na mesma publicação). O primeiro apresenta-se pouco
cheio no nariz e na boca; fresco mas com final pouco persistente;
jovem mas um pouco aquém. Pelo contrario o segundo surge muito fresco
e cítrico; não deslumbra mas o seu gás e doçura final sugerem um
grande equilíbrio e uma óptima companhia.
Na "experiência cor-de-rosa" a aventura tem sido mais profícua. Até
aqui provaram-se: Casa de Santa Vitoria (16 na Revista de Vinhos de
Julho, e melhor da prova); Quinta da Alorna (15,5 e segundo melhor);
Casaleiro, Mateus Rosé e Quinta de Cabriz (todos notados com 14,5). O
primeiro, com notas de cacau, madeira e groselha, revelou uma
estrutura e complexidade nada típicas de um rosé, sendo uma óptima -
mas exigente - companhia para a mesa. O segundo - o nosso preferido
deste pequenissimo painel - apresenta-se cheio no nariz e muita furta fresca na
boca; muito refrescante e saboroso apesar de ter um grau elevado; é um
vinho muito bem feito que se recomenda para os dias de verão a vencer
(pode ser encontrado a pouco mais de 4€ os supermercados El Corte
Inglês). Os restantes rosés apresentaram alguma banalidade, não
merecendo a recomendação.

Uma ultima nota: Se gostam de vinhos, de os degustar e compartilhar
assumam a paixão e não tenham medo de cometer erros: nas compras, nas
conversas, nas notas que retiram. Este percurso é muito mais fácil se
gastarem mensalmente 4€ na Revista de Vinhos. A que está neste momento
nas bancas traz um destacável com 200 pequenas dicas sobre vinhos que
pode fazer pequenos milagres. Experimentem.

PSL

1 comentário:

Mikas disse...

Não gosto de vinho...