quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

ESPUMAS XXXIV

Fiquei de saber se há mais alguém para salvar e não encontro ninguém. Foram-se todos embora?! Ou será que ainda não me viram... está frio aqui, não admira que não se veja vivalma aqui. O caminho era este, guardei todas as directrizes na minha cabeça, que costuma ser infalível. Mesmo a dormir, prefiro guardar tudo na minha mente. Assim posso racionalizar, esta grande liberdade iluminista fora de moda. Pensar pela nossa cabeça é uma ingenuidade. Só os loucos acreditam na força do indivíduo, réstia da emancipação da existência humana. Não sei em rigor porquê, mas o inimigo é invisível, omnipresente. Todo o cuidado é pouco. Ficarei aqui sentado mais um pouco, alguém há-de aparecer. Não haverei de ficar aqui sozinho. Tanta gente a querer ser salva e depois ninguém aparece para a absolvição?! Pareceria estranho outrora, senão mesmo absurdo. A primeira luz da madrugada tarda em chegar. Daqui a pouco acordo e ainda julgo que estava a sonhar... Na verdade, está um silêncio de sono... Este lugar é deveras estranho. Ou perdi-me ou fui o único a conseguir chegar? É apenas uma dúvida, de quem atinge algo com sucesso ou chega a algum lugar ermo desconhecido em estado consciente… estou?

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