quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Abstenção para manter a prisão?

Juro que ia escrever um post sobre o assunto, mas em boa hora o CDS-PP retirou-me o protagonismo: O CDS-PP desafiou hoje o PS a retirar um cartaz que considera «fraudulento» no apelo à despenalização do aborto e exigiu ao ministro da Justiça que esclareça se existem em Portugal mulheres presas pela prática de aborto.
Ora, mais uma razão para escrever o post, e já!
O cartaz é vergonhoso, sim senhor. E mentiroso, também. Mas é a face mais visível deste PS que cada vez que tenta brilhar, se ofusca um pouco mais no vulto escuro de um grande partido da democracia portuguesa que já foi.
Por estas e muitas outras pela primeira vez considero uma abstenção. Porque não estamos perante uma eleição, mas sim perante um referendo que já foi feito há meia dúzia de anos. Porque eu já me pronuncie, e nessa altura respondi SIM à pergunta que me fizeram. Porque entretanto estudei, e bem, o crime de aborto e pareceu-me um tipo penal extremamente bem construído. Porque em Portugal não se vive em democracia directa, mas sim representativa. Porque se existir um governo que julgue que a lei está mal deve ter a coragem de o dizer em campanha eleitoral e caso ganhe a eleição a altere, ficando co-responsabilizados todos aqueles que nesse partido votarem.
Cada vez há menos pachorra para estas originalidades da politicazinha à portuguesa.

PSL

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