sexta-feira, 29 de abril de 2005

Está tudo dito...

...e bem dito neste (link) post no excelente Terceiro Anel.

PSL

Reforma da Justiça?

De uns anos para cá foi inaugurada em Portugal uma nova doutrina quanto à política criminal. Podemos denomina-la de política criminal gasosa.
“O que nos queremos é mudar a lei”.
Esta é a palavra de ordem. E foi dita varias vezes (sic) hoje de manhã pelo Primeiro Ministro no Parlamento.
Mudar a lei, mudar a lei, mudar a lei.
Ora vejamos:
a) A primeira medida anunciada por Sócrates no primeiro debate mensal como primeiro-ministro prevê a apresentação de um decreto que evitará que os tribunais "continuem a ser verdadeiramente invadidos por acções para a cobrança de dívidas de seguros".

b)Como segunda medida, José Sócrates adiantou que "o Executivo avançará com um diploma que permitirá que o procedimento da injunção seja utilizado para crédito até ao valor de 15 mil euros", o que "ampliará substancialmente o limite actual, que é de cerca de 3700 euros". "Cerca de 15 mil processos passarão a ser tramitados por esta via mais expedita, libertando os tribunais para outras tarefas", defendeu.

c)terceira medida, que visa alterar o regime do cheque sem provisão, "actualizando para 150 euros o montante abaixo do qual esse acto não constitui crime".

d)quarta medida anunciada por Sócrates passa por converter as transgressões e contravenções ainda existentes em ilícitos administrativos, isto é, em contra-ordenações. "Os tribunais vão deixar de aplicar esses processos, passando a competência para aplicar as coimas para entidades administrativas", disse José Sócrates, adiantando que os tribunais serão "aliviados em cerca de 13 por cento de todos os processos penais entrados".

e)Em quinto lugar, José Sócrates anunciou que "a residência do consumidor vai passar a ser o critério para a determinação do tribunal competente nas acções relativas ao cumprimento das obrigações".

f)Por último, o primeiro-ministro anunciou que já no próximo Conselho de Ministros o Executivo concretizará, através de uma proposta de lei, a redução das férias judiciais de Verão de dois meses para apenas um.


Mas...., “Segundo o primeiro-ministro, na presente sessão legislativa, o Governo vai também apresentar uma proposta sobre responsabilidade civil extracontratual do Estado e, no último trimestre do ano, apresentará proposta para a revisão do Código de Processo Penal, Código Penal e regime penal das pessoas colectivas.

Toda esta verborreia apenas revela caos.
Medidas avulsas, sem qualquer preocupação sistemática, e sem qualquer fundamento que não seja o reagir para cidadão ver.

Depois de a meio da semana António Costa ter ido à Comissão de Direitos Liberdades e Garantias dizer que não sabia que os OPC podiam apreender armas, esta, ameaça ser a primeira semana de verdadeiro desnorte do neófito Governo.
Infelizmente não será a ultima.

PSL

Choque, pavor e espanto

Para quem quis ouvir, ontem numa aula prática de Direito Processual Civil Executivo, pós laboral, um docente afirmou alto e em bom som:

"O Lenine era um social democrata".

Perante isto, a tese que nega o holocausto é desenho animado do canal Panda!

PSL

Campo Contra Campo (XI)



É só dia 19 do mês que vem que estreia o Episódio III, mas os “taradinhos” já vão acampando em LA.
Por cá o trailer vai passando nas salas. Já o vi duas vezes, e estive quase, quase... a fazer um post sobre o assunto.
Mas nem merece a perca de tempo.
É pena!

PSL

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Reorganizar o mapa judiciário?

A ler este post (link) de Nicodemos na “Instância de retemperação”.

PSL

“Noticias à pressa...”

O titulo é deste post (link) na GLQL.
Os blogs têm destas coisas.
Criticam os jornais, mas seguem receitas idênticas. Do processo e do seu objecto, se pode dizer o mesmo do que se passa no convento.
Sabem quem dele está dentro.
Ou não?
Ainda assim vale a leitura do sempre muy atento José.
Ah, outro José, o Manuel Vilalonga, logo à noite, também podia comentar o caso.
Ou não?

PSL

Detesto dormir

Ou melhor detesto ser “obrigado” a dormir!
Nunca consegui compreender aquelas pessoas que dizem adorar dormir. Qual é a graça de dormir? Alguém me explica?
Dormir só é bom, depois de uma bela assada, bem regada, numa cálida tarde de verão, algures num pedaço de paraíso a sul de Lisboa.
Um privilegio do Deuses, aquela horita, em que apenas a audição fica ligada, a auscultar a passarada ou as ténues ondas que morrem na areia.
Quanto a dormir devo sentir o mesmo que aqueles que não gostam de comer. Para alguns comer é uma chatice uma perca de tempo e apenas um bom motivo para por vezes juntar os amigos ou a família.

A dormir, estamos para ali deitados, essa é a parte boa, umas vezes a sonhar, outras nem por isso..., que desperdício de tempo! Já imaginaram as coisas boas da vida que deixamos de fazer para dormir? Podíamos ver mais cinema, ler, ler, ler muito mais, sair à noite, estar com quem gostamos.
Imaginem a alegria da noite, se não fosse necessário dormir. Claro, entenda-se que se não fosse necessário dormir, não seria também necessário trabalhar mais tempo.
Bom, onde me estou a meter?

Reparo agora, que se não fosse necessário dormir, já alguém tinha inventado mais horas para trabalhar..., e lá ia o lazer, as leituras, o cinema, os amigos. Hipotéticas surfadas nocturnas à luz de um luar de Agosto...
Bom é melhor deixar tudo como está...

Mas uma coisa é certa, todo o santo dia quando ponho o rabo na cama a primeira ideia que me assalta é: “Cá estou eu outra vez preparado para dormir, que chatice!”.
Todos os dias sinto o mesmo. Durmo o estritamente necessário, mas a vida corre a um ritmo que quando chego à cama, parece que acabei de sair de lá..., e o pensamento é sempre o mesmo. Tanto sono e tanto que ainda teria de fazer hoje....
Detesto dormir!

PSL

Tempestade de areia “suicida” ataca soldados Americanos no Iraque







The US-led coalition forces in Iraq face violent attacks and suicide bombings, but nature has its hazards as well - like this dramatic desert sandstorm.
The storm hit on Tuesday, at the former Iraqi airbase at al-Asad, about 180 km (110 miles) west of Baghdad, now home to a US marine corps unit.
The sandstorm approaching at around 60 mph (95 km/h) engulfed people, buildings and equipment.
Experts say such storms are extremely rare in Iraq, and can spring up almost without warning. Pictures taken by Gunnery Sergeant Shannon Aldredge, US marine corps photographer.


FONTE: BBC NEWS

quarta-feira, 27 de abril de 2005

Justiça-preguiça

"O Conselho de Magistratura vai abrir um processo para investigar porque é que, mais de quatro anos depois, ainda não foi deduzida acusação num caso que envolve a morte de um inspector da Judiciária. A informação foi avançada à TSF pelo porta-voz do Conselho de Magistratura."

Porquê?, Ora, porque há muito trabalho, não é?
Todos se queixam do mesmo.
Se em Portugal tudo espera, porque é a justiça haveria de ser diferente?

PSL

O estranho triângulo (III)

Ficou a pergunta: Que Europa se deseja?
A Europa precisa muito rapidamente de encontrar um rumo.
Mais do que um desejo, é um imperativo.
A Europa precisa de acordar, de primeiro reagir e depois agir. A Europa precisa de verdadeira estratégia e não um conjunto de boas intenções como a “Estratégia de Lisboa” – que não é mais do que um “espirito bondoso em corpo manhoso” como diz o outro. De políticas, de ideias, de gente de doutrina de ciência.
O tempo urge e perante aquela bipolarização (EUA Vs China), a Europa tem de ter um papel real, activo, presente e eficaz.
Aqui chegados surge o verdadeiro problema. Quais as políticas a seguir. Qual o caminho a percorrer?
Sozinhos ou aliados aos EUA?
Alargando os seus limites ou ficando como está?
E se alargar, deve faze-lo apenas aos Balcãs, Roménia e Bulgaria? À Turquia? Ou teremos uma UE de Cabo Verde à Arménia, Geórgia e Azerbaijão? Com ou sem Marrocos?
E que políticas económicas? Até quando uma PAC absurda que enriquece os ricos e empobrece os vizinhos pobres?
Qual a estratégia para o conhecimento? Para quando um ensino verdadeiramente unificado?
Para quando políticas fiscais unas e políticas sociais centralizadas?
A Europa Unida, mais do que a União Europeia, é um sonho lindo, mas ainda muitíssimo jovem.
A China é uma civilização milenar.
Os EUA são o admirável milagre do mundo novo. Mundo novo com 250 anos?
A Europa é velha?
Sim e não! Como parte da civilização Ocidental sim. Como centro político coeso ainda está em gestação.
Enganam se aqueles que dizem que somos velhos...
Sim, somos velhos como conjunto díspar de Estados. Somos velhos na mentalidade, somos velhos nas políticas.
Mas ainda não nascemos como verdadeira Europa Unida.
Tanto que há para fazer....

PSL

...eppur si muove



Mas para aqui chegar, um longo caminho foi percorrido (link).

PSL

terça-feira, 26 de abril de 2005

Le Baiser



Provavelmente, é a mais famosa fotografia de um beijo do mundo. A foto, tirada de uma Leica a preto e branco, é do francês Robert Doisneau (1912-1994) e os 'modelos' são Françoise Bornet e Jacques Carteaud, na altura namorados, ainda que por poucos mais meses.
Doisneau estava na Praça de Hotel de Ville, em Paris, em 1950, a procurar material para um trabalho sobre enamorados de Paris que tinha de realizar para a revista norte-americana America's Life. Quando passeava na dita Praça, avistou um casal bem parecido numa esplanada de mãos dadas com ar bastante romântico. De seguida pediu-lhes se podia tirar uma fotografia aos dois em pose apaixonada. Acederam, levantaram-se e foram para o meio da rua. E Doisneau ficou famoso para sempre.
Ontem foi a hasta pública um dos originais desta fotografia (de 18 x 24,6 centímetros), pertencente precisamente a Françoise Bornet, cujo valor esperado da sua venda seria pouco mais de 14.000 euros, a maior quantia pela qual Doisneau conseguiu vender esta foto.
Mas um beijo é sempre um beijo e ontem Françoise, hoje com 75 anos (foto abaixo), arrecadou 155.000 euros com a arrematação de um coleccionador suíço anónimo.



Obra do acaso ou encenada, durante anos muitas teses avançaram para responder a algumas questões como: quem é o homem de boina e fato e gravata a passar por detrás dos modelos? Porque o jovem osculador não abandonou o cigarro? Quem é a rapariga que se encontra ao lado dele com semblante misterioso? Enfim, como todas as grandes obras, raras não criam mitos.

NCR

N PUBLICIDADE III

SEAT TOLEDO
(mais uma surfada)

IFAW
International Fund for Animal Welfare (reconhecem a música?)

LINX
(será o Axe chinês?)

LEVI’S
Aqui fica o excerto da peça “Sonho de uma Noite de Verão”, de WILLIAM SHAKESPEARE

«BOTTOM
I see their knavery: this is to make an ass of me;
to fright me, if they could. But I will not stir
from this place, do what they can: I will walk up
and down here, and I will sing, that they shall hear
I am not afraid.
Sings
The ousel cock so black of hue,
With orange-tawny bill,
The throstle with his note so true,
The wren with little quill,--

TITANIA
[Awaking] What angel wakes me from my flowery bed?

BOTTOM
[Sings]
The finch, the sparrow and the lark,
The plain-song cuckoo gray,
Whose note full many a man doth mark,
And dares not answer nay;--
for, indeed, who would set his wit to so foolish
a bird? who would give a bird the lie, though he cry
'cuckoo' never so?

TITANIA
I pray thee, gentle mortal, sing again:
Mine ear is much enamour'd of thy note;
So is mine eye enthralled to thy shape;
And thy fair virtue's force perforce doth move me
On the first view to say, to swear, I love thee.»


Audi A6

VH1 (I)

VH1 (II )

TMN Garage

NCR

N PERGUNTAS VI



Haverá vida depois da morte?
Se há vida depois da morte, porque se chama ela vida? Podia ter outro nome, pois seria uma nova fase da vida, uma nova etapa, uma ressurreição ou qualquer coisa do género. E se há vida depois da morte, porque se chama morte? A morte é a extinção da vida, záss! Acabou-se tudo, inclusive a vida! Mas se ela não acaba com a vida, porque se chama morte à morte? Porque tem ela o significado que tem, óbito, perda, falta, fim, ocaso? Podia significar nascença, presença, princípio, luz, vida. A morte é uma passagem? Passagem para onde? E como, se já não há vida? É possível viver morto?!
O que se sabe é que é possível acreditar, é no acreditar que está a morte da morte, e só acredita quem tem vida, apesar de nem todos os que vivem acreditam, como eu. Às vezes apetece, tenho esse rasgo na dúvida, mas pouco tempo depois logo fico convencido da sua irracionalidade. Esta é mesmo uma questão onde não há vencidos, apenas convencidos. O que é curioso é o meu vencimento da irracionalidade, quando sou um crente nas pessoas e um descrente em qualquer fé. Nada há de mais paradoxal na crença, ao elevar-se a racionalidade à cruz do homem. A bem quem quer ver, tudo nasce para a morte, porque nada do que vive é para sempre.

NCR

segunda-feira, 25 de abril de 2005

ESPUMAS IV



Por vezes não é difícil, não é esforçado, não é como gostaríamos que fosse, mas é. O problema não está no “é”, está no “ser”. Confusos ou certos, para além de palavras diferentes, são conceitos distintos. A vida é assim, mas o que somos nós? O nosso comportamento é mau ou bom, e o que fazemos? O sentimento é forte e somos capazes de atingir o outro? De que é feito os nossos sonhos, daquilo que é ou daquilo que podemos ser? Procuramos isto, aquilo, aqueloutro, percebemos o que não temos, mas e o que nos faz falta? É ou não é, é a questão. O ser deixou de ser. Deixámos de ser nós, para sermos o que há e aquilo que é, visível, palpável, seguro, e aquilo que dá, prazer, reconhecimento, dinheiro, bem-estar exterior, e aquilo que pouco ou nada nos pede. Sabemos que temos que andar, correr, atingir, subir, mas porquê? Porque os outros fazem, é o que se faz, há muito tempo que é assim, é aquilo que é, é a vida.
E não há ninguém que diga que aquilo que é, não pode ser o que andamos a viver!



NCR

domingo, 24 de abril de 2005

N PERGUNTAS V



Como é que um líder de partido poderá sê-lo efectivamente quando é euro-deputado, a quase totalidade da sua bancada parlamentar é composta por membros que votaram contra a sua moção e será impossível contraditar e confrontar o primeiro-ministro e a oposição nos debates mensais no parlamento?

São estes os menores trabalhos de Ribeiro e Castro porque são os de curto-prazo. A médio prazo, poderão ser os maiores, porque, sendo o CDS-PP um partido pequeno, pode ocorrer que ele seja demasiado pequeno para as ambições de alguns.

Consequentemente, outra questão: será que os vencidos do Congresso, como aconteceu no passado, mais tarde ou mais cedo vão sair do partido, juntando-se a outro (Lucas Pires, Freitas do Amaral) ou criar um novo (Manuel Monteiro)?

NCR

Desafio original



O grande desafio deste Papa é vir a ser mais conhecido por Papa Bento XVI do que por Ratzinger. Para os crentes e não crentes. Apesar de parecer paradoxal, o actual Papa tem muito a seu favor, nomeadamente a impopularidade. A impopularidade depois de uma eleição é um trunfo importante em qualquer início de exercício de um poder que resulte de uma eleição, porque é muito raro verificar-se. Normalmente, quem é eleito é o mais popular e não o menos aceite. Desta feita, este Papa parte em vantagem. Se ele for um «bom» Papa, conquistará os crentes (e não crentes), se ele for um «mau» Papa, a popularidade do ‘homem’ não se alterou. Ou seja, nada perdeu, mas ganhou um pontifício. É assim na religião, é assim na política.
A vida é assim, mas continua…

NCR

sexta-feira, 22 de abril de 2005

O estranho triângulo (II)

Perante isto a UE anda entretida.
Entretida com a votação, e não a discussão, de um tratado Constitucional ao qual teima, como muito bem o Nuno notou, em chamar de Constituição. Mas anda também entretida a brincar aos países ricos. Exemplo disso é a fútil e ineficaz “Estratégia de Lisboa”, com os resultados conhecidos tal como a patética PAC que engorda os agricultores Europeus, desviando recursos financeiros para outras áreas estratégicas onde poderiam e deviam produzir melhores resultados.
Cerca de metade do orçamento comunitário é gasto com a ridícula PAC, que para alem do mais, juntamente com a política de subsídios agrícolas norte-americana, subverte totalmente os mais elementares mecanismos de mercado....

A UE ao invés de EUA e China não tem nem projecto nem liderança. Nem coloco em causa se é boa ou má, mas os EUA apresentam uma doutrina coesa e ideias claras do que querem para o Mundo. A elas se junta um conjunto de Homens que se apresentam como lideres naturais, uns mais outros menos, como em tudo.
Da China nem vale a pena falar. O comité central do PCC sabe o que quer e para onde vai. As suas ideias são tão ou mais claras do que a dos norte-americanos e nem tem de se preocupar com essa coisa chata da democracia que só dá é trabalho, confusão, perca de tempo e de dinheiro. Já imaginaram uma campanha eleitoral legislativa ou presidencial para bilião e meio de pessoas? Os gastos que tal coisa teria? E a perca de tempo. Pois...
Dentro de alguns anos o mundo estará bipolarizado por dois gigantes. EUA de um lado China do outro. Provavelmente com mais peso do lado sionista.
Esta a mais pura realidade.
Qual o papel que a EU deve ter perante todo este cenário?
Que Europa se deseja?
(continua...)

PSL

Hoje é o dia da Terra (II)



PSL

Hoje é o dia da Terra



PSL

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Na 33ª presença no Jamor...



...queremos a 25ª Taça, por favor!

Se vencermos, ficaremos com tantas Taças de Portugal, como os dois maiores rivais juntos.
Duvidas?

PSL

ESPUMAS III



Ontem e hoje, aquela estrada é uma má estrada, mas a mais bonita de todas. Bonita mesmo, com todas as suas letras banais - e belas e brilhantes. Um dia conheci aquela estrada, estava feio e escuro o céu que a abrigava, como as palmas das minhas mãos lavradas em seco creme inane chamado Experiência de Vida. Uma vida cheia de coisas más e descaídas, um mar de quedas e de cataratas. Uma vida onde os precipícios são vãos de esperança, as viagens eternos retornos e a profundidade rica em limites, em fins. O desalento tem um fim, repeti tantas vezes contente. Na desesperança, os términos são paraísos. As paragens, são hotéis de felicidade. Mas as estradas não são sempre estradas.
E a esta estrada cheguei, cheia de árvores castanhas, vivas, fogosas e corridas na sua berma, sem que algo ou alguém me avisasse, tanto da sua maldade, como da sua beldade; virtudes da vida que eu não vivi.
Não quero, já não quero, nada que seja transportado pela vida. É verdade que sempre preferi os caminhos aos transportes. É por isso que nunca fui longe na vida, ou seja, sempre conheci bem o chão que pisei, como as palmas das minhas mãos. E acreditem, o meu corpo - ou a minha alma - reconhece bem os rostos dos pisados.
E aquela estrada que me suportou e alteou? Ao contrário de tudo aquilo que é macerado, deu-me uma luz e uma limpidez que não conhecia. Olho para as minhas mãos e não as conheço. Fito o horizonte longínquo da estrada e não vejo o seu futuro. Que explicação para nobreza perfeição, ter um desígnio de existência? E como pode uma estrada lacerada alcançar tamanha beleza? Porquê tantas benditas propriedades em tão labrusco inanimado? E que criatura terá algo para oferecer quando nasce para servir e ser servida, constantemente, eternamente? Onde estão os precipícios da sua existência? Terão asas expurgatórias de toda a consciência terrificante da realidade?!
Nunca percebi porque aquela estrada me limpava as mãos - ou a alma. Os caminhos limpam-nos as mãos?!
As mãos são o nosso destino, eis a lição. Aquela estrada não podia ser apenas um caminho!

Miguel Pessoa Campomaior

quarta-feira, 20 de abril de 2005

O estranho triângulo (I)

Se desenharmos um triângulo imaginário no mapa mundo, onde os vértices assentem nos EUA, UE e China, encontraremos uma estranhíssima figura geométrica.
Vão se habituando, o sec. XXI será marcado por aquilo que este três grandes pólos saibam ou queiram fazer do Mundo.

A China juntamente como Japão é o único pais do Mundo que se pode arrogar de ser simultaneamente uma civilização.
Este gigante que alberga 1/5 da população mundial ainda e relativamente pobre e subdesenvolvida do ponto de visto humano e dos direitos cívicos, cresce economicamente a uns impressionantes 10 por cento ao ano.
Vários relatórios de fontes diversas apontam na como o pais mundial que mais crescerá nas primeiras duas décadas deste século. E parece que não se enganam.
Os EUA como sabemos tem uma nova doutrina que dá sinais de impressionante vitalidade. O “Novo Século Americano” ai está para dar e vender, os neo-com, marcam o passo da ciência política do presente e tão cedo não abdicarão do poder em Washington, e da sua influencia inelutável nas grandes instituições Internacionais.

O PIB chinês ainda é sete vezes o PIB norte-americano, mas a crescer assim depressa encurtará a distancia.
Os Chineses espalha-se por todo o Mundo e começam a impor não apenas os produtos por si fabricados, mas as suas próprias marcas. Estão em todo o lado e em todos os continentes e estes dados são impressionante:
i) Já entraram no, até há uns anos, impenetrável mercado automóvel norte americano.
ii) São o maior parceiro económico do Brasil.
iii) A terceira maior comunidade estrangeira em Itália.
iv) Penetraram em todas as actividades económicas estruturantes de Angola, ajudando na reconstrução com o seu dinheiro, o seu conhecimento, as suas empresas, os produtos por si fabricados e...a sua mão de obra. Em troca recebem diamantes e comercializam nos em Hong Kong.
A presença chinesa no exterior impressiona.
E onde está a UE?
(continua...)

PSL

O perigo espreita nas ATM!

Serviço publico este post (link)

PSL

terça-feira, 19 de abril de 2005

Benedito XVI, a Igreja bem precisa de benção!

Que ele é Pedro, isso não há dúvida, mas em rigor deve ser Bento ou Benedito? Aqui está uma boa razão para estudar alguma etimologia-filologia clássicas.

Quanto à razão do post, o que se pode dizer deste Papa é que é isso mesmo, um Papão!

Com a 'eleição' de Ratzinger, a mão direita de João Paulo II, a Igreja Católica regride, como nunca deixou de o fazer desde o arrependido S. Pedro.

Se Ratzinger era conhecido por ser o Cardeal do Não (não ao sacerdócio de 'casados', não à ordenação de mulheres, não ao marxismo/comunismo, não ao casamento entre homosexuais, não ao aborto, não ao uso de anticoncepcionais, não ao liberalismo, não à música rock - considerou-a «veículo de anti-religião»), esta parece ter sido também uma Eleição do Não. O Mundo perde com esta eleição, todos os mundos, religioso e areligioso, e a Igreja perde uma excelente oportunidade para dar um sinal de abertura e compreensão para esse Mundo.

Será este o primeiro Papa com preferências ocultas pela ideologia nazi (acusam-no de simpatizante da juventude hitleriana, no iníco dos anos 40), pelo uso da censura e da expulsão de acólitos (contribuiu para isso diversas vezes enquanto chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, desde 1981) e por práticas de pedofilia (foi acusado num processo a correr num tribunal do Texas, EUA, de abusar sexualmente de crianças e, no escândalo recente norte-americano, mandou calar os bispos e a sonegar documentos comprometedores)? Espero que nesta matéria, não haja um regresso à idade Média.

NCR

Bento XVI

Hoje senti me a viajar no tempo.
No coração de Lisboa, num café como tantos que por ali existem, oiço os sinos a tocarem...
-Miguel, já temos papa?
-Não faço ideia.
-Temos, temos!
-Então, como sabes?
-Não ouves os sinos da sé?
-Olha, pois é...
-Só pode ser, já temos papa.
-Que giro...

...nos tempos da sociedade da informação, não deixa de ser curioso como ainda é possível saber noticias, pelo toque dos sinos...

Sabemos entretanto que a ortodoxia venceu no seio do clero. Ratzinger é o escolhido e o seu clube de fans na net, ou foi descativado ou está entupido. Ver aqui (link).
Sim é verdade o senhor, ou alguém por ele, até merchandising vendia, ou vende?

Dizem que Ratz militou na juventude hitleriana e no exército do terceiro reich.
Dizem também que há dedo dos Neo-Com, na escolha.
Alguns sectores da igreja começam já a manifestar as suas reservas.

Uma coisa é certa Ratz tinha claramente o conclave dominado, e é um duro conservador.
Não parece ser um papa para o sec XXI.

PSL

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Campo Contra Campo (X)

E demora muito?



PSL

Memória gastronómica (II)

Da estada em Itália ficou também a memória visual, de pratos decorados com amor, o olfacto de uma salada temperada com basilico fresco, o som da rolha que brota de uma garrafa de tinto maduro de Emilia Romana, ou de um Chianti assim-assim. E finalmente, todo o contraste de sentidos provocados pelo contacto destes alimentos na nossa boca.
Assim, haverá memória mais completa do que a memória gastronomia?
Tudo isto porque não esqueço um restaurante por onde passei nessa fantástica Ravenna.



CA' DE' VEM, é como se escreve em dialecto Romanês, casa de vinho.
Como podemos ver supra aquele espaço foi em tempos um armazém de vinho. Não uma cave mas sim um armazém de vinho, onde os habitantes da velha Ravenna, terra que já foi capital de um Império em ruínas, se abasteciam do precioso e secular néctar elaborado nas suaves colinas banhadas pelo sol mediterranico da Emilia Romagna.
Hoje CA' DE' VEM, é um restaurante enoteca, onde os locais se confundem com os poucos turistas que aportam a uma cidade calma, limpa, brilhante e que esconde um pouco do seu glorioso passado, edificado com a memória bizantina e românica, de quando a Europa não era nada do que hoje conhecemos mas sim um espaço enorme, liquido e azul transparente chamado “mare nostruum”....



No CA' DE' VEM tivemos a nossa melhor refeição em Italia. Um jantar com saladas carinhosamente confeccionadas e com sabores novos. Basilico, o que é isso? Em Portugal traduzem para manjerico. Será? Massas, como só os italianos sabem fazer, e umas costeletas de “agnnelo”, que é como lá naquela terra chamam ao borrego. Agnnelo e não Agnneli, o que dava sempre uns trocadilhos giros com a família do Império Fiat.
Fica também a memória gustativa de um belo tinto romanesco, afinal estávamos numa enoteca, de um ambiente descontraído mas com classe e de uma tentativa de conversa sobre Lisboa com os locais da mesa do lado. Oh Lisbonna dizia a Italiana “piu bela”..., mas nunca cá tinha vindo, não gostava de aviões..., disse lhe para vir a pé como a fizeram os Portugueses, embora em sentido contrário, já lá vão quinhentos anos...


“Disso é exemplo a ostentatória embaixada enviada por D. Manuel I ao Papa Leão X, em 1514, chefiada por Tristão da Cunha. Deixou boquiaberta a capital da cristandade perante a grandeza esplendorosa de tal séquito. Entre os sumptuosos e exóticos presentes, desfilaram pelas ruas de Roma as primícias da navegação da Índia: imponentes cavalos persas, carregados de riquezas; feras amansadas; homens orientais com vestes ornadas a ouro e pedras preciosas; e até um elefante branco que, carregando o rico cofre pontifical, borrifou os espectadores e o próprio Papa com água perfumada! Impressionado e reconhecido por tão sumptuosa oferta, Giovanni de Medicis reafirma a Portugal o monopólio de África e do Oriente, entre outros relevantes privilégios políticos e espirituais.”

Um dia que passem em Ravenna, não esqueçam este nome: CA' DE' VEM (link).



PSL

domingo, 17 de abril de 2005

PALETA DE PALAVRAS VII

«A tentativa de transformar os intelectuais em oráculos está relacionada com a decadência geral, com a perda das ideologias: já não há partidos, a quem vamos então pedir conselho? Esta circunstância leva muitos intelectuais a tornarem-se oráculos profissionais e a aparecer constantemente na televisão. Mas como não sabem tudo, começam, a dizer disparate, o que lhes traz ainda mais influência. Como intelectuais, temos de nos defender e dizer: «Não sei qual é a resposta.» Este é o modelo clássico de Sócrates: «Só sei que nada sei.» Só pensam que sabem muito as pessoas que não sabem nada.»

Umberto Eco em entrevista na Revista Ler, n.º 65, p. 63.

Referendo ao Tratado Constitucional Europeu em França

O processo de ratificação do Tratado Constitucional Europeu, assinado em Roma a 29 de Outubro de 2004 pelos vinte e cinco estados-membros (e por mais três países candidatos à adesão: Croácia, Roménia e Bulgária), já conta com cinco aprovações (Eslovénia, Hungria, Lituânia, Espanha e Itália). O próximo acto deste processo é o referendo francês.

O previsível 'Não' a este referendo, no dia 29 de Maio, poderá constituir, como refere a gíria jornalística, um «duro golpe» no aprofundamento político e reforço jurídico da União Europeia. Como se sabe, a França é um dos países fundadores desta Europa económica e política e um dos pesos-pesados nas decisões comunitárias, logo, pouco se fez na história da comunidade europeia sem a França -, pelo que se adivinha uma futuro difícil no processo de construção política europeia, não obstante as disposições do Tratado entrarem em vigor apenas a partir de 1 de Novembro de 2009, se 5/6 dos estados-membros o aprovarem.

Esta onda negativa no eleitorado francês face ao Tratado tem a nosso ver, sobretudo, 3 causas que, de certa forma, podem ser consideradas tiros no pé por parte de alguns políticos franceses, nomeadamente Giscard D'Estaing, a saber:

- A demagógica e teimosa designação 'Constituição Europeia' a um Tratado Constitucional. Uma denominação que assusta os eurocépticos e suscita nos europeus convictos um sentimento de 'inverdade' e de 'desconfiaça' no processo constituinte europeu.

- A declaração de Giscard D'Estaing de dizer 'Não' à entrada da Turquia na Europa, que obrigou Chirac a defender o 'Sim' e criou desavenças políticas com mau impacto no eleitorado. Tiro no pé, claramente, para não dizer pura estupidez política, pois como acreditar numa 'constituição europeia' que defende direitos e liberdades fundamentais iguais e universais se depois no que toca às desigualdades religiosas ou étnicas, afinal não é bem assim?!

- Introdução da Directiva Bolkestein e das questões internas (como o modelo social francês, o desemprego ou as liberdades-pilar da Comunidade Europeia) na discussão do referendo ao Tratado Constitucional europeu, confundindo-se assim questões europeias com o incipiente impacto destas nas questões internas.

Ao contrário de que muitos escrevem e pensam, penso que a não aprovação gaulesa do Tratado não constituirá um acto catastrófico no processo de entrada em vigor do mesmo, nem lançará a União «num novo abismo». Admito inclusive que tal negação poderá ter efeitos benéficos no modo de dar a conhecer o Tratado aos povos nacionais e na entrega dos políticos e dos cidadãos à discussão do argumentário da 'questão constitucional europeia'. Ou seja, uma discussão verdadeira e transparente, sem demagogias ou reservas mentais. Isto porque, se a lição a retirar do processo constituinte é a de insuficiente democraticidade e comunitarização, o processo de ratificação pelos estados constitui uma excelente oportunidade para os cidadãos sinalizarem que não a querem ver repetida.

NCR

sexta-feira, 15 de abril de 2005

O regresso da política

Depois de alguma letargia provocada pelo adeus do anterior governo e pela relativa calma ascensão da nova maioria socialista, a política voltou.
Demonstrando uma boa gestão dos timings políticos, o PS esperou pelo “conclave” social democrata para começar a mostrar serviço.
Como do congresso do PSD o que resultou foi algo entre o nada e coisa nenhuma, a vida está cor de rosa para os socialistas. E assim promete ficar durante longos meses até porque a indefinição à direita agudiza-se conforme vamos olhando mais ao extremo. O que se passa com o CDS-PP? Ainda existe?
Socrates pôs a malta na rua. Esta semana tivemos ministros a passear pelo pais inteiro. Assim de repente lembro me da visita de Alberto Costa à PJ, e do nervoso miudinho do outro Costa com anúncios de alterações legislativas e passeios institucionais à GNR. Ontem o próprio Socrates veio à televisão oficial pragematizar um pouco o discurso.
Pelo meio a “diarreia legislativa” anuncia os seus primeiros sintomas.
Alterar, legislar, alterar, legislar parece ser o caminho a empreender. São anunciadas mais de cem ( ou serão sem) alterações ao Código de Trabalho, a prometida revisão ao Processo Penal. Aqui, é bom recordar, que já tinha havido mexidas no governo de Guterres. Parece que o trabalho ficou inacabado...
O actual modelo de acção executiva também toca a finados, ou não? Pois, ai parece ser mais difícil alterar, com medo de deixar tudo bem pior. Mas é precisamente por ai que se impõem alterações quase drásticas. Dizem os operadores judiciais que as execuções estão paradas vai para dois anos...
Mostrar serviço é a palavra de ordem e ontem foi aprovada em conselho de ministros uma limitação de mandatos a cargos políticos, que segundo A Capital “tem a aprovação geral de autarcas, políticos, politólogos e constitucionalistas.”
Não obstante tal consenso, e mostrando o desconchavo social democrata, alguém já veio dizer que é uma perseguição a Alberto João.
O pais político também se mede pela oposição..., é o que se vê.
A ver no que tudo isto dá.

PSL

Tudo ou nada

Chirac: França "deixará de existir politicamente" se disser não à Constituição”.

Surpreendente?
Nem por isso. Na falta de argumentos objectivos, parte se para o subjectivo.
É típico e é como o Martini: “em qualquer altura e em qualquer lugar”.
Mais a serio. Os artífices do Tratado Constitucional Europeu, esqueceram tudo. Os homens, o povo, a política, a informação. Não querem ou não sabem explicar o que fizeram aos “povos” da Europa. Assim, parte se para o desespero como o senhor Chirac.
Isto ainda é só o inicio...

Segundo o Publico disse também Chirac: “"Hoje há uma polémica acerca deste assunto o que é normal. Mas o que eu lamento mesmo é a ignorância acerca do que está escrito no texto", disse o Presidente francês num momento em que o "não" à Carta Magna da União Europeia aparece sistematicamente como vencedor nas últimas sondagens.
"Digo simplesmente que esta Constituição é essencial para ter uma Europa organizada e salvar os valores que são essencialmente os valores franceses e que se impõe na realidade da Europa desde há dois séculos"
”.

Elucidativo!

PSL

quinta-feira, 14 de abril de 2005

|| (especial)

Este post serve para varias coisas:

Primeiro: Vários leitores perguntam o porque de enunciar esta rubrica com ||.
O símbolo || é o mais parecido com o símbolo pause de vários equipamentos electrónicos.
Assim em || podem encontrar uma frame, uma foto, um fragmento de tempo imortalizado numa imagem. Normalmente será de um qualquer desporto, pois é uma das actividades humanas que mais belas e representativas imagens provoca.

Segundo: A imagem infra ainda é mais fantástica do que o ultimo || aqui postado.
O italiano Marco e o Português Rui admiram o verdadeiro espectáculo visual provocado pelos tiffosi do Inter no ultimo derbi Milanês a contar para a Liga dos Campeões.
Como se sabe o jogo acabou mal. Ou melhor não acabou, pois aquele espectáculo manifestava o descontentamento com o arbitro alemão que vergonhosamente roubou um golo limpo ao do Internazionale...



Terceiro: Até que ponto o comportamento dos adeptos foi reprovável?
Prefiro não responder, pois só não saberá a resposta quem nunca esteve num estádio cheio a torcer pela sua equipa e vê o “juiz” cometer uma injustiça do tamanho do Mundo. Dida o guarda redes do AC Milão foi atingido, mas sem gravidade, e isso nunca pode ser bom.
Ah, e aquilo não eram nem very-lights, nem foguetes como alguns soezes analfabetos jornalistas de algumas televisões disseram. Eram simples tochas coloridas.

Quarto: Sobre o assunto o melhor é lermos este “exclusivo” do excelente blog MEGAFONE, blog que se dedica com enorme esforço e dedicação a espalhar a fé dos adeptos do mais fantástico jogo que o Mundo algum dia viu, e que por vezes “alimenta” o ARCADIA de imagens.
“Chapêu” ao MEGAFONE.

"- Porra, Rui, mais uma barracada armada pelo senhor Markus Merk...
- Realmente, Marco. A eliminatória era nossa, não havia maneira de nos fugir, não sei o que levou o homem a anular um golo que toda a gente viu ser limpinho.
- Tens razão, Rui, mas como o alemão ainda por cima é protegido pela UEFA, lá vamos nós ter de jogar não sei quantas vezes à porta fechada.
- Isso é certinho, Marco. Mas deixa lá. Eles vão fazer como de costume e deitar as culpas todas para cima dos adeptos. Esses é que são uns arruaceiros e deviam ser todos banidos, não é o que dizem sempre? E o senhor Merk, por muito incompetente que realmente seja, ainda vai aparecer a apitar uma final europeia sem que ninguém se lembre dos seus erros...
- Na volta tens razão, Rui.
- Vais ver, Marco, essa aposta já ganhei...
"

PSL

Memória gastronómica (I)

O que trazemos das viagens?
Das fotos dizia o slogan serem para “mais tarde recordar”.
Das viagens trazemos bons momentos, a descoberta de outros mundos, que indubitavelmente alargam o nosso.
Mas para mais tarde recordar não trazemos apenas imagens, mas também, prazeres, dores, olfactos, sons, sabores, um mundo de sentidos despertos...
Do Duomo Florentino podemos trazer a recordação daquela enorme escadaria que nos leva ao inferno interno da copula em fresco, ou ao céu de chão laranja, dos telhados da cidade dos Medici. Mas qual o sabor daqueles degraus? O odor ainda podemos sentir, mas o sabor....
Ao entrarmos na Igreja de São Francisco em Arezzo para vermos a obra prima de Piero de La Francesca, esse “herói” do Proto-Renacimento, podemos sentir o cheiro húmido e algo bafiento de uma igreja com mais de 600 anos. Depois, por detrás do altar mor, podemos deliciar a vista com as eternas cenas bíblicas pintadas pelo pupilo de Sansepolcro, que nos revoltam o sentidos. Mas qual o seu sabor? Nem queremos imaginar, por certo...
Da maior sala de visitas da Europa, a praça de S.Marcos em Veneza, para alem de tudo o mais trazemos o palrear de toda aquela gente que inunda o espaço, a musica que se toca aqui e ali, o casco dos vaporeti que sulcam o grande canal. E o sabor? Qual o sabor?
Nada pode alcançar a memória que trazemos das gastronomias por onde passamos.
Ainda sou capaz de me lembrar do cheiro e sabor de uma fabada asturiana num almoço tardio em Cangas de Onis, ou do perfume das especiarias com que se temperam os petiscos da Djamena El Fna em Marraquexe...



...em casa ainda tenho canela que comprei no bazar das especiarias na velha Istambul. E o horripilante cheiro dos fish and Chips britânicos inunda o meu cérebro sempre que penso em peixe frito. E nunca esquecerei aquela galinha estufada com vegetais que um dia jantei numa Farm House em Inverness bem no topo das Highlands...
(continua...)

PSL

quarta-feira, 13 de abril de 2005

|| (III)



PSL

Triste fim

A prova que faltava está aqui (link).
O blog foi apagado e o endereço tem novo inquilino.
Agora sim, quem o apagou deve estar plenamente feliz!

PSL

Jose “António” Pacheco “Hespanha” Pereira

Ai está o cruzamento mais improvável da historia política Lusa.
JPP travestido da António Manuel Hepanha aderiu aos “annales” e à historia critica, mitigada com historia factual e legitimadora de qualquer coisa que só JPP saberá.
A ler então, o post de “os cinquenta momentos políticos mais importantes depois do 25 de abril (Versão 2.0)” (link). A ler e pensar. Dicas:
Porque é que certos governos são de partidos e outros de pessoas?
Porque é que para certos factos se apontam responsáveis e para outros não?
Ok é só um post, mas..., assim também eu sei contar “estórias”.

PSL

Nova leitura



Gosto da versão em Português da Courrier Internacional.
Não sendo o “supra sumo da barbatana” tem desde logo a enorme vantagem de quem não tem engenho nem pachorra ou tempo de ler em Inglês, poder contactar com o que se escreve lá fora.
A multiplicidade de fontes, permite ter uma visão alargada sobre o que se vai escrevendo pelas sete partidas do mundo. Por exemplo: este numero zero tinha um artigo de um Jornal Saudita com fortes criticas ao sistema de ensino na Monarquia despótica do Médio Oriente. Interessante.
Pena é que os assunto sejam pouco desenvolvidos, limitando-se a ser tratados pela rama, o que contradiz os editores quando dizem daquela publicação, ser para quem “gosta de perceber o que se passa”. Mesmo assim, à falta de melhor, recomenda-se.

PSL

terça-feira, 12 de abril de 2005

Na vitoria e na derrota...

...maxime na derrota é muito bonito reconhecermos os nossos erros (link).

O Sport Lisboa e Benfica também voltará a ser gigante desta forma. E um exemplo para os demais.

PSL

Kunami fresquinho

Quando hoje cheguei ao trabalho vi tudo “arrumadinho e limpinho”.
Upa, upa.
Tudo muito bem organizado. Aparentemente, bem organizado.
Sabem, é que hoje vem cá o senhor Ministro.
Oh senhor Ministro, passe cá mais vezes por favor.

PSL

segunda-feira, 11 de abril de 2005

Campo contra Campo (IX)

Spanglish, **

Lost in Translation é um claro lugar comum para subtítulo deste post.
Spanglish é um daqueles “filmezinhos da treta” que em principio nunca veria.
O filme é pobrezinho, mas não é tão mau como a critica deixa antever. Talvez porque as expectativas eram baixíssimas, até achei que James L. Brooks às vezes sabe o que é filmar, os gags tem a sua piada e aquela coisa do choque cultural nem está mal apresentada.
Onde o filme falha redondamente é na “arte invisível”. O trabalho de montagem é assim denominando, por ser isso mesmo. Quanto mais invisível for melhor é, mais bem feita a montagem está feita. Não é o que se passa em Spanglish, onde certas cenas acabam por se tornar ridículas com tão mau trabalho.
O que fica então?



Que tal?

PSL

Foi você que pediu um Papa português...?

Escreve o The Guardian: “A dark-horse candidate for pope, capable of bridging the divide between the Europeans and the Latin American Roman Catholic cardinals, appears to be emerging in the shape of the Patriarch of Portugal, Jose da Cruz Policarpo”.

PSL

domingo, 10 de abril de 2005

PALETA DE PALAVRAS VI

«Na época em que vivemos actualmente, temos à nossa disposição mais informação do que nunca. A enciclopédia é infinita. Antigamente, era-nos tirada a função de filtrar. Não só através da censura, mas também porque uma editora incluía determinados livros no seu programa em detrimento de outros. A cultura, se a entendermos como conceito antropológico, assumiu sempre uma função de filtro. Temos de saber quando morreu Júlio César, mas a data da morte da sua mulher é insignificante. Na Internet deixa de existir esse tipo de avaliação. Corremos hoje o perigo de que seis mil milhões de pessoas possuam seis mil milhões de enciclopédias diferentes, e que não se entendam umas às outras. O problema não é o Ocidente contra o Islão, mas eu contra si! Este é que é um dos grandes perigos do futuro.»

Umberto Eco em entrevista, na Revista Ler, n.º 65, p. 62.

(A)postila

Julgo que o principal ponto de discórdia que pode ser discutido de forma objectiva e serena e que deriva das minhas palavras, é a frase «as religiões não deviam de existir». Aparentemente com significado intolerante, todavia não o prossegui. Pelo menos, não era essa a intenção e longe de mim agora, que a existência da religião parece-me irreversível, pegar em armas ou bombas ou megafones e proclamar «o fim das religiões». Sejamos realistas, apesar de preferir o idealismo. Esta frase tinha o contexto e o pretexto de exprimir uma opinião minha: as religiões não deviam existir, porque nunca deviam ter nascido. Ou por outra, a religião constitui uma limitação à acção e pensamento humanos, assim como ao próprio conhecimento, pois na história da humanidade grassam exemplos de como a sua evolução - no cosmos, na terra, no individuo, na sociedade -, só despoletou para a civilização moderna quando o homem conseguiu desprender-se das grilhetas "teológicas e divinas". E não é por acaso que durante o período da história que as sociedades eram reinadas pela Igreja e por papas e demais chefes religiosos, foi o período em que se verificaram atrasos ou involuções no progresso, no desenvolvimento e nos direitos e liberdades fundamentais como aconteceu, por exemplo, no período medieval. Naturalmente que a prova de que a minha opinião é a mais acertada dificilmente se poderá fazer, porquanto seria necessário saber como o mundo evoluiria sem a religião. Mas estou convencido de que, dados os insucessos e incongruências das 'ideias', 'dogmas' 'crenças' e 'factos' religiosos, e os crimes e morticínios que causou, o mundo estaria melhor sem religião. Vale o que vale, porque é uma simples opinião.
Por outro lado, o que me parece indiscutível é a natureza jurídica laica do estado português. E isso não tem sido respeitado. Eu respeito as religiões, as igrejas e a liberdade religiosa. E se alguém violar os direitos dos religiosos, mesmo em nome do ateísmo, serei dos primeiros a condená-lo. Não se pode, actualmente, acabar com a religião, e até seria catastrófica a sua extinção, pois implicaria mais guerra, morte e intolerância, situações que são bem conhecidas da implantação e diáspora das religiões no mundo. Nalguns casos, a religião até pode ser um mal menor, mas não deixa de ser um mal. Evidentemente que tem coisas positivas, muitas mesmo, mas todas elas, na minha opinião, podiam ser defendidas e praticadas sem necessidade de invocar qualquer transcendência. Como Feuerbach, filósofo alemão (1804-1872), dizia, Deus é aquilo que o homem quer que ele seja, logo, Deus é uma criação do Homem. Assim, Deus é humano, do planeta Terra. Prefiro defender que cada um de nós é um 'deus'. E a História está farta de nos ensinar que os grandes males e os grandes feitos foram feitos pelo Homem. Só é pena que a maioria das vezes se invoque 'Deuses' e 'Diabos' para os realizar, como que para justificar a irresponsabilidade e o transcendentalismo da natureza humana.
NCR

Manipulações

No Tibete, bater palmas significa afastar as forças do mal, entendimento insólito e contrário na cultura portuguesa a não ser na política onde se bate palmas para aqueles que se quer ver pelas costas. Pedro Santana Lopes foi aplaudido no Congresso que grassa na mediatização. Muitas palmas foram ouvidas, como só ele as consegue causar. E, no entanto, são palmas tibetanas, excepto na autenticidade do seu conteúdo. A verdade em política é uma pedra preciosa rara. Muito vale e mal se vê. Males, muitas vezes, traídos por mãos alheias.
NCR

sexta-feira, 8 de abril de 2005

Em Portugal todos os dias são Natal - Contestação

“Para mim, as religiões não deviam existir”.
“Marx não escreveu tudo, porque a religião não é uma droga, é uma praga”.
As palavras são do Nuno neste post.

Como todas as questões de fé, também o teu post me divide.
Como bem sabes, todo o ser humano, em determinados momentos, precisa de acreditar em algo que o transcenda. Chama lhe o que quiseres, uma divindade, uma ordem..., ou na simples Razão.
A Religião, para alem de outras coisas mais, é um conjunto de ritos pelos quais o ser humano traduz a sua fé.
Tu traduzes a tu a fé, no Homem, nas suas capacidades, na sua razão, com...os teus ritos. São teus. Provavelmente alguém no Mundo também pensa e age como tu. Os teus ritos não se organizam de forma sistematizada numa religião. Invertendo a ordem dos factores, os teus ritos são os actos pelos quais traduzes a tua fé na Razão Humana.
Se me dizes que ir daqui a Fátima a pé, que ir a Roma ver um Homem morto e passar vinte e quatro horas numa fila sem sequer fazer necessidades fisiológicas, se me dizes que viajar a Meca das formas mais precárias que poderemos imaginar, não são manifestações de inteligência, eu concordo. Mas são manifestações de fé por parte de quem as pratica.
Se acreditas no Homem, como elemento primo da sociedade e como fim ultimo de todas as políticas, como elemento criador de direitos e obrigações, como catalisador da sua vontade, como podes querer que esse mesmo Homem em quem tu acreditas não seja livre de acreditar no que quiser e de se manifestar como entender? Desde, claro está, respeite o seu semelhante e a autonomia deste.
Se concordo com algumas das notas que fazes quanto “às agressões contra a natureza laica do estado português”, não posso concordar com as afirmações supra.
E subscrevo-te uma vez mais: ”Tudo isto merecia bem uma algaraviada, mas fico-me por este post.”
Aguardo replica.
Grande Abraço.

PSL

Sebastianismos

Marcelo afirma à Capital: “António Borges está a iniciar o caminho para a liderança”.

Parece me uma excelente legenda para a "asnatica" montagem infra....



Entretanto..., parece ser este o fim de semana do “conclave” social democrata, e não consta que Borges seja, para já, “cardeal”.
No PSD, que este fim de semana deve deixar de ser PPD-PSD, para voltar a ser o que sempre foi, PSD, assobiasse para o lado: “Paz, pão, povo e liberdade, todos sempre unidos no caminho da verdade...”. Até quando?

PSL

Em Portugal todos os dias são Natal

Os atropelos constitucionais e as agressões contra a natureza laica do estado português só não são vistas por quem não quer ou por quem se deixa influenciar pela sua militância católica. A decretação de 3 dias de luto nacional por este governo socialista (!) pelo falecimento de João Paulo II leva-me a escrever este pequeno post, o qual estava disposto a calar pelo respeito que a instituição, mas sobretudo o homem me merecem. O problema, se é que é um problema para algum católico, é que o estado português, o governo português, as instituições públicas portuguesas não respeitam a constituição portuguesa, o direito português e a exigência de sentido de estado nesta matéria.

Já aqui afirmei mais de uma vez, em outros posts, o meu ateísmo e a minha formação completa de catequese católica para que se desactivem as vossas presunções e desconfianças compreensivas na leitura deste post. A educação foi católica, como, julgo eu, a de qualquer rapaz ou rapariga da geração de 70 por efeito da “normalização social e familiar portuguesas”. Apesar disso, a minha resistência a essa educação, embora pouco exteriorizada na altura, sentia-a quase inata ou instintiva. Como superar algumas ‘verdades’ da Bíblia onde se pode ler tantas barbaridades como por exemplo: «a Terra é plana», «a epilepsia existe porque a pessoa é possuída pelo demónio», «a escravatura é uma instituição legítima», «as mulheres são propriedade dos homens», «Deus ordenou ao povo de Israel que fosse para a guerra e matasse todos os homens, mulheres e crianças da nação amalecita».

Pelo que escrevi se pode concluir que muito daquilo que sou, ou seja, o próprio ateísmo, devo aos ensinamentos católicos. Contudo, sei distinguir a Igreja da religião, assim como devo distinguir, ao contrário de outros, os seus princípios, alguns, dos eclesiásticos. O que não se compreende é porque o estado português confunde todos eles, quando o direito português proíbe-o de confessar, discriminar ou apoiar qualquer credo religioso. E exemplos não faltam: feriados católicos, bênçãos religiosas de inaugurações públicas, bandeiras a meia haste, em edifícios públicos, pela morte de titulares de cargos religiosos (cardeal, papa), isenções e benefícios fiscais desmedidos e vergonhosos para o povo português, clericalismo em algumas práticas de estado, quer ao nível do poder central, quer ao nível do poder local, as “Mensagem de Natal e de Bom Ano Novo” do Cardeal" (!), entre outros.

Não se pense que estes desaforos são exclusivos de Portugal, pois internacionalmente o ‘credo’ não é para menos. Pense-se apenas no processo que fez Torquemada famoso, nas históricas indulgências papais e no facto de a religião católica ser a única religião a ter um estado internacional e juridicamente reconhecido e, provavelmente, o único estado antidemocrático da Europa (órgãos não democraticamente eleitos, violação do princípio da liberdade, igualdade e liberdades, nomeadamente de expressão, com práticas sub-reptícias de censura, de livre criação cultural, entre outras). Muitos ‘pecados mortais’ cometeu esta religião, e comete. Pecados originais e pré-consituintes, por isso irreversíveis e incompatíveis com a fé na sua confissão. O mesmo acontece em outras religiões, naturalmente. Tire-se alguns princípios de cada uma delas e não sei para o que ainda servem. Fazem algum trabalho de caridade e de mediação de conflitos, mas é mais com o objectivo de aumentarem o seu ‘rebanho’ e compensar todos os males que fizeram e fazem. Para mim, as religiões não deviam existir. Se deus houvesse, julgo que até ele concordaria comigo, pois com o mundo que tivemos e temos e o facto de não ter outra causa maior de mortandade em toda a sua história como a religião, pelo que qualquer acção expurgatória da mesma seria bem-vinda a toda humanidade. Marx não escreveu tudo, porque a religião não é uma droga, é uma praga, que se açambarca da fraqueza humana, fortalecendo-a.

Tudo isto merecia bem uma algaraviada, mas fico-me por este post. É por uma questão de princípio e não de anti-fé. Não se pode ser simultaneamente inteiramente livre e religioso. Nenhuma religião é livre, e nem poderá sê-lo, porque a fé é contrária ao sonho: uma coisa é acreditar que o ser humano tem capacidades e potencialidades com a ajuda de deus, outra coisa é acreditar que o ser humano tem capacidades e potencialidades provindas de si.

NCR

quinta-feira, 7 de abril de 2005

Coitada da CRP

"Abertura do processo de revisão constitucional aprovada por unanimidade"

E como se pode ler na noticia, como sempre a revisão é o menos importante. Para os partidos parlamentares, maxime, os da área de poder governamental a revisão serve para debater "politicas".

A caravana vai passando...

PSL

Os insondáveis mistérios do google

Aqui

PSL

Parabéns

...aos Pastelinhos.
E vivam as ondas e o BENFICA!!!

PSL

Regresso de outros dias e noites

Os dias amanheciam cedo, ainda húmidos das noitadas que S. Pedro avulsamente permitia. O sol vencia o reino de Juno, a rainha dos céus, e nele se empoleirava para que as primeiras luzes saíssem da exigente natureza da sua hibernação. Os primeiros visitantes raiados eram os nativos tropicais com sustida tolerância da invasão impensada dos jovens inconscientes das regras apócrifas do saudável adormecer e do cedo erguer.

Os primeiros bons-dias tocavam-se nos ouvidos amantes, residentes em almas de iluminação crescente, descomprimidas e ansiosas de novos sons e saberes. Os segundos trocavam-se normalmente em castelhano cuja pronúncia se conjugava como uma onda curta e cortante, própria dos mares que banham aquelas paragens sem parar.

Depois do dia posto, o corpo alimentava-se de especiais rotinas nutritivas, ou nem tanto, alheio à escassez tradicional do povo remediado e generoso, de reconhecidas raízes irmãs dos nossos antepassados.

Os dias contavam-se ao sabor das pequenas notas de felicidade mútua, entre quem queria e quem pedia, entre quem podia e quem valia, como se a comunhão do espaço contratante assentasse numa regata de ida e volta, como se a partilha de um bem se baseasse num regateado diálogo companheiro e presumido. Tal como uma moeda, os dias eram feitos de duas metades, duas faces, dois toques: um para a cara, outro para a coroa. Deste gesto se faziam as trocas de prazeres e a virtude dos presentes; temporários para uns, inesquecíveis para outros.

Sob vigilância constante - marítima de um lado, humana do outro -, os dias contemplavam-se irrespeitosamente em todas as posições, numa perfeita postura de contentamento e ventura, ora erguidas sobre limalhas de terra que o mar teima, eternamente, banhar, ora mergulhadas em actividades de pura incursão cultural e natural, mormente copadas em cristalino estado líquido.

Como em outra terra tropical, o dia adormecia cedo e devolvia à noite o testemunho oculto ao olho humano, mas revelador às miragens da alma acondicionada em sua habitación e transmutada para vestes prevenidas e odorosas, inebriantemente odorosas, como demandam os focos nocturnos iluminados, continuamente espertos para os mal-aventurados. Para estes, a noite tanto dançava, quanto descansava, ao sabor da dinâmica musical ébria e fluida.

A noite teimava em entorpecer, mas o amor acontecia antes do adormecer. Era a união harmoniosa da Natureza feita pelo Homem. Só ele podia estar presente naqueles dois mundos. A sua cara revelava a sua coroa.

NCR

quarta-feira, 6 de abril de 2005

Saudade



PSL

O acesso pago ao Público

Tem provocado múltiplos e acalorados comentários, um pouco por toda a blogosfera.
O acesso pago à versão papel do Público via web era uma inevitabilidade, mas será uma perda, para nós leitores e comentadores e para eles como jornal.
O mesmo se passou há pouco mais de um ano com o El Pais. Lembro me de durante algum tempo usar a sua pagina on line, lendo não só o noticiário mas essencialmente as excelente colunas de opinião. Passou a ser pago e naturalmente deixei de o ler todos dias, para o ler muito esporadicamente.
Naturalmente não deixarei de ler o Publico, o único jornal diário digno de leitura em Portugal.
Via Tugir (link), encontrei este excelente post (link) no Atrium. De leitura obrigatória pela sumula de informação que surge “linkada”.

PSL

A ler

"As Namoradas dos Surfistas", de Patricia H. no Não Sei Brincar.

PSL

terça-feira, 5 de abril de 2005

Na moda...

Está na moda a piadinha gay.
Desta vez o alvo é o da foto infra.



Dizem que o seu verdadeiro nome é Manuel de dia Maria à noite.

PSL

A morte do Papa

A foto deste post, não foi escolhida ao acaso e merece um curto comentário.
Karol Wojtila, o Homem por detrás do Papa João Paulo II, foi sempre um homem cultor da paz. Sempre.
Naquela foto, Karol Wojtila, visita aquele que o tentou assassinar, no carecer deste. E perdoou...
Não me interessa João Paulo II, o Papa, interessa me Karol Wojtila, o Homem. E como cultor da paz, não houve no nosso planeta outro igual nas ultimas duas décadas. Pelo menos que nós conheçamos.
Só por isso deve merecer o nosso respeito e admiração.
Mas, naturalmente nem todos concordam (link).

PSL

Parabéns

Mais um blogue que passa a livro.
Parabéns ao Acidental.



PSL