quinta-feira, 29 de novembro de 2007

As virgens suicidas

…passado o desvario do post anterior…

Imaculada como o destino, a musica não dá tréguas. Quando a nossa ingenuidade teima em pensar que o nosso ouvido já tudo escutou, as sete notas do universo, montadas no cavalo branco do apocalipse, lá nos fazem descer à terra; lá nos fazem subir ao céu. Como já alguém deve ter dito, a pop electrónica destas três raparigas de vozes sussurradas mas celestiais é melancólica, íntima, delicada, doce, confortável e cintilante. Apaixonante, pois claro. Mesmo. Como escreveu aqui (link) Nuno Galopim ao seu redor evoluem filigranas digitais de espantosa fragilidade.
Diz o mito urbano que o nome desta banda que vem do outro lado do Oceano deriva de uma fala de uma personagem menor de um filme obscuro de Tim Burton. Diz o mesmo mito que esta é a banda preferida de um tal David Lynch. Certo é que estas três meninas andaram em passeio europeu a fazer a primeira parte de uma banda francesa chamada Air e chegam agora ao ponto onde a terra acaba e o caminho de regresso a casa começa. Au Revoir Simone, despidas de preconceitos, sensuais até ao desespero, tocam na semana que vem em Braga e em Lisboa. É nestas coisas que devemos ser egocêntricos: nós merecemo-las. Mas até no egocentrismo podemos ser solidários. Apesar da minha preferida ser Through The Backyards, convido-vos a sonhar com um passeio no paraíso abraçados a elas ao som de Fallen Snow.

E se de repente, no meio do passeio blogosférico da noite, alguém lhe oferecer flores

Há coisas giras. Ando longe das pistas faz uns tempos – uma vergonha; mas tenho me cruzado com esta musica meia volta, volta e meia, em especial quando ao andar de automovel tenho o azar de carregar no botão do rádio e vou parar a uma estação cá da nossa terrinha que se chama orbital e só passa remixes chungas até dizer chega…
…mas agora que vejo o vídeo da coisa…, então não é que existe aqui um groove do cacete?
É chunga mas diverte. E tem uma enorme vantagem, Diz que é uma espécie de música kleenex. Ouve-se três vezes e deita-se fora. Não está estragada mas enjoa que se farta. [Com a devida vénia à Sara, a culpada deste post]

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Aos vinte comunista, aos trinta socialista, aos quarenta social-democrata?

Com que então casinha nova, eihnnn Daniel. Bonita. Um luxo. T5 duplex com vidros duplos de 5mm, aquecimento central por caldeira, lareira e ar condicionado. Vários lugares de garagem - deve ser para lá meter essa enorme scotter, não? Soalho em carvalho e aquele plasma da moda. Bela vida de burguês, eihnnnn Daniel.

Então e por este moço ninguém coloca a bandeirinha à janela?

Silvano Lourenço que ilustrou assim (link) o nosso Há Liberdade #78 acabou de se sagrar Campeão Europeu de Bodyboard, mantendo assim o título em Portugal. Aliás, nos últimos cinco anos só por uma vez o ceptro fugiu aos marujos lusos e nos últimos dez por seis vezes atletas cá do nosso mar acabaram no mais alto lugar desse desejado podium. É assim o bodyboard português na Europa: o melhor! Mas não se pense que é tudo facilidades. Silvano, este nosso amigo de Peniche que anda lá fora a lutar pela vida, vê-se e deseja-se para pedinchar uns trocos à indústria da modalidade e levantar no fim a bandeira das quinas; obviamente sem qualquer apoio ou subsidio do Estado. Vence e não reclama às autoridades estatutos especiais, locais para treinar ou, sei lá, que pelo menos limpem decentemente as praias onde diariamente treina ou não estraguem (mais) a costa portuguesa. Enquanto isso, para os milionários do pontapé na bola, e outros que tais…, é o que se sabe.
Parabéns Silvano, vence por nós!

PALETA DE PALAVRAS LXIV

«A Internet é a maior colecção de insultos, mexericos, boatos e disparates alguma vez reunida na história da humanidade. Existem também coisas excelentes, belas e grandiosas, com uma qualidade única e inovadora. Mas não há dúvida que numa grande parte dos blogs, mensagens, comentários e sites de debate dominam o pedantismo e a grosseria, maldade e despeito, vacuidade e a mais pura e prístina estupidez.

Qual a razão do facto? Podia dizer-se que a Net atrai pessoas de mau carácter, mas todos os sinais são contrários. É evidente que quem frequenta as novas tecnologias da comunicação ainda pertence a uma elite favorecida, com mais formação e conhecimentos que a média. Por muito que se tenha popularizado, a sociedade virtual é dominada pelos mais educados e sofisticados de um país como Portugal.

Assim a explicação mais plausível tem de ser outra: a Net tende a trazer ao de cima os instintos mais baixos dos que a frequentam. Uma prova desse facto é que muita gente põe em blogs e e-mails coisas que teria vergonha de dizer ao telefone, escrever numa carta ou publicar em jornais ou livros. Aliás vê-se que, interpelado ou confrontado com o que escreveu, frequentemente o autor cai em si e admite ter-se deixado levar pelo meio. O que prova que existe algo nessa forma de comunicação que motiva o dislate.»

João César das Neves, in Diário de Notícias, ontem, 26-11.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Da série: “olha que grande novidade!"

A única geração de jeito é a que teve 15 anos em 1990

Afirma a rititi numa série de postais a não perder, aqui, aqui e aqui. E explica porquê, por exemplo, assim: gostaria eu de ver os putos de agora a marmelar com os slows de Rick Asley (ou o que é bastante mais asqueroso: ao som dos inenarráveis Trovante, arrrrg...) enquanto bebem aquela bebida radioactiva chamada pisangambom. Também eu.
Mas diz mais: os que nasceram antes de 1970 são uns cotas que deveriam deixar de invejar-nos e tentar ser felizes com a maturidade e a calvície. (…) Os que nasceram depois de 1980 são uns pintelhos insignificantes ao nosso lado.
Apoiado. Eu, fiquei tão perturbado por ter crescido nessa época que ainda hoje sonho diariamente com o clip (que na altura via no Vivámusica do Jorge Pego) do clássico One Night In Bangkok de Murray Head. Quem?, perguntas tu rititi. Pois é. Só tinhas oito ou nove anitos à época, não era? É que, bem feitas as contas, a única geração de jeito é a que teve 17/18 anos em 1990. Esses, sim. São os heróis, com tudo o que tiveram que aturar na adolescência
Acho que só passando uma noite em Bangkok para exrorcizar os meus fantasmas. Uma, não. Varias. Passagem de ano incluída. Que se fodam, pois, os anos 80!

Sumol Nazaré Special Edition adiado

Nem tudo é medíocre em Portugal. Ainda há quem procure a excelência. E quem a procura merece ser aplaudido, mesmo que o nosso egoísmo fique descontente com a decisão: O Sumol Nazaré Special Edition não é um campeonato normal: só participam atletas de topo e as ondas têm de estar perfeitas. O elevado grau de exigência tem os seus custos e, em vez de baixar os padrões de qualidade do campeonato, a organização preferiu adiar a competição. Durante Novembro, a Praia do Norte nunca demonstrou toda a sua força e agora, a provar a qualidade do grupo, mais de metade dos atletas convocados estão a caminho do Mundial de BB a disputar nas Canárias até dia 8 de Dezembro. A organização deseja-lhes boa sorte e bom treino para o Sumol Nazaré Special Edition. O novo período de espera está marcado entre 10 e 31 de Dezembro. Haverá melhor maneira de fechar o ano?

Os Gato Fedorento ao pé desta rapaziada são uns meros aprendizes

Quem vos avisa vosso amigo é: como diz o outro olhem que vale bem a pena…, vale, vale.

Há Liberdade (LXXXVIII)

Bruuu por Mickey Smith

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Entrevista do Inspector-Geral da Administração Interna ao Expresso

Clemente Lima, juiz desembargador de carreira, deu esta semana uma entrevista ao Expresso e não deixou pedra sobre pedra no trabalho das polícias portuguesas com especial destaque para a PSP e a GNR. Os “bófias” estão zangados e sentem-se injustiçados. Vale-lhes a caixa de comentários da notícia no sítio do jornal (link) cuja leitura é um bom passatempo enquanto se faz a digestão do almoço por essas esquadras e quartéis fora. Mas o melhor da entrevista está nas entrelinhas. Clemente Lima, claramente sem grande cuidado nas palavras, compara a investigação criminal da PSP e da GNR ao velho Oeste Americano dizendo que tais agentes “trabalham com um certo espírito de Cowboy, agente da PJ, infiltrado”. Assim, sem mais nem menos, se arrasa de uma penada a investigação criminal em Portugal, pois indirectamente os próprios inspectores da PJ são comparados a cowboys e infiltrados. Está bonito, isto.

domingo, 25 de novembro de 2007

Valente & Barreto

Há dias assim. O Público de hoje vem com duas crónicas fabulosas:
"Despotismo iluminado"
Vasco Pulido Valente

"Eles estão doidos"

António Barreto

Efervescências (XIII) - A caminho da Africa do Sul?

Portugal não teve azar no sorteio da qualificação para o Mundial 2010. Na rota Lusa vamos encontrar no Grupo 1: Suécia, Dinamarca, Hungria, Albania e Malta. Os nórdicos não são papões e evitamos as aborrecidas deslocações ao Leste. Podia ter sido bem pior. O primeiro classificado tem apuramento directo, os oito melhores segundos jogam entre si um play-off. Curiosidade: Os ingleses vão encontrar de novo o carrasco croata. Bem feito!

Coimbra tem mais encanto vestida de encarnado e branco

Não sei se dou sorte, Nuno. Para mim esta foi apenas a terceira "saida" da época e foi a primeira vez que trouxe a vitória no saco (empate com o Leixões no Bessa e derrota em Setúbal para a Taça da Liga). Mas, naturalmente, não posso recusar o teu amável convite.

1. Nesta jornada comecei por ver muita coisa ainda estava em Lisboa. Vi, por exemplo, Luís Filipe Vieira reconhecer o obvio - irra, mais vale tarde que nunca. Disse o líder encarnado, na sexta feira passada, que o Benfica não tem claques mas sim sócios. Ponto final parágrafo.

2. Já em Coimbra, num local que antigamente se chamava Calhabé, vi o grupo de sócios sem nome invadir um sector inteiro no topo sul do estádio. Foram seguramente mais de quinhentos rapazes e raparigas (muitas!) sem nome que durante quase todo o jogo silenciaram o resto do estádio. Não há palavras para descrever o amor desta gente ao nosso querido clube. Com eles (e elas) o Benfica é imensamente mais rico […e cada vez seremos mais!].

3. Mas vi também coisas que parece que mais ninguém viu. Por exemplo, no primeiro golo do Benfica, devemos creditar meio tento ao Nuno Gomes. As imagens da televisão não mostram, a imprensa escrita de hoje não fala nisso (estou para perceber parque é que insisto em comprar A Bola ainda que de vez em quando). Aquando da marcação do livre pensei para mim mesmo que "aquilo não ia dar nada" pois havia gente a mais entre a bola e a baliza. O Nuno ocupou um lugar na barreira mas assim que o lance se inicia corre em direcção bola e de forma pouco ortodoxa lança-se para o chão abrindo um rombo imenso por onde a bola viaja até às redes adversária. Com aquele movimento o Nuno tapou o angulo de visão a Ricardo até ao ultimo segundo possível. Foi golo!

4. Vi também um Benfica por vezes pouco pressionante para tão pouca Académica (equipa organizadinha mas sem génio em qualquer dos sectores). Mas vi ainda uma equipa técnica que dá uma confiança incrível a todo o grupo de trabalho mantendo a pressão no nível certo até ao apito final. E foi assim que pela primeira vez um dos torpedos lançados por Binya para o centro da área teve sucesso - parece que também ninguém reparou no pormenor. Bynia lança a bola como ninguém o faz em Portugal. Os adversários não estão preparados para defender este tipo de lances e a experiência de Luisão fez o resto. Foi golo!

5. Foi golo ainda de Adu. Porque o jovem norte americano está cada vez mais seguro, maduro , concentrado e será um grande trunfo do Benfica do futuro.

6. Vi finalmente a equipa dirigir-se após o apito final ao topo sul do calhabé. Mais de dez mil apoiantes do nosso querido clube deram-lhe um abraço gigante. E eles retribuíram. Um uníssono inédito esta época, jogos na Luz inclusive. Mas estes momentos são para mim e para quem esteve no estádio, Nuno. Porque infelizmente a comunicação social portuguesa teima em compreender que quando se fala em Benfica deve falar-se sempre, no principio e no fim, daqueles que são a verdadeira alma Benfiquista; os incansáveis obreiros da mística Benfiquista.

7. Força Benfica vence, cada vez queremos mais!

Pedro, tu dás sorte!

O Pedro foi a Coimbra ver o Glorioso defrontar a Briosa. E viu uma equipa a saber combater a adversidade, com a perda de um jogador por lesão logo no início do jogo, enviando bolas ao poste, vendo-lhe ser negado um penalty claro e sofrendo um golo através de uma "assistência" de Luís Filipe.
Viu Camacho a virar a equipa do avesso, sacrificando Nuno Gomes e Katsouranis, substituições que, se o jogo tivesse corrido mal, seriam dardos enviados contra si.
Viu o David Luís a fazer de Léo e a empurrar a equipa para a frente, viu o Luisão a fazer de Nuno Gomes e marcar com classe, e viu o Freddy Adu a ser de novo o talismã da equipa: Adu só entra quando a equipa está a perder ou empatada. Mas sempre que entra, o Benfica consegue marcar o golo de empate ou o da vitória.
Mas quero que ele explique por si o que todos vimos... por isso anda depressa Pedro, vem contar o que viste!

sábado, 24 de novembro de 2007

Todos querem saber, quem nós somos

Perguntaram-me há pouco porque é que este sábado à noite vou a Coimbra de mota, sozinho, seguramente com uma temperatura inferior a dez graus. A quem quer saber a resposta aconselho vivamente o visionamento atento destes quatro minutos. Talvez fique com uma pequena ideia das razões da minha escolha.


[AVISO: este video não é aconselhável a adeptos benfiquistas de lágrima fácil]

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Natal 1

Fiquei preocupado com este post do Pedro, onde ele toca (com sal) na ferida: é bem possível que a comercialização e banalização do Natal tenha destruído o espírito da época e o nosso envolvimento colectivo no simbolismo riquíssimo, tanto cristão como pagão, que nos dias de hoje tem como veículo duplo o menino Jesus e o Pai Natal.
Vai daí, lembrei-me "- e porque não puxar das memórias de algumas coisas boas que nos transportam imediatamente para o Natal?" Sempre é melhor que a música de elevador que anda por aí em todo o lado, não é?
Ora aqui vai já uma música com 20 anos. É o "Fairytale of New York" dos "The Pogues" (com Kirsty MacColl), e é uma delícia...

Pa-Che-Co

N ARIANES IX

Cena de Larry e Anna - em "Closer" (2004), de Mike Nichols



Esta cena é digna, para mim, de constar aqui no N ARIANES, mas por razões que ainda não são muito seguras e reflectidas, confesso. O que é facto é que marcou-me. Não pela excepcional interpretação de ambos, pois Julia Roberts teve num nível, diria, razoável e o Clive Owen no muito bom, como é seu apanágio.
A cena marca, julgo eu, porque em "filme ao estilo hollywood" nunca vi, ou não me recordo, de se falar sobre uma relação sexual, entre um casal, tão descritivamente condensada e intensivamente sentida, no domínio dramático e "linguístico" (no seu sentido corrente).
Portanto, sem portantos, é uma cena com simplicidade, mas que entra e fica. Como tantas outras cenas que, com ou sem especial explicação racional, perfilhamos na nossa vivência arcadiana.

N DIAGONAIS XIX

O futuro dos parlamentos

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Libertem os Pais Natais, por favor

De vez em quando há que abastecer a adega. E como o hipermercado da esquina tem muita escolha e bons preços lá fui sujeito ao primeiro “jingle bells” da época – um som vagamente irritante cuspido de umas colunas afónicas. Há pouco no Atrium Saldanha, o belo piano que nos aquece os ouvidos e o coração ao fim da tarde também não resistiu ao momento e lá tive de levar com o primeiro “white christmas” da season.
As montras já há muito que estão engalanadas, as ruas mais ou menos iluminadas e as vias saturadas de automóveis. Os Pais Natais, desde, pelo menos, o São Martinho, já estão pendurados às janelas, presos e bem presos (como o de uma das minhas vizinhas que podem conhecer na foto). Aproximam-se os jantares “das empresas” e dos variados grupos de amigos que acabam invariavelmente em mais um whisky na discoteca da moda ou numa qualquer casa de putas manhosa – pois neste país de merda nem as putas escapam, fugindo do “cantinho à beira mar plantado” como o Diabo foge da cruz).
É assim o Natal pós-moderno, minha gente. E confesso que a “este natal” mundano adiro sem reservas. Não é dele que me queixo. Queixo-me que a tudo isto valia a pena juntar uma pitada, uma pitadinha vá, de sentido e valor. Que se corra freneticamente pela posta de bacalhau mais desejada do ano, mas que não se corra apenas pela dita cuja.
Por esta se muitas outras que não vêem agora ao caso fartei-me da época que se avizinha vai para um par de anos. Assim, pelo segundo ano consecutivo, preparo-me para me pôr a andar daqui para fora (rapidamente e em força) para não ter de aturar o oco “espírito da época” – Indochina meu amor, não partas agora que eu estou quase a chegar.
Deixo apenas um desejo: libertem os Pais Natais, por favor!

Estamos lá e o resto é conversa

Numa longínqua sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2006 deixava aqui (link) no Arcádia o meu desejo de dar uma “voltinha” de mota pela Europa Central no verão de 2008. E se não fosse pedir muito, desejava também uma qualificação de Portugal para o campeonato europeu de futebol que por lá se irá jogar no próximo Junho. Juntando o útil ao agradável…
Ora, os nossos “mininos” mimados, à rasquinha, lá me fizeram a vontade. Resta pois “orientar uns trocos” para gasolina e meter a tenda em cima da top-case. Mas…, falta um pequeno pormenor: bilhetes para a bola. É que os senhores da UEFA já venderam antecipadamente cerca de trinta por cento dos ingressos para o torneio e agora os “Zés povinhos” por essa Europa fora que se desunhem com o que resta. É assim o futebol moderno. É bom, mas não é para todos. A minha sorte é que as curvas alpinas não fogem. E não é preciso tirar bilhete para lá passear.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Estamos velhos e gostamos

Uma das minhas baias de paragem diária na blogosfera portuguesa faz hoje quatro anos. Caramba, quatro anos. Como as ondas passam…
Um destes dias à beira mar plantados, eu e o Pedro Adão e Silva conversava-mos um pouco. Entre outras coisas mais, dizia-me ele que o Ondas não é propriamente um blogue. Não sei se concordo inteiramente. Sei sim que independentemente dos demais projectos (blogosféricos ou não) dos autores desse swell perfeito que diariamente dá à costa dos nossos computadores, tal energia reconfortante e retemperadora não pode parar.
Caros amigos, como bem sabem tudo o que atinge algum sucesso no nosso país é invejado e “apedrejado”. O Ondas, apesar da harmonia que produz não poderia ser excepção. Longa vida pois ao Ondas e aos seus destemidos marujos.

Imagem: Live stile por Stuart Thomas que também é o autor deste outro belo momento que por esquecimento meu não estava creditado.

Juan Carlos, Chávez, Soares e Fidel

Há uns anos, julgo que numa cimeira Ibero-Americana, Mário Soares insultou Fidel Castro:
chamou-lhe "dinossauro".
Na altura Soares foi aplaudido, por Castro ser ditador & comunista, pese embora ninguém de bom senso tenha acreditado que o português quisesse mesmo dizer que o cubano era um sáurio: tratava-se de uma metáfora à longevidade - sem eleições - de Castro no poder. ~
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, um chefe de estado eleito e um não eleito.
Vem isto a propósito dos dois insultos ocorridos na última reunião cimeira Ibero-Americana:
Chávez insultou Aznar, chamando-lhe "fascista". Chávez foi condenado, por Aznar não ser ditador & fascista (estará - espero eu - tão longe do fascismo como Zapatero do comunismo), tendo-se entendido (pelos menos os comentadores) que Chávez não é inteligente o suficiente para usar metáforas, pelo que não se estaria a referir à participação espanhola no golpe de estado de 2002. Porém, julgo que Chávez estaria mesmo a insultar Aznar, e como não se pode insultar ninguém com a realidade, o venezuelano sabe mesmo que Aznar não é fascista.
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, e dois chefes de estado eleitos.
Logo depois, o rei espanhol, João Carlos, dirigiu as seguintes palavras a Chávez: "por que não te calas?". João Carlos foi aplaudido, por Chávez ser um proto-ditador & comunista. Ora, entre chefes de estado, uma afirmação destas não pode deixar de ser considerado um insulto. Parece-me que aqui o monarca espanhol usou o verbo "calar" com o seu sentido estrito (preservar o silêncio), mas também se poderia encontrar aqui uma metáfora (afinal, João Carlos será pelo menos tão inteligente quanto Soares e Chávez): Chávez calar-se-á quando sair do poder.
Saldou-se assim a situação: um insulto, uma metáfora, um chefe de estado eleito e um não eleito.
Serve tudo isto para dizer que não podemos apreciar situações objectivas consoante gostemos ou não dos respectivos intervenientes: isso não é honesto.
A hombridade aqui está em repudiar todos os insultos entre chefes de estado, e não só aqueles proferidos pelos chefes de estado de que não gostamos.

N MÚSICAS XLIII

Quero partilhar convosco esta notável música de Peter Von Poehl, como tantas outras do álbum (julgo de 2006) "Going To Where The Tea Trees Are", que é absolutamente fantástico.

Não sou apreciador do tom de marcha, sugerido pela bateria, mas não há regra sem excepção. A partir do minuto e vinte e três esta música descola para um ritmo notável de crescendo e estranha euforia, como se partisse de vez deixando para trás alguma comemoração heróica. Ou, mesmo, fúnebre.
Aliás, numa das dezenas e dezenas de vezes que a ouvi, já pensei nela como sendo a marcha ideal para um funeral. Bom, para ser sincero, o meu próprio. Isto não tem nada de tétrico ou de deprimido, bem pelo contrário. É tão natural morrer que acontece a todos. Ao contrário das habituais e aparentes interpretações sobre quem fala da morte, considero este exercício um excelente ânimo para o estado de espírito e um reconhecimento da vida. Provavelmente, uma das maiores inspirações para a vida, são os exemplos vivenciados, heróicos, terminados ou não na morte. Por exemplo, a morte do protagonista (não tem que ser herói) de um filme. A mim, transmite-me autenticidade, verdade, força, prova de vida. E a causa, o motivo, é a morte. É também a morte. Com ou sem marcha.
Escutem a música e descubram o que ela vos transmite.

"The Bell Tolls Five"

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

ASAE: Por qué no te callas?

Confirma-se que ler blogues só faz mal à saúde. Irritei-me e soltei um sonoro “pró caralho” ao ler no Zero de Conduta que a ASAE, na sua cruzada prolixa e bacteriologicamente perfeita, encerrou a Ginjinha do Rossio. A notícia refere ainda que um outro estabelecimento da zona também foi encerrado pelos mesmos motivos. Provavelmente foi a “Ginjinha Sem Rival” na mítica Rua das Portas de Santo Antão, único local do mundo e arredores onde se vende o Eduardino, uma bebida mil vezes mais saborosa e digestiva que a ginjinha que todos os pategos conhecem. É curioso que ainda há dias por lá tinha passando e entre os convivas brindámos a que aquele não fosse o ultimo eduardino que beberíamos pois era certo e sabido que se a nova policia dos costumes por lá passasse iria encerrar a casa.
Puta que pariu este novo Portugal de merda e quem nele manda. Deixem me por favor emigrar pró Burundi!
Gente mais calma do que eu: reparo agora que a indignação já se espalhou por essas esferas fora. A ler a crónica de Francisco José Viegas no JN bem como as notas de Tomas Vasques e de João Villalobos.

Água d'Antigamente

Quantos aviões apanhamos. Quantos malas carregamos. Quantos quilómetros calcorreamos. Quantos continentes visitamos. Quanto pó comemos. E os segredos da nossa terra, conhecemos?
Esta é a crónica de uma tarde de Domingo que seria igual a tantas outras não fora o facto de no passeio matutino de bicicleta na manhã anterior, ter reparado num cartaz que por mero acaso comigo se cruzou.
O Parque de Monsanto está diferente. Não sei se já repararam. Monsanto convida ao lazer e à descoberta. Tantas vezes passamos por ele (às vezes diariamente) e teimamos em dele fugir. Porquê?
Água d'Antigamente é um passeio promovido pela Divisão de Educação e Sensibilização do Ambiente (DESA) da Câmara Municipal de Lisboa que percorre em cerca de três horas (seis a sete quilómetros a pé) alguns dos segredos mais bem guardados do Parque de Monsanto, bem como grande parte do único e imponente Aqueduto das Águas Livres - apenas o seu nome deveria obrigar-nos a baixar a cabeça em sinal de respeito. Apenas a visita a este ícone arquitectónico mundial bastaria para nos entreter. Mas os responsáveis da DESA dão-nos muito mais. A possibilidade de nos encantarmos com um local bucólico onde facilmente nos esquecemos que estamos na nossa casa e rapidamente somos levados a essa condição mítica da sociedade pós-moderna a que chamam turista.
Mas este post não serve apenas para vos contar mais uma historia da carochinha muito cool ou para vos dar conta de como é fácil escapar ao lugar comum em que fatalmente a nossa vida se torna. Este post serve, acima de tudo, para sublinhar que nesta Lisboa cada dia mais descaracterizada ainda há carolas. Carolas são aqueles como o Rui, que tão bem nos guiou pelos seus jardins secretos. Funcionários miseravelmente pagos por uma administração pública autista que ainda assim empenham os seus tempos livres a compartilhar as suas paixões, a sua visão do mundo, e nos ensinam com carinho e divertimento como podemos ser mais felizes aqui na nossa terra tantas vezes blasfemada.
A DESA promete que em Dezembro haverá mais Água d'Antigamente para quem com ela quiser saciar a sede. Enquanto isso consultem aqui (link) o seu programa de actividades no magnifico e salubre Parque de Monsanto. E estejam atentos, pois prometem-nos muitas e boas novidades. Eu fiquei fan incondicional.
Obrigado a todos!

[Clique nas imagens para aumentar]







domingo, 18 de novembro de 2007

A Ponte, o buzinão e os cleptocratas

A SIC tem transmitido uma reportagem sobre o buzinão e bloqueio da ponte 25 de Abril, em 1994.
Esse levantamento popular resultou do aumento de 50% do preço da portagem devida pela travessia da então única ponte que ligava Lisboa à margem sul do Tejo.
Nos dias que correm, a ponte 25 de Abril está paga, mas mantém-se com portagens devido ao ruinoso contrato de concessão que Cavaco Silva e Joaquim Ferreira do Amaral celebraram com a Lusoponte para permitir a construção da ponte Vasco da Gama, que serviu essencialmente para alimentar interesses imobiliários e de construtoras.
Joaquim Ferreira do Amaral é hoje presidente do conselho de administração da Lusoponte, o que consubstancia uma relação de promiscuidade que num país normal valeria a sua prisão por cleptocrata.
Como a reportagem da SIC ainda não está em linha, aqui vai uma da RTP.
p.s. - como os caros leitores decerto se lembrarão, a razão pela qual a ponte Vasco da Gama foi construída entre Sacavém e o Montijo foi a de que a mesma não serviria para movimentos suburbanos, mas para ligar o Norte e o Sul do país, i.e. o mesmíssimo fundamento para a construção da nova ponte da Lezíria, e que valerá uma valente indemnização à Lusoponte de Ferreira do Amaral...

Há Liberdade (LXXXVII)

gr_Twiggy
Grant "Twiggy"" Baker em Dungeons, Julho de 2007. Foto: Dungeonrider.com

sábado, 17 de novembro de 2007

Robert Dziekanski, cidadão comunitário de nacionalidade polaca, assassinado sumariamente em Vancouver pela policia canadiana

Segundo o Público de ontem, seria o seu baptismo de voo. Robert Dziekanski estava esgotado e perdido pois não falava uma palavra de inglês. As imagens são de choque mas não deixam margem para duvidas; e mostram mais um tragico abuso policial. Esperemos que o proximo alvo não seja você.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Obrigado por fumar

Dizem as notícias (link) que este sábado é o Dia Nacional do Não Fumador.
Fazem bem realizar estas coisas ao sábado. Dia de desporto e vida saudável ou dia de jantar com as amigos e saborear a conversa com um bom puro humedecido em conhaque. Provavelmente, para a maioria dos comuns, nem dia de uma nem de outra coisa (temos pena). Mas para muitos dia de saborear um bom cigarro. Apesar de fumar cada vez menos, adoro fumar. Sabe-me bem. Em especial depois da refeição com o café. Nestas ocasiões, se estou bem acompanhado, o fumo dança mais ao sabor das palavras. Sabendo que não é possível dizer nunca, não tenciono deixar de fumar. E simpatizo com os fumadores, em especial os que sabem controlar o seu prazer. Fumar, moderadamente – como tudo na vida, afinal -, é claramente um sinonimo de inteligência e um sinal de grandeza civilizacional.

Nota: Só Deus sabe a trabalheira que tive para roubar a Isabel daqui e mantendo-a assim, linda, em todo o seu esplendor.

ArcádiaQuiz (XIV)

Pinto da Costa, presidente vitalício do FC Porto, declarou, na cerimónia de atribuição de um certificado de "cinco estrelas" ao estádio do dragão, que:
  1. Assim já não precisa de levar as prostitutas e os árbitros para hotéis;
  2. Ninguém lhe tira esse título (as "cinco estrelas");
  3. Os dirigentes do Sporting Clube de Lamego faltaram a algumas sessões de formação.

N DIAGONAIS XVIII

O futuro da cidadania europeia

N MÚSICAS XLII

"My Moon My Man" (2007) - Leslie Feist

EXTRA, EXTRA - Afinal Portugal já se encontra apurado para o EURO 2008

Quem o garante é Jesus Cristo que como todos sabem está sentado à direita do Pai. Lá no Céu. Não acreditam? Então vejam o spot com as palavras do próprio no local do costume na barra direita deste blogue. Um rigoroso exclusivo. Do Céu, para o ARCÁDIA.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Policia carrega sobre Homens da Luta no “sagrado” treino da intocável selecção nacional

Este sim é o verdadeiro assunto do dia.
Portugal anda perigoso. Aliás, está a cada dia que passa mais perigoso. Quando vemos o humor ser reprimido desta forma totalmente desnecessária, desadequada e desproporcional é caso para encomendar um lindo réquiem para o Estado de Direito.

O episódio conta-se numa penada. Os Homens da Luta depois de terem incomodado praticamente toda a classe politica (Presidente da Republica incluído) por vezes de forma sues e com palavras violentas - tendo contudo os visados agido sempre com fair play - , foram até ao treino de ontem da selecção mandar meia dúzia de inofensivos recados. Habituados que estão a tratar os adeptos do futebol como nem um cobarde trata uma besta de carga, os rapazes do costume investiram com a inteligência de um asno sobre os dois inofensivos comediantes.

Apreciem mais um lindo capítulo do terrorismo oficial em Portugal.

ArcádiaQuiz (XIII)

Considerando a língua oficial de Mariano Gago, qual será a resposta de Mário Lino quando Sócrates anunciar que o aeroporto vai para Alcochete?
  1. Alcochete, jámé!
  2. Otafâque?
  3. Depois de mim, o caos!

ArcádiaQuiz (XII)

Na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, as reuniões do conselho científico decorrem em:
  1. mirandês;
  2. letão
  3. inglês.
Fonte: crónica de Jorge Miranda de hoje, no Público

ArcádiaQuiz (XI)

Mariano Gago propôs que a língua oficial dos mestrados em Portugal passe a ser o:
  1. swahili;
  2. basco;
  3. o inglês.
Fonte: crónica de Jorge Miranda de hoje, no Público.

N ARIANES VIII

Cena: Andy Dufresne (Tim Robbins) em "Os Condenados de Shawshank" de Frank Darabont

A música é suprema na alienação humana de espaços fechados e castradores. Para muitos, os verdadeiros apreciadores das notas de Orfeu, é um autêntico exercício de liberdade, uma profunda viagem de libertação e de reflexão.
Nesta cena do filme, a condição humana harmoniza-se com a maltratada dignidade, ainda que sem unanimidade. O acto é de pouca duração, mas quando fazemos o balanço da vida, de quantos minutos experienciados precisamos nós para serem um dos grandes momentos da nossa vida?
A música que Andy Dufresne difunde por toda a prisão é o dueto "Sull'aria? Che soave zeffiretto", pertencente à ópera "As Bodas de Fígaro" de Mozart. A performance musical é de 1968, na Ópera de Berlim, cantada por Edith Mathis e Gundula Janowitz e conduzida pelo Maestro Karl Böhm.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Micro reflexão sobre o estado da Lusa blogosfera

“A blogosfera já teve melhores dias porque já foi mais influente”, ouve-se amiúde por ai. Será assim?
Muitos de nós ainda confundem a blogosfera com a "blogosfera politica" ou a "blogosfera agenda-cultural". Esta última mantem-se pujante, apear de estilhaçada. A primeira já teve, em boa verdade, melhores dias. O desaparecimento do bloguitica de Paulo Gorjão foi uma perda irreparável. Gorjão marcava há anos o ritmo da blogosfera politica com as suas acutilantes analises e com um talento raro entre nós, para a descodificação do lado oculto da lua politica. O espaço que o bloguitica ocupava é hoje uma terrivel lacuna.

Mas a blogosfera é cada vez menos sinónimo de politica. Enquanto esse quintal se enche de ervas daninhas a blogosfera intimista cresce de forma desmesuradamente saudável. A rede está cheia de blogues mais ou menos lamechas - não apenas no feminino - que reflectem as vivências (ou falta delas) dos seus autores. Dores e prazeres misturam-se de forma quase promíscua não raras vezes numa tempestade polar de consequências imprevisíveis. O interessante é que estes blogues são cada vez mais um sucesso. Tal como os blogues de humor. Assim como o teatro precisa de tragédia e de comédia para existir, também a vida não pulsa sem os seus tiques luhmanianos. Será a vida que descobre o teatro quando se vê ao espelho ou vive versa?

Também o movimento perpétuo que alguns sociólogos identificam nos dias de hoje (diferenciação/especialização) parece encontrar o pasto seco certo para o seu lume na blogosfera. Repare-se nos blogues cujo tema central é o mundo do futebol. Estes serão milhares (e multiplicam-se ferozmente). E destes milhares centenas dedicam-se ao aspecto particular dos grupos de apoio organizados (claques) às equipas de futebol. Curiosamente foi algures por aqui que encontrei uma manifestação verdadeiramente esquizofrénica (não tanto do blogue em si, mas por certo do seu autor) mas hilariante. Um anónimo, que se diz valentemente endinheirado e grande benfiquista há décadas, descobriu a razão do insucesso do nosso querido clube nos últimos anos e vai dai…, decidiu fazer um blogue (link) pois então. Já passeio na blogosfera há uns anos, mas nunca tinha visto uma mistura tão fascinante de estupidez, irracionalidade e mau gosto.

No fim de tudo acho que a blogosfera vive os seus melhores dias, porque é cada vez mais influente. Os que vivem (quase) para a política é que não sabem disso. Têm vistas curtas.

ACTUALIZAÇÃO
Nem de propósito. O DN desta quinta feira prepara-se para dar razão ao meu ultimo parágrafo. Com chamada de primeira pagina e tudo. Vai uma ajudinha sobre o que é que eu estou para aqui a falar? Leiam com alguma atenção o penúltimo parágrafo deste post, cotejem com tal capa de jornal "et voilá".
Ah…, e se têm como desporto favorito ver fronhas de bofias a atirar para o malandreco e que não sabem o que é um Estado de Direito Democrático pois vieram "ontem" de terras sem lei invadidas por Yankes então vão google e façam uma pesquisa por ACAB. Boa sorte.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A JS tem duas vaquinhas, nós temos uma vaqueira

O ARCÁDIA orgulha-se de apresentar a sua nova colaboradora.
Temporária, a recibos da cor dos seus olhos, e benfiquista desde que a mãe a deu à luz, a nossa cowgirl que está já ai por baixo das nossas caras feias tem uma mensagem importante que gostaria que todos escutassem.

VI Seminário do Grupo de Gestão Pública da SEDES

N MÚSICAS XLI

Não sei o que deu no Santos Silva para roubar violentamente a minha rubrica do N MÚSICAS, mas reponho aqui a devida justiça e...o devido bom gosto!:)

"Look at the cloud" - Vessels



Oiçam até ao fim, para descobrirem algumas supresas sonoras.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Não há vergonha?

Desde a semana passada Lisboa está um pouco mais suja e poluída. Cartazes como este ocupam os nossos passeios um pouco por toda a cidade. Não era para escrever sobre o assunto, mas este post de Diogo Belford Henriques no 31 (link) acabou por me soltar a pena.

Podia dizer que o rapazito tem uma ar porquito estilo Marco Paulo suburbano pos-moderno; uma loira, outra morena ambas com tiques de vaca pronta para levar uns tabefes nas nalgas como milhares de outras que temos o desprazer de encontrar nesse verdadeiro chiqueiro nacional que é o hi5. Podia dizer outras verdades mas se calhar tornava-me demasiado insolente.
Digo apenas que encontrei este cartaz em frente à porta principal do IST. Um dos nossos estabelecimentos de ensino superior que mais e melhores desempregados produz anualmente. Não contentes com a forma patética com que nos desgovernam, ainda têm a lata de regurgitar lixo deste para as nossas ruas. Bardamerda para a JS e para quem a apoia!

O blogue que toda a gente visita mas (quase) ninguém lê

Isto (link) sim é cagança. Não há como JPP para nos ensinar o que é a vaidade. Parabéns caro colega blogger.

Assassinaram um dos meus irmãos

Gabriele Sandri, 26 anos, cidadão europeu de nacionalidade italiana, adepto da Lazio de Roma, foi barbaramente abatido a tiro por um polícia, dentro da sua própria viatura numa Área de Serviço. Ontem foi o Gabriele, amanhã posso ser eu, ou tu!
Quem guarda o guarda?
Quem nos protege dos assassinos oficiais?

O que fazer aos filhos da puta?

Um deputado do PSD-Madeira, Gabriel Drummond, defendeu a independência da região caso não haja aumento das competências legislativas com a revisão constitucional de 2009 (TSF).
Sobre Portugal disse que «É um país que nos trata brutalmente, rouba-nos e nos trata à sapatada», e defendeu que o povo madeirense tem de dizer que se quer seguir o seu curso ou se prefere continuado ligado a Portugal.
Drummond explicou ainda que um eventual caminho rumo à independência da Madeira não será feito através da «guerra», mas do «diálogo» do qual assegurou que vai ser um dos protagonistas.
Não é a primeira vez que este traidor defende a sedição da Madeira.
Mas agora já fala em guerra.
O que podemos fazer aos filhos da puta dos traidores?

domingo, 11 de novembro de 2007

N MÚSICAS XLI

Por vezes, não tão poucas quanto isso, a publicidade apresenta-nos música que, de outra forma nunca conheceríamos. Aqui está Gianna Nannini (irmão do piloto Alessandro Nannini), e a sua "meravigliosa creatura", cuja versão acústica tempera o anúncio do FIAT Bravo.





Molti mari e fiumi
Attraverserò
dentro la tua terra
mi ritroverai
turbini e tempeste
io cavalcherò
volerò tra i fulmini
per averti
Meravigliosa creatura sei sola al mondo
meravigliosa paura d'averti accanto
occhi di sole mi bruciano in mezzo al cuore
amore è vita meravigliosa
Luce dei miei occhi
brilla su di me
voglio mille lune
per accarezzarti
pendo dai tuoi sogni
veglio su di te
non svegliarti non svegliarti
non svegliarti .... ancora
Meravigliosa creatura sei sola al mondo
meravigliosa paura d'averti accanto
occhi di sole mi tremano le parole
amore è vita meravigliosa
Meravigliosa creatura un bacio lento
meravigliosa paura d'averti accanto
all'improvviso tu scendi nel paradiso
muoio d'amore meraviglioso
Meravigliosa creatura
meravigliosa
occhi di sole mi bruciano in mezzo al cuore
amore è vita meravigliosa

sábado, 10 de novembro de 2007

A música Da Vinci

Pois é. Depois de Dan Brown, agora foi um italiano a "descobrir" uma música escondida na "Última Ceia" de Leonardo da Vinci, que tem a duração de 40 segundos e soará como um "requiem".
Como não nada de herético, os "especialistas" dizem que esta hipótese é plausível.


Enfim, sobre Da Vinci tudo é plausível, desde músicas escondidas à sua alegada homossexualidade, tudo excepto temas religiosamente heréticos...

Há Liberdade (LXXXVI)

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sexta-feira, 9 de novembro de 2007

De facto, ainda há neste pais gente que se farta de trabalhar

A comunicação social tem andado "doidinha" com as diversas historias que vão sendo construídas em torno das escutas telefónicas. Há uns dias foram inventar uns números não se sabe bem onde. E não se sabe onde porque quem os publicou não refere uma fonte. Como tal, todos temos o direito de duvidar de tais noticias. A SIC, por exemplo, limita-se a dizer que entre Janeiro e Outubro deste ano foram realizadas 27 escutas telefónicas legais por dia, ou seja, em 10 meses os órgãos de polícia criminal fizeram 7.497 escutas. Sublinho: 27 escutas telefónicas legais por dia.
Há gente que se deve matar a trabalhar em Portugal.

"Heima" - Sigur Rós... Já chegou!

"Heima" - DVD Álbum dos Sigur Rós





Recente música: "Hljomalind” - Sigur Rós



Absolutamente épico!

Graças a Deus que há gajos um milhão de vezes melhores que eu

Por estes dias chamam-me os nomes todos e mais alguns por não torcer pelos meus inimigos e rivais quando jogam para as taças europeias. Não torço, não. Quero que se afoguem e de preferência lentamente. No fundo…, no fundo tudo aquilo - em doses simétricas - que no intimo desejam ao meu querido clube.
Mas graças ao senhor lá nas altura há gajos mil vezes melhores que eu. Este post (link) de Quetzal Guzman no Cálcio Rosso é a prova viva do que falo. Gozar assim, à grande e à lampião, com a desgraça dos outros, merecia para alem da “águia de ouro” o diploma de sócio de mérito que o “orelhas” e os seus capangas queriam dar ao tal Ganadeiro da PT. A ver e ler com atenção, especialmente a parte em que os adeptos do rival abandonam o alvalaxia em (quase) desespero. Lindo!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Miguel Sousa Tavares e Rio das Flores

Gosto muito de ler MST e estou me nas tintas para o que alguns dos intelectuais do regime acham ou deixam de achar da sua obra e do seu sucesso. Li quase todos os seus livros. Sul tem relatos comoventes de um viajante viciado e recuperou um género perdido há muito em Portugal – os livros de (ou sobre) viagens. Adorei Equador – tenho a primeira edição, a tal…, dos erros graves – e estive um par de vezes para o reler. Aliás, acompanho há muitos anos as crónicas de MST, primeiro no Público agora (menos) no Expresso, e apenas não o leio n’A Bola pois o escriba torna-se um enorme imbecil quando a conversa mete o esférico pelo meio. Enfim, a perfeição na raça humana não existe e embora todas as nossas mães nos dêem à Luz, alguns degeneram. E ainda por cima ficam estúpidos.

Vamos a Rio das Flores ao qual recentemente tenho dedicado algumas horas da noite.

“ (…) Foi o trunfo da demagogia, da mediocridade, do oportunismo político, do caciquismo de aldeia, da instabilidade politica constante, finalmente e como era inevitável, da ruína económica do país. Como republicano, tenho de confessar amargamente que só tenho uma resposta para a pergunta “O que deu a República a Portugal?” E a resposta é: “Nada.”

Estas palavras que parecem ter sido proferidas hoje são postas por MST na boca de Francisco Menezes, amigo e companheiro de animadas tertúlias politicas de Diogo Ribera Flores, um dos protagonistas de Rio da Flores. E não se referem ao regime actual, mas sim à podridão da Primeira Republica que como todos sabem caiu às mãos do maior português de sempre (pelo menos para quem votou nele naquele concurso televisivo de péssima memoria) e da corja da União Nacional.

Apesar da leitura de Rio das Flores ir larga (e não sendo eu crítico literário) ainda não compreendi ao que MST vem com este novo romance como, aliás, o livro se auto intitula. No meio de varios quadros que se repetem ad nauseum, nomeadamente as cenas bucólicas mas algo monótonas nos campos de Estremoz, MST não prescindindo de fazer os seus juízos de valor (mais a mais dando quase sempre uma no cravo e outra na ferradura) parece ter pretendido fazer qualquer coisa parecida com um ensaio histórico ou politico ou mesmo social (ou quiçá tudo junto), de um período mal explicado da historia portuguesa do século XX – a ascensão e implementação do Estado Novo.

Resulta então do que li até hoje de Rio das Flores, uma leitura agradável, as vezes demasiadamente light (espero que MST nunca leia isto se não serei trucidado), mas que se perde entre o romance e o ensaio. Dirão por certo alguns: é arte senhores, é arte, um estilo novo. Dirão por certo outros: é lixo, senhores, não reciclável. Pois bem…, talvez no meio esteja mesmo a virtude.

O que eu gostava mesmo era que houvessem mais Migueis Sousa Tavares por cá. Certeza, certezinha que Portugal era um espaço melhor e mais livre. Porque a liberdade, mesmo que se torne vicio, será sempre um vicio são e apaixonante.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Inevitável seca

Já tínhamos saudades deste (link) choradinho (ou chorinho, como dizem os brasileiros). Se chove é a cheia. Se não chove é a seca. Que tal dedicarem-se à pesca?

N ARIANES VII

Cena: "Death Simles At Us All" - em "Gladiador" (2000), de Ridley Scott



Posso dizer, com toda a franqueza, que a interpretação deste imperador romano - pelo actor Joachin Phoenix - marca-me. E presumo que me marcará por muitos anos de vida. Assim como vejo sempre Val Kilmer quando oiço The Doors, ou o Mel Gibson, quando olho para um guerreiro de kilt, ou Willem Dafoe quando, raramente, me confronto com Jesus Cristo, assim é Phoenix a assaltar-me quando me deparo com imperadores romanos. É uma interpretação fabulosa, onde (quase) podemos ver um imperador a morder a língua com a boca fechada, atravessada por coléricos movimentos de auto-flagelação!
A nomeação para o Óscar (de melhor actor secundário) em 2001 com este filme é mais do que justa (tal como a de 2006 com o filme "Walk the Line") e se tivesse levado a estatueta seria um digno premiado.
Este filme vale para além da notável interpretação de Phoenix. Há ainda dois grandes coliseus cinematográficos neste filme:
- A voz e as poucas músicas de Lisa Gerrard no filme.
- O diálogo entre Commodus (o imperador) e Maximus (o gladiador), que é absolutamente magistral: simples, curto, denso e mágico. Notem como são poucas e profundas as palavras, e como estão orquestradas, numa eficácia atroz de interpretação e comunicação. É de repetir, e ver e ouvir com muita atenção. E reflectir, reflectir muito.
Sem dúvida, uma das minhas grandes cenas ARIANES.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Ainda sobre as escutas telefónicas ilegais

Como já há uns dias escreveu aqui o DN: "O Procurador-geral da República quis alertar para a existência de escutas telefónicas que são feitas ilegalmente em Portugal. Ao que o DN apurou junto da Procuradoria e do Ministério da Justiça, foram as escutas feitas de forma ilícita e à margem do sistema de Justiça que o PGR criticou, na entrevista ao Sol".

Conhecerá o Exmo. PGR (e demais Ministério Publico) o Artigo 276º do actual Código Penal que tem como epigrafe “Instrumentos de escuta telefónica" e versa assim:

Quem importar, fabricar, guardar, comprar, vender, ceder ou adquirir a qualquer título, transportar, distribuir ou detiver instrumento ou aparelhagem especificamente destinados à montagem de escuta telefónica, ou à violação de correspondência ou de telecomunicações, fora das condições legais ou em contrário das prescrições da autoridade competente, é punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.

Como todos sabemos cabe ao Ministério Publico prosseguir a acção penal, dar o impulso processual, vá. Se estão todos muito preocupados com as fantasmagóricas escutas ditas ilegais porque é que não foi aberta uma única investigação, constituído um único arguido ou sequer foi dada publicidade devida a tal normativo - apesar do mesmo constar de um "monumento" legislativo?

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

domingo, 4 de novembro de 2007

A frase do dia

Hoje em dia, os jogos do Benfica parecem-se imenso com um casamento: são quatro ou cinco minutos de prazer uma vez por semana e o resto do tempo é passado no mais profundo sofrimento.

Ricardo Araujo Pereira n'A Bola de hoje.

Há Liberdade (LXXXV)

silversurf_por_leal
Silver Surf por Leal

sábado, 3 de novembro de 2007

Efervescências (XII) - O novo videoclip das Spice Girls

Friendship Never Ends dizem elas. Pois..., pois filhas. A mim a prestação da casa também pesa e custa a pagar.
Mel B. já não pula porque o rabo badocha não deixa. Depois deste tempo todo a outra Mel (C.) ainda não aprendeu a cantar. Vitória, escanzelada como nunca, surge vestida como uma puta barata. E o resto está lá para encher. O clip tem barrigas lisas à mostra e peitos cheios e ufanos; uma ruiva que espeta o rabo contra paredes; louras deitadas e de tranca à mostra e morenas que fazem bocas sexy. A musica, como sempre, não conta para nada. O sucesso está garantido. As Spice Girls são as grandes vencedoras do Natal 2007.
Senhoras e senhores, meninos e meninas: num rigoroso exclusivo com a BBC (é mentira!) o mundialmente reconhecido blogue ARCÁDIA mostra pela primeira vez na blogosfera lusa (provavelmente também é mentira!) Headlines o novo clip das Spice Girls.

Quando o telefone toca

A Letra L está enfim e regresso às noites da RTP 2. Seguramente com medo do protesto das beatas e quejandos o nosso serviço público acha por bem passar esta terceira temporada de empreitada, rapidamente e em força, para ver se ninguém vê e quase ninguém nota. Nada de novo, portanto. Já assim foi com as outras temporadas.
Cada vez perco menos tempo com a ex-caixinha que mudou o mundo. E como não tenho pachorra para lamechices não vejo as Anatomias de Grey deste mundo e muito menos do outro. A Letra L não é “para todos”. Tem bolinha encarnada no canto superior direito. É para quem gosta da vida e das coisas boas que ela nos dá. Sem que contudo se tenha de fazer um grande esforço para dali retirar o pão que o diabo amassou dos dias que correm. A cena que aqui se reproduz faz parte do segundo episodio desta terceira temporada e mostra a bela Carmen de la Pica Morales em toda a sua beleza e esplendor. É de cortar o fôlego. Até que o telefone toca.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O futuro presente

O mundo está constantemente a evoluir e nem sempre damos por essa evolução. Sabemos reconhecer a inovação, mas nem sempre consideramos a sua aplicabilidade imediata. Seja por inutilidade, ou falta de crença ou mesmo de estética, estamos sempre atrás daquilo que é, ou será, o futuro. Na gestão pública, acontece o mesmo. Leva-se décadas e décadas para aplicar regras de bom senso e outras décadas, ou mesmo séculos, para prever algo que ultrapassa o senso comum. Em todas as idades da humanidade, em todas as épocas do saber humano, raramente estes estiveram à altura do seu ambiente contemporâneo. O Presente era, e de certa forma ainda é, o grande ascendente nas decisões e estratégias das vidas diárias do Homem, com imenso prejuízo para as gerações futuras. Este valor, que é dos poucos valores humanistas cujo interesse e adesão tem vindo a crescer na época actual, será determinante para a espécie humana, enquanto pretender existir como tal. Dos individuo, dos filhos das famílias, da sociedade civil passará para a Política, mais tarde ou mais cedo, e em grande força, o Futuro da Humanidade, para a qual a gestão pública terá um papel de grande fundamentalidade. Não será sequer uma opção, porque a escolha é entre a vida e a miséria de vida. O Estado de Bem-estar renovar-se-á obrigatoriamente, e tenderemos a ser essencialmente elementos de um povo (mundial) que trabalha sem cessar. Já não será nas gerações actuais, mas com muita certeza nas futuras. Esta visão não tem necessariamente que ser catalogada de pessimista, antes uma visão realista e determinista com o actual estado da Política. Daí que não signifique que venha a concretizar-se, mas que haverá uma grande probabilidade de se verificar se continuarmos por esta pseudo-estratégia fragmentada, acomunitária e desumanizada da sociedade e do poder.
O papel dos gestores políticos e públicos será, assim, de primordial importância nas sociedades políticas do futuro, porque a instabilidade será um valor maior na Vida das pessoas. Tal estado de coisas terá grandes efeitos na procedimentalização dos sistemas políticos e democráticos. Todavia, o que muita gente infelizmente ainda não assimilou, é que essa importância já é do presente. Ainda não existe essa consciência colectiva. Um caminho a fazer é o seu apuramento. Para já, há apenas alguns sinais do que nos espera (pelo menos, “aos nossos filhos”) como sendo um problema diário - diria mesmo horário: as universais consequências das catástrofes "naturais", da publicização de territórios privados, da escassez da água potável, das novas peregrinas fragilidades dos mercados económicos e financeiros, a impotência dos estados para melhorar a qualidade de vida das pessoas, são alguns desses sinais.
Portanto, a discussão entre a esquerda e a direita, se ambas continuarem tal como estão, restará apenas nos manuais de ciência política e de História. Os problemas não serão fracturantes entre a esquerda e a direita, ou entre os cidadãos e as empresas, ou mesmo entre o sector público e o sector privado. Serão verdadeiramente globais e globalizados, onde a missão de cada estado será sobreviver, num grau tipicamente renascentista, seja na paz ou na guerra. Alguns regressos estão para acontecer em breve. Já muitos dão conta deles quando lhes falta a água, a luz, as casas onde viviam, os valores básicos que aprenderam, e se confrontam com a elevação da “selva” em pequenos actos e espaços, o elevado preço das coisas básicas, dos pequenos passeios culturais ou de convívio, do pretendido lazer das grandes viagens e das aventuras de fim-de-semana. A pouco e pouco, parece que a história faz os seus próprios ciclos.
Talvez, estejamos na fase embrionária da Terceira Globalização, depois das que resultaram das Novas Descobertas e das Novas Tecnologias da Comunicação e Informação. A ocorrer esta Terceira Globalização ela far-se-á, quer-me parecer, no âmago da Política da Humanidade. A Política do contrato social, se preferirem. O "beautiful basics" regressará.
Em conclusão, novos desafios estão a emergir para a arte de governar, exigindo-se uma nova configuração da política, dos políticos e da gestão pública que cada vez mais se torna iminente e premente. Ninguém sabe ainda como desenhá-las, nem como enfrentá-las, mas ela está prestes a nascer. Com tempo, veremos se se seguir-se-á estas tendências e, sobretudo, se aprofundarei e concretizarei, com rigor, o que acima escrevi.

N MÚSICAS XL

"Some Surprise" (2007) - The Cake Sale (Lisa Haningan & Gary Lightbody)

100 filmes, 100 cenas, 100 números

Este video é de uma composição extraordinária. 100 cenas, onde as personagens dizem o número da posição a que o criador do video quis colocar nesta ordem decrescente de cenas cinematográficas. A não perder.


BloggerPlay



Nova ferramenta do Blogger que consiste num slideshow infindável criado a partir das imagens dos bloguistas deste planeta.
Perfeito para os amantes do voyeurismo.
Para aceder, clique aqui.
Mais informações sobre o BloggerPlay aqui.

N ARIANES VI

Cena: "Samuel L. Jackson e Ezekiel 25:17" - em "Pulp Fiction" (1994), de Quentin Tarantino



A cena em que cada postura, acto, palavra ou reflexo conta. Onde as linhas e as vistas e os ângulos não se anulam. A cena-mestre de um realismo sem senso de superficialidade. Esta cena, deveras, é uma das minhas grandes cenas cinematográficas preferidas que conheço. Fora de série e quase de um irreal social.

N DIAGONAIS XVII

O futuro do vestuário feminino

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Esta primavera sem fim

Reparei ontem num jacarandá. Um dos muitos que tentam beijar as varandas de Lisboa. Estava a florir de novo, como se de primavera estivéssemos a falar. Dizem os especialistas que por vezes no tempo das castanhas os jacarandás voltam a florir. Eu cá não percebo nada de botânica. Mas este vento leste traz-nos manhãs frescas e limpas; tardes amenas e belas. Cheira a primavera, há um travo a primavera mas não é primavera. É uma nostálgica primavera. Nostálgica porque impossível.

Com Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown, Marisa Monte ajuda a colorir com palavras e sons estes estranhos tempos. Oiçam este infinito particular e digam-me se tenho ou não razão. Porque a Marisa toca no ponto G desta questão. O grande problema é quando nos perdemos a entrar.