Vamos a Rio das Flores ao qual recentemente tenho dedicado algumas horas da noite.
“ (…) Foi o trunfo da demagogia, da mediocridade, do oportunismo político, do caciquismo de aldeia, da instabilidade politica constante, finalmente e como era inevitável, da ruína económica do país. Como republicano, tenho de confessar amargamente que só tenho uma resposta para a pergunta “O que deu a República a Portugal?” E a resposta é: “Nada.”

Apesar da leitura de Rio das Flores ir larga (e não sendo eu crítico literário) ainda não compreendi ao que MST vem com este novo romance como, aliás, o livro se auto intitula. No meio de varios quadros que se repetem ad nauseum, nomeadamente as cenas bucólicas mas algo monótonas nos campos de Estremoz, MST não prescindindo de fazer os seus juízos de valor (mais a mais dando quase sempre uma no cravo e outra na ferradura) parece ter pretendido fazer qualquer coisa parecida com um ensaio histórico ou politico ou mesmo social (ou quiçá tudo junto), de um período mal explicado da historia portuguesa do século XX – a ascensão e implementação do Estado Novo.
Resulta então do que li até hoje de Rio das Flores, uma leitura agradável, as vezes demasiadamente light (espero que MST nunca leia isto se não serei trucidado), mas que se perde entre o romance e o ensaio. Dirão por certo alguns: é arte senhores, é arte, um estilo novo. Dirão por certo outros: é lixo, senhores, não reciclável. Pois bem…, talvez no meio esteja mesmo a virtude.
O que eu gostava mesmo era que houvessem mais Migueis Sousa Tavares por cá. Certeza, certezinha que Portugal era um espaço melhor e mais livre. Porque a liberdade, mesmo que se torne vicio, será sempre um vicio são e apaixonante.
Sem comentários:
Enviar um comentário