quinta-feira, 29 de novembro de 2007

As virgens suicidas

…passado o desvario do post anterior…

Imaculada como o destino, a musica não dá tréguas. Quando a nossa ingenuidade teima em pensar que o nosso ouvido já tudo escutou, as sete notas do universo, montadas no cavalo branco do apocalipse, lá nos fazem descer à terra; lá nos fazem subir ao céu. Como já alguém deve ter dito, a pop electrónica destas três raparigas de vozes sussurradas mas celestiais é melancólica, íntima, delicada, doce, confortável e cintilante. Apaixonante, pois claro. Mesmo. Como escreveu aqui (link) Nuno Galopim ao seu redor evoluem filigranas digitais de espantosa fragilidade.
Diz o mito urbano que o nome desta banda que vem do outro lado do Oceano deriva de uma fala de uma personagem menor de um filme obscuro de Tim Burton. Diz o mesmo mito que esta é a banda preferida de um tal David Lynch. Certo é que estas três meninas andaram em passeio europeu a fazer a primeira parte de uma banda francesa chamada Air e chegam agora ao ponto onde a terra acaba e o caminho de regresso a casa começa. Au Revoir Simone, despidas de preconceitos, sensuais até ao desespero, tocam na semana que vem em Braga e em Lisboa. É nestas coisas que devemos ser egocêntricos: nós merecemo-las. Mas até no egocentrismo podemos ser solidários. Apesar da minha preferida ser Through The Backyards, convido-vos a sonhar com um passeio no paraíso abraçados a elas ao som de Fallen Snow.

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