quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Gente estúpida...

...esta que nos governa.
Diz o Jornal de Negócios aqui (link): Os Serviços Sociais do Ministério da Justiça (SSMJ) não são mais caros do que o regime geral de saúde da Administração Pública, a ADSE, para onde vão transitar a maioria dos beneficiários daquele sistema. Segundo cálculos do Jornal de Negócios, feitos a partir das contas daqueles dois regimes, os SSMJ tiveram, em 2004, um encargo médio com a saúde dos seus beneficiários de 485 euros, menor do que a capitação da ADSE, de 530 euros.

Ora se os SSMJ são mais baratos porque é que querem tirar de lá cerca de oitenta mil funcionários?

E repito. Gente estúpida esta que nos governa.

PSL

2 comentários:

Nuno Cunha Rolo disse...

Caro Pedro, mais uma vez em desacordo contigo, o que parece, teimosamente, que só cimenta a nossa amizade e enriquece este blog. Os números que apresentas, mesmo que estejam correctos, têm outras leituras. Existe um défice nas contas sociais do MJ precisamente porque há 80 000 beneficiários que usufruem de um duplo sistema de protecção de saúde, isto é, os SSMJ e a ADSE. Ora, porquê, se a maioria da população usufrui apenas de um? Porquê, se se pode vir a fazer da ADSE um sistema mais forte e mais 'protector'? Porquê, se mesmo o conjunto das contribuições dos beneficiários não chega para colmatar as despesas do Estado? E contra mim falo pois eu vou ser um daqueles que vai ficar sem este serviço 'social'. Julgo que está na hora de ceder o nosso interesse pessoal a favor de uma gestão pública mais racional e eficiente. Se considerarmos esta posição uma ingenuidade, então assinemos a certidão de óbito da coesão social, da competitividade e da saída da crise económica do Estado. E aqueles que se julgam de direita, reconheçam que no fundo, no fundo, menor intervenção do Estado e redução da despesa pública só devem existir mesmo para os outros. Quanto ao qualificativo "estúpida", compreendo o desabafo, mas Habermas diria que carece de reasonable public basis on communicative argumentation.
Abraço,
NCR

Pedro Soares Lourenço disse...

Bom dia..., ora então vamos lá tentar esclarecer.

“Ora, porquê, se a maioria da população usufrui apenas de um? Porquê, se se pode vir a fazer da ADSE um sistema mais forte e mais 'protector'? Porquê, se mesmo o conjunto das contribuições dos beneficiários não chega para colmatar as despesas do Estado? E contra mim falo pois eu vou ser um daqueles que vai ficar sem este serviço 'social'. Julgo que está na hora de ceder o nosso interesse pessoal a favor de uma gestão pública mais racional e eficiente.”

Totalmente de acordo contigo. E digo mais..., pura e simplesmente os SSMJ deviam ser extintos. Mais sintético e “justo” não poderia ser! E, esclareço, também eu sou???? (seria????, serei???? ) afectado.

“E aqueles que se julgam de direita, reconheçam que no fundo, no fundo, menor intervenção do Estado e redução da despesa pública só devem existir mesmo para os outros.”

E pronto..., tudo estragado! Este é mais um dos típicos tiques, para não lhe chamar outra coisa, daqueles que se julgam de esquerda. A velha mania de que a direita quer o céu para si e o inferno para o vizinho do lado. É uma mania que se torna num erro. E o mais desconfortável é que – pelo menos no que me toca - não é verdade!


"Quanto ao qualificativo "estúpida", compreendo o desabafo, mas Habermas diria que carece de reasonable public basis on communicative argumentation."

Pois..., eu de Filosofia – infelizmente – não percebo nada, mas sobre a condição Humana “ainda dou uns toques”.
Recupero a noticia do Jornal de Negócios, onde se diz que Conde Rodrigues – secretario de Estado adjunto da Justiça – e cito ”é o primeiro a reconhecer que não espera poupar dinheiro com esta medida, justificando-a, sobretudo, com o principio de uniformização da protecção à doença na FP”.
Ora sabendo nós que os SSMJ vão manter-se para alguns – se calhar a minha categoria incluída – onde pára o tal principio enunciado pelo sublime Conde?
Sem ser estúpido o que é que te apetece chamar-lhe – ao Conde, claro?

Assim é que é bonito, um abraço.