sexta-feira, 8 de julho de 2011

Opróbrio e condescendência

Em Inglaterra, o dono de um jornal que se dedicava à realização de escutas para obter (ou construir) notícias mais sumarentas, incapaz de ultrapassar o opróbrio causado pela divulgação dessa prática, resolveu fechá-lo. Em Portugal, todos os jornais podem realizar escutas, ou publicar o conteúdo de escutas feitas por outrem (v.g. Polícia Judiciária), sem que nenhum director se sinta minimamente incomodado. Poder-se-ia dizer: se uma figura pública é arguida em processo-crime o público “need to know”. O problema é que o conteúdo de escutas é divulgado mesmo que o escutado não seja arguido e a conversação não constitua crime. Mesmo que a escuta não tenha sido validada. Mesmo que devesse ter sido destruída. Para muitos portugueses o único segredo sagrado é o das fontes, daí o escândalo da divulgação da conspiração do, até então acoitado na penumbra, Lima de Belém. Brandos costumes? Pois…

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