Uma das vantagens da falência ocidental dos estados governados sob o paradigma do capital financeiro e fiscal, como pilares hegemónicos das políticas públicas, consiste no facto de permitir atalhar convulsivamente para uma nova ordem de responsabilização (escrutínio) e valorização (rigor) dos negócios “públicos” pela opinião pública e, consequentemente, pelos políticos. Esta mudança ou evolução substantiva dos processos de governação está patente na inabilitação dos líderes europeus em enfrentarem o “risco” da interdependência da vida e política das pessoas, sobretudo no Ocidente, bem como em lidar com grandes crises, face à predominância dos aparelhistas acomodados nas actuais lideranças, as quais alguma vez a História nos encantou. Os actuais tempos de míngua de recursos nacionais e de exigência na distribuição dos mesmos, não são tempos exigidos a temerários polidos e apáticos, apanágios destes indecisores europeus.
Os Estados estão a falir, os políticos começam a definhar, entram os gestores e os voluntaristas no poder, sobressaem os interlocutores associativos e civis, a sociedade civil e o mercado submetem-se à admiração discursiva mediática e começa a ser valorizada pelos governantes. Dos cidadãos espera-se, portanto, mais acção e responsabilidade, pessoal e cívica, intervindo no controlo dos custos, dos “seus” custos, e no risco da liberdade, associativa ou empresarial.
Um desafio em relação ao qual os portugueses transporão, sem estarem preparados ou terem cultura para tal é certo. Mas a falta de "inscrição" e de "mãos-à-obra" - típicas da nossa cultura - talvez sejam superadas, uma vez mais, infelizmente, pela falta de coragem generalizada de dizer não. Bendito Medo!
2 comentários:
Excelente regresso..., bons olhos te leiam ;)
Até que enfim!!!
Com "actualidade/política, ...", Claro!!
Venha agora a boa música :-)
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