sexta-feira, 10 de abril de 2009

Nós, espanhóis

O primeiro sinal chegou-me ainda ontem pela audição, nas vielas do Bairro Alto; a algaraviada castelhana sobrepunha-se claramente aos sussurros em português. O segundo sinal chegou-me hoje pela visão; ao fim da manhã, na praça da portagem da ponte, eram mais os carros com matricula espanhola do que os carros com matricula portuguesa.

Para o ano que vem, caros vizinhos, não regressem, fiquem. E ao voltarem tragam convosco a vossa moderna Monarquia Constitucional; a vossa economia – uma das dez mais pujantes do mundo; a vossa extraordinária diversidade cultural; os vossos riquíssimos usos e costumes, os vossos toiros de morte; a vossa alegria, a vossa afortunada liga de futebol; os vossos atletas, cientistas, juízes e advogados; os vossos médicos, a vossa justiça e até os vossos padres...

Se quiserem tragam também os impossíveis pimentos de padron, o intragável Gin Larios e o pestilento Ducados. Eu cá não me importo nada com isso. Mas venham. De vez.

3 comentários:

Dylan disse...

Toiros de morte, não, por favor!
O resto será bem vindo.

CMF disse...

Os pimentos de Padrón (de Padrón mesmo!, e não os de Marrocos que andam aí como sucedâneo) é uma iguaria, um pimentinho de sabor requintado, complexo. Há os picantes, claro, mas isso faz parte do ritual: pimentos de Padrón, unos pican otros non!

Pedro Soares Lourenço disse...

É verdade caro CMF; mas quem já não apanhou um escaldão valente com os que picam?? ehehe