A Crise económica actual resulta, como sabemos, da crise financeira e da desregulamentação promovida pelos financeiristas. Sendo um dos sintomas da Crise a subida do desemprego, os governos europeus estão a reagir propondo a flexibilização dos horários de trabalho.
Ora, a flexibilização dos horários de trabalho parece ser, não uma solução para o problema, mas um contributo para a sua agudização:
Quanto mais tempo trabalharem os funcionários das empresas, além das 40 horas semanais, menos funcionários carecerão estas, mantendo no desemprego muita gente, com as implicações óbvias na Economia, pela redução na procura e consumo internos.
Assim, será que a flexibilização dos horários é um bom caminho?...
1 comentário:
"Em nome da crise"
As palavras do Engº Belmiro de Azevedo sobre a mobilidade laboral para Angola, e que "é preciso ganhar o direito a ter emprego começando às sete ou oito da manhã e terminando quando o trabalho estiver feito", é de uma desconsideração atroz para todos os trabalhadores.
Bem sei que a personagem em causa é o maior empregador nacional mas também sei que prejudicou milhares de pequenos comerciantes, talvez ainda hoje vivendo na penúria. E o que dizer dos altos rendimentos auferidos pelos seus quadros médios e superiores desproporcionados face ao salário do vulgar trabalhador? O êxodo para Angola só pode resolver o problema no imediato e não parece que esse país seja propriamente o "El Dorado". À custa do empreendedorismo atropela-se a regulamentação laboral e a estabilidade familiar, essenciais para a motivação profissional e à consequente criação de riqueza. Para muitos empresários o trabalhador deve ser robotizado, uma espécie de escravo dos tempos modernos. Sim, em nome da crise e da propalada flexibilidade!
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