Concordo com o Jorge, quando ele diz que «ninguém fez por demonstrar a veracidade, ou falta dela, das noticías» de 2005 relativas ao Freeport. Esse é o problema da Justiça actual: é muito rápida a constituir arguidos e a lançar lama para cima das pessoas e raramente leva uma investigação sobre "gente importante" até ao fim, ou pelo menos em tempo útil.
O cidadão José Sócrates merecia uma investigação cuidada sobre este caso, que limpasse (ou não, consoante o caso) o seu bom nome, não permitindo que - desde 2005 - pairasse a suspeita sobre si.
Mas digo-o sobre Sócrates como o disse, condenando o "sentido de oportunidade" da Justiça na sua relação com Pedro Santana Lopes, aqui e aqui.
Como cada vez mais a luta política se faz também na arena da Justiça (v.g. José Sá Fernandes), tendo a olhar para estes "lumes brandos" como partes de uma estratégia.
Por isso mantenho a pergunta: a quem aproveita o caso Freeport? A quem aproveita um cenário de eleições antecipadas com um dos contendores decapitados? A quem aproveita um Parlamento atomizado, sem uma maioria absoluta de um só partido?
2 comentários:
Caro Nuno,
"Por isso mantenho a pergunta: a quem aproveita o caso Freeport? A quem aproveita um cenário de eleições antecipadas com um dos contendores decapitados? A quem aproveita um Parlamento atomizado, sem uma maioria absoluta de um só partido?"
O problema é que aquilo que o Nuno sugere esbarra no facto do progresso das investigações ter sido feito pela policia britânica.
O Nuno refere-se ao problema da justiça portuguesa, mas se isto surge em nada a justiça/policia portuguesa têm culpa (só pela inépcia, porque como o PGR disse, o caso em Portugal estava parado).
"O cidadão José Sócrates merecia uma investigação cuidada sobre este caso"
Pois, pois merecia. Agora coloco-lhe eu uma questão, dada a quantidade diminuta de poderosos condenados pela justiça portuguesa, a quem aproveita o actual estado da justiça portuguesa?
"A quem aproveita um cenário de eleições antecipadas com um dos contendores decapitados?"
É isso que lhe preocupa não é? A partidarização da vida pública portuguesa tem destas coisas... você pouco se preocupa com o essencial do caso, o que quer é defender a sua dama.
A questão, cá para mim, não é "a quem aproveita o caso freeport", é a (possível) quantidade de faulhas a jeito de serem acendidas (e nas alturas mais incómodas, claro). Eu não sou daquelas que acreditam que "não há fumo sem fogo" mas quando há demasidos fumos, é lícito que as pessoas se questionem... É lógico que há interesses, eles estão "no meio de nós". Há é que entender que são as figuras em questão que se "põem a jeito" e que as pessoas que ocupam cargos de tal importância estão sobre permanente escrutínio popular e faz sentido que o estejam. Claro que pode haver sentido de oportunidade mas isso não me incomoda assim tanto. O pior é que haja razões que suscitem esse mesmo sentido de oportunidade.
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