domingo, 4 de janeiro de 2009

Ainda o federalismo

Já ontem fiz referência à "questão federal" levantada por aqueles que querem "aprofundar as autonomias regionais". Um dos politólogos que mais admiro, José Adelino Maltez, acabou de dizer na SIC Notícias que não há pecado no federalismo até porque a maior parte da Europa é federal, i.e. composta por Estados que são federações, e relembrou que a solução federal foi defendida no fim do Estado Novo por Marcello Caetano para reorganização da Metrópole (que incluía a Madeira e os Açores), e as províncias ultramarinas (a.k.a. "colónias"...).
Pois bem, não é o facto de na Europa haver muitos Estados federais que nos coloca na posição de naturalmente aceitar uma solução idêntica para Portugal. Aliás, o que sempre nos diferenciou desde 1143 foi o facto de sermos um Estado unitário. Somos portugueses, ponto final. Enquanto os Alemães são prussianos, bávaros, etc., enquanto o Espanhóis são castelhanos, catalães, etc., enquanto os Italianos são lombardos, romanos, etc., enquanto os Belgas são valões e flamengos...
É por isto que a regionalização perdeu: os portugueses perceberam que a criação de regiões administrativas caminharia rapidamente para regiões políticas autónomas, depois para uma federação e por fim culminaria na desagregação de Portugal.
Claro que haverá quem o queira (sempre existirão bandidos e traidores), e porque somos todos livres, temos o dever de aceitar que essa gente se possa expressar livremente. 
Agora o que não podemos aceitar é que a unidade nacional possa ser posta em causa por pessoas que se  sentem "ofendidas na sua portugalidade" por não aceitarmos a existência de uma federação...

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