sábado, 28 de abril de 2007

Campo Contra Campo (LXXXVI)

E agora, para variar..., algo totalmente normal. Ou nem tanto.

Sunshine - Missão Solar, ***

"No fundo, todo o cinema se resume ao contraste entre luz e escuridão". Quem o afirma compreende na plenitude a essência do cinema. Quem o afirma é o realizador de Missão Solar, Danny Boyle. No imenso deserto escuro que é neste momento a exibição cinematográfica em Portugal - com excepção da programação do IndieLisboa - existe uma estrela que brilha "fininho"; o suficiente, ainda, para iluminar o céu da nossa noite.
Gostei bastante de Missão Solar. Gostei da cinematografia de Boyle, da forma como dança no sabor dos contrates da luz solar, não fazendo letra morta da afirmação que abre este post. Também gostei do ritmo da acção, da transposição de emoções e do assumido "sampling" que faz de outras obras (das primas às de serie B). Mas gostei, mais do que tudo, da coragem de trazer a filosofia para os 70mm. O episódio do "ultimo homem" que marca indelevelmente este filme não se trata de uma vitoria cinematográfica da ciência sobre a religião como erradamente afirmam alguns críticos da nossa praça. Nem de perto. Muito menos de longe. Aquilo é questionar radicalmente a razão de ser, estar e viver do homem e da humanidade. É a questão fundamental. Questão metafísica; para lá da ciência, para lá da religião. Só isto bastaria para vos convidar a verem Missão Solar.

PSL

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