E pronto, lá vamos todos comprar a COSEC para ajudar as exportações, como os empresários portugueses tinham suplicado.
Significa isto que os principais actores do mercado encontraram mais uma área em que a iniciativa privada não é eficiente (pelo menos até a crise passar, já que a AEP - com a lata do costume - já anunciou que então será melhor reprivatizar a COSEC)?
Humm, cheira-me que não. O que se passa é a socialização do risco das exportações, ao passo que os respectivos beneficiários continuam a defender a contenção salarial.
Lucros garantidos e salários baixos: enfim, o paradigma económico português...
Mas há outra questão que se deve colocar e continua "imperguntada":
Como se vai fixar o preço que vamos pagar pela COSEC?
Por fim, o comentário de Camilo Lourenço, no Jornal de Negócios:
Se a Cosec está a restringir os seguros à exportação, isso deve-se ao risco das operações em causa. Se o Estado quer ser ele a dizer quem se deve segurar e a que preço, isso significa mudar os critérios segundo os quais esse risco é avaliado. Ou seja, passa-se de risco empresarial para risco político. É uma boa solução para os empresários e uma excelente solução para os vendedores: quem quer estoirar o seu capital a segurar exportações com base em critérios políticos de avaliação do risco? Mas é uma péssima solução... (adivinhou, leitor) para os contribuintes. Tudo isto num Estado onde a dívida pública está quase nos 81,5% do PIB. Fantástico!
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