Os (neo) liberais andam de novo a espumar de contentamento por causa do que se passa na AutoEuropa, fábrica da Volkswagen, que tem o saudável costume de colocar trabalhadores a lutar entre si para ver de quem será a fábrica seguinte a fechar.
Isto porque a Administração da empresa ameaça, de forma cada vez menos velada, fechar a fábrica caso os trabalhadores não aceitem trabalhar aos Sábados sem o acréscimo de remuneração.
Agora o Eng. Belmiro de Azevedo, homem respeitável por ser dos poucos milionários portugueses que enriqueceu a trabalhar, num acesso de parvoíce veio dizer que a malta ou trabalha aos Sábados como se fosse um dia útil, ou então... há muita gente disposta a trabalhar por tuta e meia...
É o problema do neo-liberalismo: trata cada pessoa como um mero recurso, descartável e indesejável sempre que demonstra livre-pensamento...
3 comentários:
Sexta-feira, 20 de Março de 2009
"Em nome da crise"
As palavras do Engº Belmiro de Azevedo sobre a mobilidade laboral para Angola, e que "é preciso ganhar o direito a ter emprego começando às sete ou oito da manhã e terminando quando o trabalho estiver feito", é de uma desconsideração atroz para todos os trabalhadores.
Bem sei que a personagem em causa é o maior empregador nacional mas também sei que prejudicou milhares de pequenos comerciantes, talvez ainda hoje vivendo na penúria. E o que dizer dos altos rendimentos auferidos pelos seus quadros médios e superiores desproporcionados face ao salário do vulgar trabalhador? O êxodo para Angola só pode resolver o problema no imediato e não parece que esse país seja propriamente o "El Dorado". À custa do empreendedorismo atropela-se a regulamentação laboral e a estabilidade familiar, essenciais para a motivação profissional e à consequente criação de riqueza. Para muitos empresários o trabalhador deve ser robotizado, uma espécie de escravo dos tempos modernos. Sim, em nome da crise e da propalada flexibilidade!
http://dylans.blogs.sapo.pt/
Há muita gente a trabalhar ao sábado, na hotelaria, por exemplo, e apenas com um dia de folga por semana. É chato? Pois é. Eu também não gosto de trabalhar no fim-de-semana, mas por vezes os prazos a isso obrigam. É a vida. O problema são aqueles que estão mal habituados, funcionários públicos e alguns trabalhadores que conquistaram os tais "direitos" e agora não querem abdicar deles. Até que o céu lhes caia em cima da cabeça. O pior é que vai (está a) cair sobre todos nós.
CMF,
Há trabalhos e trabalhos. Há trabalhos que implicam trabalhar de noite, aos fins-de-semana, etc.
Mas em todos os trabalhadores devem ser tratados como pessoas.
Já tive de trabalhar a partir do local em que estava de férias, muitas vezes tenho de trabalhar ao fim-de-semana, muitas vezes tenho de fazer uma noitada.
O problema não está na disponibilidade dos trabalhadores. O problema está na naturalidade com que alguns empresários tratam as pessoas que trabalham para si...
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