Barroso pede um “novo momento federativo” aos estados-membros da EU. É um alinhamento pós-congresso do PS que merece aplauso, mas duvido que seja firme e intencional com as lideranças dos estados-membros de maior peso político e económico. O medo e o atávico conservadorismo que actualiza a governação europeia e, em parte, promoveu a criação da CEE com vista a evitá-los, sobretudo na sua forma extrema, carecem de protagonistas políticos corajosos e livres-pensadores de dimensão humana e política. Líderes, que descarregam força e energia e inspiram a alma e os sentidos de seres humanos que nasceram com a grandiosidade de os seguir. A acrescer a esta ordem de “medos” temos a falta de noção de bem-comum, ou de agir exclusivamente em nome do interesse público, também conhecido por egoísmo (no campo pessoal) e ganância (no campo profissional), muitos vezes simultâneos no espírito e comportamento humanos e que está no âmago das causas da crise civilizacional que atravessamos. Ora, com o medo dos líderes e a ganância dos nossos semelhantes, não é atrevimento perguntar porque a esperança desapareceu do discurso político? Pior, quando algum responsável político se aproxima desse discurso é para nos dizer, não a estratégia do bem-chegar ao crescimento e progresso, mas os resultados mínimos e consternadores do “princípio do fim” da crise!
Independentemente dos quadrantes políticos, os cidadãos não devem tolerar esta ordem e natureza de discurso. Só reforça o medo, o particularismo e o vazio de valores comunitários, caminho o qual que, a trilhar, só nos presenteia com um merecido “Bem-vindo à Selva!”.
1 comentário:
Resta-nos encontar os "nichos" de beleza, única e ímpar, que há na selva. Para tal, será necessário, Querer, e ficar bem atento!!
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