domingo, 25 de setembro de 2011

Proibição da tourada na Catalunha

A proibição da tourada na Catalunha evidencia um dos paradoxos da democracia, em que uma decisão de uma maioria afecta os interesses de uma minoria. Não sou especialmente aficionado por touradas, vejo provavelmente uma ou duas por ano na televisão, mas nada me move contra elas, por isso esta decisão catalã não pode deixar de, no mínimo, me incomodar.
Quando a maioria utiliza o poder do seu voto para, fora dos limites meramente civilizacionais como o direito à vida, a igualdade de direitos, etc., condicionar os gostos, as opções e o estilo de vida das minorias, isso significa o atravessamento da ponte que separa a democracia da ditadura da maioria.
Essa ponte foi atravessada na Catalunha, bem perto daqui. E isso deve preocupar-nos a todos.

1 comentário:

Dylan disse...

A Catalunha não se orgulha somente do Futebol Clube de Barcelona de Lionel Messi, das melhores estações de esqui de Lérida e Girona, nos Pirenéus, das grandiosas obras arquitectónicas de Gaudí, das inúmeras telas pintadas por Dalí e Miró, das fantásticas praias da Costa Brava e Dourada, do glorioso passado histórico de Tarragona. Juntamente com as Canárias, orgulha-se de ser a segunda região da Península Ibérica a proibir as corridas de touros. Ontem, como hoje, a modernidade catalã faz a distinção entre a tradição cultural e o abjecto ritual de sangue desrespeitador da dignidade animal a que chamam "espectáculo".