quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pangeia (XXIV)

Tentando evitar o meu momento “falem com o Carlos Queiroz”, deixei para hoje, dia da primeira pausa no Mundial, algumas palavra (poucas, tenho mais onde perder tempo) sobre a divertida eliminação de Portugal aos pés do arqui-rival.

Nunca a expressão “a selecção de todos nós” fez tanto sentido como ontem. Fomos, à imagem do país que somos, uma equipa pequena, curta, mesquinha, medrosa, traiçoeira, invejosa. Numa palavra: ridícula.

Mas mais ridícula ainda que a equipa do Prof. CQ, é a atitude do tuguinha que pude ouvir ao longo do dia: “perder com Espanha não é vergonha”, “tivemos azar”, “o árbitro estava comprado”, “aquilo estava feito para o espanhóis”, “o relvado estava horrível” e outras pérolas do género, soaram nos meus ouvidos como a nona sinfonia.

Clássico; a culpa nunca é nossa, é sempre do outro, ou dos outros. Não há meio de aprendermos a lição. Que fique tudo como está pois, no fundo, no fundo, o Prof. CQ é o treinador que os portugueses merecem ter à frente da sua equipa nacional de futebol.

"A estupidez colonial ainda não morreu"

Faltam me as palavras para adjectivar o uso da golden share na PT por parte do Estado. Mas ao Financial Times não (link); muito menos a Pedro Santos Guerreiro (link).
Rumo à República Socialista Portuguesa, já!

Pangeia (XXIII)

Eheh, tão bom!
Nada mais a dizer!!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Pangeia (XXII)

Senhores e senhoras, meninos e meninas: o Mundial FIFA 2010 acabou hoje!

Simplesmente, porque hoje começou a pré-época do Sport Lisboa e Benfica. Quem no seu juízo perfeito quer mais saber da equipa do Maradona ou da equipa do Dunga? A partir de hoje a maioria dos portugueses só quer ver os do manto sagrado a marcar golos; os restantes, os “anti”, passam a ter como prioridade ver o “Seixal a arder”.

Provas? Logo que surgiu a confirmação de algo que estava assente há semanas (link), o jogo Brasil-Chile passou imediatamente para o lugar devido: uma pequeníssima e insignificante nota de rodapé.

Mas o Mundial termina também por “culpa própria”. Nos oitavos que agora se jogam, tem ficado claro que a lei do mais forte ainda vigora e é eficaz. O melhor futebol de uns, acaba por reduzir o bom futebol de outros ao seu fabuloso destino: o regresso a casa.

Como tal, caros amigos, a menos que amanhã seja dia de milagres – e de certa forma é mesmo (eu cá me entendo) –, podem enrolar a bandeira e meter a vuvuzela num sítio que eu cá sei.

O Mundial FIFA 2010 acabou hoje! Rumo ao bi-campeonato!!

domingo, 27 de junho de 2010

Pangeia (XXI)

A promessa estava escrita nas estrelas. Hoje, com um Alemanha-Inglaterra, e um Argentina-México, era “Domingo Gordo” para a planetária tribo da bola.

E, cá em baixo, na terra, a promessa cumpriu-se; nem sempre pelas melhores razões.
De facto, os triunfos de germânico e argentino, têm tanto de brilhante como de infame.

As novas tecnologias, as tais que continuam a ser renegadas pelos “donos da bola”, não dão tréguas aos vilões. Em poucos minutos a Web 2.0 não deixa pedra sobre pedra. A Rede, em todo o seu esplendor, rapidamente mostra como Alemanha e Argentina foram beneficiadas por pornográficos erros de arbitragem.

Se no caso do primeiro golo argentino, devido à rapidez do lance, ainda podemos dar o beneficio da duvida a quem tem a árdua tarefa de julgar, já no caso Alemão, a vingança de 66 (link), até em Lisboa cheirou a esturro. É impossível, no campo, não ter visto que aquela bola entrou.

Enfim, para gáudio dos Rui Santos desta vida, temos matéria de profundo debate. Para mim, as contas são simples de elaborar: hoje, duas equipas que vestem adidas foram claramente beneficiadas. Como será no futuro deusa Nike (link)?

Tão crescido e ainda acredita no Pai Natal

Pangeia (XX)

Como bem notou o nosso NSS, faltou, ontem (link), uma referência a Fábio Coentrão.
Devo esclarecer: foi de propósito, Nuno (coof, coof). O Fábio merece muito mais do que uma singela referencia num “A a Z” qualquer. O Fábio merece um post inteiro, um blogue inteiro, o mundo inteiro. Querem ver?

Parece que um dos homens ao cimo da terra que nunca se engana e raramente tem duvidas…, se enganou. JJ disse há umas semanas (cito de cor) que Fábio Coentrão seria, dentro de um ou dois anos, o melhor lateral esquerdo do mundo. Olhando para este Mundial, o Fábio é, de longe, não apenas o melhor jogador da sua equipa, como o melhor jogador na sua posição de entre todas as equipas que se apresentaram em prova.

Ainda esta noite temos mais uma prova disto mesmo. Em vésperas de duelo ibérico, desesperadamente, os espanhóis já o tentam colocar bem longe de casa (link). E o You Tube, como vemos, já diz que sim aos espanhóis.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pangeia (XIX)

Iniciada há apenas duas semanas, terminou hoje a fase de grupos do Mundial FIFA 2010. Aqui fica um “A a Z” destes primeiros quinze dias a (mais ou menos) cento e quarenta caracteres, também apelidada por alguém de “Gabriel Alves Experience”.

Alemanha: bósnios, turcos, polacos, ganeses, brasileiros e marcianos também. A face da “mannschaft” mudou muito nos últimos anos; a solidez mantém-se. É candidata!

Blogue: para seguir o mundial só há um, o jabulani (link) e mais nenhum. Excelente trabalho rapaziada, parabéns.

Cristiano: o homem bomba, “quero explodir neste mundial”, disse ele. Animus jocandi, quais judeus ortodoxos, muitos continuam à espera para apanhar todos os bocadinhos do seu cadáver.

Domenech: de África directamente para o caixote do lixo da história do futebol; a menos que o Sporting se lembre dele para substituir Paulo Sérgio lá mais para o natal.

Espanha: o tiqui taka encanta mas, por si só, nãos vence jogos, como se viu contra a Suíça. Continua a ser necessário meter a bola dentro da baliza.

França: a equipa mais odiada da competição, sai vergada ao peso de humilhações várias. Revolução, já!

Gana: a melhor selecção africana em prova. Forte, má, rebelde. Interessante encontro com os EUA na próxima fase.

Holanda: três jogos três vitorias. Laranja menos mecânica mas ainda assim venenosa. Promete muito!

Itália: rica, velha e cansada; cheiinha de artroses. Vai ser preciso muito mais do que uma simples mudança de treinador para reabilitar a velha senhora.

Jabulani: bonita mas traiçoeira, pesadelo de guarda-redes, amante de avançados. Gosto delas assim – das bolas de futebol.

Kaká: vítima de uma expulsão injusta, num dos poucos erros de arbitragem deste torneio; ainda irá a tempo de brilhar?

Landon (Donovan): rezam as crónicas que a eterna promessa do futebol norte-americano, pôs pela primeira vez os automóveis a apitar em Manhattan; à europeia dizem.

Messi: magia pura em campo, será capaz de dar o tri à alvi-celeste?

Nova Zelândia: quer-se queira quer não é a surpresa do tornei. Com jogadores amadores e alguns sem clube abandona África invicta.

Oezil: jovem, rápido, inteligente, turco, alemão. Pode ser uma das figuras da competição.

Portugal: no momento da verdade o cordão umbilical acaba por falar mais alto. Vamos lá cambada.

Queirós ou Queiroz: não me lixes, pá!

Raul (Meireles): os media já lhe chama “abre-latas”; imponente na goleada aos pobres coreanos.

Suiça: um chocolate como desejo - não correspondido - para a próxima fase em português (de Portugal).

Tiago: o melhor português contra os coreanos; terá mesmo, feito o jogo da sua vida.

Uruguai: “La Celeste” brilha como há muito não se via nestas andanças; como a sorte protege os audazes, é candidata a um lugar nas meias.

Vuvuzelas: sem mais comentários.

Wood (Chris): 18 anos, a jogar em Inglaterra no WBA e o mais inspirado kiwi no torneio. Promessa.

X (de 4X3X3): conservador mas flexível. Liberal mas social. Abrangente, depende da forma como é interpretado.

Yakin (Hassan): jogador suíço, como o nome indica imediatamente; a globalização está cada vez mais presente; ainda bem.

Zakumi: dizem ter sido morto num assalto à mão armada num dos muitos bairros pobres da África do Sul; pelo menos ainda ninguém viu a horripilante mascote em qualquer estádio.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Pangeia (XVIII)

A nota mundial de hoje era para ser sobre a natureza humana. E é mesmo.
Gostava de vos dar a conhecer o magnífico texto de Senhor Mário Coluna que o jornal i publica hoje, que versa sobre essa criatura infra-humana de nome Raymond Domenech.

Infelizmente, por razões que a natureza humana lá saberá, o i enche o seu sítio de lixo, guardando o luxo debaixo do divã. É pena. Porque a mesma natureza humana é densificada pelo Senhor Mário Coluna no tal texto que muito gostava de postar aqui, ou, pelo menos, colocar um link para o mesmo.

A natureza humana que produz talento como o do Senhor Coluna é a mesma que produz gente triste como Domenech e outra tanta, não tão estúpida como o segundo mas também não tão inteligente como o Senhor Mário Coluna, que faz os jornais que lemos.

Se puderem não percam: “Um rebelde com causa” pelo Senhor Mário Coluna, na pagina 57 da edição papel do i.

Jornal 24 Horas vai encerrar

O encerramento de um jornal (link) nunca é uma boa notícia. Ainda que esse jornal seja o pior pasquim ao cimo da terra.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pangeia (XVII)

O que é isto, pá?
Eu sei que após a goleada aos pobres coreanos deixou de ser “moda” zombar com a equipa do CQ. De repente, todos, até aqueles que pensam que o futebol se joga com as mãos, passaram a vibrar com a “nossa selecção”.
Pois…, mas se há coisa que este blogue se pode orgulhar, é de nunca ter ido em “modas”.

O que é isto, pá? É a questão que se impõe perante estas imagens de aparente regabofe.
Com esta colonização física e cultural, quem se deve rir a bandeiras despregadas, são os nossos amigos “zucas”.

Lá disse um dia o ascoroso (que Deus tenha) José Maria Pedroto: "Um brasileiro é bom, dois é de mais, três é uma escola de samba". E é bem certo!

Há Liberdade (CXXXVIII)

…sexta-feira é quando um bloguer quiser!

#7 Bruna Schmitz


terça-feira, 22 de junho de 2010

Pangeia (XVI)

Este torneio não é para adeptos.

Estão a ver um “ultra” italiano a apoiar esta selecção italiana quando tem dentro de portas colectivos como a Roma ou Inter?
Ou um “casual” inglês a apoiar a selecção inglesa quando tem dentro de casa o melhor futebol do mundo?
Ou um “incha” argentino a apoiar a sua equipa quando tem no seu país o melhor ambiente em estádio de todo o mundo?

Depois…, bem depois a África do Sul é no cú do mundo. Ninguém vai lá fazer rigorosamente nada. Os Europeus têm todo o continente africano para atravessar; os sul-americanos um oceano para ultrapassar; e os outros…, os outros não têm adeptos de futebol.

Prova final: já viram ou leram alguma notícia que descrevesse algum tipo de confronto violento?
Outra? Quando foi a ultima vez que viram imagens de gente a ver bola num estádio com garrafas de cerveja de vidro na mão?

Este torneio não é para adeptos. Na ultima década a FIFA tem tentado deslocalizar a sua prova Rainha para bem longe dos “problemas”. Troca gente por momos, cânticos por vuvuzelas e paixão por bovinidade. Um dia, bem mais tarde, ainda se vão arrepender!

n músicas cví

Fantástico.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Pangeia (XV)

Independentemente dos contendores, uma goleada épica e histórica seria sempre o momento mundial do dia neste blogue.

Tocou a Portugal a arte e o engenho de a construir. A segunda parte do jogo de hoje face à Coreia do Norte, fica gravada a ouro na nossa memória e será, por certo, objecto de estudo em qualquer escola de futebol.

Ronaldo, Meireles, Coentrão e sobretudo Tiago (este fez por certo um dos jogos da sua vida), foram os timoneiros da caravela que transformou de novo o cabo das tormentas em cabo da boa esperança. No futebol, já se sabe, é assim: de besta a bestial vão alguns minutos e uma dúzia de pontapés na bola. E esta equipa, até ver, conseguiu calar os críticos, e até metamorfosear velhos ódios em neófitos amores. Clássico.

A ver vamos, agora, com curiosidade.

post no raiz política

"Pendular a política: o outro lado da riqueza", novo post no Raiz Política.

n músicas cv

Para quem adora Sigur Rós, Max Richter, Mogwai e afins, vai gostar de "Explosions in the sky"... (provavelmente, já me repeti neste blogue:)

domingo, 20 de junho de 2010

Pangeia (XIV)

Há 44 anos foi assim; e amanhã (hoje) como será?

n diagonais xxi

Como os cómicos norte-americanos da "The Upright Citizens Brigade" parodiam o combate da BP face ao derrame petrolífero.

Depois, o nada?

Deve ser bem interessante a conversa entre José Saramago e Caronte...
«- Para onde me levas, ó fraticida, se não há nada do outro lado?»
-

sábado, 19 de junho de 2010

Pangeia (XIII)


Estas imagens já têm uns dias; mas permanecem fantásticas. Mais aqui (link).

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Pangeia (XII)

Aqui há uns anos, Thomas Friedman, escreveu um livro espantoso, onde sustentou que ao invés do que uma certa corrente defende, vivemos numa época extraordinária de oportunidades para os mais pobres. Em “O Mundo é Plano”, a tese chave de Friedman, é a de que a globalização está tornar o mundo mais justo, ela facilita a vida dos pobres que queiram concorrer no mercado aberto.

E, segundo Friedman, tal não se passa apenas nos negócios, mas também na investigação, na cultura e no desporto.

Exemplo vivo (e a cores) da tese de Friedman é este Mundial de Futebol. A Itália já tinha sido empatada pelo Paraguai e a França derrotada pelo México. Hoje a Alemanha foi travada pela Servia e a armada Inglesa encalhou em águas Argelinas.
A vida não está fácil para os ricos. Basta trabalho, estudo e disciplina para os pobres vingarem. Poderá não dar para vencer, mas já dá certamente para viver bem melhor.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pangeia (XI)

A imagem do dia já tem uns meses largos. Ou.., por outras palavras: Deus escreve direito com mãos tortas. Au revoir!

n músicas civ



...faz lembrar The Stone Roses.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pangeia (X)

A fechar e a abrir.

A fechar a primeira jornada do torneio, enfim, a surpresa. Surpresa pela surpresa só ter chegado tão tarde; surpresa pela frieza dos suíços que souberam anular o lindíssimo “tiqui-taca” dos espanhóis. Não ganha jogos quem acerta mais passes, nem sequer quem remata mais à baliza, mas sim que mete mais bolas nas redes adversárias. Sim, é futebol.

A abrir a segunda jornada, excelente jogo dos melhores uruguaios em muitos anos de mundial. Está encontrado o remédio santo para silenciar o som esdrúxulo das vuvuzelas zulus: golos!

n músicas ciii

Até lhe sentimos os lábios... som que toca...
oiçam-na, "comprem-na", e penso que não se vão arrepender.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pangeia (IX)

No esquema CQ, quem perde é você!

Manhã cedo, escrevi aqui (link) isto, que, com as necessárias adaptações, publico agora. Apenas porque está (e estará) perfeitamente actual.

Portugal jogará simplesmente num esquema CQ, uma das variantes do simplório 4x3x3.
O esquema CQ, em bom rigor, não chega a ser táctica, mas apenas estratégia. Como sabem esta vem antes da primeira; e dela (da estratégia) CQ não passará.

No esquema CQ importa ter a bola, apresentar solidariedade entre sectores e, acima de tudo, solidez no processo defensivo que, naturalmente, começa a meio campo. Depois..., bem depois é confiar no génio de quem lá está na frente para resolver (se o génio tiver acordado de manhã bem disposto, obviamente), ou esperar por uma bola parada, ressalto ou mesmo jogada casual para o “um a zero” que basta.

Portugal é simplesmente isto. Foi assim no apuramento, foi assim na preparação, será assim hoje e depois: esquema CQ! Nada a enganar.


[espero não me distrair, nem mais um minuto que seja, a comentar a equpazeca do CQ]

n músicas cii

A ideologia do vazio

Há poucos dias Cavaco veio anunciar de forma grave que só podemos sair da crise se não houver querelas ideológicas ou doutrinárias. A ausência de ideologia de que Cavaco é apologista é em si mesma uma ideologia: é o niilismo social em que assenta o financeirismo dos hagiógrafos de Friedman, Hayek, Tatcher, Reagan e Pinochet.
A ideia de que as pessoas não passam de "recursos humanos", elementos inertes na cadeia de produção, subjacente ao pensamento dos "standard&poors" da vida, é parte da ideologia do vazio.
A ideia de que quase todos temos de empobrecer porque há quem ganhe muito dinheiro com a miséria alheia é parte desse niilismo social.
Cavaco é agora arauto do "não se discute, só há uma saída para crise: a porta de entrada", porta-voz da propaganda determinista que domina os media económicos que anatemiza todos os que se atrevem a dizer que a culpa da crise não é só dos Estados.
A ideologia do vazio alastra.
E, na política meus amigos, o vácuo não existe...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Pangeia (VIII)

Este é o primeiro campeonato mundial de futebol na era das redes sociais; os comentários e as discussões sucedem-se e a informação flui como uma belíssima queda de água. Há pouco, durante o bocejante encontro entre Itália e Paraguai, discutia-se se a qualidade do futebol seria condição necessária do acompanhamento da competição.

A resposta, como sempre depende do ângulo de observação e da paixão com que se vive o fenómeno. O que sabemos, objectivamente, é que hoje foi mais um dia de futebol medíocre (até o Holanda-Dinamarca aborreceu), salvo apenas pela primeira meia surpresa da competição: o Paraguai marcou primeiro e obrigou a campeã em título, Itália, a jogar em busca (conseguido) empate.

Pouco, muito pouco!

O boato, essa velhinha especialidade tuga


A Crise de 1383-1385. Quem não se lembra de estuda-la no velhinho secundário?

A Crise de 1383-1385 é dos episódios mais ricos da História de Portugal. Obviamente o livro que temos vindo a ler (link) trata-a com o devido cuidado.

“A avaliar pelo relato de Fernão Lopes na Crónica de D. João I, a morte do conde Andeiro foi o resultado de uma conspiração que envolveu diversas figuras da nobreza que se lhe opunham. E de tal maneira o plano foi bem urdido que logo se lançou a ideia, rapidamente espalhada por Lisboa, de que era o mestre de Aviz que corria perigo de vida. O eficaz boato, lançado pelos que apoiavam o executor do conde galego, fez de imediato acorrer às ruas uma multidão de populares que expressou de maneira clara o seu ódio a amante da rainha”

Esclarecedor!

n músicas ci

domingo, 13 de junho de 2010

Pangeia (VIII)

Diz um velho adágio futebolístico que o futebol é um jogo de onze contra onze e no final vence a Alemanha. E assim foi uma vez mais, para mal dos pecados dos ingénuos australianos.

Quem não deve achar muita piada a estes jogos de palavras são os apaixonados argentinos; vejam este spot publicitário da saborosa quilmes, que está para a Argentina como a Sagres está para Portugal. E deliciem-se com bom marketing inteligente, livre de vuvuzelas patéticas.

n músicas c

Excelente video.

sábado, 12 de junho de 2010

Pangeia (VII)

Hoje já tivemos futebol. Uma Coreia do Sul organizadinha e eficaz soube tirar partido dos gregos trapalhões e inaugurou as vitórias no torneio. Depois…, Argentina; um jogo bom mas longe de ser épico ou sequer memorável. Melhores tardes virão…

Workers fix a giant vuvuzela soccer horn on top of Cape Town's famous unfinished highway bridge, May 27, 2010. (REUTERS/Mark Wessels)

O pior…, é esta dor de cabeça, senhores. Suspeito que é falta de álcool no sangue – vou aplicar o devido Santo António já daqui a pouco – mas também me inclino para o verdadeiro horror sonoro que tem sido assistir aos jogos do Mundial.

n músicas xcix

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pangeia (VI)

A jabulani começou enfim a saltitar (literalmente – de tão leve que é) na terra das vuvuzelas. Confesso, que este primeiro dia não deixou saudades. Se no primeiro encontro entre os da casa e o México a coisa ainda foi animada, no jogo da noite, entre França e Uruguai, assistimos a um colossal bocejo futebolístico que até deu para dormir uma gostosa sesta no sofá.

Mas hoje, “os meus pensamentos e orações” (como dizem os norte americanos) vão inteirinhos para uma estranha espécie de calimeros. Se não gostar de futebol é tão legítimo como não gostar de criquete ou curling, já ignorar a verdadeira Pangeia em que o Campeonato do Mundo de Futebol transforma o globo terrestre é, como posso dizer…, estúpido. É isso: estúpido. E mais estúpido ainda é ficar no seu cantinho, de burro amarrado, um mês inteirinho, enquanto o resto do planeta vibra, goza, reina, curte, ama. Tenho pena vossa, calimeros. E portanto deixo-vos um conselho (que, claro está, cairá em saco roto): não se pode amar aquilo que se desconhece; portanto, façam um esforço, larguem a casca, e tentem começar a compreender o que se esconde em torno desta monumental festa.

Há Liberdade (CXXXVII)

...dando continuidade à "saga" (interrompida durante três semanas) iniciada aqui (link).
#8 Erica Hosseini


n músicas xcviii

Especialmente pelo video... se tiverem filhas bem comportadas até à idade adultas, não tenham certezas de que será sempre assim:



qualquer semelhança com Madonna é pura coincidência!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Pangeia (V)


Esta imagem.
É a síntese perfeita. Os olhos no chão, as lágrimas no rosto, o braço que ampara, a mão no ombro que embala o fado. O fado, o fadinho, o faduncho. A síntese perfeita, sim. Da lusa alma.

Distância: 34,87 Km.

Localidade: Lisboa;

Percurso: Daqui até ao Campo Pequeno e depois até à Graça; subir à Nossa Senhora do Monte, descer a Alfama; subir até ao Miradouro de Santa Luzia, descer até ao Martim Moniz; subir até ao Campo de Santana, passar pelo Torel e descer até ao Rossio; subir o Chiado, depois Santa Catarina e São Pedro de Alcântara; depois do Rato o Parque Eduardo VII; Corredor verde até Monsanto e depois Fonte Nova; dai até aqui;

O melhor: os jacarandás por essa cidade fora, com destaque para os que estão no lado ocidental do Parque Eduardo VII; o solitário no Principe Real e outro perto do Lago da Luz;

O pior: alguns bestiais (de besta) automobilistas que insistem tomar como lixo um indivíduo em cima de uma bicicleta;

O momento: a boca de uma velha muito velha em Alfama, “deixem passar o Laves Barbosa”;

No iPod: Vampire Weekend, LCD soundsystem e, essencialmente, The Drums;

A imagem: não há;

O balanço: muito cansado, mas feliz!

n músicas xcvii

Grande "load" mental (falta-me retroversão!)... forças da natureza, logo, para ouvir sobretudo junto da natureza.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pangeia (IV)

Enquanto a bola não rola este ano - com a dramática onda de lesões que vão colocando knockout dezenas de atletas, esperemos que quando o torneio começar ainda haja meia dúzia de jogadores fisicamente aptos por esse mundo fora – vamos recordando as imagens mais marcantes de tempos que já lá vão.

E esta que aqui vos trago hoje, caso tivesse um título seria simplesmente: a celebração.

Faltam-nos as palavras para descrever a emoção, após o golo, de Marco Tardelli (médio italiano) na final contra a Republica Federal Alemã em 1982 em Madrid. Só visto!

n músicas xcvi

O líder dos Sígur Rós a solo. A hipno-genuidade continua...

O Dia Mundial dos Oceanos

Sem qualquer razão para festejos, comemorou-se ontem o dia Mundial dos Oceanos.
Não encontrei melhor imagem para ilustrar tanta estupidez humana como a deste pobre pelicano que grita de ódio e de dor.
Tal como ele, assim se encontram os mares deste mundo. No limite da sobrevivência.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pangeia (III)

Hoje já ninguém se interessa pelas mascotes dos Campeonatos do Mundo; talvez, porque as mascotes dos Campeonatos do Mundo não tenham qualquer interesse.
Querem ver? Como se chama a mascote do África do Sul 2010?
Pois.., não sabem. Nem eu. E quando comecei a puxar pela memória o nome que me surgiu foi Zuma
Googolei e…Zuma é o Presidente da África do Sul. O leopardo mascote é o Zakumi.





Eu continuo a gostar é aqui do nosso amigo Naranjito. Ok, em 1982 eu tinha 10 anos mas…, é impossível não achar piada a esta figura afável, balofa, bronzeada, de pés tortos e que sorri com olhos e com a alma toda.
Comparado com o olhar manhoso e o aspecto fedorento do leopardo, a laranja simpática vence calmamente por quinze a zero!

n músicas xcv

O país precisa de crescendos, crescendos, crescendos...



e de muita luz e de muitas luzes.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pangeia (II)

Os Navegantes. Portugal já está na África do Sul.

Fantástico, não duvidem. De facto, este pais - o tal que segundo o ranking oficial da FIFA se encontra entre os três melhores do Mundo - demorou nada mais, nada menos do que 80 (oitenta) anos para ter a possibilidade de disputar uma fase final da prova rainha de selecções de futebol no hemisfério Sul.



Mas, cuidado. Das únicas duas vezes que jogámos tal competição longe de casa (leia-se fora do Velho Continente) - em 1986 no México e em 2002 na Ásia - a vergonha acabou por cobrir o “Nobre Povo” e deixar horrorizada a “Nação Valente”.

Não há duas sem três ou…, à terceira será de vez?

O vídeo do momento em que Sandra Bullock beija Scarlett Johansson



MTV Movie Awards. Sandra Bullock e Scarlett Johansson: isso é que é beijar na boca

n músicas xciv

domingo, 6 de junho de 2010

Pangeia (I)

O que dizer das vuvuzelas?
A verdade: um instrumento de pretos rapidamente adoptado por brancos acéfalos.
Após o México 86, e de outra das invenções mais estúpidas de todos os tempos a que chamam a olá mexicana, assistir a um jogo de uma selecção nacional de futebol -provavelmente com a digníssima excepção britânica – passou a ser o mesmo que assistir a um megapiquenique (ou será que devo escrever mega Pic-Nic) com o Tony Carreira.
Acho que não vale a pena dizer mais. Ainda assim uma recomendação: caros adeptos da corneta, sigam o exemplo do senhor da foto, ok? Obrigado.

n músicas xciii

Poderia bem ser a versão reggae de "Imagine" de Lennon ou mesmo de "Wonderful world" de Armstrong, mas a contemporaneidade não perdoa comparações transfronteiriças, nem a quem as faz. Digamos que é uma digna sucessora de "One love" de Marley...

sábado, 5 de junho de 2010

Pangeia (0)



Até há cerca de 200 milhões de anos, durante a era Mesozoica, os continentes estavam todos ligados (link).

Graças a um desporto apelidado de Rei, nos nosso dias, de quatro me quatro anos, a Pangeia volta a ser uma realidade. Ame-se ou odeie-se, é impossível ficar indiferente ao Campeonato Mundial de Futebol.

Sim. Também a mim me apetece brincar aos blogues com ele. Assim, para mal dos meus pecados, diariamente, durante cerca de um mês, mais ou menos a esta hora a Pangeia contra-ataca.

Ânderson Luís da Silva

...magnifico.

A nossa selecção

Não, não falo da equipa portuguesa que vai estar no mundial da África do Sul. Desde logo porque não a sinto como minha. Falo de algo bem mais interessante.

Jabulani significa num dos dialectos Zulu celebração. E celebrar é o que, entre outros, o João (link), o Pedro (link) e o Ricardo (link) prometem (link) fazer aqui (link).

O nome do blogue não poderia ter sido melhor escolhido. Que este Jabulani (link) nos surpreenda tanto como a jabulani tem surpreendido técnicos e jogadores que preparam a grande festa na África do Sul.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

E se o derrame de petróleo fosse aqui?

Medo (link).

Uma sugestão

Os activistas que Israel está a devolver à Turquia podiam aproveitar essa vocação humanista para se manifestarem na própria Turquia ou nas águas da Turquia a favor dos curdos ou dos arménios. Ou até rumar ao Chipre em solidariedade com os cipriotas gregos. O governo turco ia adorar tal activismo!

Tomem cuidado

Hoje fui e fiz. E vi.

Já não ia à Costa da Caparica surfar há algum tempo. Hoje voltei e encontrei o habitual cenário deprimente.
Não falo das obras do malfadado Polis ou da habitual sujidade de ruas, dunas e praias. Não falo da tragédia humana – aqui (link) brilhantemente documentada – que por aquelas bandas explodiu. Não falo sequer do arranque da época balnear ter sido feito sem vigilância em algumas praias da Caparica (link).

Falo de algo invisível ao olho nú do comum cidadão mas bem patente ao olhar apurado do filosurfer (filosurfista poderia conduzir a interpretações erradas).

A milionária alimentação artificial de areia nas praias da Caparica, levada a cabo em 2008 e 2009, em pouco ajudou a defender a linha costeira, todavia criou um cenário verdadeiramente dantesco para o comum dos banhistas.
Não é por acaso, muito menos pelas razões aqui apontadas (link), que a próxima fase dos “enchimentos” foi suspensa. Sublinho: não é verdade, outra vez para que fique bem claro, não é verdade que não tenha havido perdas de areia durante o inverno rigoroso, e também não é verdade que tenha havido um acréscimo natural de areia. O INAG (link) está a mentir.

Como todos sabem, os primeiros dias de calor deste ano, ficaram marcados pelo sucessivo desaparecimento e morte de incautos banhistas nas águas ds Caparica.
Com o cenário infernal de fundões, agueiros e correntes traiçoeiras que o INAG provocou na Costa da Caparica, temo, infelizmente, que a tragédia venha a repetir-se durante todo o verão. Aliás, hoje, na água, entre malta que frequenta aqueles mares diariamente seja Dezembro ou Agosto, era esse o tema central de conversa.

Como tal, já sabem os familiares dos desgraçados para onde devem enviar (pelo menos em parte) as despesas do funeral: INAG (link).

[este post foi escrito na passada quarta-feira, por motivos vários só hoje aqui chegou; ontem, quinta-feira, assisti incrédulo a vários salvamentos feitos por populares; até eu, quase sem querer, me vi envolvido num salvamento. Deus e os destemidos protejam os incautos, pois o Estado há muito se demitiu das elementares funções para que foi criado.]

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Jacarandás de Lisboa

Aqui (link), um post que eu gostaria muito de ter feito.

Ei-los em plena floração,
os jacarandás de Lisboa.
E mesmo os que o não estão
entram na festa quente e boa
que Maio espalha à toa
por praças, ruas e avenidas,
trazendo azul-lilás às nossas vidas
e derramando luz e alegria
sobre o cinzento do dia.

Torquato da Luz

Adeus João Aguiar

O meu querido amigo João Aguiar passou para o ponto onde o sol eternamente nasce. Tive a sorte de, além dos seus livros publicados, ler o que escrevia apenas para os seus amigos. Até sempre João!
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quarta-feira, 2 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Destino: alegremente em direcção ao buraco infra

Taxa de desemprego quebrou novo recorde de 10,8% em Abril

Défice orçamental ou democrático?


Podia ser o buraco das contas públicas portuguesas..., mas não, não é.
Podia ser uma imagem ilustrativa do estado da democracia portuguesa? Sim, podia e seria perfeita; mas também não é.
É apenas a fotografia do buraco assustador que se formou numa cidade da Guatemala, consequência das chuvas da Tempestade Tropical Agatha.