Há poucos dias Cavaco veio anunciar de forma grave que só podemos sair da crise se não houver querelas ideológicas ou doutrinárias. A ausência de ideologia de que Cavaco é apologista é em si mesma uma ideologia: é o niilismo social em que assenta o financeirismo dos hagiógrafos de Friedman, Hayek, Tatcher, Reagan e Pinochet.
A ideia de que as pessoas não passam de "recursos humanos", elementos inertes na cadeia de produção, subjacente ao pensamento dos "standard&poors" da vida, é parte da ideologia do vazio.
A ideia de que quase todos temos de empobrecer porque há quem ganhe muito dinheiro com a miséria alheia é parte desse niilismo social.
Cavaco é agora arauto do "não se discute, só há uma saída para crise: a porta de entrada", porta-voz da propaganda determinista que domina os media económicos que anatemiza todos os que se atrevem a dizer que a culpa da crise não é só dos Estados.
A ideologia do vazio alastra.
E, na política meus amigos, o vácuo não existe...
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