Hoje fui e fiz. E vi.
Já não ia à Costa da Caparica surfar há algum tempo. Hoje voltei e encontrei o habitual cenário deprimente.
Não falo das obras do malfadado Polis ou da habitual sujidade de ruas, dunas e praias. Não falo da tragédia humana – aqui (link) brilhantemente documentada – que por aquelas bandas explodiu. Não falo sequer do arranque da época balnear ter sido feito sem vigilância em algumas praias da Caparica (link).
Falo de algo invisível ao olho nú do comum cidadão mas bem patente ao olhar apurado do filosurfer (filosurfista poderia conduzir a interpretações erradas).
A milionária alimentação artificial de areia nas praias da Caparica, levada a cabo em 2008 e 2009, em pouco ajudou a defender a linha costeira, todavia criou um cenário verdadeiramente dantesco para o comum dos banhistas.
Não é por acaso, muito menos pelas razões aqui apontadas (link), que a próxima fase dos “enchimentos” foi suspensa. Sublinho: não é verdade, outra vez para que fique bem claro, não é verdade que não tenha havido perdas de areia durante o inverno rigoroso, e também não é verdade que tenha havido um acréscimo natural de areia. O INAG (link) está a mentir.
Como todos sabem, os primeiros dias de calor deste ano, ficaram marcados pelo sucessivo desaparecimento e morte de incautos banhistas nas águas ds Caparica.
Com o cenário infernal de fundões, agueiros e correntes traiçoeiras que o INAG provocou na Costa da Caparica, temo, infelizmente, que a tragédia venha a repetir-se durante todo o verão. Aliás, hoje, na água, entre malta que frequenta aqueles mares diariamente seja Dezembro ou Agosto, era esse o tema central de conversa.
Como tal, já sabem os familiares dos desgraçados para onde devem enviar (pelo menos em parte) as despesas do funeral: INAG (link).
[este post foi escrito na passada quarta-feira, por motivos vários só hoje aqui chegou; ontem, quinta-feira, assisti incrédulo a vários salvamentos feitos por populares; até eu, quase sem querer, me vi envolvido num salvamento. Deus e os destemidos protejam os incautos, pois o Estado há muito se demitiu das elementares funções para que foi criado.]
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