No âmbito da campanha eleitoral, encontrei dois assuntos em que não concordo com a linha de José Sócrates:
Em primeiro lugar, não concordo com os benefícios fiscais dos PPR. A razão é simples, por um lado, as grandes beneficiadas desses planos são as instituições financeiras que comercializam esses produtos, por outro lado, os subscritores dos PPR são aqueles que - no fim do mês - podem pôr de parte esses montantes. Ora, em minha opinião, não faz sentido o Orçamento de Estado, através de benefícios fiscais, pagar para que instituições financeiras melhorem o seu negócio (que é legítimo, obviamente) e para que aqueles que já podem poupar o façam. E nem se trata de uma medida específica da esquerda: o próprio Bagão Félix tem este entendimento.
Em segundo lugar, não concordo com o argumento (pese embora concorde em parte com o argumentado) segundo o qual as famílias não devem ter a opção de "pegar" na propina suportado pelo Estado e escolher uma escola privada porque isso significaria o financiamento público dessas instituições privadas. O problema deste argumento é que esse financiamento público existe noutras situações como as creches, os jardins de infância, os centros de dia, os ATL e com os lares de terceira idade, com os quais o Estado celebra acordos pelos quais paga as mensalidades (ou pelo menos parte) dos seus utilizadores e muitas vezes paga as obras que aí se fazem.
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