Confesso: fiquei embasbacado, quando ontem li no i o que tinha sido aquele exame de matemática do 9º ano. Eu que nem sou de me impressionar muito com coisas assim, acordei. Numa das questões pedia-se aos alunos para efectuarem a soma de três números e dividirem-na por três (uma simples média). Dividir e depois somar; uma operação que deve ser ensinada pela terceira classe (ano), julgo eu. E o exame era todo assim ou esta era apenas a questão mais simples? O exame era basicamente todo assim.
O cenário não podia ser pior, pensei. Uma vez mais fui ingénuo. Hoje, o Público, conta-nos que no ano passado o mesmo exame ainda teve um grau de dificuldade menor
Todos nós crescemos sob o estigma do “antigamente é que era difícil”. De forma recorrente diziam-nos, pais e professores, que quando eles estudaram é que tinhas sido difícil; o 9º ano daquele tempo, ouvíamos, valia tanto como “a 4ª classe do meu tempo”.
E agora que somos nós os educadores? De que vale o 9º ano de hoje comparado com a escolaridade dos nossos pais?
Não sei, nem sequer sei se será mensurável. Para além disso nenhum de nós gostou de crescer sob o estigma do “antigamente é que era…”. Os jovens de hoje também não devem de gostar.
Mas, de uma coisa tenho a certeza. Aqueles que nos governaram nos últimos anos têm, de forma clara e inequívoca, hipotecado o futuro de um país inteiro apenas e só para tentarem sobreviver ao(no) poder. Mais do que um escândalo: é o escândalo; e, já agora, uma vergonha também.
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