segunda-feira, 8 de junho de 2009

Breves comentários às recentes eleições

Para quem viu o rescaldo do exercício eleitoral para o parlamento europeu nos media parece estar tudo dito: vitória clara do PSD e de Paulo Rangel, dimensão da derrota do PS inesperada (perdeu 600.000 votos), previsível menos valia do cabeça de lista socialista nos resultados eleitorais, subida significativa do BE, reforço dos votantes no CDS/PP, sinais negativos e perda do terceiro posto na lista dos partidos mais votados para o PCP-PEV, sendo as extrapolações dadas dos resultados feita consoante o posicionamento político do interlocutor. Descendo ao menos comentado, retiro destas eleições que, entre os indefectíveis do voto válido partidário, a diferença entre os centros esquerda e direita é pouco mais do que 10%, o novo 6.º maior partido político mais votado é o MEP, destronando o PCTP-MRPP (que mesmo assim subiu na votação deste ano), o método de Hondt de círculo nacional não favorece os pequenos partidos, bem pelo contrário (a média anda à volta dos 130.000 votos por deputado, nas legislativas a média anda próxima dos 40.000, ainda que em Lisboa essa média seja menor) e, virando para o futuro, prevê-se que o PS perca a maioria absoluta, abrindo-se contudo, com os actuais resultados eleitorais dos 3 partidos representados mais pequenos, a possibilidade de o PS perfazer a maioria absoluta com todos eles, o que seria um facto inédito. Este ponto, na minha opinião, é deveras importante de ter em conta para as discussões de governabilidade e de governação pós-eleições legislativas 2009.


Nota: esta análise é feita sem a contagem dos votos de todos os consulados que falta apurar até ao momento (apenas estavam 33, dos 71, à data de escrita deste post).

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