segunda-feira, 31 de março de 2008
Sobre o "Prós&Contras"
Em geral no Portugal dos Pequeninos.
BCE pronto para subir taxas se inflação "o exigir"
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O BCE «irá agir» para limitar a pressão de preços «alarmante» se o seu objectivo de inflação estiver ameaçado, afirmou hoje Alex Weber num discurso no Luxemburgo. O objectivo de médio prazo do BCE é de uma taxa de inflação de 2,0 por cento. Em Fevereiro, a taxa de inflação da Zona Euro subiu para 3,3 por cento, o nível mais elevado em 14 anos. Juergen Stark, outro membro do BCE, afirmou que «não pode assegurar» que a taxa de referência do Banco Central Europeu (BCE) está num nível suficientemente alto para conter a inflação. A taxa de juro encontra-se nos 4,0 por cento, o valor mais elevado de seis anos. O BCE, ao contrário de outros bancos centrais, nomeadamente da Reserva Federal norte-americana, não tem baixado a taxa de referência, apesar da crise no crédito hipotecário de alto risco. (TSF)
A professora, a aluna, o telemóvel, a raposa, o ratinho e a pisadela
Há dias contava um conto infantil, inventado na hora, e depois de o contar lembrei-me da notícia velha que domina o mundo novo: a professora, a aluna e o telemóvel.
Era uma vez uma raposa que conhecia muito bem a floresta onde desde sempre viveu, nela nasceu, e que muitas vezes dizia que a conhecia melhor que as palmas da sua pata. Sempre com ares de quem tudo sabe o que existe e acontece naquela floresta, um dia enquanto farejava algo para comer pisou um ratinho e assustou-se:
- Ei! Vê lá por onde rastejas ó rato anão!
O ratinho, a tentar recompôr-se da dor sentida pela pisadela, respondeu-lhe:
- Grande raposa, se és assim tão grande, porque não me viste?
A raposa, desafiada, disse:
- Rato insolente, eu domino esta floresta como as minhas próprias patas e elas andam sempre pelos sítios mais seguros e cómodos de pisar, e sei há muitos anos tudo o que passa neste terreno e tu nunca se me atravessaste no meu caminho! Como poderia esperar que te irias atravessar no meu caminho?!
O ratinho,sereno mas dorido, respondeu:
- Se conheces tão bem o terreno que pisas, não devias assustar-te com os mais pequenos, e se és mais sábia do que os outros animais diz-me como posso curar, nesta floresta, a ferida que me fizeste.
Um lição para a opinião pública dos telejornais.
Era uma vez uma raposa que conhecia muito bem a floresta onde desde sempre viveu, nela nasceu, e que muitas vezes dizia que a conhecia melhor que as palmas da sua pata. Sempre com ares de quem tudo sabe o que existe e acontece naquela floresta, um dia enquanto farejava algo para comer pisou um ratinho e assustou-se:
- Ei! Vê lá por onde rastejas ó rato anão!
O ratinho, a tentar recompôr-se da dor sentida pela pisadela, respondeu-lhe:
- Grande raposa, se és assim tão grande, porque não me viste?
A raposa, desafiada, disse:
- Rato insolente, eu domino esta floresta como as minhas próprias patas e elas andam sempre pelos sítios mais seguros e cómodos de pisar, e sei há muitos anos tudo o que passa neste terreno e tu nunca se me atravessaste no meu caminho! Como poderia esperar que te irias atravessar no meu caminho?!
O ratinho,sereno mas dorido, respondeu:
- Se conheces tão bem o terreno que pisas, não devias assustar-te com os mais pequenos, e se és mais sábia do que os outros animais diz-me como posso curar, nesta floresta, a ferida que me fizeste.
Um lição para a opinião pública dos telejornais.
China e Tibete
Tibete era um micro-estado teocrático, tal como são o Vaticano e o Irão e, ao contrário deste, não há eleições. Hoje é uma região administrativa especial da China e, desde que o é, terminou a hegemonia religiosa na organização e funcionamento do poder político "tibetan". O Tibete quer ser autónomo para se reger segundo as leis do budismo. A China pretende, em certo sentido, o pluralismo religioso e o multiculturalismo. Redutor? Sim, porque dois ensinamentos contemporâneos resultam da recente situação tibetana:
- um, é o alerta que nos dá quando se defende um mesmo princípio (da polis) em qualquer lugar do planeta. Defender a democracia em todo o mundo, proibir a teocracia a qualquer estado são disparates pós-modernos da actual cultura mediática que hoje é dominante. E, registe-se desde já, quem o escreve é ateu e acérrimo democrata.
- o outro, em consequência do primeiro, é o segundo sinal desse alerta: a religião ou a ditadura (dois sistemas "humanos" que promovem a desigualdade e restringem as liberdades) são males com os quais os respectivos cidadãos e o mundo podem conviver em harmonia (para além dos estados que citei, pode acrescentar-se, no domínio ditatorial, Singapura, Dubai e a Arábia Saudita) desde que reinem sem revoltas populares generalizadas e, nalguns casos, desde que tenham sucesso naquilo que fazem.
Numa palavra, a paz é, cada vez mais, o estado político que melhor promove as relações entre estados e nações. Não é novidade, já Kant o escreveu há mais de dois séculos, mas é bom de lembrar. Porque hoje se deve acrescentar a elas a governância da opinião pública. esta, como todos sabemos, rege-nos hoje como nunca se atreveu.
- um, é o alerta que nos dá quando se defende um mesmo princípio (da polis) em qualquer lugar do planeta. Defender a democracia em todo o mundo, proibir a teocracia a qualquer estado são disparates pós-modernos da actual cultura mediática que hoje é dominante. E, registe-se desde já, quem o escreve é ateu e acérrimo democrata.
- o outro, em consequência do primeiro, é o segundo sinal desse alerta: a religião ou a ditadura (dois sistemas "humanos" que promovem a desigualdade e restringem as liberdades) são males com os quais os respectivos cidadãos e o mundo podem conviver em harmonia (para além dos estados que citei, pode acrescentar-se, no domínio ditatorial, Singapura, Dubai e a Arábia Saudita) desde que reinem sem revoltas populares generalizadas e, nalguns casos, desde que tenham sucesso naquilo que fazem.
Numa palavra, a paz é, cada vez mais, o estado político que melhor promove as relações entre estados e nações. Não é novidade, já Kant o escreveu há mais de dois séculos, mas é bom de lembrar. Porque hoje se deve acrescentar a elas a governância da opinião pública. esta, como todos sabemos, rege-nos hoje como nunca se atreveu.
sábado, 29 de março de 2008
Campo Contra Campo (CVIII)
Ele está a chegar...
sexta-feira, 28 de março de 2008
Portishead no Coliseu de Lisboa
Quem lê a reportagem "Portoshead" de Vitor Belanciano no P2 do Público de hoje sobre a actuação da banda britânica no Porto na passada quarta feira, ficará com a ideia que caso não tenha ido ontem à Rua das Portas de Santo Antão, perdeu uma noite épica. Já sabemos que os media não vivem sem heróis, mas todos os engodos têm limites.
Pelo que conta Belanciano, a noite do Porto não terá sido muito diferente da de ontem em Lisboa. Casa cheia, nostalgia no éter e expectativa a rodos. Mas dizem os livros que essa coisa das bandas consagradas apresentarem discos ao vivo sem o grande público os ter ouvido, não costuma resultar em bonito serviço. A nova roupagem musical dos Portishead é de bom pano e fino recorte, mas o que o meu povo gosta é das musicas antigas. Não se pode amar aquilo que se desconhece…
Foi uma noite boa, sem duvida. Mas longe de ser épica ou sequer inesquecível. O que "Third" perde em bucolismo e introspecção para os anteriores trabalhos, ganha em vitalidade e grandiosidade sinfónica. Por vezes, o novo som dos Portishead, faz lembrar Sigur Rós, no movimento elíptico de construção/desconstrução/construção como as musicas vão evoluindo. Há ainda uma pitada a menos de electrónica, mas muito mais intensidade eléctrica. Saúda-se ainda o excelente regresso de Beth Gibbons, com uma voz mais limpa e plena de vitalidade. Aquela voz, aquela mascara de suave sofrimento estranhamente delicioso, são a alma da banda.
Mas as bandas não vivem só de memórias. A cada novo trabalho há todo um novo árduo caminho a calcorrear. O Olimpo também tem um cemitério, e o que não falta para ai é jovens jeitosos candidatos a Deuses. Os Portishead que se cuidem. Trabalhem e voltem sempre, pois tocar faz-lhe bem. Nós cá estaremos para cobrar. Pois ao contrario dos jornais, os blogues são feitos por Homens, para Homens e pelos Homens.
Pelo que conta Belanciano, a noite do Porto não terá sido muito diferente da de ontem em Lisboa. Casa cheia, nostalgia no éter e expectativa a rodos. Mas dizem os livros que essa coisa das bandas consagradas apresentarem discos ao vivo sem o grande público os ter ouvido, não costuma resultar em bonito serviço. A nova roupagem musical dos Portishead é de bom pano e fino recorte, mas o que o meu povo gosta é das musicas antigas. Não se pode amar aquilo que se desconhece…
Foi uma noite boa, sem duvida. Mas longe de ser épica ou sequer inesquecível. O que "Third" perde em bucolismo e introspecção para os anteriores trabalhos, ganha em vitalidade e grandiosidade sinfónica. Por vezes, o novo som dos Portishead, faz lembrar Sigur Rós, no movimento elíptico de construção/desconstrução/construção como as musicas vão evoluindo. Há ainda uma pitada a menos de electrónica, mas muito mais intensidade eléctrica. Saúda-se ainda o excelente regresso de Beth Gibbons, com uma voz mais limpa e plena de vitalidade. Aquela voz, aquela mascara de suave sofrimento estranhamente delicioso, são a alma da banda.
Mas as bandas não vivem só de memórias. A cada novo trabalho há todo um novo árduo caminho a calcorrear. O Olimpo também tem um cemitério, e o que não falta para ai é jovens jeitosos candidatos a Deuses. Os Portishead que se cuidem. Trabalhem e voltem sempre, pois tocar faz-lhe bem. Nós cá estaremos para cobrar. Pois ao contrario dos jornais, os blogues são feitos por Homens, para Homens e pelos Homens.
Pôr a escrita em noite
O nosso amigo Davi Reis do Caderno de Corda apresenta amanhã 29 de Março, pelas 18 horas, decorrerá, na Fábrica Braço de Prata (Rua da Fábrica de Material de Guerra, n.º 1
diante dos correios do Poço do Bispo) o seu primeiro livro de poesia - 'Pôr a Escrita em Noite'.
O lançamento contará com a presença do declamador João Saramago e da pianista Rita Medina. Sob a chancela da Corpos Editora, o livro terá um preço de venda ao público de 16 euros.
diante dos correios do Poço do Bispo) o seu primeiro livro de poesia - 'Pôr a Escrita em Noite'.
A professora, o telemóvel e a aluna (II)
Pena máxima para a aluna mal criada e pena máxima para o colega que filmou a cena: transferência de escola.
Hoje a professora anunciou que apresentará três queixas: uma contra a aluna, outra contra os elementos da turma com menos de 16 anos de idade, e outra contra os elementos com mais de 16 anos de idade.
Lembro que a aluna não insultou a professora. Fez birra, falou alto e agarrou-se ao telemóvel.
Lembro que os elementos da turma não incitaram a qualquer tipo de violência.
Lembro que apenas uma voz afirmou "olha a velha vai cair", o que se afigura mais como uma constatação de um facto do que uma injúria.
Lembro que menos de dois minutos após o início do incidente, vários elementos da turma intervieram para sanar o conflito.
Lembro que a professora, após o incidente, não apresentou queixa, limitou-se a meter uns diazitos.
Obviamente não simpatizo com a atitude da aluna, a quem acho terem faltado umas palmadas no devido tempo, e claramente fiquei impressionado com a atitude de desafio directo assumido por ela.
Mas perante outras imagens, divulgadas há uns ou dois anos e filmadas em segredo, em que se via agressões a alunos em plena sala de aula e corredores sem que professores e contínuos - que assistiam a tudo - interviessem (e que ao que julgo não produziram processos disciplinares contra alunos, professores e contínuos envolvidos), espanto-me por este verdadeiro auto-da-fé contra a aluna mal criada, o colega que filmou e contra os colegas que puseram fim à birra da professora e da aluna:
Aquela senhora acaba de provar que não merece a nobre função de professora, merece quando muito integrar as listas da mobilidade especial...
quinta-feira, 27 de março de 2008
Memória completa
Como Vital Moreira lembra - e muito bem - José Sócrates não se limitou a dizer que era "leviano e irresponsável" falar em baixar os impostos.
Sócrates disse mais: afirmou ser leviano e irresponsável falar em baixar os impostos, sem se conhecer ainda os dados da economia portuguesa do ano passado e os indicadores dos primeiros meses deste ano (Público).
E esses dados apenas foram conhecidos ontem, pelo que a reacção do PSD e outros quejandos não passa de ignorância ou de insídia...
Como os liberais vêem a crise
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Rita Redshoes e Shout Out Loads na Aula Magna
Como o nosso confrade NCR disse por ai algures, estamos perante uma Super-nova. Dizem da Rita que se parece com "esta" ou com "aquela" mas eu não acho nada disso. Ali há um álbum muito feliz - "Golden Era" dificilmente deixará de ser considerado o disco do ano entre os rokies - bem produzido, melhor tocado e cantado, mas algo melancólico. Ao vivo, a musica da Rita ganha "profundidade" (metáfora futebolística que aqui não serve rigorosamente para nada) e muita alegria, saindo o gene cinematográfico muito reforçado. Titubeante de inicio, esta rapariga dos sete instrumentos - na verdade tocou pelo menos cinco esta noite - tem tanto para limar no palco, como talento para dar. Na memória de todos ficou "Minimal Sounds" - o que Rita fez nesta musica é de gente muito graúda. Vais ser divertido acompanhar o crescimento musical desta rapariga. E eu vou lá estar, como hoje, perto da primeira fila.
Há quem tente rotular os Shout Out Loads de banda para "comercias". Lixaram-se. A rapaziada sueca, mesmo sem as sua guitarras perdidas em Itália, incendiou a noite da Cidade Universitária com o seu pop-rock indie descontraído mas de guitarras assanhadas e elevada batida cardíaca. Claro que a maioria estava lá para ouvir "Tonight I Have To Leave It", mas acabou por levar com uma banda personalizada, nada loura e menos tosca. Para mim, que os tinha comprado com o referido rotulo, foi uma excelente surpresa.
Apesar do desconforto das poltronas gastas da velha sala da academia lisboeta, foi uma noite bem passada...
Há quem tente rotular os Shout Out Loads de banda para "comercias". Lixaram-se. A rapaziada sueca, mesmo sem as sua guitarras perdidas em Itália, incendiou a noite da Cidade Universitária com o seu pop-rock indie descontraído mas de guitarras assanhadas e elevada batida cardíaca. Claro que a maioria estava lá para ouvir "Tonight I Have To Leave It", mas acabou por levar com uma banda personalizada, nada loura e menos tosca. Para mim, que os tinha comprado com o referido rotulo, foi uma excelente surpresa.
Apesar do desconforto das poltronas gastas da velha sala da academia lisboeta, foi uma noite bem passada...
quarta-feira, 26 de março de 2008
Afinal o burro continua vivo!
Olha, morreu um burro! (II)
O primeiro-ministro José Sócrates anunciou esta quarta-feira a redução do IVA de 21 para 20 por cento. A medida vai entrar em vigor a 1 de Julho.
Olha, morreu um burro!
«Eu já não acredito na capacidade auto-reguladora dos mercados»
terça-feira, 25 de março de 2008
Pinto da Costa vai a julgamento
O Porto, como sabemos, será muito provavelmente o vencedor do campeonato da primeira divisão este ano (essas coisas de "primeira liga", "super liga" não passam de mariquices). Só não sei com quantos pontos de avanço sobre o segundo classificado porque o caso Meyong (que resulta de uma inadvertida falsificação de documentos pela Federação Espanhola) pode ter consequências sobre o caso Leandro Lima (que resulta de uma inadvertida falsificação de documentos pela Confederação Brasileira), envolvendo este último - se não me engano - 24 pontos para o Porto.
Como todos vemos, o avanço do Porto, semana após semana, resulta da combinação de três factores:
primeiro: Benfica e Sporting perdem pontos;
segundo: Porto ganha pontos;
terceiro: quando o Porto não está a conseguir ganhar um jogo, lá aparece um elemento correctivo...
É óbvio que este terceiro factor é pouco abordado pelos comentadores televisivos que conformam as opiniões dos dias seguintes aos jogos: são na sua maioria pais de família, com responsabilidades financeiras, e não se lhes pode exigir que analisem imparcialmente as actuações do clube do seu patrão, nem se lhes pode exigir imparcialidade quando analisam o clube do seu coração ou o clube que lhe abriu as portas à carreira em que estão inseridos.
Nestes últimos 20 anos de colonização monocolor das estruturas directivas do futebol, da arbitragem e da imprensa desportiva, houve apenas um ano em que esse polvo foi efectivamente abalado: 2004/2005. E nesse ano, o polvo andou desnorteado...
Nestes últimos 20 anos, houve uma atitude metódica de organização do campeonato de futebol em torno de um clube, o que resultou na despromoção da segunda divisão (com as zonas norte, centro e sul) para um terceiro escalão, permitindo assim que uma peneira "de Honra" filtrasse os clubes que sobem ao primeiro escalão, e que são maioritariamente de uma única associação distrital, a do Porto, com clubes alimentados pela cabeça do polvo que, sempre que necessário, dão um jeito ao chefe.
Essa é a razão pela qual não há na primeira divisão qualquer clube alentejano, algarvio ou mesmo da Beira interior, ou de Trás-os-Montes: ficam longe do Porto.
Urge desmontar esse sistema centralista, urge recuperar o futebol para os adeptos a sério (que não são os de sofá), com jogos à tarde e não à noite, com equipas do Norte, do Centro e do Sul.
Urge pois desmontar o discurso segundo o qual só é possível competitividade e profissionalismo nas equipas do distrito do Porto.
O futebol aos adeptos, e os bandidos para a cadeia!
As vinhas da ira
"Ontem" no lindíssimo romance de Steinbeck:
"- Quero inscreve-los na lista - disse - Quantos vão trabalhar?
Tom respondeu:
- Somos quatro homens. O serviço é pesado?
- É apanhar pêssegos - disse o funcionário. - É trabalho por peça. Pagamos a cinco cents a caixa.
- E as crianças podem ajudar?
- Podem, desde que trabalhem com cuidado.
(…)
- Tente explicar-lhes a situação, Tom. Assim que nos afastarem daqui, vão começar a pagar-vos a dois cents e meio. Você sabe o que isso significa: uma tonelada de pessegos colhida e carregada por um dólar. (..)"
Hoje no moderno Portugal do PS de Sócrates
Trinta e dois advogados começam hoje a trabalhar na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para tentar evitar a prescrição de milhares de processos de contra-ordenação. Pela frente têm uma tarefa árdua: separar um mínimo de 1000 processos por dia, e fazer pelo menos 30 propostas de decisão diárias. Cada proposta é paga a 1,67 euros e cada lote de processos separados vale 50 euros. Se um jurista cumprir um daqueles objectivos ganha ao final do mês cerca de 1050 euros.
"- Quero inscreve-los na lista - disse - Quantos vão trabalhar?
Tom respondeu:
- Somos quatro homens. O serviço é pesado?
- É apanhar pêssegos - disse o funcionário. - É trabalho por peça. Pagamos a cinco cents a caixa.
- E as crianças podem ajudar?
- Podem, desde que trabalhem com cuidado.
(…)
- Tente explicar-lhes a situação, Tom. Assim que nos afastarem daqui, vão começar a pagar-vos a dois cents e meio. Você sabe o que isso significa: uma tonelada de pessegos colhida e carregada por um dólar. (..)"
Hoje no moderno Portugal do PS de Sócrates
Trinta e dois advogados começam hoje a trabalhar na Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para tentar evitar a prescrição de milhares de processos de contra-ordenação. Pela frente têm uma tarefa árdua: separar um mínimo de 1000 processos por dia, e fazer pelo menos 30 propostas de decisão diárias. Cada proposta é paga a 1,67 euros e cada lote de processos separados vale 50 euros. Se um jurista cumprir um daqueles objectivos ganha ao final do mês cerca de 1050 euros.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Na próxima quinta-feira, haverá sangue no Coliseu de Lisboa?
Portishead - "Machine Gun"
...penas e vozes autotizadas, já classificaram este momento como "simplesmente assombroso".
...penas e vozes autotizadas, já classificaram este momento como "simplesmente assombroso".
domingo, 23 de março de 2008
sábado, 22 de março de 2008
Mais prendas dos The Gift
Este blogue sempre foi. Mas ultimamente anda ainda mais musical...
...o que só pode ser bom sinal.
Os The Gift são “muito cá da casa”. De facto, são inúmeras as referências que lhes temos feito no ARCÁDIA. Gostamos deles porque são mesmo bons. Mas eles também gostam muito de nós e de todos os outros fãs. Em véspera de dois concertos à borla em Lisboa (leram bem, os The Gift vão dar dois concertos em Lisboa) e seguindo o caminho que este vosso escriba aqui apontou, estreiam na Rede o seu novo videoclip para “645”, curiosamente uma musica que não me satisfaz, mas que parece ir ao encontro da moda. Continuemos a seguir os The Gift...
The Gift - 645
PS: O clip de “Facil de Entender” que roubei do sítio oficial dos de Alcobaça e coloquei no Tube há cerca de ano e meio já conta com mais de 260.000 (duzentas e sessenta mil!!!) visitas e centenas de comentários dos quatro cantos do mundo. Fabuloso, impressionante e espantoso. Ao quadrado.
...o que só pode ser bom sinal.
Os The Gift são “muito cá da casa”. De facto, são inúmeras as referências que lhes temos feito no ARCÁDIA. Gostamos deles porque são mesmo bons. Mas eles também gostam muito de nós e de todos os outros fãs. Em véspera de dois concertos à borla em Lisboa (leram bem, os The Gift vão dar dois concertos em Lisboa) e seguindo o caminho que este vosso escriba aqui apontou, estreiam na Rede o seu novo videoclip para “645”, curiosamente uma musica que não me satisfaz, mas que parece ir ao encontro da moda. Continuemos a seguir os The Gift...
The Gift - 645
PS: O clip de “Facil de Entender” que roubei do sítio oficial dos de Alcobaça e coloquei no Tube há cerca de ano e meio já conta com mais de 260.000 (duzentas e sessenta mil!!!) visitas e centenas de comentários dos quatro cantos do mundo. Fabuloso, impressionante e espantoso. Ao quadrado.
[como diz a outra, senhora] Eu hoje acordei assim...
O Samuel da Paiva Pires, do excelente Estado Sentido (mais um blogue que ama Lisboa), aproveitou uma madrugada de insónia e bombardeou-nos com muito lixo luxuoso dos idos de oitenta. Sabe bem e faz melhor ouvir logo pela manhã as virtudes dos electrões musicais do antigamente. Só fiquei baralhado com uma coisa, Samuel. Com essa idade como é que se lembra de ouvir a defunta Rádio Cidade na alvorada dos noventa?
Já que estamos em maré de boas novas..., a ressurreição só se comemora amanhã, mas O Canhoto já está de volta há uns dias. Que os tempos não estão para silêncios.
Já que estamos em maré de boas novas..., a ressurreição só se comemora amanhã, mas O Canhoto já está de volta há uns dias. Que os tempos não estão para silêncios.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Campo Contra Campo (CVII)
Sukkar banat - Caramel, ***
Quase sem querer, dei comigo a caminho do cabeleireiro. Um cabeleireiro em Beirute, metrópole-entreposto de culturas e civilizações. E assim é esse cabeleireiro. Como a cidade milenar capital do pequeno e traumatizado Líbano. “Caramel”, idealizado e protagonizado por Nadine Labaki, provavelmente a realizadora mais sensual do mundo e arrabaldes, é um filme próprio da estação. Leve, doce e sensível como a primavera. Não se espere um monumento ao cinema. Espere-se apenas a vida de algumas raparigas libanesas, dos seus desejos e pulsões. De clara inspiração Almodovariana (mais real, menos fantástico), "Caramel" vê-se com agrado ao sabor da intensa luz mediterrânea que lhes enche a alma, que nos enche a alma. Como em tudo na vida do maravilhoso sexo, atenção aos pormenores..., e à banda sonora.
Quase sem querer, dei comigo a caminho do cabeleireiro. Um cabeleireiro em Beirute, metrópole-entreposto de culturas e civilizações. E assim é esse cabeleireiro. Como a cidade milenar capital do pequeno e traumatizado Líbano. “Caramel”, idealizado e protagonizado por Nadine Labaki, provavelmente a realizadora mais sensual do mundo e arrabaldes, é um filme próprio da estação. Leve, doce e sensível como a primavera. Não se espere um monumento ao cinema. Espere-se apenas a vida de algumas raparigas libanesas, dos seus desejos e pulsões. De clara inspiração Almodovariana (mais real, menos fantástico), "Caramel" vê-se com agrado ao sabor da intensa luz mediterrânea que lhes enche a alma, que nos enche a alma. Como em tudo na vida do maravilhoso sexo, atenção aos pormenores..., e à banda sonora.
Altamente, olha a belha bai cair
Como disse ontem, acho que não há grandes comentários a fazer à cena “mais famosa” da escola pública em Portugal. Mas a blogosfera não partilha da minha opinião. O que é perfeitamente natural. Aliás, a blogosfera adora coisas "assim". Por isso vale a pena ler:
Quem não se dá ao respeito, dificilmente será respeitado por Tomas Vasques no Hoje Há Conquilhas;
Da Crueldade por Paulo Tunhas no Blogue Atlântico;
Uns têm, outros não, por Daniel Oliveira no Arrastão;
O Vídeo por Jorge Ferreira no Tomar Partido.
Quem não se dá ao respeito, dificilmente será respeitado por Tomas Vasques no Hoje Há Conquilhas;
Da Crueldade por Paulo Tunhas no Blogue Atlântico;
Uns têm, outros não, por Daniel Oliveira no Arrastão;
O Vídeo por Jorge Ferreira no Tomar Partido.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Já lhe chamam super-homem
O rapaz já era excelente por motivos vários. Mas como para ele a excelência é pouco, este ano decidiu treinar afincadamente a marcação de pontapés-livre. Fá-lo de forma peculiar. Mais do que peculiar: única. As consequências são visíveis. Quebra barreiras, destrói recordes, pulveriza mitos. Até onde pode chegar Cristiano Ronaldo?
A professora, o telemóvel e a aluna
Com uma frequência preocupante chegavam-nos notícias de agressões a professores. Mas uma coisa é ler, outra é ver. Não há grandes comentários a fazer a estas imagens. A cena é vergonhosa. Vergonhosa para a Professora, para a aluna e seus demais colegas, para todo o sistema de ensino. Vergonhosa para uma sociedade inteira. Quo vadis portugalito?
N MÚSICAS XLIX
Quem gosta de ouvir piano e segue o Arcádia sabe que muitos compositores/autores já aqui foram divulgados. Max Richter, Ulrich Schnauss, Wim Mertens, Ludovico Einaudi, Philip Glass, Bernardo Sasseti, Lang Lang, Brad Mehldau, entre outros. Coloco aqui hoje Michael Cashmore, pianista contemporâneo britânico com muitos anos do ofício. Trabalhou com Rose McDowall, Douglas Pearce, Steven Stapleton e David Tibet, nos Current 93, tendo escrito a maior parte da música deste grupo. Depois de vários anos sem lançar um álbum, em 2006 regressa a solo com "Sleep England" e com "The Snow Abides" (também de 2006, mas só disponível em 2007), numa parceria com Antony, o companheiro dos Johnson's. A minha música preferida do último álbum é "Snow No Longer", mas não a encontrei disponível no You Tube.
"The Snow Abides" (2006) - Michael Cashmore (voz de Antony)
"The Snow Abides" (2006) - Michael Cashmore (voz de Antony)
Uma outra forma de desejar boa páscoa
Sabia que...
A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.
Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).
A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.
Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818. Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.
A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.
Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).
A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913.
Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818. Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Dizem que estes vão ser grandes em 2008 (X)
Pé ante pé, quase sem latim, o “Dizem que estes vão ser grandes em 2008”, começado aqui e pensado para meia dúzia de posts, chegou hoje à sua décima edição. Palavras para quê?
Buraka Som Sistema - "Sound of Kuduro"
Primeiro, para constatar, com La Palise, que a musica não morreu; pode estar escondida num qualquer gueto da Rede mas está “vivinha da Silva” – temos é de a saber procurar. Segundo para um aplauso vibrante. Mudemos de parágrafo.
De todos os “estes” que por cá já passaram os Buraka Som Sistema são os únicos portugueses – sim, queiram ou não, gostem ou não, os Buraka Som Sistema são portugueses. E quando dizemos que os Buraka podem ser grandes, queremos dizer mesmo GRANDES. Neste terreno estou à vontade. Nunca gostei, nem gosto, de sons africanos. Mas ao invés do que pode parecer os Buraka fazem muito mais do que música “africana” (revisitada). Fazem um som global e abrangente próprio do ar dos tempos que corre os quatro becos da electricidade musical universal. Obviamente inspirados em Africa, eles não fazem kuduro progressivo (ou outro qualquer rotulo engraçado que lhes queiram apor), eles são o kuduro progressivo. E o melhor que se pode dizer deste novo “Sound of Kuduro”, que conta com a presença da fabulosa M.I.A., é que a vibrante energia que dele emana torna o enérgico "Yah!" uma cançoneta amadora para adormecer bebés. Divirtam-se. Sem pré-conceitos e sem preconceitos.
Buraka Som Sistema - "Sound of Kuduro"
Primeiro, para constatar, com La Palise, que a musica não morreu; pode estar escondida num qualquer gueto da Rede mas está “vivinha da Silva” – temos é de a saber procurar. Segundo para um aplauso vibrante. Mudemos de parágrafo.
De todos os “estes” que por cá já passaram os Buraka Som Sistema são os únicos portugueses – sim, queiram ou não, gostem ou não, os Buraka Som Sistema são portugueses. E quando dizemos que os Buraka podem ser grandes, queremos dizer mesmo GRANDES. Neste terreno estou à vontade. Nunca gostei, nem gosto, de sons africanos. Mas ao invés do que pode parecer os Buraka fazem muito mais do que música “africana” (revisitada). Fazem um som global e abrangente próprio do ar dos tempos que corre os quatro becos da electricidade musical universal. Obviamente inspirados em Africa, eles não fazem kuduro progressivo (ou outro qualquer rotulo engraçado que lhes queiram apor), eles são o kuduro progressivo. E o melhor que se pode dizer deste novo “Sound of Kuduro”, que conta com a presença da fabulosa M.I.A., é que a vibrante energia que dele emana torna o enérgico "Yah!" uma cançoneta amadora para adormecer bebés. Divirtam-se. Sem pré-conceitos e sem preconceitos.
terça-feira, 18 de março de 2008
Morreu Arthur C Clarke
Morreu Arthur C Clarke, um pensador do futuro, autor de "2001, odisseia no espaço" e daquela série que todo vimos na infância, e que tinha uma caveira de cristal no genérico inicial. Obituário BBC
Quando o mar bate na rocha...
No mesmo dia em que se aguarda o corte de 1% das taxas de juro pela Fed (fixando-se nos 2%), o Northern Rock anuncia que vai despedir dois mil trabalhadores, i.e. um terço da sua mão de obra...
Nada mau para um banco nacionalizado!
O Estado recupera-o financeiramente, arca com as despesas sociais dos despedimentos e depois volta a entregá-lo limpinho aos "privados" uma vez que - como se demonstra à saciedade - eles é que sabem gerir...
Enquanto isso, o Trichet vai prosseguindo a sua cruzada contra os europeus recusando-se a cortar a taxa directora...
O pitrolio já é poucachinho mas inda é tão baratinho...
Por este blogue fora encontram vários escritos meus onde defendo a escassez do ouro negro mas também o seu baixo preço. Leram bem, baixo preço.
A arte do pensamento contrário é um desporto divertido, não deve ser esquecido, e pode conduzir a revelações surpreendentes. Se é fácil aderir à tese que defende estar o petróleo a dar as ultimas (ver, por exemplo, aqui e aqui), difícil é defende-lo como uma pechincha. Mas é verdade, o petróleo, pelo menos para nós que pagamos em moeda europeia, está baratíssimo. E se pensarmos na gasolina, composta essencialmente por petróleo, então rapidamente chegaremos à conclusão que (retirados que sejam os impostos) é quase dada.
E é fácil chegar a esta conclusão. Basta fazer umas continhas simples. Compare-se o preço do barril de petróleo e da gasolina durante o duplo choque petrolífero dos anos 70 com os valores de hoje descontando a inflação.
Mas não pensem que sou o único lunático a chegar a estas conclusões básicas. Hoje no Jornal de Negócios (link), Matthew R. Simmons, CEO e "chairman" do banco de investimento Simmons & Co International, comenta de forma deliciosa o momento actual: "Acho que o petróleo, nos actuais níveis, está uma pechincha. Senão vejamos: um barril está a 42 galões [3,7 litros] e em cada galão há 16 "cups". Cada "cup" corresponde mais ou menos a um copo de vinho ou uma chávena de café. Com o preço a 100 dólares por barril, isso corresponde a 14,9 cêntimos por "cup". O que compra você a esse preço hoje em dia? Quando fui recentemente a Londres, um taxista disse que a gasolina estava a 9 dólares por galão, o que dá 19 cêntimos por "cup". No hotel eu paguei 12 libras por um copo de vinho".
A arte do pensamento contrário é um desporto divertido, não deve ser esquecido, e pode conduzir a revelações surpreendentes. Se é fácil aderir à tese que defende estar o petróleo a dar as ultimas (ver, por exemplo, aqui e aqui), difícil é defende-lo como uma pechincha. Mas é verdade, o petróleo, pelo menos para nós que pagamos em moeda europeia, está baratíssimo. E se pensarmos na gasolina, composta essencialmente por petróleo, então rapidamente chegaremos à conclusão que (retirados que sejam os impostos) é quase dada.
E é fácil chegar a esta conclusão. Basta fazer umas continhas simples. Compare-se o preço do barril de petróleo e da gasolina durante o duplo choque petrolífero dos anos 70 com os valores de hoje descontando a inflação.
Mas não pensem que sou o único lunático a chegar a estas conclusões básicas. Hoje no Jornal de Negócios (link), Matthew R. Simmons, CEO e "chairman" do banco de investimento Simmons & Co International, comenta de forma deliciosa o momento actual: "Acho que o petróleo, nos actuais níveis, está uma pechincha. Senão vejamos: um barril está a 42 galões [3,7 litros] e em cada galão há 16 "cups". Cada "cup" corresponde mais ou menos a um copo de vinho ou uma chávena de café. Com o preço a 100 dólares por barril, isso corresponde a 14,9 cêntimos por "cup". O que compra você a esse preço hoje em dia? Quando fui recentemente a Londres, um taxista disse que a gasolina estava a 9 dólares por galão, o que dá 19 cêntimos por "cup". No hotel eu paguei 12 libras por um copo de vinho".
Politicamente correcto...
Diz-nos o Público que o Papa Bento XVI aprovou documento conciliador para com os judeus por causa de uma oração de Sexta-Feira Santa, e na qual se pede a conversão dos judeus.
Na nova fórmula, pede-se que os judeus reconheçam Jesus Cristo como salvador e que todos os crentes judeus "se possam salvar". Contra esta oração (uma evolução politicamente correcta das anteriores), estiveram a Liga Anti-Difamação, o Comité Judaico Americano e o Comité Judaico Internacional para Consultas Inter-Religiosas.
Assim, na Sexta-Feira Santa, a oração que será rezada por quase todos os católicos será a aprovada pelo Papa Paulo VI, em 1970: "Rezemos pelos judeus, a quem Deus falou em primeiro lugar, para que progridam no amor do seu Nome e na fidelidade à sua aliança."
Este recuo da Igreja em assuntos teológicos não é um absurdo?
E se os hindus se manifestarem ofendidos por causa do primeiro mandamento?
Muda-se?
segunda-feira, 17 de março de 2008
Polícias e Ladrões
A criminalidade violenta tem aumentado a olhos vistos. Independentemente das estatísticas, o sentimento de insegurança tem aumentado na proporção em que aumenta o nível de impunidade dos bandidos.
Ora, há dias uma patrulha da PSP surpreendeu em flagrante um grupo de bandidos, e do tiroteio que se seguiu resultou que dois bandidos foram alvejados.
O que seguiu depois?
A abertura de um inquérito à actuação dos polícias, em vez da atribuição de medalhas aos agentes que, pelo menos, suspenderam a carreira criminosa dos alvejados...
Nasceu uma estrela. Portuguesa.
Chama-se Rita Pereira e assina musicalmente Rita Redshoes, nome inspirado no "Feiticeiro de Oz". Tem 26 anos e antes da saída do primeiro álbum a solo "Golden Era", que parece-me que foi ontem (Domingo), já a chamavam de P.J.Harvey portuguesa. Sinceramente, lembra-me a Cat Power. Afora as etiquetas, parece-me que vai ser a cantora-compositora portuguesa de sucesso nacional e mundial.
Aqui, podem ouvir todo o álbum.
Aqui, podem ouvir todo o álbum.
CRONOS XXIII
'Say Hello Wave Goodbye' (1982) - Soft Cell
sábado, 15 de março de 2008
Há Liberdade (XCVI)
sexta-feira, 14 de março de 2008
quinta-feira, 13 de março de 2008
Mais três no sapal
Atlântico, O Anónimo e Defender o Quadrado – que há muito deveria constar aqui na lista da direita – também já partiram.
Não se preocupem que nós depois fechamos a porta e apagamos a luz do blogger.
Não se preocupem que nós depois fechamos a porta e apagamos a luz do blogger.
Ela está no meio de nós...
Corações ao alto, ela está no meio de nós...
Tezenis. Parece que é marca de roupa, vá lá, intima. Como se isso fosse importante para este post…
Interessamo-nos pelo assunto por causa desta jovem, que está, literalmente, espalhada por toda a Lisboa. E arregalai os olhos senhores. Arregalai e sorri com lasciva, pois por este andar um qualquer Ministério do Vicio e da Virtude proibirá publicidade assim.
Tezenis. Parece que é marca de roupa, vá lá, intima. Como se isso fosse importante para este post…
Interessamo-nos pelo assunto por causa desta jovem, que está, literalmente, espalhada por toda a Lisboa. E arregalai os olhos senhores. Arregalai e sorri com lasciva, pois por este andar um qualquer Ministério do Vicio e da Virtude proibirá publicidade assim.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Discriminações
Foi hoje publicada a Lei n.º 14/2004, que proíbe e sanciona a discriminação em função do sexo no acesso a bens e serviços e seu fornecimento.
Há poucas horas contactei o Vivafit, que tem ginásios um pouco por todo o lado dizendo que me queria inscrever na ginástica.
Recebi um contacto dizendo que o ginásio é só para mulheres: "é um novo conceito" disse-me a voz do outro lado da linha. Estive quase para lhe dizer que nem por isso o conceito era novo: a discriminação sexual é muito antiga, mas calei-me.
É que estou a contar os dias para que a ASAE aplique a lei (que ainda não entrou em vigor).
Porque hoje são os ginásios só para mulheres.
Amanhã serão os ginásios só para brancos.
terça-feira, 11 de março de 2008
SOS Caparica
Enquanto os homens brincam a natureza trabalha.
O Benfica é que interessa e os professores fazem falta à Nação, não é? Desta vez as televisões e demais tablóides da comunicação social estavam a dormir. Entretanto..., a ira de Neptuno despejou mais um pouco da sua bílis, e o cenário de guerra, como muito bem aponta a Rita, voltou à Costa da Caparica.
Enquanto as autoridades continuarem a carregar baldinhos de areia para a praia e a construir barracas de comes e bebes à beira mar, a tragédia da nossa Costa não terá fim. Cabe ainda recordar que as patéticas obras que estão a ser feitas na Costa há anos ao abrigo do programa Polis – só tem uma noção da bestialidade quem frequenta aquelas praias todo o ano – tem a sua origem na época em que o actual Primeiro-ministro tinha responsabilidades ambientais nos governos Guterres.
Como diz a Rita, alguém tem de fazer alguma coisa.
O Benfica é que interessa e os professores fazem falta à Nação, não é? Desta vez as televisões e demais tablóides da comunicação social estavam a dormir. Entretanto..., a ira de Neptuno despejou mais um pouco da sua bílis, e o cenário de guerra, como muito bem aponta a Rita, voltou à Costa da Caparica.
Enquanto as autoridades continuarem a carregar baldinhos de areia para a praia e a construir barracas de comes e bebes à beira mar, a tragédia da nossa Costa não terá fim. Cabe ainda recordar que as patéticas obras que estão a ser feitas na Costa há anos ao abrigo do programa Polis – só tem uma noção da bestialidade quem frequenta aquelas praias todo o ano – tem a sua origem na época em que o actual Primeiro-ministro tinha responsabilidades ambientais nos governos Guterres.
Como diz a Rita, alguém tem de fazer alguma coisa.
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Caparica,
O mar é quem mais ordena
Arcádia no Novo Portugal
O Arcádia esteve presente no Novo Portugal, participando no estabelecimento de sete desígnios para o país. grupo sectorial que debateu o tema "Espaço" e redigiu o desígnio nessa matéria
Lagartos de imitação
Não há volta a dar.
Eles não vivem sem nós. Para o bem e para o mal nós somos, e seremos, a referência e o exemplo a seguir. Querem ver? Três lagartos (Pedro Sales no Zero de Conduta, Tomas Vasques no Hoje há Conquilhas e Francisco Almeida Leite no Corta-fitas) representantes da blogosfera dita seria, não fazem a coisa por menos. Também querem que o clube das suas entranhas (sim, que essa gente malvada nem coração tem) também mude de treinador. Lagartos de imitação.
Eles não vivem sem nós. Para o bem e para o mal nós somos, e seremos, a referência e o exemplo a seguir. Querem ver? Três lagartos (Pedro Sales no Zero de Conduta, Tomas Vasques no Hoje há Conquilhas e Francisco Almeida Leite no Corta-fitas) representantes da blogosfera dita seria, não fazem a coisa por menos. Também querem que o clube das suas entranhas (sim, que essa gente malvada nem coração tem) também mude de treinador. Lagartos de imitação.
segunda-feira, 10 de março de 2008
Campo Contra Campo (CVI)
Der Blaue Engel - O Anjo Azul, 1930 (*****)
No reino das sombras de que é feito o cinema...
Ando há dias a escrever mentalmente (e não só) este post. Talvez seja mais fácil começar pelo principio: É ou não "O Anjo Azul" uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos?
Raramente um filme foi para mim tão difícil de descodificar. Quando estreou em Berlim, a 1 de Abril de 1930, o mundo "coisificado" era muito diferente. A moldura de "O Anjo Azul" é composta por um tempo entre guerras. Um passado em tons de cinza. Cinza essa que ainda assim enevoa os sonhos do presente. A moldura de "O Anjo Azul" é ainda composta, num dos muitos paradoxos do filme que consagrou Marlene Dietrich, de elementos marinhos; mas de um mar que nunca vislumbramos. Tal como o canto das sereias; nunca as vemos, apenas as escutamos.
Mas algo permanece imutável nestes quase 78 anos. As necessidades e emoções básicas do ser humano de hoje, são as mesmas de ontem. A crueldade estará sempre mais ou menos presente no nosso espirito, temos fome, precisamos de amor e carinho, a linha entre a mente sã e a loucura mantém-se fatalmente ténue. Será disto que trata (e retracta) "O Anjo Azul"?
Ando há dias a escrever este post. Poderiam ser meses que nunca "saíria" nada de jeito. "O Anjo Azul" é provavelmente o filme mais perturbante que vi até hoje (e já foram uns quantos…). O que vagamente começa por parecer uma simples pantomina, transforma-se em pesadelo com traços surrealistas. Tal como o Professor Rath, também nós nunca mais seremos os mesmo depois de "mergulhar" no cabaré Blaue Engel.
Só posso dizer mais uma coisa: preciso de rever rapidamente "O Anjo Azul".
No reino das sombras de que é feito o cinema...
Ando há dias a escrever mentalmente (e não só) este post. Talvez seja mais fácil começar pelo principio: É ou não "O Anjo Azul" uma das maiores obras cinematográficas de todos os tempos?
Raramente um filme foi para mim tão difícil de descodificar. Quando estreou em Berlim, a 1 de Abril de 1930, o mundo "coisificado" era muito diferente. A moldura de "O Anjo Azul" é composta por um tempo entre guerras. Um passado em tons de cinza. Cinza essa que ainda assim enevoa os sonhos do presente. A moldura de "O Anjo Azul" é ainda composta, num dos muitos paradoxos do filme que consagrou Marlene Dietrich, de elementos marinhos; mas de um mar que nunca vislumbramos. Tal como o canto das sereias; nunca as vemos, apenas as escutamos.
Mas algo permanece imutável nestes quase 78 anos. As necessidades e emoções básicas do ser humano de hoje, são as mesmas de ontem. A crueldade estará sempre mais ou menos presente no nosso espirito, temos fome, precisamos de amor e carinho, a linha entre a mente sã e a loucura mantém-se fatalmente ténue. Será disto que trata (e retracta) "O Anjo Azul"?
Ando há dias a escrever este post. Poderiam ser meses que nunca "saíria" nada de jeito. "O Anjo Azul" é provavelmente o filme mais perturbante que vi até hoje (e já foram uns quantos…). O que vagamente começa por parecer uma simples pantomina, transforma-se em pesadelo com traços surrealistas. Tal como o Professor Rath, também nós nunca mais seremos os mesmo depois de "mergulhar" no cabaré Blaue Engel.
Só posso dizer mais uma coisa: preciso de rever rapidamente "O Anjo Azul".
Seis milhões a prozac
Há homens de sorte.
Depois de no sábado os mais jovens terem ficado com uma pequena ideia do que foi o PREC (cem mil "setores" na rua a pedir a demissão da ministra fessureira é obra, pá), a vida não podia correr melhor a Sócrates.
Com a saída de Camacho do Benfica, não se falará de outra coisa nos próximos dias que não seja o presente/futuro do clube dos seis milhões. Quem quer saber das avaliações e quejandos dos chatos dos professores? Quem quer saber da crise económica ou dos "jamés" deste governo?
Nada disso importa. O Benfica está em crise. Aliás, o Benfica está numa profunda e aparentemente interminável crise. Há algum assunto mais relevante que o Benfica na vida do país? Claro que não.
São boas noticias para o Zé do Governo. Há homens cá com uma sorte…
Depois de no sábado os mais jovens terem ficado com uma pequena ideia do que foi o PREC (cem mil "setores" na rua a pedir a demissão da ministra fessureira é obra, pá), a vida não podia correr melhor a Sócrates.
Com a saída de Camacho do Benfica, não se falará de outra coisa nos próximos dias que não seja o presente/futuro do clube dos seis milhões. Quem quer saber das avaliações e quejandos dos chatos dos professores? Quem quer saber da crise económica ou dos "jamés" deste governo?
Nada disso importa. O Benfica está em crise. Aliás, o Benfica está numa profunda e aparentemente interminável crise. Há algum assunto mais relevante que o Benfica na vida do país? Claro que não.
São boas noticias para o Zé do Governo. Há homens cá com uma sorte…
sábado, 8 de março de 2008
Na Vila Faia do século XXI
Terá Portugal mudado assim tanto em vinte e cinco anos?
Confesso que o meu recanto de sopeira (será penas um recanto?) estava algo curioso para conhecer a nova Vila Faia. Quem foi “obrigado” a assistir à versão original – nesse tempo não havia rigorosamente mais nada para ver na TV, nem sequer alternativa “fácil”a ela – não esqueceu a primeira telenovela portuguesa. Visto algo de soslaio este duplo arranque o que parece ter mudado? A classe das interpretações ficou lá no século passado, as uvas passaram a ter nome (leia-se castas), a doentia consciência ecológica está lá e chateia, há lingerie sensual e rabinhos ao léu, o boxe passou a kickboxing, há muitos telemóveis a tocar, tudo a um ritmo muito pop-chunga vulgo Morangos com Açúcar. E o que é que ficou? Pelo menos a invejinha e a pobreza que marcavam e marcam indelevelmente a sociedade portuguesa estão lá, não nos abandonaram. Nem nos devem abandonar tão cedo.
Tomando uma simples telenovela como barómetro – porque não(?) é um dado como outro qualquer e se calhar até bem revelador - terá então Portugal mudado assim tanto em vinte e cinco anos?
É pouco provável. Sem duvida que ficámos mais modernaços, imensamente mais “cagões”, mas os males que nos atacam como doenças contagiosas não nos largam, muito pelo contrario, parecem cada vez mais incrustados e mais profundos.
Como há vinte cinco anos atrás, se calhar vai valer a pena perder algum tempo com as bolandas em torno da Vila Faia. Nem que seja para nos conhecermos um pouco melhor.
Confesso que o meu recanto de sopeira (será penas um recanto?) estava algo curioso para conhecer a nova Vila Faia. Quem foi “obrigado” a assistir à versão original – nesse tempo não havia rigorosamente mais nada para ver na TV, nem sequer alternativa “fácil”a ela – não esqueceu a primeira telenovela portuguesa. Visto algo de soslaio este duplo arranque o que parece ter mudado? A classe das interpretações ficou lá no século passado, as uvas passaram a ter nome (leia-se castas), a doentia consciência ecológica está lá e chateia, há lingerie sensual e rabinhos ao léu, o boxe passou a kickboxing, há muitos telemóveis a tocar, tudo a um ritmo muito pop-chunga vulgo Morangos com Açúcar. E o que é que ficou? Pelo menos a invejinha e a pobreza que marcavam e marcam indelevelmente a sociedade portuguesa estão lá, não nos abandonaram. Nem nos devem abandonar tão cedo.
Tomando uma simples telenovela como barómetro – porque não(?) é um dado como outro qualquer e se calhar até bem revelador - terá então Portugal mudado assim tanto em vinte e cinco anos?
É pouco provável. Sem duvida que ficámos mais modernaços, imensamente mais “cagões”, mas os males que nos atacam como doenças contagiosas não nos largam, muito pelo contrario, parecem cada vez mais incrustados e mais profundos.
Como há vinte cinco anos atrás, se calhar vai valer a pena perder algum tempo com as bolandas em torno da Vila Faia. Nem que seja para nos conhecermos um pouco melhor.
sexta-feira, 7 de março de 2008
quinta-feira, 6 de março de 2008
quarta-feira, 5 de março de 2008
Efervescências (XIII) - Como eu gosto de vos ver chorar...
Foi linda esta jornada da Liga dos Campeões. Ontem vi o ManUtd fazer o pior jogo da epoca e ganhar ao mini-Lyon com um golo do C"7"R. Ainda fui a tempo de saborear o sofrimento alheio na luta das grandes penalidades no Sanches Pijuan.
Mas nada iguala o gozo de ver os olhos abundantes de lágrimas dos “andrades”. É cruel, acaba de dizer Jesualdo Ferreira na RTP. É delicioso ver-vos sofrer assim, digo eu.
E na Europa do futebol só estão equipas de Lisboa...
A maioridade do Público
O tempo não estica [grande novidade…]. Assim, não dá para tudo. Perdi a festa de maioridade do “nosso” diário. Mas os profissionais da blogosfera não. Vale a pena ler “A Confissão” de Daniel Oliveira. Nem que seja para ver até que ponto a esquizofrenia pode atacar uma pessoa inteligente.
Campo Contra Campo (CV)
Camille – Margarida Gauthier. 1937 (*****)
Isto de ter trabalhos esquisitos e horários estranhos não é só defeito. É ainda virtude.
Passados não sei quantos anos regressei à Cinemateca. E em boa hora. Só o nome do Ciclo, enche-nos a alma: “Divas às matinés”. Haverá coisa mais bela?
A realização é de George Cukor. “Monstro”, diz quem sabe. Não me lembro de ter visto qualquer obra sua. O que só prova que tenho tudo a aprender no que à “sétima” diz respeito. De “Camille” dizem ser o melodrama convencional. Que seja. Para mim é um daqueles soberbos argumentos de “faca e alguidar” – Alexandre Dumas, Filho - filmado com uma mestria assombrosa. Uma mestria que já não se usa. Tal como um amor assim, que nos é dado a viver. Um amor que mata. Rigorosamente.
Outros tempos, outras historias. E outro cinema. Com uma Greta Garbo omnipresente, que raramente abandona a tela. Que belo filme...
PS: O Ciclo "Divas às matinés" continua durante este mês de Março. Programação a consultar aqui. Não perca, quem pode.
Isto de ter trabalhos esquisitos e horários estranhos não é só defeito. É ainda virtude.
Passados não sei quantos anos regressei à Cinemateca. E em boa hora. Só o nome do Ciclo, enche-nos a alma: “Divas às matinés”. Haverá coisa mais bela?
A realização é de George Cukor. “Monstro”, diz quem sabe. Não me lembro de ter visto qualquer obra sua. O que só prova que tenho tudo a aprender no que à “sétima” diz respeito. De “Camille” dizem ser o melodrama convencional. Que seja. Para mim é um daqueles soberbos argumentos de “faca e alguidar” – Alexandre Dumas, Filho - filmado com uma mestria assombrosa. Uma mestria que já não se usa. Tal como um amor assim, que nos é dado a viver. Um amor que mata. Rigorosamente.
Outros tempos, outras historias. E outro cinema. Com uma Greta Garbo omnipresente, que raramente abandona a tela. Que belo filme...
PS: O Ciclo "Divas às matinés" continua durante este mês de Março. Programação a consultar aqui. Não perca, quem pode.
...entretanto chegam-nos noticias da "fabrica de fazer parafusos"
Como é que poderá haver sossego para fazer investigação criminal em Portugal se no seio do Órgão primo a quem cabe a mesma está instalado o caos em cuecas. Vale a pena ler este comunicado da ASFIC/PJ para tentar compreender o estado a que “isto” chegou.
terça-feira, 4 de março de 2008
A reacção será devastadora?
Mais uma morte. Agora foi um segurança no Centro Comercial Colombo.
Estamos em Portugal, um país reputado de "brandos costumes", mas esta reputação é mais aparente que real, e temo que a justiça popular produzirá os seus resultados cegos muito em breve. Talvez a par do avanço da extrema-direita...
…e cada vez seremos mais
Dezasseis anos: Parabéns aos Sempre Presentes.
Isso é o que me preocupa!
«Polícia Judiciária nega existência de crime organizado associado à onda de violência recente em Lisboa» (Público).
Ou seja, não se trata de um fenómeno localizado e dirigido especificamente a alvos pré-determinados, como sucede no grande Porto, mas sim de pura banditagem, que pode ter como vítima qualquer pessoa.
Repito, qualquer pessoa!
p.s. - Ao contrário do que é normal, a Polícia anunciou que o suspeito do homicídio de uma mulher em Sacavém no Sábado passado é branco. Isto permite concluir que em todos os outros casos os crimes são cometidos por não brancos?
É sempre a mesma cantiga…
1. Então achavam que ia ao WC ver os rapazes do Manto Sagrado pôr a lagartagem em quinto lugar e não dizia nada?
2. A saborear. Devagarinho. A saborear. Que isto da idade leva-nos umas, mas traz-nos outras. A saborear é como eu me sinto.
3. É caso para tanto? Claro que é! Depois de aturarmos as caganças do costume durante uma semana inteira, jogámos mais, criámos mais, fomos melhores, fomos mais roubados e só não ganhámos porque não calhou.
4. Mas o mais engraçado tem sido ver, ouvir e cheirar a cantiga do costume. Os lagartos, pela milionésima vez, dizem que foram roubados. Mentira!
5. Roubados fomos nós, porque Tonel deveria ter sido expulso pela bárbara agressão a Cardozo; roubados fomos nós porque quando lhes estávamos a dar um banho de bola expulsaram mal o nosso lateral direito. E não há grande penalidade alguma de Léo.
6. Quis a ália que no dia 16 de Abril voltemos ao WC. Fiquei feliz com o sorteio da Taça. Os lagartos são de longe a pior equipa das quatro ainda em compita e estaremos muito mas motivados por jogar no seu terreno. Lá voltarei, se o fado assim o quiser.
7. E não, não me canso. Não me canso de elogiar os melhores adeptos do glorioso. Fantástico festival dos Rapazes Sem Nome e dos Diabos que mais uma vez deram uma lição de mentalidade; de como bem se apoia uma equipa de futebol. Apoio incondicional, sempre, sempre, mas sempre a cantar e a apoiar que até arrepiou. Fossem dez por cento dos que costumam ir à Luz como eles e não seríamos apenas gigantes.
8. Viva o Benfica!
2. A saborear. Devagarinho. A saborear. Que isto da idade leva-nos umas, mas traz-nos outras. A saborear é como eu me sinto.
3. É caso para tanto? Claro que é! Depois de aturarmos as caganças do costume durante uma semana inteira, jogámos mais, criámos mais, fomos melhores, fomos mais roubados e só não ganhámos porque não calhou.
4. Mas o mais engraçado tem sido ver, ouvir e cheirar a cantiga do costume. Os lagartos, pela milionésima vez, dizem que foram roubados. Mentira!
5. Roubados fomos nós, porque Tonel deveria ter sido expulso pela bárbara agressão a Cardozo; roubados fomos nós porque quando lhes estávamos a dar um banho de bola expulsaram mal o nosso lateral direito. E não há grande penalidade alguma de Léo.
6. Quis a ália que no dia 16 de Abril voltemos ao WC. Fiquei feliz com o sorteio da Taça. Os lagartos são de longe a pior equipa das quatro ainda em compita e estaremos muito mas motivados por jogar no seu terreno. Lá voltarei, se o fado assim o quiser.
7. E não, não me canso. Não me canso de elogiar os melhores adeptos do glorioso. Fantástico festival dos Rapazes Sem Nome e dos Diabos que mais uma vez deram uma lição de mentalidade; de como bem se apoia uma equipa de futebol. Apoio incondicional, sempre, sempre, mas sempre a cantar e a apoiar que até arrepiou. Fossem dez por cento dos que costumam ir à Luz como eles e não seríamos apenas gigantes.
8. Viva o Benfica!
segunda-feira, 3 de março de 2008
Ora ai está o que nem a PIDE-DGS ousou sequer tentar
Na pagina 8 do Público do passado sábado (noticia “invisível” na edição em linha) ficámos a saber que uma “mulher de 66 anos que estava a vender seis cigarros a um miúdo de 13 anos, que se abeirara do Quiosque do Largo, na Praça Machado dos Santos, mesmo no centro de Valongo” foi apanhada em flagrante delito, detida e conduzida na passada sexta feira ao Tribunal de Valongo onde terá sido sujeita a julgamento sumario.
A mulher incorre em duas contra-ordenações: uma por vender tabaco a um menor, outra por falta de informação no seu estabelecimento que é proibida tal venda.
Mas o espantoso do episódio está em que a mulher, ao ter vendido ao rapaz seis cigarros avulsos por 1,50 euros, incorreu no crime (pasme-se) de especulação!
Vamos lá ver se nos entendemos. Uma pobre velhota da província, que vende tabaco e jornais, foi apanhada pela polícia em flagrante delito a vender seis cigarros a um puto por trezentos “paus” e por isso vai acusada pela prática do crime de especulação? O que vem a ser isto? Que país será este? Para onde caminha?
Oh tempo, volta para traz…
Se os pides voltassem cá agora, teriam por certo vergonha do local onde poisaram e saudades do seu "tempo nobre" comparado com a porcalhota em que se tornou este Portugal.
A mulher incorre em duas contra-ordenações: uma por vender tabaco a um menor, outra por falta de informação no seu estabelecimento que é proibida tal venda.
Mas o espantoso do episódio está em que a mulher, ao ter vendido ao rapaz seis cigarros avulsos por 1,50 euros, incorreu no crime (pasme-se) de especulação!
Vamos lá ver se nos entendemos. Uma pobre velhota da província, que vende tabaco e jornais, foi apanhada pela polícia em flagrante delito a vender seis cigarros a um puto por trezentos “paus” e por isso vai acusada pela prática do crime de especulação? O que vem a ser isto? Que país será este? Para onde caminha?
Oh tempo, volta para traz…
Se os pides voltassem cá agora, teriam por certo vergonha do local onde poisaram e saudades do seu "tempo nobre" comparado com a porcalhota em que se tornou este Portugal.
sábado, 1 de março de 2008
Há Liberdade (XCIV)
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