terça-feira, 4 de julho de 2006

A quadratura da bola (XXI)

Portugal, just do it!

Sim!
Por estes dias nada mais interessa. Ainda é novidade?
Com Portugal a disputar, de forma inédita para a maioria dos portugueses, um lugar numa final do campeonato do mundo de futebol acham que alguém quer saber da saída do governo e posterior operação à coluna do Prof.. Freitas para alguma coisa? E os ataques assassinos de Israel à palestina? How cares? Ontem morreram umas dezenas aqui ao lado em Valência num túnel de metropolitano. E depois? Na verdade ninguém está muito interessado na vida para alem da bola, seja ela cómica, trágica, ou simplesmente vida. O que interessa mesmo é o jogo de amanhã com a rival França, mais um clássico, portanto. E como Portugal, na era Scolari, se tem especializado em traga-clássicos, tudo é possível.

Aliás eu não queria escrever nada disto. Antes pelo contrário, queria dizer que em condições normais, e face ao actual momento das duas equipas, atendendo apenas ao futebol jogado dentro de campo, Portugal não terá a mínima hipótese de bater a França amanhã.
Mas…
O jogo de amanhã terá tudo menos condições normais.
Vejamos: Desde logo não acredito que o lar de terceira idade que é o estágio Francês, tenha pedalada para um terceiro jogo ao mais alto nível no reduzido espaço de uma semana. Quem jogou como jogou com a Espanha e sobretudo com o Brasil não o fará contra Portugal. Em segundo lugar os alemães, que logo à noite devem derrotar a Itália vão querer jogar a sua final com a equipa teoricamente mais fraca e de preferência mais enfraquecida ainda – a escolha do árbitro para a nossa meia-final é alias reveladora, só no jogo Itália-EUA, muito mais violento do que o Portugal-Holanda foram expulsos três!

Niké, a Deusa da victória.
E last but not least, muito pelo contrario…, a favor de Portugal joga uma empresa chamada Nike. Portugal é a única equipa vestida pela marca Norte-americana a disputar estas meias-finais (alemães e franceses vestes Adidas, italianos vestem Lotto) e o colosso de sportwear não vai querer ficar de fora de uma final que tem disputado sempre nos últimos anos, pelo menos desde há doze, no USA 94.

PSL

3 comentários:

Marco Aurélio disse...

Pedro

Tivemos sorte aqui no Brasil de sermos eliminados, pois haveria um intenso uso político do resultado que traria muitos danos sociais ao país. Poderia até mesmo influir nos resultados das eleições de outubro. Muito bom saber que do outro lado do atlântico encontrei convergência com meu pensamento. Boa sorte para Portugal. De coração!

Um abraço

Marco Aurélio

izzolda disse...

Muito interessante, esta tua lista de condições pouco normais!

Espero que a tua teoria se confirme...embora a parte da Alemanha, infelizmente, não se tenha confirmado...

Pedro Soares Lourenço disse...

Pois…, as “contas à lagarto” que fiz novamente neste post…, saem altamente prejudicadas com a eliminação da Alemanha. Alias…, temo mesmo que o “feitiço se vire contra o feiticeiro”. Os accionistas da casa de material desportivo fundada por Adi Dassler (adidas) vão querer que algo de alemão esteja na final de domingo. Nem que sejam as camisolas a envergar pelos franceses.