sexta-feira, 21 de abril de 2006

A questão dos deputados e a evasão nacional

A mais recente motivação 'popular' para a reprovação do comportamento dos 'seus' deputados é tão apoiável, quanto a urgência da reforma do sistema político, incluindo aqui naturalmente a instituição e práticas parlamentares.

Todavia, seguir-se o caminho do encavalitanço desmesurado da censura à Política e aos políticos, como se estivesemos todos incluidos numa manada de bois, não só é uma atitude demagógica, como ingénua.

Com este post, e não quero ser extenso, pretendo apenas expressar que há 10 premissas que julgo serem incontornáveis para qualquer discussão que vise o aperfeiçoamento da ética e do direito políticos e regentes do povo e dos representantes dos mesmos em Portugal.

1. Portugal não gosta de si próprio
2. O Povo não gosta de Política.
3. Os deputados comportam-se como titulares da Política.
4. Os deputados pertencem ao povo, mas este considera-os fora dele.
5. O povo respeita pouco os políticos.
6. Os excelentes deputados perdem votos e terreno para os outros.
7. Os deputados, em geral, são de fraca qualidade humanista, sabedora e estratégica.
8. O povo exige aos outros a máxima responsabilidade, mas para si apenas a máxima liberdade e satisfação individual - deputados incluídos.
9. Quando não há lideres fortes e carismáticos e a cultura cívica é incipiente, não há sustentado progresso, nem verdadeira Política.
10. Portugal é um país pequeno, no tamanho e no saber. Crescentemente.

Apesar de tudo, chamem-me masoquista, acredito em Portugal e na natureza excepcional e criadora humana. E não excluo os portugueses.

1 comentário:

@rmando disse...

Se me permite uma frase que resume tudo o que se passou naquela semana que foi tudo menos santa, no Parlamento, entenda-se: os deputados também são uns "Xicos Espertistas", uma vez que assinaram o livro de presença e depois foram à sua vida particular.

Como se pode pedir para que os Portugueses trabalhem mais, produzam melhor, quando os deputados, que deveriam dar o exemplo, não o fazem?

Acho lastimável que tenham aparecido tantas "desculpas esfarrapadas", sendo a mais habitual uma ida ao médico...
Coragem, coragem tiveram aqueles deputados que não justificaram a falta. No fundo existiu algum reconhecimento que falharam o seu dever.

Bom fim de semana!