quarta-feira, 26 de abril de 2006

Para um país que se preze, naturalmente.

Portugal é um país de alegres amadores. Até a revolução foi amadora. Somos amadores sobretudo nos grandes feitos. E fazemos questão de ser assim, é sinal de que não nos envolvemos muito nas coisas, o que dá muito jeito caso essas mesmas coisas corram mal. Nem há convicção, nem há desprezo. São as meias-tintas, as sopas do ‘nim’. Somos um país de grande coragem nas multidões. Poucos restam para a história de actos que inscrevem realmente os respectivos predicados. Salgueiro Maia e Otelo Saraiva de Carvalho são um bom exemplo disso. Independentemente da sua ideologia e da ilusão (sobretudo de Otelo, um utópico da demagogia no seu sentido literal), são homens que inscrevem, como diria José Gil. Outros houve, poucos, aos quais libertaram-se da pequenez e mesquinha política salazarenta. Mas foram muito poucos. Os outros já saíram depois do 25 de Abril, quando a parte militar da ‘revolução’ estava concluída. O povo português é pequeno e, consequentemente, mesquinho. Nunca deixou de o ser. A mesquinhez traz a censura social dos grandes líderes. Não admira que em Portugal se prefiram as lideranças colectivas (No 25 de Abril quem liderava?), prefere-se que ninguém sobressaia, sim, essa vil arrogância de pensar que se é mais do que os outros. Portugal abomina os líderes, as grandes ideias, as diferenças dos visionários, os riscos do empreendorismo, excepto depois do seu sucesso.. E não me venham falar dos Descobrimentos, estes não passaram de uma grande evasão monárquico-nacional. Descobrir é fácil, basta chegar lá com uma certa mistura de esperteza técnica e de ingenuidade heróica. Difícil é manter e cuidar o que se descobre.
O povo português é pequeno, sim, mas é bom. Somos uma boa nação, um bom país, com ‘bons homens’, como nos relembram sempre os populares de um velório. Somos grandes por dentro, convencemo-nos disso, e anões por fora. De uma forma geral, vale-nos o que é sempre fácil de fazer: falar. Não há nada que não possamos falar, mesmo do que não sabemos. E do 8 vai-se para o 80, ou seja, daqueles que quando sabem alguma coisa, julgam que já sabem tudo. Aqueles que estiverem a ler este post devem estar a cair nos preconceitos comuns da diferença, por exemplo, o negativismo, o dizer mal, a desvalorização do bom, etc. nada mais de errado. Fingir que está tudo bem, alinhar com os populismos maioritários, acomodar-se às benesses, utilizar as liberdades para proveito exclusivamente próprio, isso sim é destruir o país. Não há progresso sem refutação das premissas anteriores (Popper). Ora se as nossas premissas ainda são as do tempo do PREC, onde se incluem naturalmente as salazaristas, como havemos de atingir as metas de Abril?
Não há liberdade sem verdade. Temos que assumir o que somos para sermos melhor e acreditarmos é a força do sucesso. A actualidade não está para amadorismos e não serve (não deve servir) comodistas. É mesmo fazer algo mais do que ler posts pela blogosfera. Fazer algo mais do que escrever posts no mundo digital. Confesso que sei pouco sobre tudo e não há nada que saiba muito. Mas se há lição maior que retiro do 25 de Abril, é que ele foi feito com uma grande vontade de liberdade. E verdadeiramente foi a única coisa que ele trouxe. Sobretudo, liberdade cívica e liberdade democrática. E depois, o que fizeram as gerações dessa liberdade? O que fizemos nós, a maioria, com a liberdade? A passividade. A maioria move-se na passividade, seja ela cívica, política, social ou solidária, entre outros. Os portugueses ainda não encontraram um verdadeiro sentido para a liberdade. A era dos deveres (Bobbio) e da responsabilidade (H. Jonas) ainda não passou pelo povo português. Suspeito que somente com uma grande crise, como a actual, poderá voltar a pauta do nosso comportamento por essas virtudes públicas (Aristóteles).
O que é Portugal, numa das suas essencialidades, hoje? Cada um quer saber de si, cuida dos seus, com prejuízo pelo sentido de comunidade e de bem comum. Este é o retrato de Abril de 2006. As grandes obras do Guiness, os grandes escândalos, as garrafais notícias, as faltas dos políticos, os bem-escritos planos nacionais são espumas deste país onde nada se inscreve. Adoramos andar entretidos com ela. É uma boa desculpa para não pensarmos no futuro. Mas, como escreveu Paul Valéry, o futuro é já amanhã. Mesmo para uma imensa minoria, que o somado anuário do 25 de Abril sirva ao menos para isso: para pensarmos sobre o nosso futuro. E essa imensa minoria sabe que nunca a História trouxe sucesso a um futuro de um povo ou nação sem uma estratégia. Uma estratégia nacional implica apostar numa coisa em detrimento de outra, e apostar forte. Não favorece consensos ou meias-tintas, tentando agradar a todos, dstribuindo o mal por todos as aldeias (mais uma vez aqui a bendita pequenez popular). Uma estratégia nacional sem amadorismos e comodismos, com liderança. Talvez tenhamos que mudar de mentalidade, mas antes mudar de mentalidade que de nacionalidade. Para um país que se preze, naturalmente.

NCR

terça-feira, 25 de abril de 2006

psl@rica.vida.br (III)

Tenho alguns posts manuscritos mas acho que vou deixa/los para mais tarde, quando regressar, sob pena de blogar mais a nove mil quilometros de distancia do que o NCR ( ;) ).
Este vai escrito de Porto Galinhas, praia agradavel, gente boa, bom marisco...
...a rica vida segue dentro de momentos ja em Fernando de Noronha, apos a passagem por Recife e Olinda.
Abraços e beijos transatlanticos.

PSL

sexta-feira, 21 de abril de 2006

A questão dos deputados e a evasão nacional

A mais recente motivação 'popular' para a reprovação do comportamento dos 'seus' deputados é tão apoiável, quanto a urgência da reforma do sistema político, incluindo aqui naturalmente a instituição e práticas parlamentares.

Todavia, seguir-se o caminho do encavalitanço desmesurado da censura à Política e aos políticos, como se estivesemos todos incluidos numa manada de bois, não só é uma atitude demagógica, como ingénua.

Com este post, e não quero ser extenso, pretendo apenas expressar que há 10 premissas que julgo serem incontornáveis para qualquer discussão que vise o aperfeiçoamento da ética e do direito políticos e regentes do povo e dos representantes dos mesmos em Portugal.

1. Portugal não gosta de si próprio
2. O Povo não gosta de Política.
3. Os deputados comportam-se como titulares da Política.
4. Os deputados pertencem ao povo, mas este considera-os fora dele.
5. O povo respeita pouco os políticos.
6. Os excelentes deputados perdem votos e terreno para os outros.
7. Os deputados, em geral, são de fraca qualidade humanista, sabedora e estratégica.
8. O povo exige aos outros a máxima responsabilidade, mas para si apenas a máxima liberdade e satisfação individual - deputados incluídos.
9. Quando não há lideres fortes e carismáticos e a cultura cívica é incipiente, não há sustentado progresso, nem verdadeira Política.
10. Portugal é um país pequeno, no tamanho e no saber. Crescentemente.

Apesar de tudo, chamem-me masoquista, acredito em Portugal e na natureza excepcional e criadora humana. E não excluo os portugueses.

quarta-feira, 19 de abril de 2006

psl@rica.vida.br (II)

O tempo passa a correr...
Há coisas que detesto no Rio. A inseguranca vem no topo da piramide. A poluicão..., sonora, paisagistica, atmosférica. E tambem (alguns) Brasileiros..., sempre a tentar extorquir mais algum real. Depois JPP devia de visitar o Brasil e fazer um pouco de zaapping na tv, ou simplesmente passar os olhos pelo jornal. Por certo deixaria de apelidar Portugal de futebolandia..., ou então passaria a chamar o Brasil de futebol-universo. Aliás..., por cá, já tudo anda histerico com o Mundial e depois do passe magico de Ronaldinho Gaucho, que valeu a vitoria do Barca em Milão, as tv's ja perguntam se ele é o Pelé. Reparem, não se trata de saber se é melhor ou pior. A pergunta era se Ronaldinho é o Pelé!
Mas tambem há tanta..., tanta coisa boa. O clima, as gentes, o ritmo de vida, a comida e os precos dos restaurantes; as praias, o mar. E..., claro aquilo que todos estão a pensar neste momento.
É bom é!

PSL

segunda-feira, 17 de abril de 2006

ESPUMAS XXVI

«Ter medo é uma coisa, dizer não é outra. O medo não nos impede de avançar, o não é a decisão de parar.
Não se pode ter medo de amar e depois não acreditar nele para sempre. Isto é uma contradição em si mesmo. Porque quem não acredita numa relação amorosa duradoura, é precisamente aquele que não deve ter medo de amar, alguém para quem a vida é uma vasta terra de pinga-amores. E, inclusivamente, deveria apaixonar-se com mais facilidade, estando, por isso, mais aberto a essa grande aventura que é o amor.
Nas aventuras o medo é essencial, senão não é aventura. Ele é a fonte do prazer, é o que nos faz avançar e desfrutar dessa inebriante viagem dos sentidos. Aqueles que têm medo, raramente se aventuram, logo, não admira a imensa vontade de desejo de liberdade, ainda que ilusória, e o frenético desamarrar das grilhetas onde cai a base das suas vidas. Andarão sempre à deriva e à procura de algo que tudo fazem para não saber o que é. A aventura, no amor, é uma coisa séria, não tem é que ser para sempre. Aliás, só será aventura quando se luta por um amor para sempre. A busca é solitária, interior e Inspirada, nele ou nela, sempre num grande amor. O medo de amar não nos vale, se preenchemos a nossa vida com um conjunto de alguéns, um conjunto de ninguéns para o nosso coração. É duro, mas é o caminho. Até porque a maior solidão é aquela que se sente quando acompanhado.
Nesta busca, a grande questão é esta: alguém aguenta uma vida inteira, nem por um dia, mesmo no fim dos seus dias, jazido algures numa inofensiva cama, sem nunca poder dizer que - contra tudo e contra todos, acima de fundos e mundos -, despediu-se do seu velho corpo, da limitada alma, da anã rotina, e abraçou o que sempre quis e por quem eternamente esperou? Da resposta depende a procura. Da procura constrói-se o passado, o lugar para onde estamos habituados a dirigir as nossas perguntas. Alguém costuma fazer perguntas para o futuro? Claro que não. As perguntas para o futuro vão sempre em forma de desejo, não são verdadeiras questões. Então, perguntemos: quem pode dizer que sofre mais aquele que nunca conseguirá dizer, tranquilamente, que tudo fez para ser feliz pelo menos uma vez?»

NCR

domingo, 16 de abril de 2006

psl@rica.vida.br

Rica vida, sim.
Mas tudo muito estranho. viajar dez horas de avião e ouvir falar portugues..., as pessoas que andam quase nuas na rua..., curtindo um domingo de pascoa com muito sal, sol e chopp. Uma procissão logo pela manhã enquanto procurava a garota de ipanema..., uns tios que jogam gamão e bebem uma caipirinha , tendo do seu lado uns pivetes que procuram o seu alimento em caixotes do lixo. E o Cristo lá em cima..., mas que ainda não o vi, cá de baixo sequer.
O Rio é assim e ha-de ser muito mais...
Hoje o jornal O Globo diz que metade dos cariocas gostavam de mudar de cidade por causa da inseguranca. Diz tambem que existem cinco roubos por minuto em copacabana.
Aguardo pacientemente que chegue a minha vez. Enquanto isso vou ali jantar ao Porcão..., que tenho saudades do que havia em Lisboa
Um abraco atlantico.

PSL

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Quem viaja acrescenta à vida

Diz-nos um antigo provérbio árabe.
Assim sendo é melhor dar ouvidos à sabia anciã cultura Mourisca.
Vai dai..., desta feita é a vez do pais-continente.

Da cidade maravilhosa...


...de Recife e da Olinda..., cheia de encantos mil...


...e, enfim, do sossego da verdadeira pérola do Atlântico a que chamam Fernando de Noronha...


...mas não pensem que vão ficar quase três semanas sem o vosso ARCADIA. O Nuno fará as honras da casa nos próximos dias.
Até breve.

PSL

Pensamentos ociosos (IV)

Ao considerarmos, com Aristóteles, Ulpiano e São Tomas de Aquino (e
tantos, tantos outros…) que justiça é uma "constants et prepetua
voluntas ius suum cuique tribuendi" - constante e perpetua vontade de
dar a cada um aquilo que é seu, vários problemas interessantes e
colocam.
De entre eles, por ventura o mais paradoxalmente tenebroso versa do
seguinte modo: Sendo que "o seu" do sujeito dele é, então dando lhe
esse seu, em bom rigor nada se lhe dá: Como tal, seremos obrigados a
concluir, tal como escreve Delfim Santos, que neste sentido a justiça
se afirma como um nada. Embora seja um nada de que tudo dependa. É um
nada que tudo fundamenta.
Hoje é seguro afirmar, como o fez Fernando Pessoa, que o "mito é o
nada que é tudo".
Não podemos assim deixar de concluir que a justiça pelo menos desta
forma - classicamente - entendida de um mito não passa.
Alias, como escreve Delfim Santos: "[A justiça] procura-se porque não
existe, e se existe não se manifesta como justiça
".

PSL

Há Liberdade (XIX)

iluminado
Iluminado, por Leal

terça-feira, 11 de abril de 2006

Pensamentos ociosos (III)

O que se estuda quando se pensa na axiologia do Direito é algo de muito
simples. A questão que se coloca nesta sede é a de indagar da
existência de realidades ou princípios supra positivos ou supra
empíricos que se constituam como fonte da validade do direito
positivo. Numa palavra, deve ou não o Direito encontrar a sua validade
em algo externo ( e estranho) a ele próprio?
Desde logo deve ficar claro que ao formular tal questão estamos a
situar-nos no plano da validade da norma e não no plano do seu modo de
produção.
Como tal, não se nega que ao legislador, no processo de criação da
norma, não aproveitem outros campos do saber. Muito pelo contrario.
Hoje o discurso cientifico é pleno de interdisciplinariedade e a
ciência jurídica não pode fugir a tal fado.
Também não se nega que ao julgador seja conferida a faculdade de
recorrer aos usos, costumes, jurisprudência e mesmo à doutrina como
fonte inspiradora das suas decisões; como não se nega que ao julgador
a equidade, a justiça "in casu", deva simultaneamente constituir o
ponto de partida e de chegada da viagem do labor "pretoriano".
O que se afirma convictamente e sem qualquer espécie de reservas, é
que quer legislador, quer julgador, se guiem única e exclusivamente
por aquilo que a lei positiva escrita diga quais são as fronteiras e
limites das suas tarefas.
Como tal, quanto à nossa demanda, o problema do fundamento de validade
do Direito positivo (bem como das decisões judiciais) é unicamente um
problema para o jurista e nunca para o filosofo. A este, curioso e
abelhudo ser, agradecerá o jurista os caminhos que a esta conclusão
nos conduziu, como educadamente agradece o viajante à boa alma que o
ajudou a encontrar o melhor caminho da sua jornada. Pedindo-lhe ainda
(o jurista ao filosofo) que use suor da especulação labiríntica para outros não menos
importantes problemas, deixando o seu ao seu dono, ou seja: para o
jurista o problema da validade das normas.

PSL

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Alguns desafios geracionais

Não está muito visível, ou não se quer dar muito a conhecer, ou a areia é tanta que os olhos não vêem para além dela, mas o conflito entre gerações está cada vez mais presente na vida política da sociedade portuguesa, e europeia. As actuais políticas públicas restritivas para os jovens ou para um futuro de longo-prazo que atinge os jovens de hoje, sobretudo entre os 20 e os 40 anos, no domínio dos direitos e dos novos enquadramentos jurídicos sociais e laborais são a ponta do icebergue do conflito geracional. Se acrescermos a isto a falta de motivação e, consequentemente, intervenção políticas, compreende-se melhor o leque contributivo para o argumento deste filme baseado em factos reais. Não admira que os futuros políticos sejam gestores e o eleitorado formador de maiorias partidárias seja constituído pela velha geração, sobretudo quando a taxa de natalidade em Portugal decresce a olhos vistos, empurrando a sociedade para uma incapacidade de se regenerar. E quem ganha as eleições? São os defensores dos direitos adquiridos, dos regimes sociais ablatórios de longo-prazo e os arautos do conservadorismo. A nova geração pede oportunidades de trabalho e de criação de riqueza, enquanto a velha geração reivindica empregos, pensões e ajudas estatais. É um ciclo vicioso, que só terminará com uma nova política. Política essa que ainda não tem os seus políticos.
Em França, parecer haver uma inversão de tudo isto: os jovens querem as velhas políticas, por definição incapazes de resolverem os desafios de um mundo que já não é pressuposto. A anestesia é uma coisa boa, mas não nos põe bons.

NCR

Mahalo nui loa

...aos autores do Ondas por nos terem linkado...
...logo ao lado de (entre outros) rapazes como o Rob Machado, ou aquele outro que não me lembro o nome..., ah já sei, um tal de Tom Curren.
Mas obrigado, acima de tudo, por nos darem o melhor da vida num blogue.

PSL

Diga lá, Excelência: Maria José Morgado!

MJM costuma partir louça. Hoje [ontem], varreu os cacos. E bem.

A ler hoje, no Público – versão papel, a entrevista.

PSL

Isto sim, é uma verdadeira notícia

A coligação de centro-esquerda liderada por Romano Prodi venceu as legislativas em Itália, segundo a projecção avançada pela televisão pública após o encerramento das urnas.

A seguir no Margens de Erro (link)

PSL

Aspirina quê?

Três comprimidos de areia-sol-e-sal, tomados com intervalos de 24 horas, prescritos em conjunto com um analgésico sonoro fazem melhor ao corpo e à mente que todo o químico que se possa tomar.
Qual aspirina, qual gurossan, qual xanax..., qual quê...
E ao terceiro comprido..., tomado esta manhã, quando ao fim de trinta..., quarenta...noventa minutos um gajo percebe que já está àquele tempo todo a pensar única e exclusivamente no seu surf, na última..., na próxima..., onda então exclama a plenos pulmões. Agora sim..., até pareço curado.
E depois esta musica ouvida até à exaustão...




PSL

As desculpas não se pedem, evitam-se!

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Há Liberdade (XVIII)

A cultura da balda – agora num tom bastante mais a sério

Leitura obrigatória do post de Fernando Venâncio na efervescente Aspirina B:
Somos poucos os que não temos vergonha de ensinar. Mas, quem sabe, atingiremos alguns que não tenham medo de aprender. Eles são a reserva do futuro.

PSL

Por estas e por outras...

PJ apreende seis toneladas de cocaína e detém cinco pessoas em Esposende

...é que eu gostava que fizessem uma sondagem para aferir qual a instituição em que os portugueses depositam maior confiança: O governo ou a PJ?

PSL

Pensamentos ociosos (II)

O código de Ur-Nammu (cerca de 2040 antes de Cristo) - o mais antigo
"código" actualmente conhecido datado de cerca de 500 anos antes do
Monumento jurídico mais importante da antiguidade, o código de
Hammurabi - rezava assim no seu Col VI: "(…)Se um cidadão acusa um
outro cidadão de feitiçaria e o leva perante o deus rio (e se) o deus
rio o declara puro, aquele que o levou…(…)" - Recolhido In John
Gilissen, Introdução Histórica ao Direito, Ed. Gulbenkian, Lisboa.

Fragmento do código de Ur-Nammu
O Direito Natural entendido como (o entende o Prof. António Braz
Teixeira no seu Sentido e Valor do Direito) "ordem normativa, imanente
e manifestada na natureza ou na realidade, que é como que o paradigma,
o modelo ou o arquétipo a que deve subordinar-se o direito positivo" é
um fantasma que desde há mais de quatro mil anos, até aos nossos
dias, tem assombrado e aterrorizado o Homem e as diferentes
Civilizações por ele criadas.
Até hoje, alguns dos seus críticos (como magistralmente fez Hans
Kelsen) tem defendido uma depuração do direito de tudo o que lhe seja
estranho, sustentando uma atitude de agnosticismo metafísico.
Contudo, mais do que uma purga como pretenderão os
positivistas-legalistas, o Direito como fundamental ordem
normativo-social que é, precisa de mais. Precisa de uma verdadeira
exorção, expulsando os "demónios" que o atormentam.
Nem Deus, nem a natureza, nem a recta razão podem ditar quais as
"fontes" a que se devem subordinar as fontes de direito; cabendo sim
ao próprio Direito ditar quais são as suas próprias fontes de
inspiração, como deve ser a norma manufacturada e quais os critérios
que devem orientar o legislador no sentido de aferir da sua validade.

PSL

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Da cultura da balda

Lá no estabelecimento de ensino, que se diz superior, onde acabo a minha licenciatura, as aulas terminam no próximo dia 11, terça-feira, antes da interrupção pascal. Mas alguns Professores já fizeram saber que não darão aulas nos dias 10 e 11, o que significa que as ferias lá terão de começar um pouco mais cedo a 7 de Abril. O regresso às aulas está previsto para o dia 26 de Abril, uma quarta-feira, mas é de esperar que o episodio da balda se repita e sabendo o que “a casa gasta” eu próprio – incentivado pelos estímulos do sistema - irei passar mais uns dias a banhos no outro lado do Atlântico, só regressando às aulas dia 2 de Maio. Em suma, três semanas (3!) de ferias da Páscoa. É a isto que um hedonista (ou melhor, in casu, um faz-nenhum) denominaria rica vida!
Como em bom rigor as aulas neste segundo semestre recomeçaram dia 6 de Março tendo o seu terminus previsto para o dia 2 de Junho, com tanta balda o proclamado segundo semestre terá em bom rigor apenas dez semanas (10!) de aulas.

Em tempo de balanços fazem-se contas à vida. Tive alguns professores que proclamaram a tal “superioridade” do ensino superior. Tive outros, marginalíssimas excepções que para alem de a proclamarem, efectivaram-na. Estes são os “loucos” os “maus”, os “frustrados”, os “imbecis” ouve-se nos corredores das instalações.
No fundo o que deveria ser a regra foi apenas a excepção. E o problema, se é que chega a ser problema..., é que este estado de coisas não se limita à Universidade X, Y ou Z, mas vai sendo pratica comum e transversal a todo o sistema de ensino.
A cultura da balda impõem-se e sobrepõem-se em todos os aspectos ao rigor, à qualidade, à excelência.
Depois queixem-se.

PSL

Foi bonita a festa, pá!


...agora que o sonho morreu na cidade Condal, agarrem lá o terceiro lugarzito do campeonato cá da terra a ver se para o ano há mais.

PSL

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Hoje é dia de sonhar (IV)


Equipa do Sport Lisboa e Benfica que viria a bater o Real de Madrid (penta Campeão Europeu) por cinco bolas a três, na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1962, Estádio Olimpico de Amesterdão.
PSL

Mal dormidos...

...mas sobretudo mal educados.
“(...)Ontem, o ministro desautorizou o secretário com um sorriso nos lábios. "Foi um desabafo", disse o ministro, decerto bem dormido(...)”, escreve António José Teixeira no editorial de hoje do DN (link) sobre os desentendimentos nas hostes socialistas provocados pelo putativo anuncio da revisão da taxa de alcoolemia.

Também no DN de hoje podemos ler: “(...) o Ministério da Justiça está a ponderar o encerramento de alguns dos 11 departamentos da PJ espalhados pelo País(...)” - link.

Alberto Costa já veio às televisões, nos jornais da hora de almoço, dizer o habitual “ahhhh e tal isso é pura especulação, ainda nada foi discutido...”.

Mal dormidos, mal dispostos, mal educados e essencialmente de uma arrogância perfeitamente inconcebível, maxime quando as coisas começam claramente a correr mal no seio do Governo, especialmente porque a maquina do maketing começa a ter dificuldades em lidar com as noticiais cinzentas, e naturalmenete os “anúncios de anúncios” não são um saco sem fundo.

Entretanto em Angola o Primeiro-ministro hoje de manhã fez o seu jogging habitual, desta vez na Marginal de Luanda. Um jogging lento pois ainda está a recuperar da lesão na neve.

PSL

Em directo...

...a cores e tudo.
A implosão d’O Acidental.

PSL

Hoje é dia de sonhar (III)

Nestas coisas nunca se sabe, que é como quem diz “ninguém acredita em bruxas pero que las hay, las hay

Bella Gutman foi um treinador que marcou decisivamente a história do Benfica, de forma positiva e negativa. Com o técnico húngaro, a equipa das águias conquistou por duas vezes a Taça dos Campeões Europeus, no início dos anos 60. Facto ainda hoje saudado pelos adeptos benfiquistas.

Todavia, foi o mesmo Bella Gutman que lançou uma terrível "maldição" sobre o clube da Luz "Nem daqui a cem anos uma equipa portuguesa será bicampeã europeia e o Benfica jamais ganhará uma Taça dos Campeões sem mim."

Uma "maldição" que, em parte, já foi contrariada, porque o FC Porto ganhou uma Taça dos Campeões (1987) e uma Liga dos Campeões Europeus (2004). Mas o Benfica ainda não voltou a conquistar o título europeu, apesar das cinco finais perdidas.


Como se nota há sinais claros que a maldição de Bella Gutman perdeu a validade, pelo menos parte da mesma. Ainda assim, num dia como o de hoje, é melhor invocar todas as divindades e mais algumas (as do Hades inclusive) para que dêem eterno descanso ao Senhor Gutman.

PS:…sim, com muita pena minha nem a pé fui a Camp Nou..., mas não há azar, tenho lá alguns amigos e sei que cantarão tanto como eu cantaria se lá tivesse.

PSL

terça-feira, 4 de abril de 2006

Onde fica Bolonha?

A generalidade dos cursos de Direito não vai adoptar a nova estrutura de graus académicos, prevista no processo de Bolonha, já em 2006/07.

Via DisLEXias (link)

PSL

Pensamentos ociosos (I)

Prometo em breve três micro tópicos de reflexão sobre o Direito
Natural e a Justiça. Antes deles parece-me agradável agitar os
espíritos com palavras que poderíamos definir como "quem com ferros
mata, com ferros morre" já que são tecidas pelo Prof. António Braz
Teixeira no seu "Sentido e Valor do Direito" como criticas àqueles que
criticam o Direito Natural sendo que em rigor as mesma encaixam que
nem uma luva como critica à critica que crítica.

"(…)nem o conhecimento cientifico nem a especulação filosófica podem
pretender nunca a unanimidade ou o acordo universal sobre as verdades
ou as certezas a que chegam e que mais não são do que um erro
sucessivamente menor (…)".

Esperemos nós compreender o radical sentido da afirmação, tendo porem
a certeza (ainda que meramente relativa) de não cair na tentação de
pretender tal acordo universal.

PSL

segunda-feira, 3 de abril de 2006

Quem é o novo Director Nacional da PJ?

Alípio Fernando Tibúrcio Ribeiro nasceu a um de Março de 1950 na localidade de Vera-Cruz, Aveiro. Foi nomeado Procurador-Geral do Distrito do Porto pelo Conselho Superior do Ministério Público, após uma sessão em que o Procurador-Geral Adjunto Pinto Nogueira apresentou, numa atitude inédita, um nome alternativo aos três propostos por Souto Moura. A tomada de posse teve lugar a 29 de Abril de 2005 e o tema escolhido para uma primeira abordagem ao (novo) cargo foi a realização de escutas telefónicas. Sucede a Arménio Sottomayor.
Antes disso, porém, este licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa esteve colocado, de Fevereiro de 1973 a Janeiro de 1974, na comarca de Albergaria-a-Velha, como delegado do procurador da República. Desta data a Dezembro de 1975, cumpriu o serviço militar obrigatório, para depois, de 1976 a Dezembro de 1977, ter desempenhado, de novo, as funções de delegado do procurador da República, mas desta feita na comarca de Mirandela. De Dezembro de 1977 a Maio de 1987, fê-lo na comarca de Vila do Conde e no círculo Judicial de Bragança de Junho de 1987 a Dezembro de 1988. Do primeiro mês do ano seguinte até 1990 passou pelo círculo judicial de Paredes, até que em Março de 1990 ingressou no Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto. De Março de 1993 a Outubro de 2003, foi inspector do Ministério Público e entre Novembro de 2003 até Abril de 2005 ocupou o cargo de Procurador-geral adjunto coordenador no Tribunal da Relação de Guimarães.
Alípio Ribeiro teve ainda intervenções no Centro de Estudos Judiciários desde 1986, das quais se destacam as respeitantes ao Inventário, Deontologia e Comunicação. Ainda, foi durante alguns anos elemento e presidente de júris das provas orais de acesso ao Centro de Estudos Judiciários. Das muitas e múltiplas tarefas desempenhadas, é digno de destaque o trabalho realizado entre Março e Maio de 1993, que culminou num relatório que foi a matriz da institucionalização dos Departamentos de Investigação e Acção Penal de Lisboa, Porto e Coimbra.

O que pensa Alipio Ribeiro dos temas quentes da Justiça em Portugal?
Ler a entrevista dada pelo proprio ao Primeiro de Janeiro aqui (link) - tambem fonte do perfil supra.

PSL

Absolutamente imprescindível

Poucas coisas o são nos dias que correm, muito menos quando o assunto são os assuntos que se espalham pelo pó da blogosfera.
O postal de MatosB (companheiro noutras estradas...) "A instrumentalização do poder policial" (link) ascende por direito próprio a esse Olimpo que são as leituras absolutamente imprescindíveis.
Ao le-lo compreendemos o que vai correndo durante esta tarde. A ideia que Santos Cabral (Director Nacional da PJ) apenas vai hoje ao ministério para ser demitido por Alberto Costa. A ver vamos.

PSL

ESPUMAS XXV

O ser humano possui a capacidade de amar mais do que uma vez sucessivas pessoas, mas não antes de deixar de amar a última pessoa pela última vez. Não significa isto que o amor só se extinga com outro. Não há é novo amor, se o último ainda existe. Umas vezes, o amor extingue-se e pronto, está morto. Se foi bom, pensar nessa pessoa é como pensar numas férias, foram boas enquanto duraram. Se foi mau, deixa-se de pensar nela sequer, a não ser pelos piores motivos. Outra coisa é dizer-se que já não se ama, quando ainda se ama. Neste caso, o processo vai ser mais difícil e doloroso. Mais do que aquele que reconhece que ama o outro que não o ama. Porquê, se ambos sofrem à sua maneira? Porque naquele que reconhece, o sentimento desvanece-se saudavelmente, com o tempo. O que não reconhece enfrenta uma luta constante, contra si, obrigando-se a lembrar desse sentimento rejeitado. O sentimento pode nunca desaparecer. Fica latente. Neste tipo de comportamento, por muitas pessoas que passem, por muito que se casem ou que se separem, serão sempre pessoas acossadas, fugidas do passado. Os acontecimentos da vida, a final, não ganham aos sentimentos de quem os vive. Pode combater-se durante anos, até uma vida quase inteira, todavia, a batalha do coração é uma batalha donde saímos sempre perdedores. Contra esta evidência, não há pessoa que nos compense, não há casa que nos abrigue. Numa palavra, não há destino que nos valha.
A felicidade de tudo isto é que nós controlamos o destino de tudo aquilo que depende de nós e assim podemos fazer e sentir outras mil coisas na nossa vida, disfarçar sem querermos saber que o fazemos e ordenar as nossas prioridades e escolher os nossos parceiros. As escolhas da vida parecem-se muito com a nossa imagem, num restaurante, perante um menu. Nem sempre a escolha recai sobre o que verdadeiramente queremos. Temos que pensar na nossa saúde, no que vamos fazer a seguir, onde iremos estar e em que condições. Escolher é uma vontade. Por isso, querer é poder não querer, mas não se escolhe quem se ama. Não nos iludamos com o menu da vida, apesar de podermos tratar as pessoas a la carte. Porque, repito, nós escolhemos o nosso destino, nós escolhemos a pessoa com quem queremos estar, e para isso não precisamos de amá-la. Não há escolhas de amor, assim como à força ninguém ama. Ou se ama, ou não se ama. E tudo porque sim. Na lei do coração não há razão. Saber ler e viver de acordo com o que transportamos no coração é um grande e crescente desafio para todos nós.
Os nossos valores, e a idade, serão nossos aliados na construção de um melhor fim para as nossas vidas.

NCR

Se erei



«não sei quem é este bébé,
desconfio que é dos eus de todos aqueles
que não querem ser o que sempre foram.


estou aqui e não estou,
começo a ser tudo para mim,
estou ainda no que não sou,
com dois sorrisos e sou feliz.

quando deixar de ser o que sou
espero saber por onde crescer,
por onde ver a vida morrer,
eterno correr de quem é quem.

agora estou aqui, benjamim e calado,
alvo deitado do meu destino.
Curvo-me nos braços da minha verdade
e sobre ela me embalo longe do céu da idade.

Espero não ter nado no mundo do nada,
peço donde estou, onde ainda não sou.»

Miguel Pessoa Campomaior, in "Poesias Urbanas"

domingo, 2 de abril de 2006

SIMPLEX

De uma forma geral, concordex. Discordex apenas do Teste Simplex; não poderia ter menos perguntas? 15 folhas?! Fónex!

Éx comex percebex istex postex, percebe-ex masex éx complicadex.

Imaginem um Durex com pilhas Duracell! É sex ou dorex?!

Dura lex, sed lex, já diziam os romanex.

Sim, os romanos, escusam de fazer mais uma pergunta!

NCR

PALETA DE PALAVRAS XLII

"A quem enganamos, quando confundimos o estar bem com o bem-estar?"

NCR

Quem é a sobrinha mais linda do tio?

PICT0021

A Madalena, linda..., linda..., linda com 8 mesitos!