quinta-feira, 12 de maio de 2011

Uma manhã de ondas assim


Há manhãs de ondas assim. Primeiro, começamos por ficar simplesmente sem palavras. Depois lá conseguimos balbuciar algo elementar como um “puro stoke”.

Há manhãs de ondas assim. Onde ultrapassados que estejam os medos e receios vislumbramos que afinal a evolução está latente e patente em cada linha que é rasgada nessa superfície liquida da cor do céu.

Há manhãs de ondas assim. Em que curva após curva vamos ficando presos na memória das palavras da eterna Sophia: “puro espaço, lúcida unidade” no local onde “o tempo apaixonadamente, encontra a própria liberdade”.

Há manhãs de ondas assim. Onde por um par de horas tudo parece fazer sentido. Onde o mundo, afinal, parece ser um lugar deslumbrante e perfeito.

Há manhãs de ondas assim. Onde agradecemos à álea nos ter colocado no caminho aqueles que um dia nos disseram: “vá anda dai…, vamos fazer umas ondas…”. E a eles, uma vez mais, ficamos eternamente reconhecidos.

Manhãs de ondas maiores que palavras e ideias. Manhãs de ondas que no fim terminam com uma forte exclamação: Deus existe! Pois apenas desta forma é possível compreender a realidade daqueles instantes.

Hoje foi uma manhã de ondas assim.

PS: imagem de Jon Frank (link) dolosamente sacada deste extraordinário blogue (link)

1 comentário:

Miguel Bordalo disse...

Raios te partam! Amanhã tenho de ir surfar! E eu com tanta merda para fazer...