quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Campo Contra Campo (CXXVII)

Australia (****)

É raro encontramos um filme que divida tão dramaticamente as opiniões de critica e espectadores. Para alguns destes Austrália é luxo. Para outros tantos é lixo. No meio estará a virtude?
E escrevo-o consciente; de uma certa forma a Austrália de "Austrália" está nos antípodas (trocadilho giro, ehh!) da Austrália que em Dezembro último visitei e me apaixonou loucamente. Mas – e isto só pode medir quem a conhece minimamente – os traumas, as dores de consciência dos australianos, estão todas lá e pulsam como sangue quente que enche as veias. Tal como as fobias e desejos e prazeres. Por exemplo: o fogo, o fogo que agora espanta o mundo pelo seu poder de devastação (nos últimos dias no Sul da Austrália ardeu o correspondente a duas vezes a área de Londres – mal comparado é como se tivesse ardido tudo de Lisboa a Coimbra) o fogo, dizia eu, também lá está, devastador, terrível.
Por vezes o filme é tendencialmente patético, ridículo? Sem duvida. Mas quem conhece a obra de Baz Luhrmann sabe que ele é assim. Grandioso, louco, desmesurado e despropositado. Genial – e quem diz que ele quis fazer um "E Tudo o Vento Levou" do Sul não percebe rigorosamente nada de nada, muito menos de cinema.
"Austrália" não é para todos. Por isso está fora dos Óscares, tendo sido o fiasco do ano por esse mundo fora. Menos na Austrália. Que se reconheceu de fio a pavio naqueles enormes 70mm.

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