Os portugueses são assim. Sempre que algum dos seus pares se destaca encontram sempre defeitos. Com a equipa de futebol sub-20, que acaba de conseguir o apuramento para a final do Campeonato Mundial da disciplina, não é diferente. Há mesmo (e são alguns) aqueles que afirmam convictamente: “não jogam nada”!
Basta um pouco de senso comum. Apuraram-se para o Torneio; venceram o seu grupo; derrotaram Guatemala e Argentina. Por fim bateram a França. Apenas a Campeã Europeia.
Segui esta equipa desde o início do Torneio e, em bom rigor, esta equipa não só joga alguma coisa, como em alguns momentos do jogo é, simplesmente perfeita. Reparem. O grande trunfo daquele colectivo é o conhecimento que tem de si próprio. Tal conduziu a que as fraquezas fossem identificadas. Posto isto há que fazer delas forças. No processo defensivo – um dos momentos fundamentais do jogo – Portugal não é apenas eficaz: é simplesmente perfeito. Portugal consegue o incrível: chegar à final sem um único golo sofrido. Não me recordo de uma equipa que tenha jogado um grande torneio, tipo Mundial ou Europeu, com tal desempenho. Notável!
Mas não é apenas no processo defensivo que a equipa se destaca. O pragmatismo com que aborda o jogo é também ele de sublinhar. É um colectivo frio, perfeito – como disse – a defender, realista no ataque e estranhamente adulto no controlo do palco do jogo, da “cancha” como dizem os sul-americanos.
Como digo, e repito, não compreender isto é não saber rigorosamente nada de futebol.
Faz bem o técnico desta equipa, Ilídio Vale, apelidar este conjunto de jogadores de “Geração Coragem”. Desde logo porque nada têm de “geração rasca” e muito menos de “geração à rasca”. Têm sim muito de “coragem”. Coragem para trabalhar, atingir a superação e ainda oferecer uma lição de ambição ao velhinho, clássico e bafiento espírito tuga.
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