terça-feira, 28 de junho de 2011

A AIG, os pobres e o tributo solidário

Será que para a Direita portuguesa os pobres são uma espécie de AIG, que poucos dias após o bailout ofereceu um fim-de-semana de luxo aos seus administradores?

Parece que sim. Há dois anos e meio Maria José Nogueira Pinto assegurava que os “velhotes” “não precisam de 80 euros para ir beber cervejas, para ir comer doces, que são diabéticos e ficam doentes, para serem roubados pelos filhos”. Agora é Fernando Negrão que nos explica que “existem agregados que não sabem gerir as suas finanças e no dia seguinte a receber o apoio vão gastar tudo”.

Mas os pobres mantêm ainda assim algumas diferenças face à AIG: o Governo PPD/PP pretende instituir o tributo solidário, oferecendo mão-de-obra gratuita ao já tão dependente de subsídios estatais terceiro sector. Nesta linha de pensamento do Governo, ficamos todos a aguardar pelo tributo solidário a que ficará sujeito o nosso sector financeiro pelo recurso à garantia do Estado nas suas operações de financiamento…

Não ponho em causa que os beneficiários de subsídios do sistema não contributivo (i.e. que não “descontaram” para protecção contra o risco em causa) devam retribuir o apoio que lhes é dado. Mas acredito que a melhor retribuição é – depois da obtenção de formação profissional útil – o pagamento de impostos para a comunidade.

Assume assim cada vez mais importância, num mundo globalizado e cada vez mais sujeito ao totalitarismo financista, o investimento nos cidadãos garantindo que cada criança tenha igualdade de oportunidades no acesso à Saúde e à Educação para que cresça plena de cidadania e empreendedorismo.

Só oferecendo Oportunidade poderemos exigir Responsabilidade e conquistar Prosperidade.

Sem comentários: