sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Portugal dos pequeninos

[…sobre os comentários a este post]

Rica Izzolda (bons olhos a leiam…) e caro . Os meus amigos que me desculpem mas não posso concordar convosco.
A pequenez é ontológica a Portugal e endémica aos portugueses. Da geografia à política, da economia às relações externas, das artes ao desporto, salvo honrosas excepções – que não passam disso mesmo, excepções - somos (sempre fomos e sempre seremos) muito pequenos. Não reconhece-lo é fazer como a avestruz, metendo a cabeça na areia. Não falar sobre o problema é fazer como aqueles esquizofrénicos que se recusam a aceitar que estão doentes.
De facto, Izzolda, dizer (apenas) todos os dias que somos pequeninos não nos fará crescer nem um milímetro que seja. Mas o primeiro passo para a cura (ou pelo menos para uma tentativa de) poderá estar na aceitação da doença. E o que me preocupa (sinceramente) é que diariamente vejo cada vez mais portugueses e portuguesas com a mania das grandezas e a acreditarem em “amanhas que cantam”. Este país e este povo não têm solução. E o que não tem solução, solucionado está!

3 comentários:

izzolda disse...

Concordo, no geral concordo com o que dizes, e o hábito das avestruzes (ou antes, o suposto hábito ;) nunca foi o meu género! O que não gosto é de ver usar a pequenez (sim, todo o bom português conhece essa bela característica nacional) como desculpa para tudo, como se fosse um fado repetido à exaustão "ó pra nós coitadinhos, tão pequeninos, porque somos pequeninos acontece-nos tudo". Só por isso comentei que repetir não vale assim muito a pena :)

Consciência de nós próprios acima de tudo! E olha que muitos grandes também têm a mania das grandezas...essa não é exclusivo nosso ;)

Nuno Castelo-Branco disse...

O problema está exactamente nessa resignação a uma coisa que não corresponde muito bem a uma verdade já esquecida de forma muito conveniente por quem manda e pode. Já viveu na África portuguesa do "nosso tempo"? Fomos bem maiores que holandeses ou italianos, por exemplo. Visite os locais onde estivemos na Ásia e conclua acerc da perenidade da nossa presença cultural. Isto não vale nada? Na verdade vale pouco para muitos que anseiam o macaquear nacional de outras realidades. Portugal não possui petróleo nem um território extenso, tal como os nossos colegas belgas ou austríacos. Mas possui o inestimável património histórico que é um grande problema e uma colossal pedra de Sisifo para os de hoje, apenas interessados nos low cost, credit cards e shopping centers.
A violenta desnacionalização da nossa gente, imposta por um bando de barbaças já há mais de três décadas, continua a ser feita pelos seus lídimos sucessores dos "grandes interesses estratégicos" das bancas, bolsas, cimentos, etc. O esmorecer advém do constante matraquear da inferioridade. Como querem vencer se quem manda e controla as mentes é fraco, inculto e não possui qualquer tipo de identificação com o que é nosso, pois na generalidade são perfeitos analfabetos? Parece até existir um projecto gizado por bestas, para bestializar toda a população.
Estamos a chegar ao fim de certa Situação e os sinais são mais que evidentes. Não o reconhecer é meter a cabeça na areia, como diz. Mas a avestruz também corre. E muito!

Anónimo disse...

DISCORDO COMPLETAMENTE COM A SUA OPINIAO.
nao somos pequenos, nunca o fomos. se olhar par atraz vai ver que somos uma nacao de feitos gigantescos. como nenhuma outra - somos tambem pioneiros.
concordo plenamente consigo nuno - infelizmente a ultima geracao mais rasca que portugal ja teve - e que infelizmente por factos diversos - se acomoda a pensamentos e ideias mediocres da melhor e mais bela nacao do mundo