quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

ESPUMAS XXIII



Viver numa fotografia e viver para a fotografia. Dois modos de vida de uma mesma vida. De uma mesma. de uma apenas. Há gente que vive assim. A maior parte dela. Vai sendo gente, a pouco e pouco. Vamos todos. Todos somos gente. A humanidade vive nesta fotografia que costumamos chamar Terra Para nós, humanos, é tão pequena e está tão distante quanto a sua própria imagem vista do espaço. Depois, depois de toda a gente, temos a minoria, na qual, cada qual com a sua mania julga sempre pertence. É aquela grande gente, sim porque os outros são sempre isso - os outros.

Mas nós não, somos os que vivem para a fotografia mas vivemos bem, sem precisar dela. Pois essa coisa de precisar dela, é para os outros. é que viver para a fotografia não é viver para a imagem. É muito mais do que isso. É criar as próprias imagens das imagens e, por tudo aquilo que rodeia ser construído por uma plasticidade e materialidade próprias das suas vaidades, dos seus interesses e das suas ambições. Ora aqui está um belo pedaço de vida. Um modelo de vida. Ou será uma vida modelo? Pouco importa. O importante é o que se vê. E, paradoxalmente, essas pessoas são tão aparentemente felizes... como uma fotografia pueril. Alguém discorda? Só por inveja, não?

NCR

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