quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Campo Contra Campo (XXXVIII)

Match Point, *****

Estive a passar os olhos por esta rubrica e confirmei um receio.
Parece que tenho medo de escrever sobre os filmes de que mais gosto. Ou será que dizer mal é uma coisa fácil e vã...., não o sendo encontrar argumentos para as nossas escolhas favoritas.
Sim, claro, construir é dificílimo. Já destruir..., por vezes basta um sopro.

Vem isto à guisa das nomeações para os Óscares (tudo aqui no Hollywood – link).
Vi Crash (****) duas vezes, prometi um post sobre o assunto e nada. Um filme que na minha análise roçar a obra prima ficou por verter em palavras. Como ficou King Kong (****) outro filme de que gostei particularmente.

Mas vem também aquele “preâmbulo” a propósito de Match Point.
Que grande filme este.
Que talento profícuo na lente de Allen, num argumento vibrante e surpreendente, numa direcção de actores primorosa.
Poderia estar uma tarde inteira a escrever sobre duas ou três cenas de antologia.
O primeiro encontro da cândida “noiva americana” com o “intruso tenista”. Uma cena que é um bailado de palavras e de corpos de cortar o fôlego. Uma outra, de que poucos falam: O primeiro jantar a quatro (fundamental para o evoluir da paixão...) que é magistralmente filmado em fogo cerrado de campo contra campo – o cinema tal e qual como deveria ser. Outra: a ultima cena do filme. Aquele olhar sobre o Tamisa quando a esposa lhe diz ter a certeza que o próximo filho do casal será uma menina. O peso do remorso como sanção moral..., quantas vezes mais eficaz que a sanção penal. Quantas?
Numa palavra. Match Point é uma obra-prima.

PSL

1 comentário:

39 disse...

Desanimei-me muito com os filmes do Woody Allen, mas segundo tenho lido ele renasceu com este filme. Pelo jeito, vale a pena dizer "A não perder no cinema mais próximo de si"!
Beijinhos, muitos,muitos