sábado, 1 de agosto de 2009
n músicas lxxxiii
Há quem não goste da instrumentalidade. Talvez não seja para todos os ouvidos. O silêncio maior aprofunda-nos, e para alguns aconselha bastante à depressão ou à baixa estima. Para mim, são as notas mais perfeitas na comunicação musical entre o músico e o ouvinte. São as que proporcionam maior interacção, e atenção, obriga-nos a interpretá-las sem rede, com maior liberdade, pois cada um preenche-as com a sua própria letra e espírito. É uma arte maior. Comparo-a aos quadros sem título dos grandes pintores. Não nos direcciona ou sustenta, nem nos entrega o caminho do seu sentido, já feito, ou nos prende ao tema ou fase do seu autor, não nos cerca com denominadores ortodoxos, fashion. É o respeito maior pela personalidade e a sensibilidade ou a criatividade do seu público.
Há pessoas que receiam o silêncio, aquele receio surdo, oculto e aparentemente controlado. Não é o receio das palavras, porque a linguagem verbal é dominável até ao absoluto sentido; o que não engana é a linguagem corporal, os olhos, as mãos, o semblante, as inclinações, o silêncio não escrito... não há como fugir do seu significado. Por um segundo, tudo se percebe e tudo se ganha. E tudo se ouve.
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1 comentário:
Nuna Cunha....
Um Beijo e bom fim de semana.
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