quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

"Monopólio" e vida real

Enquanto nos EUA a Reserva Federal já percebeu que o mais importante é a economia real (pelo menos até à próxima "euforia bolsista"), tendo também percebido que as tensões inflaccionistas resultam em grande parte da alta (artificial) do preço do petróleo, e não do consumo desregrado por parte das pessoas e empresas, o Banco Central Europeu continua a fazer de conta que a vida é um jogo de monopólio.
Enquanto nos EUA a Reserva Federal voltou a cortar a eito nas taxas de juro (agora foi mais 0,5%), na Europa continua-se de costas voltada para a vida real...

2 comentários:

Pedro Soares Lourenço disse...

Este é post fácil, Nuno.
O que eu gostava que tu me dissesses era, a esta velocidade o que é que o FED vai cortar quando já não tiver mais taxa de juro? Espero bem que me engane - será sinal que as Américas recuperam – mas talvez ainda tenhamos de elogiar a politica do BCE.

Nuno Santos Silva disse...

Pedro,
Não vai ser preciso chegar à taxa de juro O%... a questão é que com mais dinheiro no bolso pela redução dos juros e pela redução dos impostos, os americanos vão poder - ao mesmo tempo - gastar mais dinheiro e aforrar o remanescente ("for a rainy day"), possibilitando ganhos de médio e longo prazo.
Os juros altos apenas favorecem os meros especuladores financeiros, que beneficiam de ganhos de curto prazo e secam tudo à volta: é essa a diferença entre o capitalismo empreendedor e o capitalismo especulativo.
Por outro lado, actualmente o problema da inflação resulta em larga medida do preço do petróleo e não do preço do dinheiro.
Por enquanto, já só os liberais que vêm o mundo como uma espécie de "second life" em que as vidas são virtuais, é que se manifestam contra a intervenção da Fed e do próprio FMI...