Concordo em absoluto que a língua é um ente vivo, e que a ortografia evolui.
Porém, uma coisa é evolução, por exemplo, através da introdução de novas palavras como "futebol", "andebol", "golo", "penálti", "equipa", "time", "líder", "dossiê", "sutiã", etc., etc.
Outra coisa, absolutamente diferente, é não saber escrever, o que assume particular gravidade quando se escreve para o "grande público".
As SMS criaram um monstro: a convicção que se pode "escrever" assim em qualquer situação. Isto aliado à moda de meter palavras em inglês em todas as frases (porque "é bem") dá causa a textos absolutamente indecifráveis, dando cabo do seu fundamento: comunicar.Apenas podemos comunicar entre nós com convenções. Se as convenções forem desrespeitadas... a comunicação torna-se impossível...
k axas Pdr? E o ppl?
2 comentários:
Há, pelo menos, uma coisa, Nuno, que discordo convictamente do que disseste neste post. A moda de "meter" palavras em inglês na língua lusófona não é feita por ser "bem". É pior que isso: a preterição da nossa língua deve-se, nestes casos, a explícita vergonha e disfarçada vaidade. À vergonha escondida na falta de frontalidade dessas palavras e à vaidade de não soar tão bem que outros, os interlocutores, possam não reconhecer a sapiência do seu locutor.
NCR
Sobre a parte final do teu post…, nem de propósito.
Ontem estava a fazer um pouco de zapping (será também esta uma palavra nova ou mais um snobismo, olha outra) quando travei na MTV PT. Era uma bodega qualquer com miúdas giras e ricas. Até que nas legendas surge: “com tanto guito podias quitar o teu quarto à vontade”. Guito, quase certo (guito não existe, guita sim). Agora quitar? Podem ver aqui o seu significado. Mas no contexto desejava-se dizer “alterar”, “mudar”, “melhorar” (quitar de kit). Confesso que fiquei um pouco às aranhas. Ai as convenções….
Temos mais é que nos adaptar. E rápido.
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