sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Choque (a)tecnológico

Como em milhões de quartos por esse mundo fora, também no meu, de manhã há sempre um despertador que toca. Ou vários.
Entre socos e muros – coisas simples que nem sempre são a mesma – eles calam-se mas estranhamente (?) voltam a soar minutos depois. O horrível concerto costuma durar algum tempo sendo directamente proporcional à preguiça, e terminando invariavelmente com a transmutação do besouro em musica.
Bom..., mas até aqui a historia não é nova para ninguém
Novidade, novidade..., é ser atropelado – as 7 AM, irraaaaa!!!!! – por uma voz horripilante a berrar..., “Isaltino..., Isaltino....,Oeiras mais à frente...., Isaltino....., Oeiras mais saúde....., Isaltino ...........”. O espanto deu lugar a um sorriso quando oiço que Isaltino vai construir (e eu não duvido nem um pouco!!!) “mais 4 centros de saúde 4”, para o seu (meu?) bem estar.
Estava a minha manhã a correr tão bem quando de repente vem de lá o “espaço da exclusiva responsabilidade do BE” com um tal Pinto à cabeça. De palavra fácil, discurso Anacleto e raiva no ser, o tal Pinto, Professor Universitário, diz que é preciso acabar com a corrupção em Oeiras e tem a solução na mão. Simplesmente...”deter todos os suspeitos!”.
Assim..., sem mais..., deter todos os suspeitos. Nem mais!
É por estas e por muitas outras que não gasto “energia alternativa”.
Prefiro mil suspeitos à solta a uma única câmara presidida por um bloqueado de esquerda.
Mas quem me manda a mim ouvir manhãs de radio estranhas em emissoras locais esquisitas.
Eu nem moro em Oeiras...

PSL

Cadê???????

O choque tecnológico.

PSL

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Antigos dizeres



«There is an ancient saying among men that you cannot thoroughly understand the life of mortals before the man has died, then only can you call it good or bad.»

Sófocles (497–406/5 a.C.), As Traquinianas

A pior notícia da manhã

Simão Sabrosa em Dezembro no Manchester United!

NCR

Gente estúpida...

...esta que nos governa.
Diz o Jornal de Negócios aqui (link): Os Serviços Sociais do Ministério da Justiça (SSMJ) não são mais caros do que o regime geral de saúde da Administração Pública, a ADSE, para onde vão transitar a maioria dos beneficiários daquele sistema. Segundo cálculos do Jornal de Negócios, feitos a partir das contas daqueles dois regimes, os SSMJ tiveram, em 2004, um encargo médio com a saúde dos seus beneficiários de 485 euros, menor do que a capitação da ADSE, de 530 euros.

Ora se os SSMJ são mais baratos porque é que querem tirar de lá cerca de oitenta mil funcionários?

E repito. Gente estúpida esta que nos governa.

PSL

Campo Contra Campo (XXV)

Vamos então ao denominador comum de Charlie e a Fábrica de Chocolate, A Ilha, Ela Odeia-me e Cinderella Man.
O que inesperadamente liga tão diferentes obras é a forma como se aborda um tema fatalmente recorrente a todo o cinema , mas que surge nesta temporada com uma pujança inabalável. A argamassa que “junta” obras tão diferentes é a família enquanto instituto fundamental de uma comunidade.
Vejamos. O que mais brilha em Charlie e a Fábrica de Chocolate é a forma como Burton trata a família. A do próprio Wonka e a dos diferentes “putos” sortudos. Veja se o que está em jogo e as inelutáveis referencias a Dickens.
Também varias famílias marcam A Ilha. Primeiro uma “família de autómatos”, depois uma “família” que procurando buscar a liberdade, busca também ser aquilo que nunca foi. Impossível não ver aqui – e da forma mais marcante em todos estes filmes – um feroz ataque à crise na célula base da sociedade.
Por seu lado em Ela Odeia-me, encontramos a analise (critica?) da família pós-moderna em que pura simplesmente é preciso recorrer a um “agente externo” para que exista família. Pois..., digam o que disserem família assim não tem futuro; e com jeitinho acabará mesmo com o dito. É a própria negação do seu conceito.
Ora cabe a Cinderella Man fechar este “festival familiar”. De todos, este é o filme onde a “família” representa papel mais central e pragmático.
O curioso é o facto de em filmes tão dispares a família como instituto surgir de forma expressa, embora mais ou menos “à flor do cinema”. Dá que pensar esta neo-preocupação dos grandes estúdios; enquanto nós por cá esperamos Alice, também ele um filme onde a família é cabeça de cartaz.. É que dá mesmo que pensar.

PSL

terça-feira, 27 de setembro de 2005

N PERGUNTAS X



Porque as tempestades têm nomes?

Porque as comunicações (sobretudo de rádio) entre as pessoas e entidades envolvidas na previsão e prevenção de tempestades são mais fáceis e menos equívocas de se concretizarem, reduzindo ou extinguindo, dessa forma os factores indutores de erros ou confusões, que podem prvocar vítimas e danos avultados.

Porque a maioria são nomes de mulheres (Arlene, Katrina, Rita, Ophelia,...)?

Nos finais do século XIX e princípios do século XX as tempestades tinham nomes de santos. A partir do início do século XX começou a sedimentar-se a prática de Clement Wragge, meteorologista australianmo - que dava nomes de mulheres às tempestades tropicais que assolavam a Austrália ainda no final do século XIX -, prática que durou até 1979, data na qual as tempestades passaram a ter denominação feminina e masculina alternadamente. Actualmente, os nomes são actualizados por um comité internacional de uma agência da ONU: a Organização Mundial de Meteorologia.

E quais são as hipóteses de ver o meu nome num furacão?

Lamento, caros leitores, se o vosso nome não é nome de tempestade, pois tenho a 'sorte' de haver um com o meu. Chama-se Michael, tudo bem, é em inglês, mas serve na mesma, pois é tradução literal de Miguel (o meu segundo nome). Para o ano sou furacão... Vejam a rígida lista dos nomes das tempestades em baixo para verificarem se têm nome de tempestade! Se não, há poucas hipóteses de virem a ter, pois esta lista renova-se de 6 em 6 anos, e só algum nome é retirado quando essa tempestade tenha provocado horríveis ou avultados estragos deixando marcas profundas para as pessoas e/ou para a Natureza. Ora confirmem, ou não, o vosso título de furacão:



Está lá? I'm a hurricane...


NCR

Campo Contra Campo (XXIV)

Então afinal o que é que Charlie e a Fábrica de Chocolate, A Ilha, Ela Odeia-me e Cinderella Man tem em comum?

Charlie e a Fábrica de Chocolate, ****



Já tudo foi escrito e dito sobre mais um sonho do genial Burton. Fresco, divertido, cómico, e fundamentalmente uma espécie de colecção de cromos, onde estes são pedaços de outros filmes de outros cineastas ou mesmo do próprio Burton. Um copy-paste genial e revisitado que ainda assim... sofre do complexo “do copo meio vazio”. As expectativas..., ai as expectativas.

A Ilha, ***



Muito melhor do que se escrevinha por ai. Uma ideia gira, um argumento original, excelentes decors e o fabuloso espectáculo dos (e)feitos especiais no seu melhor. Mas..., com actuações sofríveis – ohhhh..., perdoa-me minha querida Scarlet, mas não posso culpar eternamente (!!) os teus directores. Suspeito que som e sua montagem são “oscarizaveis”.

Ela Odeia-me, ***



Já não via Spike Lee há muito. Sabe filmar como poucos e este não é excepção. Excelente argumento, boas historias e mais uma machadada de Hollywood no “Bushismo” – que palavra horrível.
Ou seja todos os que escrevem que este é um filme de lésbicas, um preto poderoso, e muita criancinha estão profundamente enganados. Ela odeia-me é muito muito mais que isso; é uma tenaz critica aos tempo que correm do lado de lá do Atlântico Norte. E supremo gozo, Bush – no genial genérico – só vale quinhentos paus!


Cinderella Man, ***



Sou suspeito. Sempre gostei muito de filmes de boxe. Dão sempre uma plástica muito especial; com historias onde as antiteses dançam ao som de um gongo e ao sabor do bailado dos praticante da “nobre arte”. Este é um filme bonito. E o melhor que dele se pode dizer é que é catartico. Sem querer (querendo) todos acabamos a torcer pelo sucesso de Jim.


Mas afinal o que é que tantos filmes, de inspiração tão diversa, com Homens do leme tão destinos têm em comum?
Não me levem a mal..., mas esta posta já vai longa...., fica para amanhã. Prometo.


PSL

1968 foi ontem...



...vinguem-na!

PSL

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

PALETA DE PALAVRAS XXV

Tiro político no pé soberano



A greve dos juízes constitui um bom exemplo de como a sociedade portuguesa (e não só) tem pululado com demasiada frenquência por terras da mediocridade. Para além de passar um atestado de menoridade intelectual àqueles que a deliberaram, os juízes auto-aplicaram o mesmo substantivo à sua (esquecida) condição de titulares de órgãos de soberania! Queixam-se de serem tratados como meros funcionários públicos, queixam-se da falta de dignificação da 'classe' por parte dos políticos e das medidas restritivas do governo, queixam-se da «má-fé» e das atitudes irresponsáveis dos sucessivos governos, mas simultanemente colocam-se ao nível de um simples funcionário público, actuam com ausência de sentido de estado e desonram a função judicial. Como se retira do comunicado da respectiva associação sindical, fazem greve porque o governo legisla mal?! Porque demontra desconhecer a «realidade processual e do sistema judicial português»?! Porque faz «perigar o estado de Direito e inviabiliza o desejado e necessário progresso social e económico»?! Porque o governo, recorde-se, «continua a gastar quantias inconfessadas (...) em despesas por consultadoria, pareceres e patrocínios prestados por certos escritórios, dominados por figuras conhecidas do meio político»?! Porque «o governo insiste em obrigar os cidadãos utentes dos tribunais a pagar quantias significativas a solicitadores de execução»?! Por último, tal cereja no bolo, no final do comunicado pode ler-se: «exige-se, primeiramente, um reforço da independência dos tribunais, tornando-os cada vez mais imunes a interferências políticas que condicionem negativamente o desempenho deste órgão de soberania»!

Afinal de contas, se não querem intromissões do poder político, porque então fazem uma greve (de função pública), por razões políticas, para influenciarem o governo?!

A magistratura é, de facto, uma profissão, ou seja, umá actividade não política, ao contrário dos cargos de outros órgãos de soberania - por isso os juízes podem fazer greve -, mas lançar mão de uma greve pelas razões apresentadas (quase todas cuja responsabilidade e ingerência não lhes compete), escamoteando a verdadeira razão que é a perda de algumas 'regalias' (julgo que não são nem direitos, nem privilégios), tal como a grande maioria da população está a sofrer? A greve para os juízes deveria estar como o estado de sítio ou de emergência está para o estado de direito. Existe, mas deve ser utilizada apenas em situações excepcional e manifestamente graves para a função judicial. Ora, alocar recursos nacionais, traçar o programa de desenvolvimento social e económico do país ou fazer leis e regulamentos, que eu saiba, não fazem parte do poder judicial!

NCR

Campo Contra Campo (XXIII)

O que dizer de um filme como....

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BLOG ARCADIA (BA): Ohhhhh ohhhh, pára tudo!!!!
Campo Contra Campo (CCC): Então porquê?
BA: O que é feito de ti Campo Contra Campo, que não te vejo desde este post.
CCC: Oh Blogue desculpa lá mas...
BA: Nem mas..., nem meio mas, eu quero saber porque te ausentaste por quase dois meses? Isto aqui não é o “Deus Joana”!!!
CCC: Sabes, querido blogue, estive de férias e...
BA: Dois meses??? Mas quem está de ferias dois meses? O gajo que te anima???
CCC: Não..., quer dizer...
BA: Mas quem é que tu queres enganar??? O PSL já voltou de férias há muito...
CCC: Sim mas...
BA: E queres dizer-me que o PSL em dois meses não foi ao cinema????
CCC: Pois..., não tenho desculpa por esta ausência.
BA: Não tens desculpa..., mas se tivesses, também não as queria.
CCC: Vá lá querido blogue, não sejas assim..., que mau feitio..., alias tu não és assim, porque é que te estás a armar em durão
BA: Tens de ser castigado!!!
CCC: Sim..., mas com prazer. Olha, a propósito..., sabes o que é que Charlie e a Fábrica de Chocolate, A Ilha, Ela Odeia-me e Cinderella Man têm em comum.
BA: Não faço a mínima ideia...
CCC: então lê o próximo Campo Contra Campo...

PSL

Rolo de 36 5/36

As "ferias grandes" de 2005

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Croácia – Céu (algures...) sobre a Ístria, Agosto 2005..

sábado, 24 de setembro de 2005

Cor de surfista



Para um surfista, ainda que amador, o tempo é azul e água. São duas coisas bem diferentes, mas confundem-se, tal como dizer que o mar é azul. O mar não é azul, nem as ondas são brancas, mas o azul é a cor que o surfista gosta de ver. É a cor da praia, é a cor que prefere ver no céu e é o tom mais bonito que uma imagem de surf pode ter. Enquanto se surfa, o tempo passa azul, corre azul e espera-se azul. Um tempo que congela quando nele se desliza. Nenhum surfista consegue odiar o azul, seria como uma freira odiar o branco, um benfiquista detestar o vermelho ou a um ecologista repugnar o vermelho. A relação do surfista com o azul é a mesma que um relógio tem com o tempo. Não exige uma relação de amor eterno, mas são inseparáveis. Surfar é mais do que preencher o tempo, é congelar o tempo. Tempo, azul, surf são elementos integrantes de um surfista, sobretudo profissional. Por um segundo se perde, por um segundo se ganha. E num segundo pode acontecer uma maravilha da natureza pessoal, a pontuação mais perfeita, a manobra mais bonita, a melhor razão da nossa felicidade. O tempo assiste, o azul patrocina e o surfista agradece, dando cor ao seu brilho interior.

NCR

«PASSARAM AINDA ALÉM DA TAPROBANA» II

- Lance Armstrong, pela sétima vitória consecutiva na Volta à França em bicicleta

- O jornal A Capital. O seu fim foi inesperado ou nem tanto. Luís Osório deixa uma marca de diferença na direcção de um jornal, quer pela coragem e frontalidade das posições políticas assumidas pelo jornal, quer pela abertura e juventude de espírito no tratamento das notícias e no alinhamento diversificado dos colaboradores

- A voz e a locução de Eduardo Rêgo, no programa BBC - Vida Selvagem (SIC). Esta voz (quase) merecia um Prémio Nobel da Paz.

- Mais uma vez, os islandeses Sigur Rós com o seu novo álbum "Takk...". Escreverei um post sobre eles brevemente

- O piano e a voz de Wim Mertens. Sempre.

- A extraordinária série norte-americana CSI:Miami (SIC e AXN). Horatio Cane (protagonizado por David Caruso), tenente e formado em Química, merece também uma referência pela inconfundível postura técnica, verbal e corporal face aos crimes, suspeitos, criminosos e colegas. É simplesmente fabuloso ver esta série e como combina ciência e técnica com raciocínio e instinto humanos. Uma incrível fonte de conhecimento sobre a investigação criminal.



- A série The O.C. - Orange County, California - (RTP), onde o mar está sempre presente. Série bem escrita, arejada, didáctica, com excelente casting, magníficas paisagens e uma banda sonora de muito bom gosto diversificado e adequado às realidades da série. Superado o estigma adolescente e social a que esta série se sujeita, dado a idade média dos protagonistas e a (maioritária) condição social que representam, ela retrata a América e trata as personagens para além desses preconceitos pejorativos e, até, dos europeus.


Querem mais argumentos? Vejam a série.

NCR

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Et pour cause

«Democracy cannot succeed unless those who express their choice are prepared to choose wisely. The real safeguard of democracy, therefore, is education».

Franklin D. Roosevelt (1882–1945), "The Wit and Wisdom of Franklin D. Roosevelt, Government and Democracy", p. 29, Peter Pauper Press (1982).

Fazemos companhia à Turquia nos países da OCDE com maior atraso educacional, segundo o relatório "Education at a Glance - 2005"! E não há debates, entevistas com a Ministra, análises nos 'programas' de maior audiência ou nos 'telejornais'?! E dá-se destaque mediático a uma foragida da polícia, às declarações de Co Adriaanse sobre o futebol português, à baixa política?! Será que os mortos que morrem na estrada e os problemas dos vivos deste país que se deleita em afundar no seu lamaçal não têm direito a 15 minutos de discussão?!

Nunca concordei com os argumentos de Karl Popper a favor da perigosidade que os media representavam para as democracias, mas confesso que afrouxei a minha convicção. É que, como ele bem dizia, a democracia é o único sistema político em que se pode votar contra o mesmo. Isto na linguagem surfista tem um nome: localismo.

NCR

Artigo a ler

de Umberto Eco, sobre a dependência do telemóvel, ou melhor, sobre alguns tópicos indutores de reflexão sobre o papel e a (real) importância do telemóvel:

Telemóvel revisitado

NCR

PALETA DE PALAVRAS XXIV



«As torres do sentido são ubíquas
onde as ondas acabam
há um mar de acordes»

Ana Hatherly, in "Fibrilações"

ESPUMAS XV



«Quando quase tudo cai à minha volta, ou sinto cair, não sei o que devo fazer. Sorrir? Respirar fundo? Deixar-me ir? Hoje é um dia assim, quase tudo se fecha sobre mim, como a um epicentro num redemoinho exaurindo-me em decadente desnorteio, como em voo de brinquedo maltratado pelas mãos loucas de uma criança, continuamente manipulado ao sabor da feliz e saudável inconsciência pueril. Ao menos se me sentisse criança, talvez pudesse enfrentar o que há de pior nestes dias. Por vezes, a ignorância e a alienação são grandes amigas do conformismo. Mas devo conformar-me? Hoje estou mesmo naqueles dias… por dentro e por fora… escrevo para enganar o que de há de forças em mim. A folha branca é boa companhia nestes Invernos sem visão. Ao menos não me foge, ouve-me e ajuda-me, ainda que em vão, a escapar às más rotinas viciosas do meu ambiente. Hoje é daqueles dias em que não desejo ver ninguém, a conversa maça-me, o pensar sobre coisas que não me incomodam aborrece-me, responder às pessoas abomina-me. Nem sequer quero raciocinar. O dia não está para obras e muito menos de neurónios, que a destes sim são pesadas. Hoje não estou para convívios nem para conveniências. Já que estou mal, abjuro todas essas pavoneadas socialites. Não tenho mesmo paciência para nada, ou melhor, só tenho mesmo paciência para o nada, excepto para a minha vontade, precisamente a de não fazer nada. Na verdade, a humanidade hoje nem sabe do que se salva, pois se eu tivesse o dom da omnipotência fazia desaparecer este planeta, todinho, como a um brinquedo feio, pequeno e mau nas mãos loucas de uma criança. Acabavam-se todas as grades e vaidades, tretas e conversetas, jogadas e pancadas. Hoje é mesmo um dia daqueles. Vou perdendo a noção do que digo, ou talvez não. Talvez seja antes a noção desta matrix ilusão em que tenho vivido. Não sei que dia é este. No fundo e no profundo não quero saber. Sei que sinto o tempo a sobejar-me. Entranha-me sem eu me esquivar. Que raio de dia é este?! Não me conformo. Ou será esta a razão deste caminho? Pobre folha branca, como eu,… se lesses o que carrego no teu peito, tinha castigo tablado em lápide para sempre. Não te lances a mim, não tenho mal e tampouco mãos de tesoura. Tento apenas mapear o meu lugar, substituir o respiro pelo inspiro e exprimir, exprimir, exprimir até conseguir algum sorriso normalmente feliz. Será este o meu destino? E em que dias comando esse desígnio?»

NCR

P.S. - Para os meus amigos mais incautos leitores deste blog, digo-vos que a rubrica Espumas é pura escrita criativa, ou pelo menos tenta ser. Não confundam criatividade com realidade, ainda que naturalmente haja pontes. Dessa forma, poupam um e-mail ou telefonema e eu uma risada. Bem hajam.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

PALETA DE PALAVRAS XXIII

«Se desces tão fundo nesse mundo
imperativo e tão teu,




Se não vês a queda e o profundo
mar caído do céu,





Não é a onda ou o estudo
que te afunda no breu,





É o prazer que te faz surdo
e a razão que ensandeceu.»





© Miguel Pessoa Campomaior, in "Poesias Urbanas"

Que mau aspecto..., o Rita tem



Hurricane Rita is history's third most intense. Texans flee as Category 5 storm churns across Gulf(...)



PSL

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

PALETA DE PALAVRAS XXII

«The great question which in all ages has disturbed mankind, and brought on them the greatest part of those mischiefs which have ruined cities, depopulated countries, and disordered the peace of the world, has been, not whether there be power in the world, nor whence it came, but who should have it.»

John Locke (1632–1704), "Two Treatises of Government", p. 218, ed. Peter Laslett, Cambridge University Press (1988)

NCR

Uma porta para o abismo

Uma manhã aziaga para os Direitos Fundamentais?
Escreve hoje o Público com base no acórdão de 25 de Agosto do Tribunal Constitucional: “não é inconstitucional o entendimento de que as escutas telefónicas são válidas, mesmo quando não houve prévia audição pessoal do juiz, mas aquelas foram apenas acompanhadas pela leitura dos textos, completos ou em súmula, apresentados pela Polícia Judiciária.”
O publico não diz qual acórdão, mas o ARCADIA gosta de fazer serviço publico. Aqui (link) pode ser encontrado o acórdão n.º 426/2005 que pode mudar muita coisa no universo das escutas telefonias em Portugal.
São cinquenta paginas que devem ser lidas coma máxima atenção por quem gosta “destas coisas”.

PSL

Detenção ilegal!?



Ou muito me engano ou faltam pouco mais de vinte e quatro horas para a senhora da foto passear em ombros na sua terra.

PSL

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Só sei que nada sei...

Coisas estranhas se passam neste país. Um jogador de futebol aos 34 anos escreve uma autobiografia (!), cujo livro é prefaciado pelo presidente da república (!) e, crème de la crème, é recebido por este em audiência particular! Como é que alguém com aquela idade escreve uma autobiografia?! Mais, ainda diz que sobre o seu actual presente futebolístico fica para o segundo livro! Qual? Autobiografia II?! E... quo vadis... vai por aí adiante, estilo saga Star Wars?! Ou irá inaugurar um novo estilo literário, a autopóstumabiografia?!

As esposas, companheiras ou amigas, como queiram chamar-lhes, dos militares vão fazer uma manifestação nessa condição (!) contra a decisão do governo em proibir a manifestação dos militares (!) contra, por sua vez, as medidas restritivas do exercício dessa profissão, designadamente a extensão do prazo através do qual poderão requerer a pensão por reforma. Mas alguém diz aos jornais e jornalistas e aos políticos que o governo, ou melhor, o governo civil, não autoriza manifestações, antes apenas intervém se, e repito, se a manifestação for ilegal! Só quem não é jurista tem justificação para não saber a diferença.

Outra: Portugal tem um candidato presidencial pela terceira vez (!) que se candidata para que um candidato a candidato (!), que já foi candidato presidencial uma vez, não ganhe as eleições como um passeio a Belém, ou seja, "sem luta" (!) e, também, porque é saudável (!) para a democracia haver um confronto de ideias "novas" (!) e "revitalizantes" (!). Parece que andam a brincar?! Só sei que nada sei... Ah! E parece que há um candidato presidencial jovem que se candidata porque surgiu um outro candidato presidencial repetente apoiado por um partido político concorrente, na ideologia e na votação, todavia, e apesar de não ter qualquer hipótese de ganhar (estamos a falar de eleições presidenciais e não de legislativas, para o caso de estarem confusos) esse jovem candidato diz que se candidata sim senhor, mas votará num candidato presidencial na segunda volta, que se prevê perder na primeira volta das eleições (!), mesmo que seja a única (!) por causa dessa manceba candidatura (!!).

Só mais uma, a pior de todas: alguém me consegue explicar como é que num país supostamente civilizado e não estando em estado de guerra se verifica 32 mortes nas estradas numa semana?! TRINTA E DUAS!! E a notícia que abre os telejornais é a manifestação, contra a falta de uma manifestação, das esposas, companheiras ou amigas, como queiram chamar-lhes?!!

Não vai ser só na TVI, pois qualquer dia quem nos governa são mesmo os espanhóis. A pedido de muitas famílias...

NCR

N PERGUNTAS IX

Será que no tempo em que Portugal era uma nação violenta, bárbara e de maus costumes, ou seja, sobretudo nos últimos três séculos e meio da Idade Média, também havia abutres por cima dos seus castelos da governação?
É que se não havia, eram tempos bem diferentes!



NCR

Rolo de 36 4/36

As "ferias grandes" de 2005

sarajevorosas


Bósnia - Rosas de Sarajevo, Agosto 2005.

Magníficos Dias Atlânticos (XVIII)

Ou como alguém disse ontem, é uma vida marciana.
O problema - ou não...- é que não há bem que sempre dure, nem mal que não acabe.
A rica vida tem fim à vista; mas até o canto do cisne parece ser lento e belo.
É o que me sussurram.

PSL

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

PALETA DE PALAVRAS XXI

«tenho um sol sobre a pleura
e toda a água do mar à minha espera.»

Mário Cesariny

O regresso da bola, o regresso dos assaltos!

O futebol é um desporto de inverno.
Em Agosto não tem piada ir “à bola”. Agosto é tempo de ir em “outras bolas”...
Assim o futebol, para mim, começa em Setembro..., se não em Outubro. Não sou o único a pensar assim..., e o meu querido clube este ano decidiu “dar de avanço” aos seus rivais. Quem viver verá o resultado da coisa.
Vem tudo isto à guisa, da abertura da época – pelo menos para mim, repito – ontem na nova catedral.
O Benfica ganhou justa e claramente frente a uma frágil (des)União de Leiria.
Mas...,para alem dos belos momentos de futebol e da sensação de rever os amigos retive algo muito importante.
Sejamos claros: O Benfica ontem foi vergonhosamente roubado por uma arbitragem vergonhosamente ardilosa de um tal Elmano Santos.
Pode parecer ridículo vir para aqui escrever que o Benfica foi roubado num jogo que venceu por quatro bolas a zero.
Pois..., na minha perspectiva é precisamente nestes jogos que devemos tentar desmontar o esquema.
Dualidade de critérios, não cumprimento da regra da amostragem de cartões amarelos, erros técnicos, uma clara grande penalidade que ficou por marcar a favor do Benfica (estava o jogo em 1-0)..., tudo isto apenas na primeira parte.

90

Ora...., serve então a presente missiva - ainda e também - para alertar àqueles que enchem o éter blogosferico com a sua inveja, falta de educação, má formação e outros desvios comprometedores como a mentira, para alertar, dizia eu, que não são os únicos que vêm futebol cá na terra.
CAA (ex-Matamouros, hoje um dos blasfemos) devia ter vergonha quando fala de bola desta maneira. Será que CAA quer comentar a jornada deste fim de semana, em especial a arbitragem do jogo do seu clube?
Sim..., é que nós por cá não perdemos tempo a falar dos outros. Gostamos mais de falar dos uns.
E sempre que CAA espalha o seu lixo no luxo que é o Blasfémias acabo sempre a questionar-me. Quando é que será que os Blasfemos se livram dele? Ou será que antes disso ele entende de uma vez por todas que está a mais naquele excelente blogue?

NOTA IMPORTANTE: A linda foto que acompanha esse post foi me enviada por um daqueles Benfiquistas à moda antiga. Um Lampião dos sete costados que tive o prazer de conhecer o ano passado nas bancadas da nova luz e que com quem tenho o prazer de conviver – não só com ele, mas com toda a família que se criou naquele pedaço de bancada – de quinze em quinze dias. Obrigado Pedro.

PSL

DIA-MENTOS VIII

Será que andam a chegar a tempo?



O amanhã pode ser tão longo...e há palavras tão curtas.

Ou, ingenuamente, julgam-se, com sobranceria, que ja estao acima da idade?

Bom-dia!

NCR

As vezes existem manhãs com boas noticias...

North Korea has agreed to give up all nuclear activities and rejoin the nuclear non-proliferation treaty, following a breakthrough at talks

PSL

Corrida ao Poder...



...como devem (o verbo tem o sentido de hipótese) saber, na quinta de Orwell os animais fartos da ditadura hegemónica dos humanos, tomam o poder e proclamam uma regra básica e universal: "Todos os animais são iguais". Depois do poder distribuído e organizado, os porcos destacam-se no seu exercício. Com o poder nas mãos, e dado que tomam um estatuto social e político diferente, deliberam que aquela regra precisava de um acerto. Era melhor regra aquela que proclamava que "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros".

Naturalmente, Orwell quando escreveu esta fábula não estava a pensar em Portugal (antes em Stalin pela sua traição à revolução blochevique), mas Portugal cada vez mais parece uma quinta, pior, uma quinta de animais, em que os porcos governam-se e os outros animais são cada vez mais desgovernados. Um país desumano, portanto.

E depois admirem-se que os Avelinos, os Isaltinos, as Fátimas e os Valentins ganhem as eleições! Foi você que pediu...?

Portugal não passa de um anúncio sem respostas.

NCR

domingo, 18 de setembro de 2005

Back to Basics

PALETA DE PALAVRAS XX

LISBOA

«Regressas estátua sem o querer
ao largo Olissipo de cume verde,
são ervas crescendo para morrer
no barulho mecânico da cidade.

Nos teus olhos postos e urbanos
correm pessoas e canais,
são velhos, cavaleiros, espaciais,
de carro, de avião, do mais e mais.

Vira-te Lisboa e não regresses
ao tempo donde partiste, chora
a tua destruição~e despe as vestes
e pára a chegada que te devora.

Os dias exigem ambição, resguardo e vaticínio,
sem demagogia política
não está no coração desta lusa nação,
carnavalesca seca de acendalha atípica.

Paciência, diz o pêlo à pele,
suportas tu a pressão opressora?
Desta varanda calçada calculadora
conta-se o ruído que o diabo te amolece.»

© Miguel Pessoa Campomaior, "Poesias Urbanas"

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Rolo de 36 - 3/36

As "ferias grandes" de 2005

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Eslovénia - Agosto 2005. Pausa Alpina.

PALETA DE PALAVRAS XIX



O Paradoxo da Busca

- Como conseguiste abrir a porta que tantos tentam abrir? Como descobriste as maçanetas desse portal para a vida de sonho, se elas são invisíveis ao olho humano? Como fizeste para a atravessar quando raros foram aqueles que te precederam? E o que viste? É assim tão fabuloso quanto dizem, onde a beleza é banalizada por uma realidade de ficção, a felicidade é superada pela atenção ao próximo e a tristeza tão vaga que as lágrimas derramam a brincar? Mas,...porque voltaste então, desse lugar cheio de utopia humana? Tanto talento e tenacidade nessas veias vermelhas de saber e suor? Porque regressaste desse mundo?! Responde-me, por favor.
- Não conseguirás perceber, mas eu digo-te: esse mundo de que falas não é humano. Para mim seria desumano viver naquele mundo.
- Desumano?! Desumano foi conseguires atingi-lo! Quase ninguém consegue tal proeza!
- O sucesso nem sempre significa realização.
- Realização?! Enlouqueceste?!
- Eu bem te disse que não irias perceber...conheces alguém que regressou desse teu mundo perfeito?
- Então...porque são tantos aqueles que querem entrar naquela porta?
- Pela mesma razão de tantos perseguirem algo que desconhecem!
- Não entendo...
- Não te preocupes, está na nossa natureza. A insatisfação é a mãe de todas as descobertas. É esse desejo de procura que transforma o mundo. O que as pessoas raramente reconhecem, é que vivem na melhor terra para o construir.

NCR

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

O que queres ser quando fores grande!?

Ser livre?



"Summer Boys"
by Wilson Tsoi

De volta...




...à bicicleta e ao skate... perde-se o estilo quando depende de nós podermos comprar tudo aquilo que não nos faz falta. Outros tempos... a vida é uma roda em batalha... e lá vem o aquário outra vez... The way we get by. Uma praia, por favor!

NCR

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

PALETA DE PALAVRAS XVIII

Soneto da Separação

«De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.»

Vinicius de Moraes

ESPUMAS XIV

Não podemos querer ter o melhor de dois mundos, mas pior do que isso é viver os dois mundos como se fossem um. Existem dois mundos, o do querer e o do poder, ou seja, aquele que conseguimos viver. O mundo que queremos não chega, todos sabemos, o mundo que realizamos soçobra do que esperamos dele. O confronto é fatal, no entanto, a capacidade de resposta e a vontade de o ganhar não é de igual medida para todas as pessoas. Porque, para além dos feitos e dos feitios, há sempre um mundo que prevalece em cada pessoa. Numas, predomina o mundo ideal, noutras, o mundo real. Assim, as nossas acções e os seus efeitos estão aquém ou vão para além do que somos, consoante a condição seja idealista ou realista. É uma luta desigual esta que travamos contra nós mesmos, ainda que com prazo vitalício, pois somos incapazes de nos realizar plenamente sem todos os outros (o nosso alter ego e os egos daqueles que também aqui vivem): os egos raramente se harmonizam. É como a relação do carbono e do oxigénio neste mundo humano: ambos são essenciais para os outros (o Homem, a Natureza), todavia, é através destes que aqueles asseguram a sobrevivência do seu elemento. Podia dizer que é uma cadeia, mas prefiro não pensar nessa palavra. O pessimismo é inimigo da liberdade.

NCR

Esquadrão G

Louvo a presença deste programa e não concordo com nenhuma crítica negativa relativa à existência (não ao conteúdo) da polémica série. Todavia, objecto quanto à ideia passível de construção através da visão do mesmo, que é a seguinte: ser gay é sinal de bom gosto!...
Isso é que não!
Como diria um velho político bon vivant no activo, “Olhe que não, senhor doutor!”.
Há de tudo, pois claro...

NCR

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

Magnificos Dias Atlanticos (XVII)

Temporariamente em...



Sim que isto de trabalhar enquanto os outros estão a dormir ou no seu belo fim de semana tem as suas vantagens...
Vamos ao que interessa.
Os próximos dias serão ocupados a descobrir esta linda onda.



Os “super” não são meigos com “meninos tenrrinhos de Lisboa”..., por isso vamos com calma, para ver se volto inteiro.
Vão ser dias de concentração. Um mini estagio de ondas de manhã, à tarde e... bem por aqui me fico.
Sempre quero ver o que esta mini-surftrip à Portuguesa me vai trazer.
Que a força, a sorte e a alma – a ordem dos factores é totalmente arbitraria – esteja comigo.



Até breve e um ultimo desejo de meio envergonhado: Neptuno, Santa Barbara, São Pedro e todos os outros..., não é preciso estar assim tãoooooooo grande como nas fotos, tá????

PSL

domingo, 11 de setembro de 2005

Rolo de 36 - 2/36

As "ferias grandes" de 2005

plitvica7

Croacia - Plitvica Jezera, Agosto 2005. Elementos.

sábado, 10 de setembro de 2005

Por cá a blogosfera está outra vez em forma

No Bloguitica, Paulo Gorjão lançou ontem este (link) desafio.

Entretanto José Pacheco Pereira sugeriu algumas mudanças em tal iniciativa (link).

Paulo Gorjão aceitou e escreveu aqui

José Pacheco Pereira provavelmente tem razão. Façamos como sugere: «uma lista das estruturas partidárias nacionais e regionais dos grandes partidos do poder – Distritais do PSD e Federações do PS – com identificação dos cargos de nomeação partidária dos seus membros, agora e no passado».
Devo dizer que, nos actuais moldes, me soa a uma tarefa ciclópica, pelo que se mantém o pedido de divulgação noutros blogues desta iniciativa reformulada.
Os dados deverão ser enviados para o email: paulogorjao@gmail.com.


Também a mim me parece uma tarefa hercúlea..., mas nada como tentar!

Ou muito me engano ou é desta que a blogosfera Lusa desmonta de vez alguns vícios deste regime.

PSL

Por mim está desculpado...



O pior é que isto não é brincadeira é a serio (ver aqui).
Proponho desde já que todos os votantes PS nas ultimas legislativas copiem a brilhante ideia. Talvez a Capital e o Comercio do Porto voltem a ser publicados.

PSL

Al-kabbara – as saudades que eu já tinha da minha alegre casinha

Sim, é verdade que gosto muito da onda de Carcavelos no Inverno. Pesada, com personalidade vincada, por vezes muito explosiva, mas sempre com parede e um ambiente único na praia
Sim é verdade que gosto muito da onda da Praia Grande no verão. Pesada sem ser suave, manhosa e matreira que nos envolve sem fim. Uma envolvente magica.
Mas onde me sinto realmente bem é em casa.
Tal como gosto de ir a casa de amigos, de viajar e ficar em casas desconhecidas, quartos de hotel, parques de campismo..., adoro aquela sensação de regresso à minha casinha – quem não gosta...?
E é lá em al-kabbara que me sinto em casa. Do ultimo pontão para sul estou confortável, relaxado, concentrado. Sinto me bem, fico atrevido, audaz e malandro.
Tinha muitas saudades da minha alegre casinha.., hoje que 3 a 4 pés de onda beijaram as suas línguas de areia, como já há umas valentes semanas não o faziam
Amanhã há mais – e esperemos ainda melhor – lá em al-kabbara.

PSL

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Não tentem isto em casa

Se pensa que sabe andar de mota?
Se pensa que sabe o que é andar de mota?
Tem de ver este dois vídeos – aqui e aqui.

NOTA: O interesse da coisa é que aquilo são motas com bem mais de trezentos quilos construídas para atravessar continentes a direito, e aqueles dois rapazes pura e simplesmente fazem com que elas pareçam desportivas de cento e poucos quilos curvando com elas bem para lá dos limites. E..., ninguém se aleijou.

PSL

Rolo de 36 1/36

As "ferias grandes" de 2005

sarajevobascarsija

Sarajevo, Agosto 2005. Entardecer em Bascarsija.

Coisas simples que (também eu) não entendo...(II)

"Como a história mostra um Governo que tolere a rebelião entre os militares deixará de ter condições para exercer a autoridade civil. Espera-se que a mensagem que as chefias militares ontem [dia 6] colheram em Belém tenha sido a de que têm a obrigação de garantir a cadeia de comando nas forças armadas no cumprimento das decisões do poder civil(...). O lugar das fardas é nos quartéis."

PSL

#500

Obrigado, a todos(as) que nos leram nos primeiros 499 post’s do ARCADIA.

PSL

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Coisas simples que (também eu) não entendo...(I)

(...)O objectivo é apenas questionar porque é que no dia 03 de Setembro aquando da subida do preço nos mercados internacionais, a Galp Energia subiu os preços em 3 cêntimos, reagindo no próprio dia à alta esperada pela passagem do furacão Katrina pela zona dos poços no Golfo do México, e agora que os mercados transaccionam a preços de meio de Agosto, o porquê de passados 5 dias a Galp Energia ainda não ter descido os preços?

As contas são simples de fazer. Por cada cêntimo na gasolina e tendo por média o valor mensal de litros de combustíveis consumidos em Portugal, quanto não encaixará a petrolífera? Uma questão que a Autoridade da Concorrência deveria analisar.

Novamente, a mesma pergunta: Face à quebra de 13 % nos mercados internacionais, e tendo em conta que o conselho de preços da Galp Energia se reúne diariamente, para quando uma descida dos preços praticados ao consumidor?


PSL

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Jovem com frequência universitária, culto e educado, amante do ar livre e de desportos de aventura, bronzeado, oferece-se para carregar em detonadores de brincadeira. Especialidade: detonação de governos. Experiência: nenhuma..., mas aprendo depressa.
PS: deito a língua de fora.

Imagem “refundida” no blasfémias.

PSL

Hoje na 2:

Para tudo há sempre uma primeira vez.
Não me lembro de ter escrito um post sobre um programa de televisão, nem aqui nem no defunto ad libitum.
Hoje a 2:, pelas 23 e 30, passa o quarto e ultimo episódio de Mar das Índias. Esta é uma serie “que é resultado de uma co-produção entre a RTP e a Comissão dos Descobrimentos” realizada em 2000. No sitio da RTP (link) podemos ainda ler que “Os quatro episódios, apresentados pelo jornalista Miguel Portas, percorrerão as rotas comerciais que conduziam a terras de Tanzânia e Zanzibar, Moçambique, Etiópia, os territórios do Iémen, e a Índia.”



Ontem ainda pude rever um pouco do episódio dedicado aos territórios do Iémen, onde se deu a conhecer os povos e cidades do interior, a milenar agricultura de socalcos, o problema do cat – o “ópio” do Iémen -, enfim um mundo distante, magico, economicamente pobre, mas riquíssimo no aspecto cultural.
A não perder o episódio de hoje dedicado à Índia.
E vejam bem..., porque existe um atractivo suplementar. Ficamos com a certeza absoluta que Miguel Portas é muito melhor apresentador de documentários televisivos do que político..., tendo trocado uma carreira brilhante pelas actividades circenses dos “bloqueados de esquerda”.

PSL

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Em breve...

Hoje perdi umas valentes horas a depurar mais de 400 fotos tiradas nas ferias. Do muito bom ao medíocre há de tudo. A pedido de varias famílias, aqui aparecerão algumas das melhores imagens..., talvez um rolo de 36...
Em breve...

PSL

Saudades do meu skate...

...e da minha bicicleta.



CAUGHT BY THE RIVER
Doves


Agora, o skate chama-se prancha e a bicicleta chama-se carro. E o ténis começa a ser uma miragem. Restam-me os ténis para o jogging bisemanal, quando pode sê-lo. Perto de um rio.

Saudades são divãs, diria-me Pessoa.

NCR

4:06 AM

Favas



Hoje saíram me a mim.
Não uma, mas sim um prato cheio delas.
Foi quase uma “fabada asturiana”. Já provaram?
Lindas horas para sair do trabalho! São??? Não, são??
E parece que na quinta será igual. Ou pior!
Riam, riam..., com a desgraça dos outros..., seus malandros.
Mas olhem que quem ri por ultimo...

...acho que quem vai pagar isto tudo são os supertubos...
Prá semana. Se eles me deixaram lá entrar...
...e se não for nos super, será em molhe leste.

PSL

2:15 AM

Apenas nestas horas, descobrimos a companhia que a radio pode ser.

PSL

terça-feira, 6 de setembro de 2005

ATENÇÂO (a seguir com)

Desculpem enganei-me.
Sempre pensei que Portugal era no continente Africano mas..., eis que de repente... estamos mais perto da América Latina..., dos anos 70.
A coisa tinha graça se não fosse um assunto do mais serio que algum dia uma geração inteira assistiu.
Os pobres diabos que nos governam andam a brincar com o fogo. Pode ser que nos queimem a todos.
A ler aqui.

PSL

Portugal é isto

Festa Avante powered by Jumento: aqui.

Magnificos Dias Atlânticos (XVI)

Ou nem por isso
A “saga” aqui começada – que desde o seu nascimento sabia muito bem ter os seus dias contados – está final e infelizmente a chegar ao fim.
Eu bem avisei que ele seria intenso mas curto..., como todos os outros. Verões.
Quando de manhã cedo cheguei ao local do crime, no lugar do azul havia cinza, no lugar da luz, escuridão. No imenso areal deserto já não havia brincadeiras de miúdos ou graúdos. Naqueles lugares onde ainda à dias centenas de pessoas davam largas ao seu bem estar, hoje a chuva miúda e fria era Rainha. As ondas, pequenas, e feridas pelo vento, morriam sem graça ou gloria naquele castanho, hoje, escuro. Sem prazer ou dor.
As primeiras borrascas de verão não vêem sozinhas. Com elas trazem a nostalgia, mas também a razão.
“Não há bem que dure sempre nem mal que não acabe”.
Por isso é que as moedas, todas, têm sempre duas faces.

PSL

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

A ser devorado...



"Fernão de Magalhães - Para Além do Fim do Mundo"
Laurence Bergreen
Bertrand Editora

PSL

N PERGUNTAS VIII



Será que Nova Orleães (território outrora francês vendido aos americanos por Napoleão em 1803) através da negligência, inépcia e abandono dos poderes federais, pagou pela arqui-inimizade entre a França e os Estados Unidos da América?

Talvez não, mas até que ponto este (pré-)sentimento desconfiado, avesso e malquerente dos americanos face aos franceses contribuiu para que a a sobredita negligência, inépcia e abandono a que muitos planos estaduais e órgãos federais votaram o estado de Louisiana (nome derivado do rei francês Luís XIV), é o que somente com algum estudo histórico e análise sociológica e antropológica poderíamos saber.

Curioso é o pecado original dos EUA face `a França: é que provavelmente se não fosse a França, os EUA não passariam hoje de uma, ainda mais, recente extensão ultramarina do Reino Unido, provavelmente dividida por vários estados independentes. Sem a França, dificilmente os colonos norte americanos se tornariam independentes da soberania inglesa. Uma temática que assola muitos historiadores e patriotas francófobos, mas os tempos mudam, os novos factos e interesses superam a memória, o mundo é outro e actualmente a França dos Estados Unidos sofreu a maior catástrofe natural de que há memória desde o nascimento deste país, em 1787. Ironia do destino.

NCR

ESPUMAS XIII



Viver, em termos individuais e sociais, não é fácil. Afazeres, responsabilidades, problemas, pressões, são condicionantes quase fatalistas da nossa vida, mas viver melhor está ao nosso alcance. É nesta orientação que podemos fazer a diferença. Primeiro em nós, depois no mundo, sem prejuízo de ver o mundo como a nossa casa. Viver melhor é portanto uma escolha, assim como escolhemos as ideias, os princípios, os amigos, a casa onde vivemos, os livros, o nosso lazer. Como no amor, não escolhemos quem amamos, mas decidimos se queremos viver esse amor. A médio prazo, nada que é fácil traz verdadeira felicidade. Talvez a verdadeira felicidade esteja no nosso esforço. Quando trabalhamos, estudamos, discutimos, lutamos, ou seja, quando escolhemos. E quando isso acontece, tomamos o balanço da nossa vida e reconhecemos o valor do seu aperfeiçoamento. Mais que uma esperança, é uma força visível, actuante, colorida. Viver melhor é, no fundo, agir por amor. Desta forma, sozinhos somos muitos. Temos cores suficientes para pintar o nosso mundo.

NCR

Morreu William H. Rehnquist...

... era Chief Justice (ou seja, presidente do Supremo Tribunal Federal dos EUA - os restantes juízes denominam-se Justice) e, caso não saibam, foi quem deu a vitória, grosso modo, a George W. Bush contra o candidato mais votado Al Gore em 2000 (se se recordam, quando Gore requereu a recontagem dos votos no estado da Florida por indícios fortes de milhares de boletins de voto terem sido objecto de fraude e de iregulardades, o Supremo Tribunal rejeitou o pedido, dando automaticamente a vitória ao candidato republicano - Bush ganhou a Gore, na Florida, por 531 votos!).



Nomeado por Nixon em 1971, feito presidente do referido tribunal por Reagan em 1986, Rehnquist assegurou uma maioria conservadora e moralista na leitura das regras e princípios constitucionais (sobretudo em matérias como a pena de morte, o aborto, os direitos das minorias e os direitos dos estados vs. federação.

Depois de ver Sandra Day O'Connor renunciar, e nomear John Roberts para o seu lugar, George W. Bush tem agora outra nomeação pela frente que terá que ser ratificada pelo Senado norte-americano.

Tinha 80 anos e cancro na tiróide.

NCR

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Natureza, a Deusa Mãe

Sinceramente chocam-me imenso as consequências do Katrina.
O que vemos nestas fotos, e se multiplica um pouco pela net fora, são seres humanos desesperados na humilde e “simples” luta pela sobrevivência.
Talvez por ser nos EUA, talvez por estarmos na época estival, ou simplesmente porque não queremos saber..., parece-me que não tem sido dado o devido destaque às consequências da devastação provocada.
Um simples exemplo: JPP e o seu Abrupto sempre tão atentos ao que génio Humano (Norte Americano) vai conseguindo vislumbrar noutros planetas, parece “cego” para o que se passa no terceiro calhau a contar do sol. É pena!
Talvez, também, porque - no meu entenimento - parece que as autoridades Americanas estão a controlar a informação, não conhecemos dos devidos efeitos do furacão que apagou da face da terra metrópoles míticas como New Orleans.
Em suma, quem manda aqui não é o Homem, nem mesmo na terra do “Todo Poderoso Tio Sam”. À face da terra nada nem ninguém é inexpugnável.
Quem manda aqui é Ela. A Deusa Mãe.

PSL