quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A inflação, os juros e as algas

Num comentário ao um comentário do Pedro, mais abaixo, escrevi isto:
Não vai ser preciso chegar à taxa de juro O%... a questão é que com mais dinheiro no bolso pela redução dos juros e pela redução dos impostos, os americanos vão poder - ao mesmo tempo - gastar mais dinheiro e aforrar o remanescente ("for a rainy day"), possibilitando ganhos de médio e longo prazo. Os juros altos apenas favorecem os meros especuladores financeiros, que beneficiam de ganhos de curto prazo e secam tudo à volta: é essa a diferença entre o capitalismo empreendedor e o capitalismo especulativo. Por outro lado, actualmente o problema da inflação resulta em larga medida do preço do petróleo e não do preço do dinheiro. Por enquanto, já só os liberais que vêm o mundo como uma espécie de "second life" em que as vidas são virtuais, é que se manifestam contra a intervenção da Fed e do próprio FMI...
Vendo a notícia do Público que o Pedro "linkou" vê-se que - efectivamente - é o petróleo que está a puxar os preços para cima, e que não páram de subir mesmo com o dinheiro caro... Por outro lado, o aumento dos preços dos produtos alimentares também não ajuda, mais a mais com a dupla procura dos cereais alimentares para comida e para biodiesel. Mas isso não se cura com juros altos, cura-se com mais eficiência agrícola.
A solução? Olha, é reduzir os impostos, reduzir as taxas de juro e investir nas algas (1, 2, 3)!!!

2 comentários:

Pedro Soares Lourenço disse...

Bom..., eu destas coisas da economia admito sem dificuldade que percebo muito pouco. Admito ainda que as minhas percepções possam estar a ser inflacionadas pelas minhas emoções. Ainda assim, arrisco afirmar que o petróleo não está caro, muito pelo contrario v.g. os preços dessa matéria prima nas crises petrolíferas dos anos 70, desconte-se a inflação e façam-se as continhas. Parece-me ainda que durante alguns anos o mundo ocidental divertiu-se à conta de outrem gastando o que tinha e essencialmente o que não tinha. A actual crise nada tem a ver com as algas, a eficiência agrícola ou os juros altos. A actual crise tem nome e chama-se subprime. Por cá o caso nunca será tão grave como nas América porque não temos esse tipo de credito de alto risco. Mas o mundo é global, e sofrerão mais aqueles que assumiram prestações que não deviam. Como quem não tem dinheiro não tem vícios a solução no curto prazo está somente em trabalhar mais para pagar a conta arranjando outras fontes de rendimento.
Cristo morreu, Keynes também e nos vamos pelo mesmo caminho não tarda.

Nuno Santos Silva disse...

Será mesmo que Keynes "morreu"?... Vê só este post dos "Ladrões de Bicicletas":
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2008/01/o-espectro-de-keynes-continua-perseguir.html