quarta-feira, 31 de outubro de 2007
A balda
Congresso da Administração Pública do INA
Primo, a razão privatística. O Congresso foi inundado de pessoas ligadas ao mundo da consultoria, nal guns casos, aos próprios funcionários públicos. Verberreiam obras, conceitos e metodologias sem uma noção adequada ao mundo (jurídico e humano) da administração pública.
Secundo, a razão narcisística. Muitos dos oradores são deveras repetentes e fico até com a sensação de que alguns trabalham todo o ano para apresentarem algo neste tipo de congresso. Isto, sem esquecer porventura casos em que a própria instituição não promova ou sancione os funcionários que não tenham «algo para dizer». Para dar exemplos desta ordem de razão, há Institutos que estiveram 7 vezes representados, em apresentações diferentes (!), outros que tiveram mais de 10 funcionários seus em diversas, e, aind amais surpreendente, houve vários casos em que realizaram 3 ou mais comunicações(!). Muito se pode retirar destes factos, mas deixo as restantes considerações a quem as ler e quiser pensar nelas.
Tertio, e por último, a razão financeira. Uma inscrição neste Congresso custava aos serviços (e porventura a alguns funcionários) a, como se costuma dizer, módica quantia de 450€ (!) Isto na véspera, porque no dia custava 525€ (!) Sortudos eram os estudantes que pagavam 250€(!) - (O mais ridículo foi a oferta de um "buffet" a preço amigo de 16€! Mais palavras para quê?!)
Conclusão, pode-se facilmente concluir para quem está este Congresso vocacionado: para empresas, consultores e dirigentes (os que autorizam a despesa, claro está), e ter-se-á uma amostra da imensa minoria. Da Administração Pública é, tenho dúvidas é que seja para ela, na sua maioria abrangente.
Como propostas, defendo a redução de todos os preços pelo menos para metade (com os apoios privados que há e a publicidade que existe nas malinhas-oferta não vejo como não seja viável); limitar uma intervenção por pessoa (a pessoa poderia enviar as comunicações que quisesse, o que até seria de louvar, mas só falava uma vez); distinguir as sessões das empresas, das sessões dos serviços e funcionários; e que a avaliação e selecção das comunicações fosse feita por uma comissão independente, ainda que devesse integrar funcionários públicos, obviamente, para que o Congresso não resvale para o amiguismo (que é notório) e o excessivo carácter pragmático e casuístico das comunicações. são tão 'práticas' e tão concretas, que não se aplicam a mais nenhum outro serviço de tão centrada é a comunicação. Continuando na generalidade, que é o que falta a este Congresso, o problema de fundo é a universal (ou pós-modernista) moda da fuga da teoria...por isso, tanta gente tem sempre medo de mudar.
Agora em 97.8…
Uma boa resposta
Portugal gasta 4025 euros anualmente com cada aluno que frequenta o ensino
básico. No secundário esse valor sobe para 5655 euros. Digamos que este valor
dividido por 12 corresponde à mensalidade de muitos colégios.
a fiscalidade das famílias
Exmos Senhores
Junto se envia estudo que mostra os enormes ganhos que um casal obterá se se separar!
Não é necessário sequer divorciarem-se. Basta declararem que, em 31 de Dezembro, estavam na situação de "separados de facto"!
Neste estudo, calculou-se o IRS que casais com 1 a 3 filhos, rendimentos totais entre 18.000 e 48.000 EUR, e na situação de 1 e 2 titulares, pagariam no estado de casados e na situação de separados, usando o simulador do Ministério das Finanças, conforme explicado em detalhe em http://www.forumdafamilia.com/peticao/simulacao.asp.
No caso de separação, cada um fará a sua declaração em separado, obtendo o resultado total mostrado.
Os cálculos detalhados são mostrados na folha "Cálculos" e mostrados sob a forma gráfica na folha "Gráficos".
Neste estudo, considerou-se apenas os benefícios resultantes da pensão de alimentos, não se entrando em linha de conta com outras deduções, que aumentarão ainda mais o lucro resultante da separação.
Como se poderá ver, separando-se:
Muitos casais deixarão de pagar IRS, recuperando a totalidade dos valores descontados ao longo do ano;
O seu rendimento poderá aumentar em mais de 10%, num valor médio superior a 2.000 EUR, e que pode ultrapassar os 5.000 EUR.
É esta a proposta bem tentadora que o Estado, há anos, faz a todos os pais casados!
Não é este o caminho que recomendamos, razão pela qual lançámos a petição http://www.forumdafamilia.com/peticao.
Aguardamos, serenamente, o final do debate do OE 2008 para sabermos se o Estado vai, ou não, continuar a seduzir os pais casados a declararem-se como separados ou a divorciarem-se ou, pelo contrário, aceitar a nossa proposta de acabar com esta discriminação, sem qualquer impacto nas finanças públicas, fazendo com que todos os pais, independentemente do estado ou situação civil, possam deduzir metade do valor que, actualmente, é apenas reservado aos que não estão casados ou viúvos.
30 de Outubro de 2007
Pelo Fórum da família
Fernando Castro
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Urbi et Orbi
Ainda assim...
Assembleia Geral Ordinária do Sport Lisboa e Benfica
Numa AG ridiculamente dirigida por Manuel Vilarinho, em resumo, o relatório e contas passou à tangente, a proposta de um tal Henrique Ganadeiro (presidente da PT) passar a sócio honorário foi claramente chumbada, e a direcção ficou com uma ideia da força dos verdadeiros benfiquistas que calcorreiam milhares de quilómetros por ano apenas por desesperada paixão ao clube do seu coração (e ainda são barbaramente acoitados pelo terrorismo oficial das policias!).
Tem de ter cuidado Filipe Vieira e as sanguessugas que o rodeiam no nosso querido clube. Assim que a coisa dê seriamente para o torto em termos desportivos terão as horas contadas.
[...ver aqui (link) um relato bem mais completo e apaixonado do que se passou esta noite na Luz]
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
O Men In Black é quem dá cor a isto!
Uma leve sensação…
PALETA DE PALAVRAS LXIII
domingo, 28 de outubro de 2007
Há Liberdade (LXXXIV)
sábado, 27 de outubro de 2007
Campo Contra Campo (XCVII) - DocLisboa 2007
No DocLisboa 2007 houve também espaço para a nova extravagância de Edgar Pêra – com o fim do festival a ficar cada vez mais perto, já se nota alguma nostalgia no português. Arquitectura de Peso, cine-sinfonetta muralista (vox populi vivace) este o nome completo do “ovni”. Com Edgar Pêra surge um problema: estamos sempre à espera de mais. Mais diferente, mais interveniente, mais diferente, mais estúpido. Nel Monteiro é uma personagem (como se diz na Argentina), mas não é a voz do povo. O povo é pior que aquilo, mas não é tão escatológico. É mais, digamos, decente(zinho). Pêra já mostrou muito melhor.
Lisboa Dentro, ****
Excelente surpresa. Um filme humilde como as casas que lhe servem de cenário. Mas sincero. Sem pretensão alguma que a de dar a conhecer a realidade. Isento, sem juízos de valor ou outros quaisquer. Não é assim que o documentário deve ser? Eu acho que sim. Infelizmente, como já dei a entender noutros textos sobre este festival, não é preciso ir muito longe, galgar oceanos e desertos, para encontrar pobreza, fome e indignidade humana. Elas estão ai, ao virar de uma esquina mais ou menos escura da nossa querida Lisboa. Que cai…, assim de podridão infiltrada em paredes de madeira. Ao ponto das doutorazinhas da "acção social" que são seguidas pela câmara não conseguirem travar a lágrima sincera de compaixão. Tudo isto existe. E não é fado. É a Lisboa antiga a cair de velha. Lamentavelmente, a cair de velha.
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Ohhhhh…, Nossa Senhora de Fátima alleeeezzzzzz…
O povo é quem mais ordenha
Sempre fui monárquico mas nunca fui sebastianista. Nunca fui euro-pateta mas já fui euro-céptico.
Nunca fui sebastianista nem acredito em “salvadores da pátria”, mesmo os produzidos à maneira por agências de comunicação e montados numa laranja podre.
Já fui euro-céptico, confesso. Mas é precisamente por gostar tanto de Portugal (coff, coff) que defendo quanto mais integração europeia melhor.
Vem tudo isto à guisa dos resultados do último Barómetro DN/TSF/Marktest conhecidos hoje. A subida do PSD e respectiva descida do PS soa-me a anacrónica.
Num momento em que alguns indicadores macroeconómicos dão um ar da sua graça, num momento em que a diplomacia e a politica externa portuguesas vivem um dos pontos mais altos da sua historia, consubstanciado no acordo para a assinatura de um documento que assegurará o futuro institucional da União, o Zé-povinho maribando-se para a realidade que desfila à frente dos seus olhos o que faz? Vira o bico ao prego e aplaude o novo cavaleiro andante apoiado com uma muleta de pau chamada menino guerreiro.
É assim o meu povo. Cada vez gosto mais dele.
Viva Portugal…, e os portugueses.
Campo Contra Campo (XCVI) - DocLisboa 2007
Impressionante, poderoso, brutal, esmagador e mais as dezenas de adjectivos fortes que se quiserem. Confesso que não imaginava as atrocidades que se passam diariamente naquele canto inóspito do planeta. E o que é que o Direito Internacional faz? Não faz, obviamente; pois desde logo não existe ou não tem expressão para fazer seja o que for. Mas o caos no Darfur não é só um problema jurídico. É sobretudo um problema político que vaza numa tragédia humanitária inclassificável. No genocídio do Darfur somos todos culpados – sim, você também que lê este post. Eu também. Para início de conversa pode começar por visitar este, este e já agora este sítio. Provavelmente o filme mais impressionante que vi neste festival.
Alguna Tristeza, **
De Juan Alejandro Ramírez esta curta pretende ser uma história das dores de um povo. O Peru – só o nome assusta – é um dos países mais belos mas mais pobres da América Latina. Um Estado pobre e analfabeto é como uma criança com medo do castigo, diz-nos o realizador. Tem razão. Nós sabemos. Mutatis mutandis conhecemos bem este fado.
It´s Always late for freedom, ****
O desfilar de desgraças das muitas vidas que o mundo tem continuam neste filme de titulo genial que retrata desapaixonadamente e de forma paciente uma casa de correcção para menores em Teerão. Nas margens cinematográficas, o Irão surge pujante. Basta estarmos atentos.
At the Datcha, ***
Esta curta mostra-nos uma muito divertida família de surdos-mudos polacos nas suas humildes ferias de verão. Finalmente vejo um filme sobre coisas boa neste festival o que me faz recordar que o afinal o mundo que o DocLisboa 2007 trouxe a nossa casa não é só composto por desgraças. Até na fatalidade pode haver boa disposição. Um filme simples como a família retratada.
SchoolScapes, ****
Quantos planos deve ter um filme de oitenta minutos para ser excelente? Quarenta é um número suficiente? Ao ponto a que isto chegou – contar os planos que um filme tem. O espectador gosta de acção mas o mundo não se faz sem contemplação. Eu gosto de cinema assim. Lento mas pleno de vida. David MacDougall, consagrado realizador australiano de cinema dito etnográfico, dá-nos a conhecer esta escola indiana onde, como já alguem deve ter dito, todos gostaríamos de ter andado. Delicioso.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
A lenta agonia dos blawgs portugueses
Por estes dias morreu mais um dos bons. O Informática do Direito já há muito que estava moribundo. Finou-se, de vez. Basta passear pela lista de links deste blogue para ver como o campo de batalha está pejado de cadáveres. Mas as más noticias não ficam por aqui. Reparo, enquanto escrevo este post, que o excelente Dolo Eventual acaba de encerar para balanço. Definitivamente este não está a ser um bom Outono (deve ser do sol…) para a blogosfera em português, maxime, para os blawgs.
Dê-lhe de força ou dê-lhe com força mas dê-lhe
Campo Contra Campo (XCV) - DocLisboa 2007
A esquerda caviar e caceteira não gostou deste doc que nos mostra os trabalhos de Carla Del Ponte, Procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslavia. Compreende-se. Mexer no armário pode acarretar ter de arrumar uma série de esqueletos, actividade trabalhosa e desagradável.
O melhor do filme é a exposição a nu da fraqueza dessa coisa extravagante a que chamam Direito Internacional. Coisa fraca, pobre, ineficaz e acima de tudo assente em pilares ocos e fundamentos subjectivos v.g. o vazio no discurso de Carla sobre o seu conceito de Justiça. Este filme confirma que o Direito Internacional enquanto ordenamento jurídico encontra-se não na pré historia mas sim fora da história.
El Ejido, the law of profit, *****
Porque é que me ofereci a este festim de desgraças humanas, é uma pergunta que tenho feito muitas vezes a mim mesmo durante este festival. A incrível bolsa de miséria que é o trabalho escravo efectuado pelos Marroquinos que sobrevivem nas estufas de El Ejido é uma afronta à Europa da Dignidade Humana e à Espanha do Socialismo fiteiro de Zapatero. Numa aliança perfeita entre exploradores e autoridades (a ASAE não mora aqui!), a lei do lucro impõem-se à lei do mercado e aos mais elementares princípios das nações ditas civilizadas. Simplesmente incrível. Cinematograficamente muito bom. Devia ser visto por todos.
A noite terminou de forma um pouco extravagante no Grande Auditório da Culturgest com o lixo deixado pelo Império Soviético – obviamente a esquerda caviar também não foi ver estes fragmentos. A esquerda caviar só vê e comenta nos blogues o que lhe aproveita. Por isso convence cada vez menos e enjoa cada vez mais. Vamos ao que interessa: Em Cherkasy (***) encontramos os filhos da Sociedade do Risco, crianças desfiguradas física e mentalmente pela tragedia de Chernobyl; arrepiante. Em Artel (**) o trabalho piscatório junto ao Mar de Barents - como se pode ver pela imagem - segue hoje praticamente como há mil anos. O império Soviético não deve ter lá chegado; excelente fotografia. Em Scythian Suite (****) encontramos um brilhante fresco sobre a vida nos Gulag Estalinistas. Podemos assim conhecer uma realidade que nos fará tremer sempre que ouviçamos a palavra comunismo; grande filme. Sobre 1937 (*) só posso dizer que sai a meio; alguma vez havia de ser a primeira.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
"ranking" das escolas
Esta é lista das dez melhores escolas do país, segundo o Correio da Manhã:
- Colégio Mira Rio
- Colégio Cedros
- Escola Secundária Infanta D. Maria
- Colégio Valsassina
- Colégio São João de Brito
- Academia de Música de Santa Cecília
- Escola Técnica e Liceal Salesiana Santo António (Estoril)
- Colégio de Manuel Bernardes
- Colégio Internato dos Carvalhos
- Colégio do Sagrado Coração de Maria
Proponho-vos o seguinte exercício:
Tentem descobrir qual o custo anual de propina + inscrição + suplementos pagos por aluno em cada uma das escolas. Agora dividam essa quantia pela média das notas.
O resultado é o preço em euros por cada valor.
Raça, amor e paixão
Um país onde a voz dos adeptos é apreciada e sublinhada pela comunicação social. Um país onde não há leis patéticas em prol de uma putativa segurança travestida de repressão. Um país onde a "torcida" pode apoiar o seu "time" do coração da forma que ele merece. Um país pobre no estômago mas rico na emoção.
Se um dia morar no Rio, há muito que tenho "meu time". O Flamengo não ganha nada há anos. É comum terminar o Brasileirão a lutar para não descer. Mas é assim, enorme. Quando eu for grande, irei passear de chinelo no pé em Leblon; tomar água de coco em Copacabana; sussurrar palavras doces ao ouvido de uma garota em Ipanema; e gritar pelo meu Mengão no Maracanã. Assim:
Está oficialmente aberta a caixa de Pandora
Para já, só digo o seguinte: Os tais responsáveis sindicais da PSP ou estão a ver fantasmas ou estão a mentir. Mas o que eu digo não se escreve. Ou deverei dizer, o que eu escrevo não se diz?
Fiquemos por aqui, pois entretanto a “caixa de Pandora” está aberta em todo o seu esplendor. As escutas telefónicas que me têm interessado (e me interessam) são as legalmente efectuadas no âmbito de um processo criminal. Tudo o mais que os serviços secretos possam fazer neste domínio – serviços esses (não se olvide) que reportam directamente ao gabinete do Primeiro-ministro – começa a dar que pensar.
Pilotos
Até que descobri que muitos fazem a sua formação à borla na Força Aérea (ou seja pagamos todos nós) e que depois passam para a aviação comercial.
Até que descobri que muitos se reformam aos 60 anos porque não têm condições psicológicas e físicas para continuar a pilotar em Portugal e passam a trabalhar para companhias estrangeiras, cumulando salário e pensão.
Até que descobri que o seu salário (na TAP, cujos prejuízos são pagos por nós contribuintes e cujos lucros são distribuídos pelos seus funcionários) é composto por duas partes - essencialmente - a remuneração base (para pagar o seu conteúdo funcional: pilotar), e um X por cada vôo e hora de vôo.
Espero que o Governo se mantenha firme...
Belmiro, o móvel
Campo Contra Campo (XCV) - DocLisboa 2007
Esta média mereceu totalmente o enorme aplauso de toda a sala no final da projecção. É um dos melhores momentos do festival. O doc de Jorge Murteira é uma enorme metáfora animada de Portugal (e não de um certo Portugal). Este Portugal de hoje: envelhecido, analfabeto, abrutalhado, preguiçoso, indolente, alcoólico, com uma administração publica miserável e anacrónica e uma terra linda por natureza.
Kamp Katrina, **
O terceiro mundo é aqui, rejubilava a impressa de ontem com mais uma montra da pobreza do gigante americano. Estava dado o mote para mais do mesmo. Assim foi. Os novos voyeurs da tragédia americana enchem a sala para verem andrajosos que tentam salvar andrajosos. Ali no Intendente ou no Casal Ventoso também há disso. Esquizofrénicos. Três refeições quentes servidas por voluntários. Também há tendas e seringas, coca e heroína. E bebes prematuros, também. A câmara de vídeo está lá em casa, esperando que um dia me apeteça fazer um filme assim. Pode ser que seja exibido num qualquer festival de cinema documental em New Orleans.
“Lembra o celebre Torrebela” dizia a sinopse oficial. Mentirosos!
Repete dia 26 no Grande Auditório da Culturgest às 14.30. De fugir e nem para traz olhar.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Tresandando...
Dalai na lama?
Judite, velha e cansada
(...)Com 62 anos, a Polícia Judiciária entra na velhice da pior forma possível. Está a perder inspectores, as investigações têm tido piores resultados. É constantemente atacada sobretudo no caso Maddie.(...)
Campo Contra Campo (XCIV) - DocLisboa 2007
Diário em forma de curta de uma ex-toxicodependente, prostituta com um passado miserável desde a sua infância. É um filme triste que vale pela manufactura de imagens a lembrar o universo de Nan Goldin. Mais uma rajada gelada do Vento Norte deste festival.
Enemies of Happiness,*****
Afeganistão, pós-invasão aliada. Este é o filme que conta a vida de uma jovem que diz não perceber nada de música. Alias, a única coisa que ela diz julgar perceber um pouco é de politica. O melhor filme que vi até agora. Obra-prima absoluta de coragem. Quer de Malalai Joya, a protagonista – actualmente deputada no parlamento afegão, quer das realizadoras Eva Mulvad e Anja Al-Erhayem. A força de Malalai, a sua batalha pelos mais elementares direitos consagrados no ocidente chocam brutalmente com uma cultura, aos nossos olhos, arcaica, barbara e primária. Este filme merecia exibição comercial. E divulgação universal.
The Mall,**
Mais estranhas formas de vida. Uma curta sobre um tema que merecia melhor e maior tratamento. “Escravos” que dormem durante a semana nas fundações de um prédio israelita em construção. Claramente dejaustada no programa.
These Girls,***
Retrato impressionante de um grupo de crianças, por vezes mães, vagabundas no Cairo. Filmado com enorme paciência e muita violência.
Karima,***
Profissão: dominatrix. Algo decepcionante esta historia contada por Clarisse Hahn de uma jovem de 22 anos de origem Argelina que vive em Paris. Hahn cede à tentação de mostrar demais quando devia sim procurar encontrar respostas. Ainda assim vale pela força das imagens, casando bem os diferentes patamares da vida de Karima. Quem pensava que em “Little Miss Sunshine” tinha encontrado a família mais disfuncional da história do cinema, devia por os olhos no ambiente que envolve o crescimento das irmãs e sobrinhas de Karima. Com uma diferença fundamental. A violência da vida aqui é real.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Um terramoto provocado por “uns barulhos esquisitos”
É o que dá falar sem saber. O que na posição que Pinto Monteiro ocupa é gravíssimo. Pena é que a comunicação social e os críticos se foquem apenas na polémica dos “barulhos esquisitos”. Afinal…, quantos dos muitos que escrevem e falam terão lido a entrevista do princípio ao fim?
Ainda hei-de ver sangue na câmara
Campo Contra Campo (XCIII) - DocLisboa 2007
Uma curta sem brilho em complemento de "Jesus Camp". Mais uma visão do 11 de setembro. Mais uma pagina das Torres Gémeas que voa para longe. Veio aqui parar ao DocLisboa para quê?
Jesus Camp, ***
Não alinho - por razões objectivas - no coro de loas e hossanas que por ai anda em razão do filme de Heidi Ewing e Rachel Grady. Não sendo estas senhoras nenhum Michael Moore de saias para lá caminham.
Escreveu Jorge Mourinha no Público de sexta feira passada: “ (…) O que torna Jesus Camp exemplar é o modo como combina o mais puro rigor documental e a reflexão cultural sobre o mundo em que vivemos. Em nenhum momento se sente da parte de Ewing e Grady um juízo de valor sobre as pessoas que estão a filmar (…). E as realizadoras dão espaço ao contraditório na pessoa de Mike Papantonio (…)”.
Erros e mentiras. O tal Papantonio não faz contraditório nenhum. Simplesmente funciona como papagaio das realizadoras ao fazer os juízos de valor que elas não quiseram fazer. Não compreender isto ou é desonestidade intelectual (dizendo o que o “leitor tipo” quer ouvir) ou é não compreender rigorosamente nada de cinema documental. Também pode ser as duas coisas.
Posto isto o filme é terrível e assustador, retratando uma realidade nauseabunda. Um dos momentos que mais marcam é quando Becky Fischer (a organizadora daquela lavagem cerebral infantil) diz para a câmara que um liberal extremista (uma expressão tão estúpida como “tolerância zero” ou “preto esbranquiçado”) ficará horrorizado ao ver aquele filme. Fica sem dúvida, um liberal ou qualquer outra pessoa que não seja um mentecapto. Mas fica mais tranquilo ao saber que aquela madrassa evangélica já foi encerrada. Ao invés, não temos noticia que nenhuma madrassa (as islâmicas, as verdadeiras) tenham algum dia sido encerrada. O Daniel tem um belo texto (carregadinho de juízos de valor e superioridade moral – como tal deve ser dado o habitual desconto) deste este filme no Arrastão.
Repetem, ambos, dia 22 pelas 22.30 na sala 2 do Londres. A passar.
Despuès de la Revolucion, *
Dois velhos paneleiros dançam no fino bairro de Palermo em Buenos Aires. Da rua saem para um sujo quarto de hotel onde se comem com lasciva. O realizador estava na sala. Meia hora após o inicio da sessão já metade dos pagantes tinha abandonado o seu lugar. Não por certo devido ao tema, mas porque a pobreza cinematográfica era evidente. Estoicamente aguentei os restantes trinta minutos. Mas confesso que foi para patear no final da sessão. E Buenos Aires não é assim.
domingo, 21 de outubro de 2007
N MÚSICAS XXXIX
(diálogo interior:
Por que gosto eu desta música?... humm... isto parece Sigur Rós...)
Fernando Pinto Monteiro, no melhor pano cai a nódoa
O que pensa da possibilidade de os serviços de informações fazerem escutas?
Eu vou dizer uma coisa com toda a clareza, que talvez não devesse dizer: acho que as escutas em Portugal são feitas exageradamente. Eu próprio tenho muitas dúvidas que não tenha telefones sob escuta. Como é que vou lidar com isso? Não sei. Como vou controlar isto? Não sei. Penso que tenho um telemóvel sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos.
Perguntam-lhe alhos, o homem responde bugalhos. Porquê?
Os “barulhos esquisitos” é uma conversa tão ridícula quanto anacrónica. Caro Conselheiro, barulhos esquisitos era o que acontecia nos defuntos telefones analógicos. Defuntos, vai para uma década.
Caro Conselheiro: todos sabemos que é um homem das serras que abomina as tecnologias da informação e comunicação mas credo, está na hora de abrir os olhos a esse admirável mundo novo, sob pena de cair no ridículo e ser apelidado de pateta. Vivemos na era digital vai par uns bons pares de anos, homem. E olhe que a evolução tecnológica não para. Por outro lado, se acha que as escutas em Portugal são feitas “exageradamente” então tome providencias no sentido que deseja; tem instrumentos para isso.
Se não sabe como lidar com toda esta realidade então convide-me para seu assessor que logo, logo eu lhe tentarei explicar. É que a minha dissertação de mestrado ainda vai demorar - pelo menos - uns bons meses a ser escrita…
DocLisboa 2007 – Frames soltas
1. No 31 acompanha-se directas partidárias. No Blasfémias acompanha-se congressos de partidos políticos. No Corta-fitas acompanha-se semanas de moda. Nós somos muito mais cool, acompanhamos festivais de cinema (o Daniel não conta porque é de esquerda).
2. Por falar em Daniel. Afinal é mesmo verdade; o homem está acampado no festival. É rara a vez que não me tenho cruzado com ele. Na sexta-feira à tarde surpreendi-o e pedi-lhe lume, na esperança de levar uma facada sua. Felizmente não me reconheceu. Como amigo dos pobres que é lá ofereceu educadamente lume a este porco capitalista e liberal que nunca comprou um isqueiro na vida (juro!).
3. Ontem, numa pausa entre sessões, uma jovem com ar limpinho, sensual mas ligeiramente snob cruzou o seu olhar com o meu um par de vezes. Fazia o mesmo com os demais que por ali se espalhavam no foyer do Londres. Aquela jovem, muito normalizada e com ar de francesinha parisiense afinal era Clarisse Hahn, realizadora que passou um ano da sua vida junto de Karima e da comunidade fetishista da cidade Luz. No olhar de Clarisse, era fácil descobrir a sua curiosidade natural. Afinal, quem seriam estes lisboetas que numa noite quente de Outubro estavam dispostos a durante hora e meia saborear o sofrimento alheio?
4. Por falar em natureza humana…, este festival (pelo menos o que tenho visto dele, e só posso escrever do que vejo) remete-nos com violência para as cordas daquilo que pensamos ser o humanamente suportável. Ao longo destes dias, tenho me questionado amiúde, porque é que nos oferecemos a passar algumas das nossa horas vagas a sentir “desgraças”.
5. Ainda nesse sentido…, dizem que a filosofia terá nascido do espanto e do ócio. Digo eu que sem ócio não pode haver espanto. Ainda bem que há ócio. Tendo a encaixar muita coisa nestas e noutras categorias. Como na categoria “natureza humana” ou “dignidade humana”. É por certo de-formação. O DocLisboa 2007 tem tido o condão de me fazer rever tudo isto. O que parecendo difícil, não é nada fácil
6. Até onde poderá chegar a natureza humana? Haverá limite, na dor, no sofrimento, no prazer, no ódio, no amor, na paixão, na necessidade do Homem? E nós, será que conhecemos os nossos limites? Porque não os exploramos? Um dia será por certo tarde. Será?
7. Falando de coisas mais simples. É uma alegria das grandes quando encontramos (ou conhecemos) almas cinematograficamente gémeas. É sempre bom pensar: Porra, afinal não sou o único…
8. Porreiro pá!
Adenda: Perdoe-me senhor Deus eu pequei: então não é que quando cheguei à bilheteira da culturgest para ver “Zoo” a sessão estava esgotada…
Há Liberdade (LXXXIII)
sábado, 20 de outubro de 2007
Campo Conta Campo (XCII) - DocLisboa 2007
E para mim a festa começou com duas excelente surpresas que arrivaram a Lisboa sopradas pelo Vento Norte (uma das secções do festival; a melhor até agora - tentarei explicar porque mais tarde) - surpresas porque não estavam nos meus planos inicias.
Family, ****
Esta é a historia de sami, dinamarques, filho de iemenitas, que após a morte do seu irmão mais velho e da sua mãe empreende uma busca pelo pai que nunca conheceu. Sami, acaba por voar até ao Yemen onde é recebido de braços abertos por um seu meio-irmão que é o Tony Carreira (com menos cabelo) lá da terra. Um filme cru, com as emoções à flor do vídeo, onde o choque cultural está sempre patente. Impressionante a longa sequência dos telefonemas de sami para o outro lado do mundo procurando ouvir a voz das suas origens e da sua indentidade. Por vezes, soberbo. "Family" repete dia 22 às 18.15 no Pequeno Auditório da Culturgest.
Cool and Crazy, ****
De Knut Erik Jensen, "Cool and Crazy" apresenta o coro dos pescadores da aldeia de Berlevåg, que se situa em pleno círculo polar árctico, proximo de Finnmark. Retrato dessa gente que sobrevive do mar, mostra-nos, desde logo, como existem tantas Europas diferentes nesta Europa (cada vez mais) unida onde hoje vivemos. De uma beleza gélida tem o seu ponto alto na viagem do coro à vizinha (pobre e poluída) Murmansk- porto recentemente conhecido devido ao afundamento do submarino nuclear Kursk) na velha Rússia. Como é bom morar do lado certo da historia, concluem os pescadores Noruegueses. Todos, menos um, o Materialista Histórico do costume…
"Coll and Crazy" repete às 18.15 de dia 23, também no Pequeno Auditório da Culturgest.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Ainda a guerra: coisas daquele tempo (II)
Ainda a guerra: coisas daquele tempo (I)
Ó povo heróico Português, num esforço estoico outra vez
Tens de lutar, vencer, esmagar a vil traição p'ra triunfar valor te dá o teres razão
Angola é nossa gritarei, é carne, é sangue da nossa grei
Sem hesitar, p'ra defender é pelejar até vencer
Aos invasores castigar com destemor ancestral
Deter, destroçar vencer, escorraçar e gritarAngola é nossa,
Angola é nossa, é nossa é nossa Angola é Portugal!
Cum catano!
Tratado do Atlântico
Esta fotografia suscita-me algumas reflexões cinzentas e sorrisos amarelos, mas a graça, a divina graça política, está para breve, muito breve, e ela consiste apenas no contorcionismo, ou não - o que também estimulará o seu esmalte -, no modo de legitimação final deste Tratado do Atlântico. O povo vai votar este Tratado ou não? É que parece ser de 90% o texto nele incluído da maltratada Euroconstituição. O problema não é só português, outros estados, como o britânico, porventura estão em pior situação, apesar das pré-decisões políticas já tomadas.
Nesta madrugada, e nos próximos dias, quase que adivinho o trabalho de casa do Ministro Silva Pereira, de alguns assessores de Sócrates e demais figuras do aparelho.
Veremos as notícias que se seguirão... já de seguida.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Só um pouco?
A Guerra...
... mostra que Salazar não era mais que um parolo com poder...
... mostra que os verdadeiros angolanos eram portugueses...
... mostra que os angolanos que estão no poder não podiam ser diferentes daqueles que lhe deram esse mesmo poder...
... mostra por que razão aquela gente continuará a morrer de fome e doença num dos países mais ricos do mundo.
Já agora, que consequências terá a exibição desse documentário nos bairros africanizados em redor de algumas cidades portuguesas?
Que consequências terá na popularidade dos movimentos de extrema-direita?
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Campo Contra Campo (XCI) - DocLisboa 2007
"Conduzir no sentido correcto a luta"
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Uma coisa que não tem nada que ver com o que se passa no BCP
Passeios blogosfericamente soltos que gostei de fazer
Para ler: Viajar...fuga ou valorização? por David Soares n’O Amigo do Povo
Para ver: Irmão Lúcia: ganhar o kitsch em 2009 por Pedro Vieira no 5 dias
Campo Contra Campo (XC) - DocLisboa 2007
Para quem navega perdido na extensa programação do DocLisboa 2007, Daniel Oliveira dá uma preciosa ajuda. Contando-nos ainda que algumas sessões já estão esgotadas. É um aborrecimento quando a cultura chega ao grande público.
Vinte anos é muito tempo?
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
E por este rapaz ninguém põe a bandeirinha à janela
Um pequeno exemplo das coisas espantosas para um ser humano dito normal ditas por Hélder Rodrigues ao Público de hoje:
E correr com uma moto mais potente, de 690 centímetros cúbicos, será uma vantagem ou os percalços que tem tido na preparação tornam mais perigosa esta mudança de moto?
O único inconveniente que encontro é a interpretação do roadbook ser mais rápida, porque esta moto chega aos 190 km/h. Uma de 450cc não passa dos 140 ou 150 km/h. Numa recta, a 150 km/h, ainda consigo olhar bem para o roadbook, nesta é mais difícil. É o meu único medo.
liberalizar silêncios
70 x 7
Campo Contra Campo (LXXXIX)
O Sabor da Melancia, ***
Sublime, fantástico, sensual, pornográfico, uma historia de amor. Palavras e expressões amplamente utilizadas para caracterizar o filme de Tsai Ming-liang. Assim será?
Há tempos idos li por ai uma croniqueta de um jovem intelectual da nossa praça sobre uma putativa obra de arte vagamente denominada "merda de artista". Sim é disso mesmo que nos falava. Cagalhões, merda de um qualquer artista (Piero Manzoni) enlatada. Dizem que se vende nas melhores casa de leilões europeias. Não estou a zombar. Ora vejam a foto e leiam aqui, por favor.
Vi poucos filmes que mexem tanto com os conceitos, com as categorias analíticas do nosso pensamento, numa palavra, connosco como este "Sabor". Uma estrela e meia por este estranho e incomodo desassossego na alma. Outra estrela e meia para a plástica. Tsai Ming-liang, de quem nunca tinha visto nada, filma como os grandes. Como Tati, por exemplo - impossível olvidar o mestre francês naquelas estranhas coreografias e naquele sobe e desce, entra-sai das personagens. O resto, senhores. Deixo apenas uma questão. Para quê?
China, China, ****
Cada vez gosto mais de curtas e me flagelo por não ver o único programa de televisão a elas dedicado; noites de domingo na 2:. "China, China" é bela surpresa na forma de uma caixinha de surpresas. O Martim Moniz não traz novidade para quem por lá perto morou durante a infância, adolescência e inicio da idade adulta; para quem amiúde ainda por lá passa e lhe reconhece as sujas esquinas. Geralmente a diferença agrada-me, não me causa repulsa. Dai ter sido bom recordar aquele local (imediatamente reconhecido), filmado com arte no plano inicial desta curta de João Rui Guerra da Mata e João Pedro Rodrigues (este um dos maiores provocadores que o cinema nacional algum dia conheceu, v. g. as longas Fantasma e Odete). "China, China" é mais um retracto (nu, cru, verosímil) sobre os Lisboetas, os novos Lisboetas. As suas íngremes calçadas, os apertados becos e vielas das suas vidas. "China, China": palmas, muitas.
domingo, 14 de outubro de 2007
Até os filhos dos banqueiros têm chatices com a Euribor
sábado, 13 de outubro de 2007
Há Liberdade (LXXXII)
Templários: a prisão veio há 700 anos
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sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Eu cá aviso já que nem sou de esquerda
As coisas que se aprendem no México
Postada a piadinha (e como hoje é sexta feira) vale a pena dar um pulinho ao sitio do Consejo Nacional para la Cultura y las Artes Mexicano (link).
Litoral Vs. interior
Maquiavelismo verde
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
N MÚSICAS XXXVII
E por que vejo sempre o Val Kilmer quando olho para este homem ou o ouço?!
Campo Contra Campo (LXXXVIII) - DocLisboa 2007
O interior
A varina
Como bom cinéfilo que tento ser, não gosto de perder bons filmes. Assim, nas ultimas vinte e tal horas, tenho tentado recuperar o natural atraso de mais de uma semana do pouco que por cá se passou na minha ausência. Os blogues são, como sempre nestas ocasiões, a melhor fonte.
Vem tudo isto a propósito daquele que parece ter sido o momento mais hilariante da semana que passou – logo a seguir, evidentemente, às prestações desportivas do meu querido clube. Sem pelo na venta nem carrapito, bem vestido calçado e perfumado, Sócrates, apresenta-se em directo nas televisões como o protótipo da varina do século XXI português [via Zero de Conduta]. Adeus Portugal, que vais à vela.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
… e as saudades que eu tinha deste país pequenito
Cabe aqui recordar que o troço de estrada que agora se inaugura tinha a sua abertura prevista para a primavera passada. Cabe também aqui recordar que o Eixo Norte-Sul que agora se conclui, para alem de ter visto o inicio da sua construção há quase duas décadas, era uma obra (pelo menos em parte) projectada desde os tempos da inauguração da Ponte Salazar aka 25 de Abril. Tal travessia foi inaugurada em 1966. Ou seja vai para quase meio século.
Desejo pois, desta nossa humilde casinha, dar os parabéns a todos aqueles que têm nas últimas décadas contribuído com as suas politicas modernas para o rápido progresso do país, em especial da sua capital. Obrigado a todos. Sem excepção.
In Rainbows - Radiohead
Paguei 1 Libra e 0 pences, por um álbum inteiro. Demorei 5 minutos. O mundo no seu melhor. E colorido.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
…e as saudades que eu já tinha da nossa alegre casinha
As ferias foram mesmo muito boas, caros amigos. Folgo em saber que a actividade por aqui não cessou. Desta vez desliguei totalmente "a ficha" e resisti estoicamente, sempre de Margarita (ou Reposado) na mão, a dar aquela meia dúzia de passos que separavam o bar de aspecto tropical do acesso à net. Quanto à tal dúvida preocupante amplamente divulgada, darei noticias em breve.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
N MÚSICAS XXXVI
E tudo (leia-se: a inspiração de Cage) começou aqui, na sala onde os ecos não existem.
Há quem não goste do silêncio, há mesmo quem o deteste. E não é difícil de perceber de onde virá e porquê. As pessoas são cada vez mais auto-centradas, sem foco para além de si e crescentemente pressionadas pelos diversos ambientes competitivos e adversos. E não se pense somente no campo profissional, porque o pessoal e familiar podem ser, também eles, à sua maneira, bastante exigentes.
Ouvir o silêncio é um acto que obriga a uma focalização em si, mas de fora para dentro, dirigida à própria pessoa. Exige ter nada para fazer a não ser um pensamento e uma reflexão não induzidos, não por si reactivos, a não ser ao respectivo silêncio. E o silêncio promove a centralização no auto-centramento dessa pessoa. Ora, como ser avaliado, pouca gente gosta; e como ser auto-avaliado, raros são os que conseguem discerni-la.
Daí que uns ouvem o silêncio, outros ouvem-no ridicularizando-o e outros, a maioria provavelmente, não chega ao fim e tudo faz para o apagar.
Descobre o teu grupo e talvez te ajudes a saber onde estás.
(não vale fazer batota)
domingo, 7 de outubro de 2007
Hoje é Domingo, vamos espairecer com os poetas andaluzes de agora
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Ó Vasco, não levantes ondas...
Quando a tecnologia serve para exibir e não para resolver problemas
- ou fazia novamente o bilhete de identidade, cartão do contribuinte, cartão de beneficiária da Segurança Social, cartão de eleitor e cartão de utente do Serviço Nacional de Saúde,
- ou não fazia nada e esperava que o sistema começasse a ser utilizado no Continente.
sábado, 6 de outubro de 2007
Aquacultura
6 de Outubro em diante
Desde que me conheço que nutro simpatia pelo simbolismo da instituição monárquica, e alturas houve na minha vida que me via monárquico como qualquer outro, e é por isso que sou membro da Real Associação de Lisboa para aí desde 1991 ou 1992.
A minha concepção de monarquia foi maturando, e hoje em dia acredito num sistema simbolicamente monárquico mas intrinsecamente republicano: repudio os pactos dinásticos, as sucessões e os títulos hereditários.
O dia de ontem significa (além do sempre esquecido Tratado de Zamora...) a libertação do país de uma família (os Braganças) que funcionou como lastro da sociedade, fazendo-a voar sempre rasteirinho, e significa o falhanço da libertação das famílias que (ainda!) dominam o Estado e a Sociedade desde meados do Século XIX.
Mas significa também o desempoeiramento de Portugal.
5 de Outubro é o sacudir da poeira beata e conservadora que se entranhou nos pulmões da Pátria. O que veio depois, a Primeira República, fica para outro dia. Mas não nos podemos esquecer que a grande fatia de instabilidade bombista é da responsabilidade dos grupos conservadores (monárquicos e republicanos) que apenas descansaram quando a mão de Salazar colocou um lenço com clorofórmio na boca e nariz da Nação.
Viva Portugal, viva a Liberdade!
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Almourol
Laicismo não é Ateísmo
"Bomba gay" vence Ig Nobel da Paz de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Myanmar o tanas: o país chama-se Birmânia!!!
Esticar a corda
50 anos
Muchachada Nui
exorcista de primeira classe
- O Estado deve suportar os custos financeiros da presença de capelães católicos nos Hospitais, enquadrando os sacerdotes como funcionários públicos;
- O Estado não deve esquecer que o pluralismo se deve fazer dentro do espírito ecuménico (i.e. só as religiões amigas é que entram para o clube).
Um padre manifestou-se indignado porque na última Quarta-Feira de Cinzas alguns pacientes idosos quiseram confessar-se porque lhes foi dada carne a comer e porque admite que já foi dada carne de porco a judeus e a muçulmanos. Tenho pena que ninguém lhe pergunte como reagiria se os muçulmanos rejeitassem o tratamento por ser efectuado por pessoa de sexo diferente... Também tenho pena que ninguém lhe pergunte por que razão os padres não prestam assistência gratuita aos doentes...
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Proibindo o gerúndio
Qual será a resposta dos pobres burocratas de Brasília?