Deixei passar o dia de ontem em claro. De propósito.
Desde que me conheço que nutro simpatia pelo simbolismo da instituição monárquica, e alturas houve na minha vida que me via monárquico como qualquer outro, e é por isso que sou membro da Real Associação de Lisboa para aí desde 1991 ou 1992.
A minha concepção de monarquia foi maturando, e hoje em dia acredito num sistema simbolicamente monárquico mas intrinsecamente republicano: repudio os pactos dinásticos, as sucessões e os títulos hereditários.
O dia de ontem significa (além do sempre esquecido Tratado de Zamora...) a libertação do país de uma família (os Braganças) que funcionou como lastro da sociedade, fazendo-a voar sempre rasteirinho, e significa o falhanço da libertação das famílias que (ainda!) dominam o Estado e a Sociedade desde meados do Século XIX.
Mas significa também o desempoeiramento de Portugal.
5 de Outubro é o sacudir da poeira beata e conservadora que se entranhou nos pulmões da Pátria. O que veio depois, a Primeira República, fica para outro dia. Mas não nos podemos esquecer que a grande fatia de instabilidade bombista é da responsabilidade dos grupos conservadores (monárquicos e republicanos) que apenas descansaram quando a mão de Salazar colocou um lenço com clorofórmio na boca e nariz da Nação.
Viva Portugal, viva a Liberdade!
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