Um ferroviário polaco que passou 19 anos em coma, Jan Grzebski, devido a um acidente que sofreu em 1988, acordou agora e achou o mundo muito diferente, tendo o seu país deixado de pertencer ao entretanto extinto Pacto de Varsóvia e passado a ser membro da NATO, bem como da União Europeia.
Progressivamente imobilizado, depois de um choque com um vagão lhe ter provocado um tumor no cérebro, Grzebski conta que ouviu os médicos dizerem que só teria mais um mês ou dois de vida, mas que afinal a mulher o salvou, graças aos cuidados que sempre lhe dispensou.
“O que hoje me surpreende é que toda essa gente anda por aí com telemóveis e nunca deixa de se queixar. Eu não me queixo de nada. Quando entrei em coma só havia nas lojas chá e vinagre, a carne era racionada e formavam-se por toda a parte bichas para a gasolina”, declarou o “ressuscitado” ao canal TVN24, evocando as suas memórias dos tempos em que o regime comunista procurava resistir ao descalabro. Aos 65 anos, sentado numa cadeira de rodas, vem contando como Gertruda, a companheira, fez as vezes de toda uma equipa de cuidados intensivos, mudando-o de posição de hora a hora, para que não desenvolvesse infecções enquanto estava acamado. “Vejo tantos produtos nas lojas que fico com a cabeça à roda”, afirma Jan Grezebski, que encontrou os quatro filhos já casados e com 11 netos.
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