A vida está cheia de coisas boas

Está um dia glorioso. Sol, calor, este sim, é um verdadeiro verão de São Martinho.
Curto, é certo, mas delicioso. O grande já terminou. A esplanada dos Meninos aguarda por outros luares. Mas aqueles, os meninos, continuam a não largar o Tejo. Um pouco mais abaixo é certo.
Ontem foi noite de speakeasy. Há tanto tempo que não ia lá…
As relações andam como o tempo. Estão todas no Outono. As folhas caem no chão. Mas com tanto sol e tempo ameno rapidamente nasce e cresce algo de novo.
Estava um grupo giro ontem no speakeasy. Gente jovem mas não muito, desempoeirada, que gosta de ficar um par de horas à volta de uma mesa a contar o seu mundo de (tantas) aventuras, enquanto se beberrica do que é bom e se ouve uma guitarra acústica. Apesar de tudo gente de bem com a vida.
Também gostei da noite de terça. Historias recentes, um bife tardio, a cerveja de sempre, o Cristo-Rei lá ao fundo a iluminar os pensamentos.
E gostei ainda do sábado passado. A vida à noite tem outra cor, outro despudor. A malta (mais) jovem é (mais) gira, solta, divertida, bamboleante, despreocupada. Se calhar amanhã volto lá ao The Loft. Chamam-lhe a love generation. Se calhar têm razão.
Mas como a vida está cheia de coisas boas, o fim-de-semana será também tempo de matar saudades do mar. Nem que seja preciso virar o globo do avesso para arranjar meio metrinho. Bem…, do avesso; do avesso ia dar um bocado de trabalho.
E as coisas boas da vida estão por todo o lado; também a satisfazer o palato. Hoje uns choquinhos grelhados regados com um belo rosé mesmo a casar com a temperatura amena. Amanhã o belo magustinho. Os meninos, e as meninas, à volta da fogueira. Será mais do forno do que da fogueira, que a vida da cidadae não se satisfaz com mordomias de aldeia.
O meu pai é que tem razão, quando um destes, dias do alto dos seus setenta e muitos anos, puxou do balão previamente aquecido, com o conhaque que se impõe: A vida está cheia de coisas boas.

PSL